Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai
Type 2 immune response
Pedro Giavina-Bianchi
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 241-243
DOI: 10.5935/2526-5393.20170033
PDF Português
Allergen-specific immunotherapy
Clóvis E. S. Galvao
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 244
DOI: 10.5935/2526-5393.20170034
PDF Português
Yellow fever vaccine: adverse reactions and at-risk populations
Ana Karolina Barreto Berselli Marinho; Aluce Loureiro Ouricuri; Cláudia França Cavalcante Valente; Fátima Rodrigues Fernandes; Gilberto Saciloto; Lorena de Castro Diniz; Mônica de Araújo Alvares da Silva; Antonio Condino Neto; Norma de Paula M. Rubini; Dirceu Solé
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 245-256
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170035
PDF Português
A febre amarela é uma doença infecciosa grave causada por um arbovírus e transmitida pelos mosquitos Haemagogus (ciclo silvestre) e Aedes aegypti (ciclo urbano). Os sintomas mais comuns sao febre, calafrios, cefaleia, mialgia e náuseas. Uma parcela dos pacientes desenvolve as formas graves, que podem cursar com insuficiência hepática e renal. A partir de 2014 a febre amarela passou a ser endêmica em áreas extra-amazônicas, tornando-se um grave problema de saúde pública. Por isso, a vacinaçao contra a febre amarela é essencial para o controle da doença no Brasil, tornando-se a medida mais eficaz, com imunogenicidade superior a 95%. Em relaçao à segurança, a maioria dos eventos adversos após a vacinaçao sao locais, e os eventos adversos graves, como a encefalite pós-vacinal, sao relatados principalmente em idosos e imunossuprimidos. Por se tratar de vacina de vírus vivo atenuado, é recomendada cautela na sua indicaçao nesses indivíduos. Outra preocupaçao em relaçao à segurança se deve ao fato de que, por ser cultivada em ovos embrionados de galinha (maior quantidade de proteínas do ovo), a vacina febre amarela é contraindicada em indivíduos que apresentam história prévia de reaçao anafilática ao ovo. No entanto, diante do cenário epidemiológico atual, indivíduos com história de hipersensibilidade leve ou moderada ao ovo podem recebê-la seguindo as recomendaçoes de segurança revisadas e sugeridas neste texto. O objetivo deste documento foi revisar as indicaçoes e contraindicaçoes da vacina febre amarela e apresentar uma abordagem prática em situaçoes especiais, com a finalidade de garantir a imunizaçao à populaçao de risco.
Descritores: Vacina, febre amarela, eventos adversos, alergia, imunossuprimidos.
Mechanisms of allergen-specific immunotherapy
Veridiana Aun Rufino Pereira; Wilson C. Tartuci Aun; Joao Ferreira de Mello
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 257-262
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170036
PDF Português
A imunoterapia alérgeno-específica tem sido usada há mais de 100 anos como um tratamento de dessensibilizaçao para doenças alérgicas, representando um método potencialmente curativo e específico. O presente estudo tem como objetivo revisar os mecanismos da imunoterapia alérgeno-específica, através de revisao bibliográfica com base em artigos publicados entre 1998 e 2016, disponíveis no banco de dados PubMed. Os mecanismos de açao da imunoterapia incluem modulaçao de linfócitos T e B, produçao de IgG4 alérgeno-específica e reduçao de IgE alérgenoespecífica, migraçao de eosinófilos, basófilos e mastócitos nos tecidos, bem como a liberaçao de seus mediadores. As células T reguladoras (Treg) suprimem as células dendríticas responsáveis pela geraçao de células T efetoras, inibindo TH1, TH2 e TH17. As células Treg foram identificadas como peças-chave no processo de induçao de tolerância periférica aos alérgenos.
Descritores: Imunoterapia, linfócitos T reguladores, linfócitos B reguladores.
A new class of diseases: autoinflammatory diseases
Leonardo Oliveira Mendonça; Ricardo Krieger Azzolini; Joao Paulo de Assis; André Franco; Jorge Kalil; Fabio Morato Castro; Alessandra Pontillo; Myrthes Toledo de Barros
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 263-271
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170037
PDF Português
As doenças autoinflamatórias sistêmicas sao um grupo de doenças raras recentemente descritas, mas que vêm ganhando espaço no cenário clínico. Caracterizam-se por alteraçoes da imunidade inata, portanto sem a presença de linfócito T autorreator ou autoanticorpo, e que respondem ao bloqueio de uma única citocina. Esta revisao tem como objetivo analisar a base imunofisiológica destas doenças e descrever brevemente cada uma delas com suas características clínicas mais importantes.
Descritores: Inflamaçao, doenças hereditárias autoinflamatórias, imunidade inata.
Are the factors associated with asthma in children and adolescents universal? A systematic multicenter Brazilian study
Dirceu Solé; Antonio C. Pastorino; Fabio Kuschnir; Inês C. Camelo-Nunes; Bruno A. Paes-Barreto; Arnaldo C. Porto; Magna A. Q. Coelho; Eliana C. Toledo; Fernanda P. Furlan; Rejane R. Casagrande; Fernando Palvo; Marly S. Freitas; Sergio L. O. Santos; Cristina A. Cardozo
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 272-278
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170038
PDF Português
OBJETIVO: Comparar os fatores de risco associados à asma em escolares brasileiros habitantes de diferentes regioes do país.
MÉTODO: Participaram estudantes (4-8 anos, n = 4.262; 10-14 anos, n = 10.603) matriculados em escolas privadas ou particulares de onze centros de nove cidades brasileiras, utilizando-se o protocolo do International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISAAC). Após a obtençao das taxas de prevalência de asma, foram selecionados de modo aleatório estudantes com asma ativa (resposta afirmativa para "sibilos nos últimos 12 meses") e sem asma (resposta negativa) mantendo-se como base a proporçao 1:2. A seguir os responsáveis responderam questionário complementar ISAAC sobre fatores de risco. A análise de regressao logística identificou os fatores associados à expressao da asma nos escolares, em cada centro de origem.
RESULTADOS: Na faixa etária mais jovem, ter antecedente de rinite ou eczema atópico, história familiar de doenças alérgicas e ser exposto ao tabaco foram identificados pela maioria dos centros. Entre os adolescentes ocorreu o mesmo: ter rinite alérgica (8/11 centros), ter antecedentes familiares de doenças alérgicas (6/11), ser exposto passivamente ao tabaco (6/11), assim como a animais domésticos, sobretudo gato (5/11), nascer pré-termo, ter baixo consumo de vegetais e suco de frutas foram os fatores identificados.
CONCLUSOES: Os fatores associados ao desenvolvimento de asma em escolares brasileiros nao foram uniformes. Fatores genéticos, como ter outra doença alérgica, ou familiares com doença alérgica, foram identificados pela maioria dos centros participantes. A exposiçao ao tabaco, assim como a animais domésticos, também mostrou ser de importância clínica.
Descritores: Fatores de risco, asma, crianças, adolescentes, fatores de proteçao.
Evaluation of autologous serum skin test and autologous plasma skin test in chronic spontaneous urticaria
Cristiane Fernandes Moreira Boralli; Sérgio Duarte Dortas Júnior; Bruno Emanuel Carvalho Oliveira; Alfeu Tavares França; Solange Oliveira Rodrigues Valle
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 279-286
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170039
PDF Português
OBJETIVO: Comparar o teste do soro autólogo (TSA) e o teste do plasma autólogo (TPA) para o diagnóstico de autorreatividade em pacientes com urticária crônica espontânea (UCE) e avaliar sua relaçao com autoanticorpos antitireoidianos.
MÉTODOS: Cinquenta pacientes com UCE foram pareados por sexo e faixa etária a 50 indivíduos saudáveis (controle) e comparados em relaçao aos resultados do TSA e TPA e autoimunidade tireoidiana.
RESULTADOS: Vinte e três (46%) pacientes e 5 (10%) controles apresentaram TSA positivo; 16 (32%) pacientes e 7 (14%) controle apresentaram TPA positivo. Houve associaçao entre funçao tireoidiana e TSA em pacientes com UCE. Pacientes eutireóideos com UCE tiveram taxa maior de TSA positivo.
CONCLUSAO: O TSA é simples e barato e contribui consideravelmente para a elucidaçao da patogênese da UCE e pode demonstrar a presença de autoanticorpos funcionais. Alguns autores sugerem que o TPA é mais sensível que o TSA. Todos os estudos relevantes sobre o assunto até o momento reportaram que ambos podem ser utilizados como métodos diagnósticos em pacientes com UCE. Concluindo, TSA e TPA podem ser utilizados para a avaliaçao de autorreatividade na etiologia da UCE, e autoanticorpos antitireoidianos devem ser investigados mesmo quando testes de funçao tireoidiana revelam-se normais.
Descritores: Urticária, testes cutâneos, autoimunidade.
Local and systemic adverse reactions to allergen-specific immunotherapy for mites among patients seen at a university hospital's specialty outpatient clinic in Sao Paulo
Cynthia Mafra Fonseca de Lima; Alessandra Morais da Silva; Giovanna Hernandes y Hernandes; Adriana Teixeira Rodrigues; Jorge Kalil; Clóvis E. S. Galvao
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 287-292
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170040
PDF Português
OBJETIVO: Relatar e classificar as reaçoes adversas à imunoterapia subcutânea (ITSC) com extratos de ácaros no tratamento de alergias.
MÉTODO: Foram incluídos 38 pacientes que receberam ITSC com extratos de Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) isolado ou associado a Blomia tropicalis (Blo t). As reaçoes adversas sistêmicas que ocorreram durante o tratamento foram registradas e classificadas de acordo com a WAO - World Allergy Organization. Também foram registrados o tratamento instituído e a evoluçao do quadro.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes do estudo foi 36 anos. Foram administradas 1.127 doses de ITSC com extrato de Der p. Destas, 87,3% (984) provocaram reaçao. De acordo com a classificaçao proposta pela WAO, 35,49% das reaçoes foram Grau 1; 46,85% Grau 2; e 17,6% Grau 3. O tratamento utilizado foi: anti-histamínico em 81,3% das reaçoes, corticosteroide em 81,3%, e beta-agonista inalatório em 70% dos casos. A adrenalina foi administrada em 41% das reaçoes. No grupo que recebeu extrato associado de Der p e Blo t foram administradas 435 doses, das quais 155 (37,47%) resultaram em reaçoes, sendo 78% de Grau 1, e 21,9% de Grau 2. O tratamento utilizado foi: anti-histamínico em 77,2% das reaçoes, corticosteroide em 77,2% e beta-agonista inalatório em 58% dos casos.
CONCLUSAO: Na populaçao estudada, as reaçoes sistêmicas para Der p de acordo com a classificaçao da WAO, foram na sua maioria reaçoes Grau 2. Já na imunoterapia para Der p e Blo t associados, as reaçoes de Grau 1 prevaleceram. Embora seja um tratamento seguro, a imunoterapia pode levar ao aparecimento de reaçoes sistêmicas, e deve ser realizada pelo médico especialista, em ambiente adequado e equipado para tratamento de reaçoes sistêmicas.
Descritores: Alergia e imunologia, ácaros, imunoterapia, reaçoes adversas.
Analysis of intravenous human immunoglobulin prescriptions for clinical situations not referenced in national clinical protocols
Christiane Rodrigues Spacil; Denise Bueno
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 293-298
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170041
PDF Português
OBJETIVO: Avaliar para quais indicaçoes clínicas a imunoglobulina humana está sendo utilizada, considerando ser esse um medicamento de alto custo e autorizado pelos protocolos nacionais para diagnósticos específicos.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, baseado na busca de informaçoes através do prontuário eletrônico dos pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de janeiro a dezembro de 2015.
RESULTADOS: Foram identificadas 191 prescriçoes, totalizando 116 pacientes que tiveram prescrita a imunoglobulina humana endovenosa (IGIV). Desses pacientes, 27 casos foram relacionados a 6 tipos de doenças autoimunes e que apresentam protocolos definidos. Esses protocolos auxiliam os profissionais da saúde quanto aos cuidados necessários de manejo medicamentoso. Os demais casos identificados nao constam nas indicaçoes previstas nos protocolos do Ministério da Saúde e representam mais de 75% dos pacientes atendidos. Nao foram identificados efeitos colaterais sistêmicos ou periféricos em nenhum caso.
CONCLUSAO: Foi possível identificar para quais indicaçoes clínicas está sendo realizada a administraçao de IGIV, evidenciando-se a necessidade de ampliaçao desse estudo para outras instituiçoes, como forma de sinalizar a necessidade de administraçao desse hemoderivado devido a segurança e efetividade no tratamento.
Descritores: Imunoglobulina, doenças autoimunes, segurança.
Sensitization profile to prevailing allergens in a specialty clinic in Catalao, state of Goiás
Eliane Gama da Silva; Juliana Lima Ribeiro; Maria Rita de Cássia Campos
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 299-304
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170042
PDF Português
OBJETIVO: Investigar o perfil de sensibilizaçao a alérgenos e a frequência de reatividade ao teste cutâneo de puntura com aeroalérgenos mais comuns em uma clínica especializada de Catalao, GO.
MÉTODOS: Neste estudo retrospectivo, foram analisados 400 prontuários de pacientes atendidos no período de 2008 a 2010, que realizaram teste cutâneo de puntura para avaliar sensibilidade a aeroalérgenos.
RESULTADOS: A prevalência de sensibilizaçao alérgica foi de 70,7% entre os pacientes avaliados. Entre os aeroalérgenos analisados, houve frequência elevada de positividade a ácaros da poeira domiciliar em todos os meses, principalmente em julho e dezembro, seguidos por fungos. Sensibilizaçao alérgica foi predominante para Dermatophagoides pteronyssinus (62%), entre os ácaros da poeira domiciliar. Em relaçao à frequência de pacientes atendidos com sintomas de doenças atópicas, observou-se que rinite foi a principal causa de atendimento (48,2%), seguida de asma, com 23,2% dos atendimentos. Houve um aumento de 24% no número de pacientes que procuraram atendimento, refletindo possível aumento na prevalência de doenças alérgicas durante os anos avaliados.
CONCLUSOES: Os resultados obtidos no presente trabalho mostraram que os ácaros sao os agentes causadores mais frequentes de alergia, e que a rinite foi a doença atópica mais frequente entre os pacientes de uma clínica especializada. Foi verificado aumento no número de atendimentos por doenças alérgicas nos anos avaliados.
Descritores: Hipersensibilidade, alérgenos, ácaros.
Impact of atopic dermatitis on the quality of life of the family
Sheron L. C. de Carvalho; Ana P. Boguchewski; Fernanda L. S. Nascimento; Luana M. Dalmas; Vânia O. Carvalho
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 305-310
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170043
PDF Português
OBJETIVO: Relacionar o impacto da gravidade da dermatite atópica na qualidade de vida dos cuidadores dos pacientes.
MÉTODO: Estudo transversal e analítico, com aplicaçao de questionários aos cuidadores de pacientes com dermatite atópica, que foram consultados consecutivamente de agosto a dezembro de 2015. A gravidade da doença foi determinada conforme o índice de pontuaçao da dermatite atópica (Scoring Atopic Dermatitis - SCORAD) e foi classificada como leve (pontuaçao ≤ 20), moderada (> 20 a ≤ 40) ou grave (> 40). O questionário utilizado para avaliar qualidade de vida do cuidador foi o Dermatitis Family Impact Questionnaire - DFI, validado para o português.
RESULTADOS: Cento e um cuidadores participaram do estudo; 31,7% cuidavam de pacientes com dermatite atópica leve; 36,6% moderada; e 31,7% grave. A média dos índices de qualidade de vida foi de 9,1±6,7. Os índices de qualidade de vida dos cuidadores foram piores quanto mais grave a dermatite atópica da criança (correlaçao de Spearman 0,53; p < 0,0001). Os domínios mais afetados foram gastos com o tratamento, sono e sentimento de cansaço e exaustao. O valor médio de gastos com o tratamento foi de 200 reais ao mês, o que representou um percentual de 7,5% do salário mensal. Houve diferença significativa no percentual de gastos/salário conforme a gravidade da dermatite pelo SCORAD (5% na DA leve; 7,2% na moderada e 10% na grave).
CONCLUSAO: Os índices de qualidade de vida dos cuidadores de pacientes com dermatite atópica sao piores quanto maior a gravidade da doença, em razao dos gastos com tratamento, sono e exaustao.
Descritores: Dermatite atópica, criança, qualidade de vida, perfil de impacto da doença.
Immune dysregulation, polyendocrinopathy, enteropathy, X-linked (IPEX) syndrome: the importance of family history for early diagnosis
Iramirton Figuerêdo Moreira; Bruna de Sá Duarte Auto; Juciene de Matos Braz; Helena Vieira de Souza Rodrigues; Thaylla Soares Rodrigues
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 311-315
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170044
PDF Português
A síndrome de desregulaçao imune, poliendocrinopatia e enteropatia ligada ao X (IPEX) é uma síndrome de imunodeficiência primária rara, de herança recessiva, que afeta lactentes do sexo masculino. A doença cursa com enteropatia perdedora de proteínas, dermatite eczematosa e poliendocrinopatias, podendo ser fatal naqueles sem tratamento apropriado. O objetivo deste relato é descrever um caso de IPEX, enfatizando a importância da história familiar para o diagnóstico precoce. O caso descreve um lactente com tipo grave da síndrome, com apresentaçao clínica precoce e história familiar característica, com episódios de morte prematura em doze homens pertencentes à linhagem materna. O diagnóstico por mapeamento genético demostrando mutaçao no gene FOXP3 foi obtido após o óbito do paciente, decorrente de choque séptico. O transplante de células-tronco hematopoiéticas é o melhor tratamento disponível, e na sua ausência, a síndrome IPEX pode ser fatal nos primeiros dois anos de vida. Assim, assegurar um diagnóstico precoce é fundamental.
Descritores: Síndrome de imunodeficiência, doenças genéticas ligadas ao cromossomo X, diagnóstico precoce, dermatite, poliendocrinopatias autoimunes, enteropatias perdedoras de proteínas.
Anaphylaxis to benzydamine hydrochloride: a case report
Luciana Maraldi Freire; Phelipe Santos Souza; Juliana Augusta Sella; Mariana Paes Leme Ferriani; Luisa Karla Arruda; Janaina Michelle Lima Melo; Ullissis Pádua Menezes
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 316-318
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170045
PDF Português
Reaçoes de hipersensibilidade a medicamentos (RHM) podem induzir manifestaçoes clínicas heterogêneas, desde leves até graves. Sao classificadas em imunológicas ou alérgicas quando mediadas por anticorpos ou linfócitos T, e nao imunológicas quando decorrentes de efeitos farmacológicos da droga, incluindo inibiçao da enzima cicloxigenase (Cox). Os dois grupos mais frequentemente implicados nas RHM sao os anti-inflamatórios nao esteroidais (AINEs), e os antibióticos betalactâmicos. O manejo adequado das reaçoes aos AINEs depende da identificaçao do mecanismo fisiopatológico envolvido, que permitirá classificar em reator seletivo (indivíduo que reage a um único fármaco e a outros com estrutura química similar), ou reator múltiplo ou intolerante cruzado (aquele que reage a múltiplos fármacos de estrutura química nao relacionada). O cloridrato de benzidamina (CBZ) é um AINE de uso frequente e relativamente seguro, sem descriçoes de reaçoes graves associadas ao seu uso. Atua inibindo as enzimas Prostaglandina Endoperoxidase H Sintase 1 e/ou 2, e a Fosfolipase A2. Em pacientes com história de reaçoes aos AINEs, o teste de provocaçao é a ferramenta diagnóstica padrao ouro para confirmar ou excluir a reatividade cruzada a outros AINEs e definir um fármaco alternativo seguro. Descreveremos um caso raro de anafilaxia ao CBZ durante teste de provocaçao oral.
Descritores: Benzidamina, anti-inflamatórios nao esteroidais, hipersensibilidade a drogas, anafilaxia.
House dust mite hypersensitivity and atopic dermatitis
Cristine S. Rosario; Nelson A. Rosario Filho
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 319-320
DOI: 10.5935/2526-5393.20170046
PDF Português
Tattoos: from temporary to permanent
Catarina Oliveira Pereira; Dulce Helena Saraiva dos Santos; Agostinho Silva Fernandes; Filipa Inês de Sousa Vela Cunha
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(3): 321-324
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170047
PDF Português
A realizaçao de tatuagens temporárias é frequente, sendo percebida como inofensiva. A tinta usada deriva da henna, pigmento castanho-avermelhado obtido de uma planta. No entanto, para obter "henna negra" e facilitar a realizaçao da tatuagem, sao adicionados outros compostos, mais frequentemente a parafenilenodiamina. Esta está associada a reaçoes alérgicas, por vezes graves e com sequelas. Os autores apresentam um caso de uma criança de 10 anos com uma reaçao alérgica exuberante com provável sobreinfecçao bacteriana em local de tatuagem temporária. Havia história de sensibilizaçao prévia, pelo que a reaçao foi precoce e mais agressiva. Os sinais inflamatórios francos motivaram o internamento sob corticoterapia sistêmica e antibioticoterapia endovenosa. Apesar da boa evoluçao clínica, permaneceu uma lesao hipopigmentada sequelar. Pretende-se alertar para os perigos desta realidade e também para a falta de legislaçao existente.
Descritores: Dermatite alérgica de contato, tatuagem, fenilenodiaminas.