Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai
The first steps of the Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia journal
Pedro Giavina-Bianchi; Antônio Condino Neto; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Ernesto Akio Taketomi; Fábio Chigres Kuschnir; Gustavo Falbo Wandalsen; Herberto José Chong Neto; Régis de Albuquerque Campos
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 325-326
DOI: 10.5935/2526-5393.20170048
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Caring for patients with immunoallergic diseases in Brazil: reflections and proposals for improvement - The Belo Horizonte Charter
Faradiba S. Serpa; Alvaro A. S. Cruz; Antonio Condino Neto; Eduardo Costa F. Silva; Jackeline Motta Franco; Janaína M. Lima Mello; Marilyn Urrutia-Pereira; Marta de Fátima Guidacci; Regina S. W. Di Gesu; Norma de Paula M. Rubini; Dirceu Solé
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 327-334
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170049
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Apesar do aumento na prevalência e gravidade das doenças imunoalérgicas no Brasil, como em todo o mundo, o acesso a atendimento especializado, exames complementares e terapias que possibilitam o controle adequado delas, especialmente as com potencial fatal, é restrito a poucos centros no Brasil, e muitas dessas condiçoes e terapias nao estao contempladas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde. No presente trabalho, analisamos a realidade atual e carências na assistência a pacientes com doenças alérgicas como anafilaxia, alergia ao leite de vaca, asma, dermatite atópica e urticária crônica e com imunodeficiências primárias. Sao apresentadas, também, propostas de açoes em que a Associaçao Brasileira de Alergia e Imunologia poderia trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde para reduzir o impacto médico, social e financeiro dessas doenças.
Descritores: Alergia, atendimento especializado, urticaria crônica, asma, dermatite atópica.
Use of corticosteroids and antihistamines in the prevention of anaphylaxis: a bibliometric review
Maria Cecília Barata dos Santos Figueira; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 335-341
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170050
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Apesar de pouca evidência, é comum a prescriçao de corticoides e anti-histamínicos como preventivos de anafilaxia. O objetivo deste estudo foi realizar uma análise bibliométrica sobre o uso de esteroides e anti-histamínicos como medicamentos preventivos de anafilaxia. Para tanto, foi realizada busca ativa de artigos publicados até outubro de 2016 na base de dados Scopus contendo os termos "anaphylaxis and prevention and steroid or antihistaminic" nos campos título, resumo e palavra-chave. Realizada a leitura dos artigos selecionados, na íntegra, com busca específica do foco do estudo, que foi sobre o uso de corticoide e/ou anti-histamínico na prevençao da anafilaxia. Foram encontrados 292 artigos publicados até outubro 2016 na base de dados Scopus. Ao realizar busca dos 104 artigos completos elegíveis, foram incluídos no estudo apenas 49 artigos pela referência explícita aos medicamentos do foco de estudo como possíveis preventivos, e por serem estudos mais recentes, com disponibilidade e digitalizaçao existentes. Nenhum dos 49 artigos lidos na íntegra abordou especificamente o papel dos corticoides e/ou anti-histamínicos na prevençao da anafilaxia. No momento, nao há na literatura evidência de que o uso de corticoides e anti-histamínicos seja benéfico ou traga malefício na prevençao da anafilaxia.
Descritores: Anafilaxia, antagonistas dos receptores histamínicos, corticosteroides.
Biomarkers in atopic dermatitis
Messias E. Faria; Vanessa C. E. S. A. Orso; Isabela A. R. Lisciotto; Cybele C. Faria; Messias E. F. Filho; Bárbara T. G. Soares; Marina A. de Siqueira
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 342-348
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170051
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O objetivo deste estudo é descrever os achados de artigos recentemente publicados a respeito dos avanços diagnósticos, prognósticos e terapêuticos sobre o uso de biomarcadores na dermatite atópica. Foi realizada revisao bibliográfica de 19 artigos publicados no Journal of Allergy and Clinical Immunology e no The New England Journal of Medicine. Atualmente, mais de 1 bilhao de pessoas têm algum tipo de doença alérgica, entre as quais a dermatite atópica é altamente prevalente. Por mais que possa ser diagnosticada de forma clínica através dos critérios de Hanifin e Rajka, estes sao avaliador-dependentes, havendo grande variaçao dos resultados. Da mesma forma, a dosagem de IgE nao é específica. Assim, tais métodos nao sao precisos para o diagnóstico, aumentando a importância da descoberta de novos marcadores mais fidedignos. Os biomarcadores sao características biológicas quantificáveis que fornecem medidas objetivas do estado de saúde ou doença. Eles têm potencial para estratificaçao de risco, detecçao precoce, identificaçao do tratamento, monitorizaçao de resposta e prevençao da progressao para marcha atópica. Os avanços tecnológicos permitem aos clínicos determinar um grande número de biomarcadores através de fluidos corporais, o que resultará em uma melhor caracterizaçao e estratificaçao dos pacientes com dermatite atópica, bem como acarretará medidas objetivas da resposta terapêutica e melhores comparaçoes entre tratamentos correntes e novas terapias.
Descritores: Dermatite atópica, biomarcadores, imunologia.
Precision medicine in asthma
Ataualpa Pereira dos Reis; José Augusto Nogueira Machado
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 349-356
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170052
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O objetivo deste trabalho é fazer uma revisao atual de uma medicina de precisao personalizada e dirigida para fenótipos e endótipos de asma. As fontes de dados incluíram artigos originais, revisoes e publicaçoes indexadas nos bancos de dados PubMed, MEDLINE, LILACS, SciELO e publicadas on line nos últimos 20 anos. Os resultados mostram que a asma tem sido considerada uma doença única por anos, e que estudos mais recentes cada vez mais focam na sua heterogeneidade. Esta heterogeneidade resulta em que a asma contém múltiplos fenótipos ou grupos de características consistentes. Um endótipo é um subtipo desta doença, definido por um distinto mecanismo fisiopatológico, e é associado a um biomarcador. Múltiplos modificadores da resposta imune estao sendo avaliados na asma denominada T2 alta, bloqueando as interleucinas IL-5, IL-13, imunoglobulina E e outras vias. Assim, muitas destas terapias visando a asma T2 alta têm demonstrado melhor eficácia quando certos biomarcadores estao elevados, especialmente os eosinófilos. Já o tipo de asma T2 baixo, que nao apresenta biomarcadores precisos, é geralmente diagnosticada pela ausência de biomarcadores para T2 alta. Estes pacientes tendem a ter mais resistência a tratamento com esteroides e o desenvolvimento de novas terapias sao muito menos apreciáveis do que as com o tipo T2 alto. As conclusoes sao que a disponibilidade de agentes bioterapêuticos dirigidos especificamente a IgE, IL-5 e IL-13 é uma excitante evoluçao da medicina molecular. Contudo, estes agentes bioterapêuticos somente sao efetivos quando dirigidos a fenótipos específicos de asma.
Descritores: Asma, diagnóstico, terapêutica, medicina de precisao.
Autoimmune progesterone dermatitis
Danilo Gois Gonçalves; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 357-362
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170053
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A dermatite autoimune à progesterona (DAP) é uma reaçao autoimune à progesterona de origem endógena ou exógena, caracterizada por manifestaçoes clínicas e mecanismos fisiopatológicos diversos. Doença complexa, subdiagnosticada e associada à alta morbidade. O diagnóstico de DAP baseia-se na associaçao de sintomas cíclicos ou induzidos por progesterona exógena, testes cutâneos e/ou de provocaçao à progesterona positivos, e resposta clínica à inibiçao da ovulaçao.
Descritores: Dermatite, autoimunidade, progesterona.
Eosinophilic esophagitis: an evolving concept?
Fernanda Marcelino da Silva Veiga; Ana Paula Beltran Moschione Castro; Cristiane de Jesus Nunes dos Santos; Mayra de Barros Dorna; Antonio Carlos Pastorino
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 363-372
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170054
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O objetivo deste artigo é revisar a literatura dos últimos 10 anos sobre esofagite eosinofílica (EoE) e descrever os conceitos atuais da doença em seus aspectos de definiçao, fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Foram pesquisados artigos na base de dados do PubMed, do Bireme/ LILACS e do SciELO, nos últimos 10 anos. Os critérios para a inclusao dos artigos foram: (a) publicaçao nos últimos 10 anos, (b) artigos originais, (c) apenas humanos, (d) artigos de revisao, (e) diretrizes. Os critérios de exclusao foram: (a) artigos que nao continham como tema principal a EoE, (b) artigos repetidos, (c) descriçao de casos, (d) artigos com abordagem muito específicas para tratamento e diagnóstico. Foi realizada leitura dos resumos por dois pesquisadores, e posterior seleçao dos artigos completos para a leitura. Foram acrescentados estudos que aprofundavam aspectos cruciais da revisao, sendo incluídos, ao todo, 3 consensos, 35 estudos e 3 artigos de revisao, que constituíram o total de artigos analisados. A conclusao é de que a EoE é uma doença crônica, cujos aspectos clínicos sao fundamentais para a suspeita diagnóstica, mas requer a associaçao de achados endoscópicos e histológicos para sua confirmaçao. Na última década, houve modificaçoes significativas nos critérios diagnósticos e algumas novas recomendaçoes no tratamento, mas que necessitam uma observaçao em longo prazo.
Descritores: Esofagite eosinofílica, diagnóstico, patologia, tratamento farmacológico.
Increased incidence of a class II HLA haplotype in severe anaphylaxis secondary to carboplatin
Violeta Régnier Galvao; Elizabeth Phillips; Mariana Castells; Pedro Giavina-Bianchi
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 373-378
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170055
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OBJETIVO: O papel de biomarcadores nas reaçoes de hipersensibilidade a platinas tem sido estudado, e é conhecido que a presença da mutaçao do gene BRCA1/2 é fator de risco para reaçoes de hipersensibilidade à carboplatina. A genotipagem de HLA de classes I e II auxilia na identificaçao de pacientes de risco para reaçoes IgE-mediadas e mediadas por linfócitos T associadas a beta-lactâmicos e abacavir, respectivamente. Nao sao conhecidos alelos ou haplótipos de HLA mais prevalentes em pacientes alérgicos à carboplatina. O objetivo principal do estudo foi avaliar se alelos específicos de HLA de classe II sao mais prevalentes em pacientes alérgicos à carboplatina submetidos à dessensibilizaçao (DS).
MÉTODO: Genotipagem de HLA de classe II realizada em 11 pacientes portadoras de neoplasias malignas tubo-ovarianas, alérgicas à carboplatina, e submetidas à DS, e em 12 pacientes tolerantes à carboplatina, por no mínimo oito ciclos. Analisou-se também a prevalência da mutaçao BRCA1/2 nos dois grupos estudados.
RESULTADOS: O alelo HLA-DRB1*15:01 foi mais prevalente entre as pacientes alérgicas (5/11; 45%) do que nos controles (1/12; 8,3%) (p = 0,06). O haplótipo de classe II DQA1*01:02-DQB1*06:02-DRB1*15:01 foi mais expresso no grupo de pacientes alérgicas. A mutaçao do BRCA1/2 mostrou-se mais prevalente no grupo alérgico.
CONCLUSOES: A identificaçao de pacientes de risco para reaçoes alérgicas à carboplatina é de extrema importância com o uso crescente da medicaçao. A genotipagem de HLA e a pesquisa da mutaçao BRCA1/2 mostramse ferramentas promissoras que podem aumentar a segurança durante infusao regular de carboplatina e DS.
Descritores: Antígenos HLA, anafilaxia, neoplasias ovarianas, carboplatina, dessensibilizaçao imunológica.
Study of protein profile and immunochemical reactivity for extracts of D. farinae, D. pteronyssinus and B. tropicalis mites in the city of Rio de Janeiro, Brazil
Francisca das Chagas Sobral Silva Mihos; Patrícia Ribeiro Pereira; Anderson Bruno de Almeida Matos; Caio Velloso Mergh; Maria Queiroz da Cruz
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 379-386
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170056
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OBJETIVO: Em países tropicais, como o Brasil, o mapeamento dos constituintes proteicos de extratos de ácaros torna-se informaçao relevante quando se pretende fazer avaliaçoes terapêuticas de doenças alérgicas respiratórias, além de contribuir para a construçao de um banco de dados interno do país. Os extratos apresentam-se como misturas complexas contendo diferentes composiçoes de material biológico, sendo necessária a determinaçao do seu perfil proteico para um melhor desempenho em diagnóstico e terapia. Assim, este estudo analisou a eletroforese das proteínas constituintes dos extratos de B. tropicalis, D. farinae e D. pteronyssinus e avaliou a reatividade das imunoglobulinas específicas de soros de voluntários atópicos da cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
MÉTODOS: Amostras dos extratos foram submetidas a precipitaçao com acetona e aplicadas em gel de poliacrilamida 12,5%. Após a corrida eletroforética, as amostras foram transferidas para membrana de nitrocelulose de 0,45 µm, seguido da etapa de incubaçao com pool de soros. As bandas referentes à reatividade antígeno-anticorpo foram obtidas pelo método colorimétrico, utilizando-se a peroxidase conjugada a anticorpo secundário.
RESULTADOS: Os resultados obtidos mostraram que a precipitaçao proteica favoreceu a visualizaçao das bandas no gel, mostrando sua homogeneidade pela reprodutibilidade dos experimentos e seu baixo desvio padrao. Também quanto ao perfil eletroforético, os extratos apresentaram proteínas específicas em sua constituiçao, tendo reatividade positiva ao teste imunoquímico.
CONCLUSAO: Pode-se inferir que os extratos de ácaros obtidos no Brasil apresentam alérgenos diferentes quando comparados com extratos proteicos apresentados na literatura americana e europeia, o que torna necessária a criaçao de critérios próprios de avaliaçao para padronizaçao dos extratos.
Descritores: Poeira, imunoterapia, aérgenos.
Assessment of risk factors associated with exercise-induced bronchospasm in children and adolescents without prior diagnosis of asthma
Luciana Oliveira e Silva; Patricia Leao da Silva; Morgana Borges Silva; Nadia Cheik
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 387-394
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170057
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OBJETIVO: Avaliar os fatores de risco associados ao broncoespasmo induzido pelo exercício (BIE) em crianças e adolescentes sem diagnóstico prévio de asma por meio dos parâmetros espirométricos.
MÉTODOS: 90 voluntários acima do percentil 85th do peso (EP) e 30 eutróficos (EU) participaram deste estudo. Foi realizado teste de broncoprovocaçao de acordo com o protocolo de Del Rio-Navarro et al. (2000), utilizando-se esteira ergométrica. O BIE foi considerado positivo quando o voluntário apresentou reduçao ≥ 10% do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) basal, ou reduçao ≥ 26% do fluxo expiratório forçado entre 25 e 75% da capacidade vital forçada (FEF25-75%).
RESULTADOS: Houve associaçao do excesso de massa corpórea com o BIE demonstrado nas crianças e adolescentes, o que nao foi observado com o nível de atividade física. Além disso, o diagnóstico positivo de BIE apresentou reduçoes significativas da funçao pulmonar até uma hora pós-exercício avaliado pelos métodos VEF1 e FEF25-75% da espirometria.
CONCLUSAO: O excesso de massa corporal pode influenciar no aumento da frequência de BIE em crianças e adolescentes sem o diagnóstico prévio de asma quando comparado a eutróficos por diferentes parâmetros na espirometria.
Descritores: Asma induzida por exercício, obesidade, sobrepeso, atividade física, adolescente.
Mouth breathing and craniofacial alterations in students aged 8 to 10 years
Claudia Salvini Barbosa Martins da Fonseca; Maria de Fátima Pombo March; Clemax Couto Sant'Anna
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 395-402
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170058
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OBJETIVO: Identificar respiradores bucais (RB) e descrever os respectivos sintomas e alteraçoes craniofaciais.
MÉTODOS: Estudo observacional, transversal, descritivo. Incluídos escolares de ambos os sexos, de 8 a 10 anos de escolas municipais de Petrópolis, RJ, Brasil. Selecionados os alunos com critérios positivos para respirador bucal segundo protocolo, e cujas variáveis foram descritas. Os respiradores bucais sem hábitos de sucçao (mamadeira, chupeta, dedo) ou com tais hábitos até 3 anos e 11 meses compuseram a subamostra nomeada como respiradores bucais sem interferência dos hábitos de sucçao.Estes foram examinados pesquisando-se: fácies alongada, vedaçao e conformaçao labial, posiçao da língua, formato de palato e má oclusao. Classificados cornetos nasais inferiores e amígdalas.
RESULTADOS: Dentre 377 estudantes houve prevalência de 243 (64%) respiradores bucais, e 134 (36%) respiradores nasais.Os sintomas mais frequentes na subamostra dos respiradores bucais sem hábitos ou com hábitos até 3 anos e 11 meses em relaçao aos respiradores nasais foram: obstruçao nasal diária (11 vezes), sonolência diurna (9,6 vezes), roncos (7,5 vezes), dormir de boca aberta (6,9 vezes), dificuldade de respirar à noite/sono agitado (5,4 vezes). Alteraçoes do exame físico nos respiradores bucais sem hábitos ou com hábitos até 3 anos e 11 meses foram: língua mais baixa e anterior (93,7%), lábios inferiores com volume e fissuras (88,2%), palato ogival (84,1%), má oclusao (78,6 %) e hipertrofia de cornetos (67,6%).
CONCLUSAO: A frequência de RB foi elevada. Nem sempre a típica fácies do respirador bucal (fácies alongada e boca aberta) foi encontrada, porém a língua anteriorizada e rebaixada, o palato em ogiva e a má oclusao dentária estavam presentes na maior parte da amostra. Os distúrbios do sono (roncos, respiraçao bucal e apneia) podem comprometer o dia a dia da criança, e nem sempre os pais observam e correlacionam estes dados.
Descritores: Respiraçao bucal, criança, arco dental, face.
Characteristics of asthmatic patients with bronchiectasis
Joao Paulo de Assis; Gabriella Melo Fontes Silva Dias; Giane Cristina de Moraes Garcia; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Rosana Câmara Agondi
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 403-409
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170059
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INTRODUÇAO: A bronquiectasia é uma enfermidade caracterizada por dilataçoes anormais e irreversíveis de um ou mais brônquios. Pode estar associada a diversas outras comorbidades respiratórias, entre elas, a asma.
OBJETIVO: Caracterizar os pacientes asmáticos com bronquiectasias acompanhados em um serviço terciário de alergia.
MÉTODOS: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes asmáticos que apresentavam bronquiectasias nos exames de tomografia computadorizada de tórax. Os portadores de aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) foram excluídos. Foram analisados os dados demográficos e exames complementares (espirometria, eosinófilos periféricos, IgE total e IgE específica). A caracterizaçao das bronquiectasias foi avaliada conforme sua localizaçao nos campos pulmonares.
RESULTADOS: Quarenta e nove pacientes foram selecionados, sendo 88% do sexo feminino. A média de idade do grupo era de 63 anos, e de tempo de doença de 43 anos. O tratamento prévio de tuberculose (TB), em algum momento da vida, foi relatado por 31% dos pacientes. Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) estava presente em 76% dos pacientes, e a história de tabagismo ativo ou passivo, em 65% dos pacientes. Mais de 80% dos pacientes estavam no step 4 de tratamento da asma, e apresentavam VEF1 reduzido. A média de eosinófilos periféricos foi de 253,4 cel/mm3, de IgE total foi de 458,8 UI/mL, e 69% dos pacientes eram sensibilizados para algum aeroalérgeno. Em relaçao à localizaçao das bronquiectasias, o lobo superior direito foi o mais acometido, seguido pelo lobo superior esquerdo e lobo inferior direito, respectivamente.
CONCLUSAO: Neste estudo, 88% dos pacientes asmáticos com bronquiectasias apresentavam asma grave e funçao pulmonar alterada, apesar do tratamento otimizado. A bronquiectasia pode estar associada à dificuldade no controle da asma e, embora a história de TB prévia estivesse presente em 31% dos pacientes, a frequência elevada de comprometimento dos lobos superiores (49%) sugere uma frequência maior de doença pulmonar associada à TB.
Descritores: Asma, bronquiectasias, tuberculose.
Hypersensitivity reactions to nonsteroidal anti-inflammatory drugs in children: report of two cases and review of new classifications
Mara Morelo Rocha Felix; Gladys Reis e Silva de Queiroz; Carolina Sanchez Aranda; Marcelo Vivolo Aun; Ullissis Pádua de Menezes; Adriana Teixeira Rodrigues; Inês Cristina Camelo-Nunes; Monica Soares de Souza; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Maria Fernanda Malaman
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 410-416
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170060
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Os anti-inflamatórios nao esteroidais (AINEs) sao amplamente utilizados para tratamento de dor e/ou febre em crianças. Atualmente, constituem a principal causa de reaçao de hipersensibilidade (RH) a medicamentos em adultos e crianças de vários países, inclusive do Brasil. Existem dois mecanismos envolvidos nessas reaçoes: mecanismos nao imunológicos (devido à inibiçao da enzima ciclooxigenase), e mecanismos imunológicos responsáveis pelas reaçoes alérgicas (mediadas por IgE ou células T). As reaçoes mais comuns em crianças e adolescentes sao aquelas decorrentes de mecanismos nao imunológicos. As manifestaçoes clínicas variam desde urticária/angioedema/anafilaxia, que ocorrem em poucos minutos a horas após a administraçao do AINE, até reaçoes tardias, que podem surgir vários dias após o início do tratamento. A história clínica detalhada é fundamental para o diagnóstico. Os testes in vitro sao pouco validados, mas os testes cutâneos podem ser realizados nos casos de suspeita de uma RH seletiva, com provável mecanismo imunológico. O teste de provocaçao oral (TPO) é considerado o padrao ouro para o diagnóstico, e pode auxiliar na escolha de uma alternativa segura. Este artigo relata dois casos de hipersensibilidade a AINEs em crianças que ilustram tipos diferentes de mecanismos (nao imunológico e imunológico) com manifestaçoes clínicas distintas: urticária (imediata) e erupçao fixa por droga (nao imediata). Existe dificuldade na classificaçao das RHs aos AINEs, assim como ocorreu em um dos casos descritos. Portanto, há necessidade de mais estudos nessa área buscando ampliar o conhecimento e melhorar a avaliaçao e seguimento dessas crianças com RH a AINEs.
Descritores: Anti-inflamatórios, hipersensibilidade a drogas, criança.
DRESS syndrome: case report with genetic testin
Maria Inês Perelló Lopes Ferreira; Eduardo Costa de Freitas Silva; Luís Cristóvao Pôrto; Maria de Fátima Guimaraes Scotelaro Alves; Anna Carolina Arraes; Assunçao de Maria Castro; Sonia Conte; Denise Lacerda Pedrazzi; Gabriela Coelho Dias
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 417-421
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170061
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A síndrome de hipersensibilidade a drogas com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS) é uma rara reaçao adversa a drogas com potencial de morte e sequelas em longo prazo. Os anticonvulsivantes aromáticos estao entre os medicamentos mais relacionados. Relatamos um caso de DRESS em associaçao com o alelo HLA-A*31:01, destacando aspectos clínico-laboratoriais, abordagem diagnóstica e acompanhamento ambulatorial de sequelas tardias. Homem com 69 anos, natural do Japao, internado com suspeita clínica de DRESS. Havia iniciado carbamazepina 4 semanas antes do rash cutâneo para tratamento de epilepsia. Apresentou biópsia cutânea compatível com farmacodermia. O paciente foi tratado com prednisolona por 4 meses. A tipagem HLA-A-B-DRB1 por PCR-RSSO (ONE LAMBDA) e SSP alelo específico revelou HLA relacionado a reaçoes de hipersensibilidade à carbamazepina. O teste de contato realizado com carbamazepina a 10% no primeiro ano após a reaçao foi positivo. A restriçao futura da classe de anticonvulsivantes aromáticos foi recomendada. Oito meses após a aparente resoluçao clínica da DRESS, o paciente desenvolveu aumento dos anticorpos antitireoideanos e doença de Hashimoto. Treze meses após a o início da reaçao, foi observado aumento nos títulos de FAN, sem manifestaçoes clínicas. Este relato de caso descreve aspectos clínico-laboratoriais típicos de DRESS relativos ao diagnóstico clínico-laboratorial e histopatológico, bem como evoluçao clínica em curto e longo prazos. A abordagem farmacogenética e o teste de contato foram importantes para a confirmaçao da imputabilidade da carbamazepina na etiologia da DRESS.
Descritores: Antígenos HLA, hipersensibilidade a drogas, carbamazepina, DRESS.
Wiskott-Aldrich syndrome with normal-sized platelets
Danddara Morena Gonçalves Silveira; Sarah Angelica Maia; Camila Forestiero; Gesmar Rodrigues Silva Segundo; Débora Carla Chong-Silva; Herberto Jose Chong Neto; Carlos Antônio Riedi; Troy R. Torgerson; Nelson Augusto Rosário
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 422-426
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170062
PDF Português
A Síndrome de Wiskott-Aldrich (WAS) é uma imunodeficiência congênita ligada ao cromossomo X, caracterizada por mutaçoes no gene WAS, responsável pela proteína WASP. As principais manifestaçoes clínicas sao trombocitopenia com plaquetas de volume reduzido, eczema, infecçoes recorrentes e maior incidência de doenças autoimunes e neoplasias. Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino com sintomas clássicos desta síndrome (eczema, trombocitopenia e infecçoes recorrentes), porém com plaquetas de volume normal. Existem poucos relatos desta síndrome em pacientes com plaquetas de volume normal, o que atrasou o encaminhamento do paciente ao imunologista, o qual foi tratado como portador de Síndrome de Evans e dermatite atópica até os quatro anos de idade. A confirmaçao diagnóstica foi por teste genético. O diagnóstico precoce possibilita profilaxia com antibioticoterapia e uso de imunoglobulina endovenosa, devido ao risco de infecçoes graves, e encaminhamento para transplante de células-tronco hematopoiéticas, que até o momento é o único tratamento curativo. A suspeita clínica deve existir em pacientes com trombocitopenia inexplicável, mesmo se as plaquetas tiverem o tamanho normal, associada às outras manifestaçoes da doença.
Descritores: Síndrome de Wiskott-Aldrich, imunodeficiência primária, criança, eczema, trombocitopenia.
A case of allergy to pomegranate and walnut: what is the role of lipid transfer protein Pru p 3?
Alexandra Fernandes; Cristina Madureira; Sylvia Jacob; Susana Lopes; Fernanda Carvalho
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 427-430
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20170063
PDF Português
As proteínas de transferência lipídica (LTPs) sao pan-alergênios responsáveis pela reatividade cruzada entre frutos, vegetais e polens. A Pru p 3 (LTP presente no pêssego) é reconhecida como marcador de gravidade na alergia alimentar. A roma e a noz sao frutos relatados como causas de reaçoes alérgicas devido à existência de LTPs. Reportamos o caso de um adolescente admitido por urticária e edema labial após ingestao de roma, com história prévia semelhante após ingestao de noz. Os testes cutâneos revelaram positividade para extratos comerciais de noz e para a polpa de roma, e foram negativos para gramíneas e pêssego. Apresentava um doseamento de imunoglobulina E (IgE) total de 87,2 UI/mL e IgE específicas (sIgE) para noz e avela positivas. O doseamento de sIgE pelo método ISAC (immuno-solid-phase allergen chip) revelou positividade para os alergênios da avela (Cor a 8), do pêssego (Pru p 3) e da noz (Jug r 3). Nao havia história de reaçao alérgica à ingestao de pêssego. O caso questiona a relevância da sensibilizaçao ao Pru p 3 em doentes nao alérgicos ao pêssego, e se este será o único marcador de reaçao cruzada com a roma.
Descritores: Alergia alimentar, noz, Pru p 3, roma.
Eczema herpeticum: a missing diagnosis
Andressa Zanandréa; Cláudia Castilho Mouco; Mara Giavina-Bianchi; Pedro Giavina-Bianchi
Arq Asma Alerg Imunol 2017;1(4): 431-433
DOI: 10.5935/2526-5393.20170064
PDF Português