Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1)
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The centenary of atopy
Fábio Chigres Kuschnir
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 1-2
DOI: 10.5935/2526-5393.20230001
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Hypersensitivity reactions to vaccines
Ana Karolina Barreto Berselli Marinho; Adriana Azoubel Antunes; Bianca Noleto Ayres Guimarães; Clarissa Morais Busatto Gerhardt; Claudia França Cavalcante Valente; Claudia Leiko Yonekura Anagusko; Emanuel Sarinho; Fátima Rodrigues Fernandes; Gilberto Saciloto; Gisele Feitosa Zuvanov Casado; Irma Cecilia Douglas Paes Barreto; Ronney Corrêa Mendes; Mônica de Araújo Álvares da-Silva; Aluce Loureiro Ouricuri; Lorena de Castro Diniz
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 3-22
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230002
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O desenvolvimento e a ampliação do uso das vacinas durante décadas contribuíram para o controle e erradicação de doenças infecciosas, causando um grande impacto na saúde pública no mundo. A análise de segurança das vacinas percorre criteriosos processos e fases dos estudos clínicos, um dos pilares essenciais para aprovação regulatória e utilização do produto na população. O evento supostamente atribuído à vacinação e imunização (ESAVI), terminologia atual, é definido como qualquer ocorrência médica indesejada após a vacinação que possui, ou não, uma relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico. Cabe ressaltar que eventos adversos mais raros ou inesperados, incluindo os eventos de hipersensibilidade, poderão ocorrer na fase pós-comercialização, quando as vacinas são aplicadas em milhões de pessoas. Neste artigo, serão discutidos os principais aspectos relacionados aos eventos adversos de hipersensibilidade pós-vacinais de interesse do especialista, e os desafios frente ao reconhecimento do agente causal e conduta a ser adotada. Além disso, serão revisados os potenciais alérgenos presentes nas vacinas de uso rotineiro para auxiliar o profissional de saúde na identificação de pacientes com potencial de risco de ESAVI por tais componentes. A atualização do conhecimento acerca da segurança e dos benefícios das vacinas pelos profissionais de saúde, sobretudo em populações especiais, contribui para condutas em imunização mais apropriadas, reduzindo o risco de exposição a um possível alérgeno em pessoas comprovadamente alérgicas às vacinas ou a alguns dos seus componentes, além de evitar contraindicações desnecessárias em eventos coincidentes ou não graves.
Descritores: Hipersensibilidade, vacinas, imunização.
Understanding before incorporating: a portrait of milk allergy programs implemented in Brazil
Cinthya Vivianne de Souza Rocha-Correia, Maria Sueli Soares Felipe
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 23-40
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230003
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Este trabalho objetiva caracterizar a assistência ofertada às crianças com alergia ao leite em programas públicos, e os desafios enfrentados na sua implantação, no contexto da pré-incorporação no Sistema Único de Saúde, de três fórmulas infantis para alergia ao leite. Estudo exploratório, transversal e abordagem quantitativa. Foram avaliados 21 programas/serviços de todas as regiões brasileiras. O principal indutor da criação destes programas foi a judicialização (80,9%), e o fornecimento destas fórmulas especiais foi realizado para crianças com até 2 anos de idade. Os principais desafios para a criação e execução destes programas foram a falta de recursos humanos e financeiros, a falta da contrapartida da União, protocolo unificado para o diagnóstico (Teste de Provocação Oral), e a escolha dos tipos das fórmulas. A estratégia mais adotada para redução dos custos foi a adequação das normas e protocolos (61,9%). Não houve diferença significativa entre os programas estaduais e municipais. Este estudo apresenta uma avaliação inédita e detalhada sobre os programas, trazendo discussões que corroboram a tomada de decisões, o uso racional de recursos públicos, a melhor assistência às crianças e o fortalecimento do sistema de saúde nacional.
Descritores: Sistema Único de Saúde, avaliação de programas e projetos de saúde, continuidade da assistência ao paciente, hipersensibilidade a leite, gestor de saúde.
Risk of asthma exacerbation in adolescent users of electronic nicotine delivery systems: a systematic review and meta-analysis
Anne Karoline Cardozo da Rocha; Andresa Emy Miyawaki; Marina Alves Trombini; Victória Augusta Cavassim Costa Rosa; Raul Cesar Santos Prestes; Thamires Bezerra Costa; Herberto José Chong-Neto; Marilyn Urrutia-Pereira; Dirceu Solé; Nelson Augusto Rosário-Filho; Miguel Morita Fernandes-Silva; Débora Carla Chong-Silva
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 41-48
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230004
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Este trabalho tem como objetivo investigar a associação entreo o uso dos cigarros eletrônicos e doenças pulmonares em adolescentes. Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados PubMed. Os termos Mesh incluídos na busca foram "Electronic Nicotine Delivery Systems" e "Lung Diseases" e sinônimos no título e abstract, com o filtro de idade "child: birth - 18 years", para buscar artigos relacionados ao uso de cigarros eletrônicos e doenças pulmonares em adolescentes. Os critérios de elegibilidade consistiram em: usuários adolescentes, exposição ao cigarro eletrônico e doença pulmonar como desfecho. Os artigos foram selecionados por uma revisão pareada de maneira independente, primeiramente com a leitura dos títulos e resumos, seguida da leitura integral dos artigos selecionados, os quais foram analisados pela ferramenta New Castle-Ottawa quanto sua qualidade, e receberam entre 5 e 7 estrelas. Os dados encontrados foram extraídos para a realização da metanálise. Inicialmente foram encontrados 61 artigos, sendo seis considerados elegíveis, todos transversais e com aplicação de questionários. Na metanálise foi encontrada uma associação significativa entre o uso de cigarro eletrônico e exacerbação de asma (OR ajustado 1,44; IC 95% 1,17-1,76). Não foram encontrados estudos que avaliassem a associação do cigarro eletrônico e outras doenças pulmonares, incluindo EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury), em adolescentes. Na metanálise foi encontrada uma associação significativa entre exacerbações de asma e uso de cigarros eletrônicos em adolescentes com asma crônica e nos previamente hígidos.
Descritores: Asma, adolescente, sistemas eletrônicos de liberação de nicotina, pneumopatias.
Comparative effects of aerobic, combined, and intermittent exercise in children and adolescents with asthma: a systematic review
Denise Lautenschleger Fischer; Kamila de Lima Souza; Mauro Henrique Moraes Vargas
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 49-59
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230005-en
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A asma é uma doença crônica, com patogênese e etiologia heterogêneas. Considera-se o quadro inflamatório como um dos principais desencadeantes do broncoespasmo e obstrução das vias aéreas, os quais levam às manifestações clínicas. Sugere-se que os exercícios físicos sejam uma terapêutica importante para evitar distúrbios cardiovasculares, musculoesqueléticos e psicossociais, e ajudar no controle da doença. O objetivo deste estudo é analisar os efeitos comparativos dos exercícios físicos aeróbicos, combinados (resistência e aeróbico) e intermitentes na capacidade funcional, função pulmonar e qualidade de vida das crianças e adolescentes com asma, identificando também as possíveis relações dos exercícios com outros parâmetros funcionais e componentes inflamatórios característicos da asma. As fontes de buscas utilizadas foram PEDro, LILACS, PubMed e Cochrane Library/Central, dos quais selecionou-se apenas ensaios clínicos randomizados, em crianças e adolescentes com o diagnóstico de asma, com idade entre 6 e 17 anos, publicados nos últimos dez anos, nas línguas inglesa e portuguesa. Foram identificadas 8.136 referências, sendo que destas, apenas três preencheram os critérios de inclusão. Considerando o tempo de intervenção, o exercício aeróbico apresentou melhores resultados referente à capacidade funcional. Em relação ao parâmetro comum utilizado para avaliar a função pulmonar, o exercício intermitente foi o único a obter alterações significativas. Quanto à qualidade de vida, o exercício intermitente obteve resultados superiores, e os exercícios combinados destacam-se pela melhora musculoesquelética. A prática de exercícios físicos pode ser uma boa estratégia, não farmacológica, para reduzir as consequências desta patologia.
Descritores: Asma, exercício físico, criança, adolescente.
Educational interventions for atopic dermatitis in children: what's new?
Renata Robl Imoto; Thais Braga Cerqueira; Vânia Oliveira de Carvalho
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 60-68
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230006
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A educação dos cuidadores dos pacientes com dermatite atópica (DA) pode possibilitar a melhora da qualidade de vida e minimizar a gravidade da doença, já que esta tem um imensurável impacto emocional, social e financeiro nas famílias dos doentes. Entretanto, não há um consenso de qual o escopo ideal e frequência para a entrega das informações educativas sobre a patologia e terapêutica. Esta é uma revisão integrativa de literatura cujo objetivo foi avaliar estudos sobre a eficácia de intervenções educativas para pais e pacientes pediátricos com DA na gravidade da doença e na qualidade de vida. Foi realizada uma busca nas bases de dados do PubMed e MEDLINE, em acesso realizado em 08/08/2022, incluindo publicações de 2000 a 2022, nos idiomas português e inglês, incluindo os termos: "atopic dermatitis", "education program", "therapeutic education". Foram incluídos 15 artigos nesta revisão. As metodologias dos estudos são diversas e as ferramentas utilizadas pelos pesquisadores também são heterogêneas, o que dificulta a comparação dos resultados. Dos temas abordados, o cuidado da pele e/ou rotinas básicas foram temas sempre incluídos. E, apesar da literatura demonstrar melhora na gravidade da doença e na qualidade de vida dos cuidadores e pacientes com DA após as intervenções, isso não foi um consenso entre os autores. A educação terapêutica pode ser útil para aumentar a adesão ao tratamento e prevenção de complicações; porém, estudos prospectivos com casuística maior são primordiais para esclarecer qual o escopo ideal e frequência para a entrega destas informações.
Descritores: Dermatite atópica, criança, educação.
Mast cells and mast cell activation syndrome: what's new?
Sofia Couto; Tiago Rama; Catarina Martins; Luís Miguel Borrego
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 69-77
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230007
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Os mastócitos são as principais células efetoras da resposta alérgica aguda, desempenhando também um papel importante na angiogênese, tolerância imunológica, regulação da fibrinólise, regeneração neuronal e osteoclastogênese. Localizam-se maioritariamente na pele e nas mucosas do intestino e pulmões, onde exercem uma função "sentinela". As síndromes de ativação mastocitária são caracterizadas pela ocorrência de episódios recorrentes de manifestações clínicas resultantes da libertação de mediadores mastocitários. Esta constitui-se como entidade complexa com um espectro de sintomas associados, representando um desafio diagnóstico e terapêutico. Nesta revisão, os autores pretendem apresentar uma visão geral sobre a estrutura e função dos mastócitos e sobre os critérios diagnósticos e abordagem terapêutica da síndrome de ativação mastocitária.
Descritores: Mastócitos, mastocitose, síndrome de ativação mastocitária.
Translation and validation of the Drug Hypersensitivity Quality of Life Questionnaire (DrHy-Q) to Brazilian Portuguese
Denise Neiva Santos de Aquino; Ligia Maria de Oliveira Machado; Inês Cristina Camelo Nunes; Ilaria Baiardini; Luis Felipe Ensina; Dirceu Solé
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 78-88
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230008
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INTRODUÇÃO: A hipersensibilidade a fármacos é uma condição clínica debilitante, acompanhada de experiência emocional intensa e pode afetar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). A repercussão das reações de hipersensibilidade a drogas (RHD) na qualidade vida (QV) pode ser verificada pela utilização de questionário específico, o Drug Hypersensitivity Quality of Life Questionnaire (DrHy-Q), desenvolvido originalmente na língua italiana. O objetivo foi traduzir, adaptar transculturalmente e validar a versão do DrHy-Q para a língua portuguesa (cultura brasileira, DrHy-Qb), verificando a consistência interna, validação de constructo e reprodutibilidade do DrHy-Qb, como instrumento específico de avaliação da QV nos pacientes brasileiros com hipersensibilidade a fármacos.
MÉTODOS: A adaptação do questionário consistiu na tradução e retrotradução realizadas de forma independente por três tradutores bilíngues, seguidas por pré-teste. A versão final, DrHy-Qb juntamente com o questionário de qualidade de vida resumido (SF-36), foi respondido por 84 pacientes (69% feminino, 40,3±15,2 anos) acompanhados em ambulatório especializado. Na análise fatorial, a validação de constructo foi realizada pelo cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, de consistência interna pelo coeficiente alfa de Cronbach, e da reprodutibilidade pelo coeficiente de correlação intraclasse.
RESULTADOS: A análise estatística evidenciou consistência interna (α = 0,936) e reprodutibilidade (r: 0,984; IC95% = 0,963-0,993; p < 0,001) excelentes. A correlação entre o DrHy-Qb e o SF-36 total foi negativa e moderada (r = -0,394; p < 0,01).
CONCLUSÕES: O DrHy-Qb foi adequadamente traduzido, adaptado e validado para a cultura brasileira, podendo ser útil na avaliação da qualidade de vida dos pacientes com hipersensibilidade a fármacos.
Descritores: Hipersensibilidade a drogas, inquéritos e questionários, qualidade de vida, idioma, estudo de validação.
Levels of airborne soy allergen Gly m 1 in Maringá, PR, Brazil
Cinthya Covessi Thom de Souza; Nelson Augusto Rosario Filho; Ernesto Akio Taketomi; Juliana Silva Miranda; Ricardo Henrique Moreton Godoi
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 89-95
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230009
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INTRODUÇÃO: O conhecimento da aerobiologia local é fundamental para o alergista. Os aeroalérgenos são capazes de sensibilizar e levar ao desenvolvimento de doenças respiratórias alérgicas, portanto devem ser monitorados rotineiramente, tendo em vista possíveis mudanças locais conforme alterações climáticas, poluição e atividades agroindustriais.
OBJETIVO: Verificar a presença e concentração do alérgeno principal da poeira da casca da soja (Gly m 1) na atmosfera da cidade de Maringá-PR e possíveis associações aos fatores climáticos. A escolha da soja deve-se a alta prevalência desta cultura no Brasil e nesta região do país. Até o presente momento, há apenas um estudo piloto feito por este mesmo grupo avaliando a presença deste alérgeno no Brasil.
MÉTODOS: Foram realizadas coletas de material atmosférico, durante o período de março de 2017 a março de 2018, durante 24 ou 48 horas distribuídas no decorrer do período, totalizando 70 amostras, das quais 10 foram excluídas por problemas técnicos de coleta. As amostras foram avaliadas pelo método ELISA (Enzyme linked immunosorbent assay) para Gly m 1, sendo que todas as amostras apresentaram níveis detectáveis do alérgeno.
RESULTADOS: A mediana de concentração de Gly m 1 foi de 4,89 ng/m3. Os valores encontrados variaram de 0,66 ng/m3 a 1826,1 ng/m3. Das 60 amostras analisadas, 23% delas apresentaram valores superiores a 90 ng/m3, sendo os meses de junho/2017 e março/2018 com concentrações mais elevadas. Houve correlação positiva das concentrações de Gly m 1 com as temperaturas máxima, média e mínima, umidade relativa, vento e insolação.
CONCLUSÃO: Os dados evidenciam exposições constantes da população ao alérgeno do Gly m 1, por vezes em níveis elevados possivelmente capazes de gerar sensibilização e sintomas.
Descritores: Alérgenos, soja, amostras de ar, ELISA.
Polymorphism in cytolytic pathway genes in patients with pediatric inflammatory multisystemic syndrome temporally associated with SARS-CoV-2
Aline Cristina Zanchettin; Laire Schidlowski; Anderson Azevedo Dutra; Vanessa Liberalesso; Ana Paula de Oliveira Pacheco; Heloisa Ilhe Garcia Giamberardino; Victor Horácio de Souza Costa-Junior; Aline Simoneti Fonseca; Luciane Regina Cavalli; Lúcia Noronha; Carolina Cardoso Mello Prando; Cleber Machado Souza
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 96-102
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230010-en
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INTRODUÇÃO: A síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica temporariamente associada ao SARS-CoV-2 (SIMP-TS) é uma doença hiperinflamatória sistêmica que ocorre em um pequeno número de crianças após serem infectadas pelo SARS-CoV-2. A síndrome de ativação de macrófagos (SAM), uma condição agressiva caracterizada pela inflamação excessiva e ativação de macrófagos bem diferenciados, demonstrou ocorrer em pacientes infectados por SARS-CoV-2. Considerando as semelhanças clínicas e fisiopatológicas entre essas doenças, neste estudo o nosso principal objetivo foi determinar se polimorfismos gênicos associados à SAM também estavam presentes em pacientes com SIMP-TS.
MÉTODOS: DNA de dez pacientes pediátricos com SIMP (grupo caso) e dez pacientes COVID-19 sem SIMP (grupo controle) foram genotipados por análise de PCR em tempo real (tecnologia TaqMan®) para polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em quatro genes selecionados associados com SAM: perforina 1 (PRF1), granzima B (GZMB), sintaxina 11 (STX11) e proteína de ligação de sintaxina 2 (STXBP2). A análise dos SNPs foi realizada utilizando o modelo aditivo, dominante e recessivo.
RESULTADOS: Uma frequência significativamente maior de um SNP (alelo selvagem C em rs6573910) no gene GZMB foi observada pelos modelos aditivo e dominante no grupo SIMP quando comparado aos controles. Além disso, uma significância limítrofe foi observada para o alelo G em rs7764017 do gene STX11 no grupo SIMP pelo modelo aditivo.
CONCLUSÕES: Nosso estudo indicou a presença de dois polimorfismos em genes associados à SAM (GZMB e STX11) em pacientes que desenvolveram SIMP-TS. Uma vez validada a presença desses SNPs em um número maior de casos de SIMP-TS, eles podem ser usados como potenciais biomarcadores para a identificação precoce de pacientes pediátricos com maior probabilidade de desenvolver SIMP-TS associado à infecção por SARS-CoV-2.
Descritores: COVID-19, síndrome multissistêmica inflamatória pediátrica, síndrome de ativação macrofágica, linfo-histiocitose hemofagocítica, polimorfismo de nucleotídeo único, polimorfismos.
Bioequivalence of 2 formulations of montelukast (5 mg chewable tablet) in the fasting state: an open-label randomized, single-dose, 2-period, crossover study
Paulo Alexandre Rebelo Galvinas; Simone Grigoletto Schramm; Carlos Eduardo Sverdloff; Claudia Viana; Vinicius Marcondes Rezende; Guilherme Araújo Pinto; Klaus Nunes Ficher; Fernando Bastos Canton Pacheco
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 103-108
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230011-en
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INTRODUÇÃO: O montelucaste, um antagonista seletivo e ativo dos receptores de leucotrienos, é um dos agentes mais comumente usados na prática clínica no tratamento da asma, tanto em adultos quanto em crianças.
OBJETIVO: Avaliar se os perfis farmacocinéticos de duas formulações de montelucaste eram semelhantes após uma dose única de comprimidos mastigáveis de 5 mg, administrados por via oral em jejum, coletando amostras de sangue desde antes da administração até 36 horas depois disso.
MÉTODOS: Estudo comparativo randomizado, 2 sequências e 2 períodos, cruzado, de dois medicamentos em comprimidos mastigáveis: Singulair®, fornecido pela Merck Sharp e Dohme Farmacêutica Ltda. (referência) e Montelucaste 5 mg, fabricado pela Eurofarma Laboratórios S.A. (teste). Amostras de plasma obtidas de 35 indivíduos elegíveis foram analisadas para montelucaste por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massa em tandem, tendo Montelucaste-d6 como padrão interno. As concentrações máximas de montelucaste foram 299,313±11,039 ng/mL para referência e 279,803±10,085 ng/mL para formulação de teste.
RESULTADOS: A análise estatística não mostrou diferenças significativas para AUC0-36h, AUC0-inf e nem para Cmax entre as formulações, apresentando as razões Teste/Referência: 102,458 para AUC0-36h, 102,522 para AUC0-inf e 93,490 para Cmax. Nenhum evento adverso grave foi relatado durante o estudo. De acordo com a regulamentação brasileira, o atual estudo farmacocinético demonstrou bioequivalência entre os agentes individuais e forneceu evidências de bioequivalência entre Singulair® e Montelukast fabricado pela Eurofarma.
CONCLUSÕES: Os resultados mostraram que os novos comprimidos genéricos são clinicamente seguros e podem ser trocados pela marca original. O montelucaste da Eurofarma oferece uma opção de tratamento mais barata, segura e eficaz para indivíduos com asma ou rinite alérgica.
Descritores: Montelucaste, farmacocinética, asma, equivalência terapêutica.
Pork-cat syndrome as cause of anaphylactic reaction to well-cooked meat
Inês Sangalho; Susana Palma-Carlos; Paula Leiria Pinto; Borja Bartolomé
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 109-113
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230012-en
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A síndrome gato-porco é rara e ocorre em doentes alérgicos ao pêlo de gato, envolvendo reatividade cruzada entre as albuminas séricas (AS) de gato e de porco. Normalmente, a doença respiratória a pêlo de gato precede a alergia alimentar, sugerindo uma sensibilização primária à albumina sérica de gato. Uma vez que estas proteínas são termolábeis, as reações tendem a ser mais graves com carnes menos cozidas. Mulher de 27 anos com rinoconjuntivite persistente moderada a grave desde a infância que refere duas reações imediatas mucocutâneas após ingestão de pequenas quantidades de carne de porco. Os testes cutâneos por picada com extratos comerciais mostraram sensibilização à carne de porco e os testes prick-to-prick confirmaram sensibilização à carne de porco e de vaca cruas. A IgE específica (sIgE) foi positiva para carne de porco, e o ensaio ISAC mostrou sensibilização a Fel d 2. Foram realizados ensaios de immunoblotting SDS-PAGE IgE com extratos de carne de porco crua e cozidas que detectaram uma banda de 60 kDA. Nos ensaios de inibição por immunoblotting a albumina sérica de gato produziu uma inibição total da ligação da IgE ao extrato de carne de porco. A doente realizou duas provas de provocação oral com carne de porco e de vaca cozidas, ambas positivas com desenvolvimento de reação anafilática. A história clínica, os testes in-vivo e in-vitro levaram ao diagnóstico de síndrome gato-porco com reatividade cruzada clínica a outras albuminas séricas de mamíferos. A síndrome gato-porco é rara e pode causar reações fatais. Este caso frisa a importância da realização de provas de provocação oral com outras carnes de mamíferos bem cozidas em doentes com esta síndrome, de forma a estabelecer um limiar de tolerância e evitar possíveis reações anafiláticas inesperadas.
Descritores: Reatividade cruzada, albumina sérica, severidade, síndrome gato-porco.
Reactive arthritis after COVID-19: a case report
Marcelle Raschik Riche; Henrique Maciel Vieira de Moraes; Wanda Vianna Mury
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 114-117
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230013
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As complicações associadas à COVID-19 incluem insuficiência renal, miocardite, eventos trombóticos e retinite. No entanto, outras manifestações, como a artrite reativa, também parecem estar atreladas a este vírus e precisam ser mais bem investigadas. O caso relatado se refere a uma paciente de 32 anos, do sexo feminino, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), que desenvolveu um quadro de artrite reativa após 5 dias da manifestação de sintomas gripais. Foram realizados exames laboratoriais, GeneXpert para COVID-19 e punção do líquido sinovial. Observou-se GeneXpert positivo para COVID-19, aumento nos marcadores inflamatórios, marcadores sorológicos de autoimunidade não reagentes e cultura negativa no líquido sinovial. Esses resultados descartam artrite séptica, bem como artrite reumatoide, passando a ser considerado o quadro de artrite pós-infecciosa decorrente do SARS-CoV-2.
Descritores: Artrite reativa, COVID-19, autoimunidade.
Hemophagocytosis in peripheral blood culture preceding hemophagocytosis in bone marrow biopsy in secondary hemophagocytic syndrome
Bruno Macedo Pinto; Cristina Han Hue Lin; Tainá Mosca; Ademir Veras da Silva; Gustavo Nunes Wakim; Wilma Carvalho Neves Forte
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 118-122
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230014
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A síndrome hemofagocítica é determinada por desregulação do sistema imunológico, caracterizada por ativação excessiva de macrófagos, resultando em fagocitose de células sanguíneas normais no fígado, baço e medula óssea. Pode ser primária (genética) ou secundária (adquirida). Em adultos quase sempre é secundária, tendo infecções, neoplasias e doenças autoimunes como frequentes desencadeadores. Entre as principais manifestações da síndrome estão febre prolongada e hepatoesplenomegalia. O diagnóstico até o momento é confirmado pelo achado de hemofagocitose em biópsia de medula óssea. Entretanto, é descrito que a biópsia de medula óssea é normal nos primeiros dias de manifestações da síndrome. O presente relato tem como objetivo mostrar a observação de hemofagocitose em cultura de células de sangue periférico de paciente de 29 anos precedendo a hemofagocitose em biópsia de medula óssea. A paciente apresentava diferentes infecções, com grave comprometimento do estado geral e sem melhora com o tratamento das infecções. O achado laboratorial permitiu o tratamento precoce da síndrome hemofagocítica e a melhora da paciente. No presente relato a técnica utilizada está descrita detalhadamente para que possa ser reproduzida, além de ser apresentada uma revisão não sistemática da literatura sobre a síndrome.
Descritores: Linfo-histiocitose hemofagocítica, hiperferritinemia, infecção persistente.
Myasthenia gravis in the complex scenario of LRBA-related immune dysregulation
Marcela Santarelli Casella; Roberta Ismael Lacerda Machado; Igor Braga Farias; Bruno de Mattos Lombardi Badia; Paulo de Lima Serrano; José Marcos Vieira de Albuquerque-Filho; Glenda Barbosa Barros; Hélvia Bertoldo de Oliveira; Samia Rogatis Calil; Isabela Danziato Fernandes; Roberta Correa Ribeiro; Wladimir Bocca Vieira de Rezende Pinto; Paulo Victor Sgobbi de Souza; Acary Souza Bulle Oliveira
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 123-126
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230015-en
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Doenças autoimunes foram progressivamente reconhecidas como complicações potenciais das imunodeficiências primárias, especialmente para alguns subtipos genéticos das imunodeficiências comuns variáveis. Embora se associe comumente a outras doenças autoimunes, a Miastenia gravis autoimune adquirida foi raramente associada como complicação neuromuscular de imunodeficiências primárias. É descrito neste artigo o caso de paciente brasileira do sexo feminino com diagnóstico de Imunodeficiência Comum Variável tipo 8 por variante no gene LRBA, na qual foi identificada Miastenia gravis em associação a anticorpos antirreceptor de acetilcolina. Ela evoluiu com marcante melhora clínica após a introdução de terapêutica com imunoglobulina endovenosa.
Descritores: Miastenia gravis, imunodeficiência de variável comum, doenças do sistema imunitário, doenças autoimunes.
The forbidden fruit, a case of oral allergy
Inês Falcão; Leonor Cunha
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 127-129
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20230016
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Trinta a 60% das alergias alimentares em adolescentes e adultos são associadas à alergia ao pólen e estão incluídas na síndrome pólen-frutas (SPF). Esta síndrome é caracterizada por sintomas alérgicos provocados pela ingestão de frutas ou vegetais frescos em pacientes com rinite/rinoconjuntivite alérgica sazonal. Os autores apresentam o caso clínico de um adolescente que após sensibilização primária através de pólens de gramíneas e oliveira manifestou posteriormente, por reatividade cruzada, sintomas de alergia oral com a ingestão de frutas frescas. Após recurso ao método de diagnóstico Immuno-Solid-Phase Allergen Chip (ISAC) verificou-se que as profilinas foram as proteínas responsáveis pela reatividade cruzada.
Descritores: Síndrome, pólen, frutas, adolescente, profilina.
Proficiency testing for the skin prick test: the pressing need for quality certification among ASBAI specialists
Herberto José Chong-Neto
Arq Asma Alerg Imunol 2023;7(1): 130-131
DOI: 10.5935/2526-5393.20230017
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