Logo ASBAI

Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

Julho-Setembro 2022 - Volume 6  - Número 3

Vol. 6 - Nº 3


Baixe o
arquivo completo


 PDF Português

 PDF Inglês

Editorial

1 - Asma na infância: a adesão ao tratamento é fundamental para atingir-se o controle?

Childhood asthma: is adherence to treatment essential for achieving control?

Dirceu Solé

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 305-306

DOI: 10.5935/2526-5393.20220034

PDF Português PDF Inglês

ARTIGO ESPECIAL

2 - Atualização em reações de hipersensibilidade aos anti-inflamatórios não esteroidais - Parte 1: definições, farmacologia, epidemiologia, fisiopatologia e fatores genéticos

Update on hypersensitivity reactions to nonsteroidal anti-inflammatory drugs - Part 1: definitions, pharmacology, epidemiology, pathophysiology, and genetics

Marcelo Vivolo Aun; Rosana Câmara Agondi; Diogo Costa Lacerda; Ullissis Pádua Menezes; Maria Inês Perelló; Adriana Teixeira Rodrigues; Ana Carolina D'Onofrio-Silva; Tânia Maria Gonçalves Gomes; Luiz Alexandre Ribeiro da-Rocha; Denise Neiva Santos de Aquino; Fernanda Casares Marcelino; Gladys Queiroz; Maria Fernanda Malaman; Inês Cristina Camelo-Nunes; Mara Morelo Rocha Felix

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 307-317

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220035

PDF Português PDF Inglês

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) estão entre os medicamentos mais utilizados no mundo e são os fármacos mais frequentemente associados à ocorrência de reações de hipersensibilidade na América Latina. As reações têm grande variabilidade de apresentações clínicas e, consequentemente, com abordagem terapêutica difícil. Nesta revisão, abordamos aspectos farmacológicos dos AINE, bem como as definições, epidemiologia e fisiopatologia das reações de hipersensibilidade aos AINE. Por fim, discutimos aspectos genéticos associados à intolerância e alergia a esses fármacos.

Descritores: Anti-inflamatórios não esteroidais, hipersensibilidade, farmacologia/fisiopatologia, genética.

Artigos de Revisão

3 - Reações adversas aos anticorpos monoclonais para doenças alérgicas

Adverse reactions to monoclonal antibodies in allergic diseases

Sérgio Duarte Dortas-Junior; Aldo José Fernandes Costa; Marta de Fátima Rodrigues da Cunha Guidacci; Filipe W. Sarinho; Faradiba Sarquis Serpa; Eduardo Costa Silva; João Negreiros Tebyriça; Nelson Augusto Rosario-Filho; Norma de Paula M. Rubini; Régis de Albuquerque Campos

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 318-324

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220036

PDF Português PDF Inglês

A utilização de agentes imunobiológicos em alergia e imunologia tem sido cada vez mais frequente nos últimos anos, emergindo como potencialmente eficazes para o tratamento de doenças alérgicas e de hipersensibilidade. O uso de imunobiológicos em doenças alérgicas está recomendado nas formas graves onde a eficácia, segurança e custo-efetividade estão comprovados. O objetivo deste artigo é sintetizar os efeitos adversos mais comuns ou significativos, incluindo as reações de hipersensibilidade aos principais anticorpos monoclonais aprovados para o tratamento de doenças alérgicas licenciados e comercializados no Brasil até o momento.

Descritores: Anticorpos monoclonais, asma, efeitos colaterais e reações adversas relacionados a medicamentos, dermatite atópica, urticária.

4 - Aspectos evolutivos dos fenômenos imunopatológicos com ênfase na COVID-19

Evolutionary aspects of immunopathological phenomena with emphasis on COVID-19

Selma Giorgio; Pedro Henrique Gallo-Francisco

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 325-330

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220037

PDF Português PDF Inglês

A seleção natural é o principal mecanismo da evolução das espécies, e favorece fenótipos com defesas imunes efetivas contra patógenos. Entretanto, há uma grande variação das respostas imunes entre os indivíduos da espécie humana e a ocorrência de fenômenos imunopatológicos. A infecção com o vírus da família Coronaviridae, SARS-CoV-2, responsável pela doença conhecida como COVID-19, induz a respostas imunes inflamatórias exacerbadas e à tempestade de citocinas, nos casos graves. Nesta revisão discutiremos, à luz da Evolução, esse aparente paradoxo entre as respostas imunes, e os três principais fatores que contribuem para a manutenção dos fenótipos hiperativos: o custo-benefício das respostas imunes, a coevolução e a história de vida da espécie.

Descritores: SARS-CoV-2, citocinas, evolução biológica.

5 - Inibidores de JAK no tratamento da dermatite atópica

JAK inhibitors in the treatment of atopic dermatitis

Luiza de Bortolli Nogueira; Débora Carla Chong-Silva; Nelson Augusto Rosário Filho; Herberto José Chong-Neto

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 331-343

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220038

PDF Português PDF Inglês

A dermatite atópica é a doença inflamatória cutânea mais prevalente mundialmente. A via JAK/STAT tem papel importante no mecanismo da doença e as pequenas moléculas inibidores de JAK são fármacos com grande potencial de uso na dermatite atópica. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura na base de dados PubMed, utilizando os termos "atopic dermatitis" e/ou "JAK inhibitors" e/ou "small molecules" entre 2017 e 2022. Foram incluídos os resultados disponíveis de estudos de fase 3, avaliando o uso de inibidores de JAK em apresentações tópicas e sistêmicas. Entre 646 estudos, foram selecionados 37 em humanos que avaliaram a eficácia e segurança dos inibidores de JAK. Os resultados do uso, quando bem indicados, mostraram-se positivos e em alguns casos superiores a outros tratamentos já preconizados para o controle da dermatite atópica, com um bom perfil de segurança.

Descritores: Dermatite atópica, inibidores de JAK, pequenas moléculas.

Artigos Originais

6 - Qualidade de vida de acordo com o controle e gravidade da asma em pacientes pediátricos atendidos em um hospital em Belém do Pará

Quality of life according to asthma control and severity in pediatric patients at a hospital in Belém do Pará, north of Brazil

Maria Emilia da Silva Coelho; Gabriele Arja de Abreu; Mariane Cordeiro Alves Franco; José Tadeu Colares Monteiro; Lilian França dos Santos Monteiro Pereira

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 344-353

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220039

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: A asma é uma doença inflamatória obstrutiva crônica que, mesmo com baixa letalidade, pode prejudicar a qualidade de vida das crianças e adolescentes. Estabelecer o quanto a gravidade da asma e o seu controle podem influenciar na qualidade de vida dos pacientes pode auxiliar em um melhor desfecho para os pacientes.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida em crianças asmáticas de acordo com o controle de sintomas e a gravidade da doença.
MÉTODOS: Estudo transversal com inclusão de crianças asmáticas de 7 a 13 anos de idade acompanhadas no ambulatório de pneumologia pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPa). Dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de uma ficha de identificação e do prontuário. O controle de sintomas foi avaliado pelo Teste de Controle da Asma e a gravidade foi determinada com base nos critérios do Global Initiative for Asthma. Para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ).
RESULTADOS: Foram entrevistados 45 pacientes (57,7% meninos) com média de idade de 9,53±1,89 e mediana de 9 anos. Destes, 19, 11 e 15 foram classificados, respectivamente, com asma controlada (AC), asma parcialmente controlada (APC) e asma não controlada (ANC). Quanto à gravidade, 25, 19 e 1 foram classificados, respectivamente, com asma leve (AL), asma moderada (AM) e asma grave (AG). O grupo AC, quando comparado ao APC e ANC, apresentou maiores valores no escore geral do PAQLQ e em todos os domínios (p < 0,05). Quanto à adesão ao tratamento, verificou-se que pacientes com adesão terapêutica têm aproximadamente três vezes mais chance de ter prejuízo mínimo ou ausente na qualidade de vida do que pacientes não aderentes.
CONCLUSÃO: Crianças asmáticas têm comprometimento da qualidade de vida relacionado ao inadequado controle dos sintomas e à não adesão terapêutica.

Descritores: Asma, qualidade de vida, criança.

7 - Mudanças na sazonalidade de polens de Poaceae em Curitiba

Seasonal changes in Poaceae pollen counts in Curitiba, south of Brazil

Juliana Francis de Camargo; Ricardo H. M. Godoi; Cristine Secco Rosário; Nelson Augusto Rosario

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 354-359

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220040

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: Doenças alérgicas afetam de 10 a 30% da população mundial, e polens são frequentes desencadeantes. A polinose é doença decorrente da sensibilização ao pólen e é a forma sazonal da rinite alérgica e/ou asma mediada pela imunoglobulina E (IgE). A família Poaceae tem o maior número de gêneros de plantas que contribuem para a polinose, pois liberam alta quantidade de pólen na atmosfera e são largamente distribuídas.
OBJETIVO: O presente trabalho quantificou a concentração de polens da família Poaceae na atmosfera de Curitiba e comparou a curva de distribuição de polens com os dados das décadas de 1980 e 90. Também classificou a concentração diária de pólen de gramíneas segundo a National Allergy Bureau (NAB).
MÉTODO: O equipamento de amostragem foi o captador volumétrico Hirst, instalado a uma altura de aproximadamente 25 metros.
RESULTADOS: O pico de concentração diária de pólen total ocorreu no começo do mês de agosto, correspondendo a 302 grãos/m3. O mês de agosto também concentrou oito dos maiores picos diários de pólen total, sendo sete deles superiores a 200 grãos/m3. Foi encontrado pólen Poaceae ao longo de todo o ano e o maior pico de concentração foi de 27 grãos/m3 em agosto e setembro. Nas décadas de 80 e 90, os picos de polens foram no mês de novembro e período de polinização entre outubro e abril. Isso não foi observado no ano de 2018, uma vez que a época de polinização das gramíneas se adiantou, com início em agosto, e o pico de concentração foi em de agosto e setembro.
CONCLUSÃO: Este estudo mostra que houve mudança na estação polínica. Os dois picos de dispersão de polens de Poaceae se repetem ao longo dos anos, mas têm sido encontrados em outros meses. Pacientes com alergia a polens podem ter sintomas por exposição fora das estações determinadas anteriormente.

Descritores: Pólen, rinite alérgica sazonal, conjuntivite alérgica.

8 - Avaliação da adesão ao tratamento da asma em crianças: a influência do atendimento especializado

Assessment of asthma treatment adherence in children: the influence of specialized care

Rafael Aureliano Serrano; Isabela Grazia de Campos; Bárbara Padilha Aroni; Jessé Lana; Carlos Antônio Riedi; Herberto Jose Chong-Neto; Débora Carla Chong-Silva; Nelson Augusto Rosario-Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 360-368

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220041

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO:A asma é a doença crônica mais prevalente na infância. O controle da doença é desafiador, porém fundamental para evitar exacerbações graves e danos em longo prazo. Estudos em adultos já mostraram que a baixa adesão medicamentosa, bem como aos cuidados do ambiente, impactam no controle da doença.
OBJETIVO: Conhecer a adesão ao tratamento da asma na população pediátrica e associá-lo ao controle da doença e outras variáveis clínicas.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional transversal onde foram incluídos 104 pacientes com asma, acompanhados no Serviço de Alergia, Imunologia e Pneumologia Pediátrica do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Foram realizadas entrevistas com base em questionários sobre adesão ao uso de medicação, controle ambiental e crenças populares sobre a asma.
RESULTADOS: Foi possível identificar uma correlação positiva entre pacientes que acreditavam em um ou mais mitos sobre a asma e pior adesão ao uso da medicação (p = 0,025). Também foi possível identificar uma relação significativa, entre uma boa adesão à medicação e o controle total da asma (p = 0,038) medido pelo Asthma Control Test (ACT) de 25 pontos. Cinquenta e um por cento dos participantes entrevistados relatou boa e ótima adesão ao controle de ambiente.
CONCLUSÃO: A adesão e o controle de ambiente avaliados foram satisfatórios na população de crianças asmáticas de um ambulatório de referência. As crenças populares mostraram influência na adesão e no controle da asma dos pacientes entrevistados. Os achados reforçam a importância da comunicação assertiva entre médico e paciente, bem como do papel da educação da asma também voltada para a população pediátrica.

Descritores: Asma, criança, tratamento farmacológico, adesão à medicação.

9 - Anafilaxia durante o primeiro ano de vida em pacientes com alergia à proteína do leite de vaca

Anaphylaxis during the first year of life of infants with cow's milk protein allergy

Giovanna Hernandes y Hernandes; Larissa Marinovich; Rosane Vieira; Cynthia Mafra Fonseca de Lima; Cleonir de Morais Lui Beck; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula Beltran Moschione Castro

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 369-375

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220042

PDF Português PDF Inglês

OBJETIVO: Descrever as manifestações de anafilaxia precoce em lactentes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e descrever as condutas terapêuticas utilizadas.
MÉTODO: Estudo observacional transversal retrospectivo que analisou pacientes com APLV atendidos no Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da FMUSP, entre 1990-2015, que apresentaram sintomas de alergia no primeiro ano de vida, com diagnóstico de anafilaxia, comparados a pacientes alérgicos sem anafilaxia desencadeada por ingestão de leite de vaca. Os pacientes foram caracterizados de maneira epidemiológica, tipo de sintoma apresentado e tratamento realizado. Os dados foram analisados no programa estatístico GraphPad software Inc. Para avaliar a associação entre categorias, foi utilizado o Teste Exato de Fisher, e para comparações entre grupos, o Teste de Mann Whitney. Os resultados de p < 0,05 foram considerados significativos.
RESULTADOS: De um total de 120 crianças avaliadas (68 M:52 F), 85 (70,83%) lactentes preencheram os critérios da World Allergy Organization (WAO) para anafilaxia. As manifestações de alergia IgE mediada foram prioritariamente cutâneas [102 (85%)]. Nos pacientes com diagnóstico de anafilaxia, as principais manifestações foram urticária [39 (45,8%)], vômito [36 (42,3%)] e dispneia [19 (22,3%)]. A recorrência do episódio de anafilaxia ocorreu em 41 (34,16%) pacientes. A adrenalina (45%) e o anti-histamínico (63,3%) foram os medicamentos mais utilizados. Observa-se também que 6 (7%) pacientes com diagnóstico de anafilaxia não receberam nenhum tratamento.
CONCLUSÃO: Anafilaxia no primeiro ano de idade apresenta quadro clínico semelhante aos pacientes mais velhos, mas ainda há elevada taxa de recorrência de episódios e subtratamento. Mais estratégias de educação precisam ser desenvolvidas.

Descritores: Anafilaxia, hipersensibilidade ao leite, hipersensibilidade alimentar.

10 - Dificuldades do diagnóstico de rinite alérgica em lactentes: revisão sistemática

Difficulties in diagnosing allergic rhinitis in infants: a systematic review

Juliana Asfura Pinto Ribeiro; Alana Ferraz Diniz; Georgia Véras De Araujo; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 376-382

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220043

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: Rinite alérgica em lactentes é uma condição negligenciada, principalmente pelo seu diagnóstico desafiador.
OBJETIVO: O presente estudo propõe identificar os métodos de investigação usados para o diagnóstico de rinite alérgica em lactentes.
MÉTODO: Dois examinadores, de forma independente, realizaram busca sistemática da literatura, de abril a agosto de 2020, utilizando quatro bases de dados: Scopus, PubMed/MEDLINE, SciELO e LILACS. Foram usadas as seguintes palavras-chaves: rinite alérgica, diagnóstico e lactente. Foram pesquisados estudos originais na língua inglesa e espanhola, com crianças de 0 a 2 anos de idade, sem distinção de data de publicação.
RESULTADOS: Em análise crítica dos cinco estudos selecionados, percebeu-se grande heterogeneidade de definição de rinite alérgica em crianças menores de dois anos. Não foram encontrados estudos que estabeleceram um teste índice e o padrão ouro e não houve comparação entre os métodos diagnósticos disponíveis. A variabilidade e a inespecificidade de sintomas clínicos de rinite alérgica em lactentes, associadas ao fato de que a sensibilização a aeroalérgenos não tem necessariamente significado clínico, representam uma dificuldade para o correto diagnóstico de rinite alérgica em crianças pequenas.
CONCLUSÃO: Para o diagnóstico de rinite alérgica em lactentes, é fundamental que o médico assistente realize cuidadosa anamnese e exame físico, além de testes para detectar sensibilização alérgica com correta interpretação do resultado e correlação com a história clínica e exame físico do paciente.

Descritores: Rinite alérgica, lactente, diagnóstico.

11 - Associações entre ácaros da poeira domiciliar e prevalência de asma e rinite alérgica em adolescentes em idade escolar no sul do Brasil

Associations between house dust mites and prevalence of asthma and allergic rhinitis among school-age adolescents in the south of Brazil

Calebe Fernando Juchem; Guilherme Liberato da-Silva; Liana Johann

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 383-389

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220044

PDF Inglês

INTRODUÇÃO: As reações alérgicas resultantes da exposição a alérgenos ambientais são responsáveis por problemas como asma e rinite alérgica. Os ácaros conhecidos como ácaros da poeira domiciliar (HDMs) são uma das causas mais importantes de sensibilização alérgica e representam uma das fontes de alérgenos mais importantes do mundo.
OBJETIVO: O presente estudo tenta encontrar uma relação entre a presença de HDMs nas residências de adolescentes de 13 a 14 anos e a prevalência de problemas respiratórios, usando o questionário ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood).
MÉTODO: Participaram do Protocolo ISAAC 103 adolescentes da cidade de Lajeado (RS), dez domicílios foram amostrados para coleta de poeira.
RESULTADOS: Em relação à história clínica de asma e rinite, foi encontrada prevalência de 14,7% de asma, sendo que 68,9% dos adolescentes já apresentaram rinite. A investigação de asma e rinite ativa mostrou que 5,15% dos adolescentes apresentaram sintomas de asma e 39,14% apresentaram sintomas de rinite alérgica. Nascimento prematuro, baixo peso ao nascer e mãe fumante demonstraram ser fatores de risco para o desenvolvimento de asma e rinite alérgica. O local onde foi encontrado o maior número de ácaros foi tapete (46,80%), seguido de cama (34,04%), sofá (14,89%); cortina foi o local com menor número de ácaros encontrados (4,25%). Dermatophagoides pteronyssinus (46,0%) e Dermatophagoides farinae (31,91%) foram as espécies mais encontradas na poeira.
CONCLUSÃO: As residências de adolescentes com problemas respiratórios apresentaram um maior número de HDMs.

Descritores: Alergia e Imunologia, asma, ácaros, poeira, rinite alérgica.

12 - Análise da qualidade de vida em pacientes pediátricos com alergia alimentar

Quality of life assessment in pediatric patients with food allergy

Analice Val de Paula; Lídia Lacerda Guimarães; Leticia Luisa Mattos; Luiza Elian Reis; Érica Godinho Menezes; Wilson Rocha Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 390-403

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220045

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: A alergia alimentar pode afetar o bem-estar dos pacientes e de seus familiares. Esse trabalho busca, por meio de questionário validado, investigar a qualidade de vida desses pacientes, acompanhados em um centro de tratamento multidisciplinar.
MÉTODOS: Pacientes entre 0 e 18 anos, monitorados no Ambulatório de Alergia Alimentar do Hospital Infantil João Paulo II entre 2012 e 2017, foram selecionados para responder a um questionário de avaliação de qualidade de vida com coleta de informações acerca do tipo de alergia, sua apresentação clínica, presença de dermatite atópica, prescrição ou não de kit de Adrenalina®, tempo de acompanhamento no serviço e tempo de acompanhamento por nutricionista.
RESULTADOS: Foram incluídos 77 pacientes, com idade média de 3,38 anos, em sua maioria revelando qualidade de vida regular (43%) e com acompanhamento no Serviço inferior a seis meses (52%). Daqueles acompanhados por nutricionista, 52,4% o faziam há menos de seis meses. Alergia IgE mediada foi identificada em 51% dos sujeitos da pesquisa, com 66,66% dos mesmos sob prescrição de kit de Adrenalina®. Não houve associação estatisticamente significativa entre qualidade de vida e as variáveis analisadas.
CONCLUSÃO: O questionário de qualidade de vida é um importante instrumento de avaliação de pacientes com alergia alimentar, permitindo traçar o perfil dos mesmos e atuar individualmente nos quesitos que impactam negativamente o seu dia a dia.

Descritores: Criança, hipersensibilidade alimentar, qualidade de vida, saúde da criança.

13 - Rinite vasomotora e rinorreia: um possível papel para o efeito anticolinérgico da amitriptilina

Vasomotor rhinitis and rhinorrhea: a possible role for the anticholinergic effect of amitriptyline

Francisco Machado Vieira

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 404-408

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220046

PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: A rinite vasomotora (RVM), também denominada idiopática, é um tipo de rinite não alérgica. Pode ser muitas vezes ativada por mudanças de temperatura, especialmente com o ar frio e outras irritantes de vias aéreas. A dosagem de IgE e o citograma nasal são normais, e os testes de inalantes são negativos. A etiologia pode estar associada à desregulação de nervos simpáticos e parassimpáticos da mucosa nasal, onde aumenta a rinorreia e a obstrução nasal.
OBJETIVO: Avaliar a eficácia da amitriptilina no controle da rinorreia vasomotora.
MÉTODO: Através de estudo retrospectivo, avaliaram-se pacientes com RVM (n = 110), no qual um grupo de n = 12 (11%) apresentava rinorreia profusa há mais de um ano, não controlada, na sua totalidade, com corticosteroide nasal. Usou-se a amitriptilina, um antidepressivo tricíclico, com intensa atividade anticolinérgica com dose de 25 mg/50 mg diária para a rinorreia nesses pacientes.
RESULTADOS: Foram avaliados através de uma escala de sintomas (modificada de Wilson AM): 0 = ausente, 1 = leve, bem tolerado, 2 = desconforto interferindo com a concentração, 3 = forte intensidade interferindo no sono e na concentração. Dez pacientes catalogados apresentaram sintomas no grau 3, e dois, no grau 2. A pontuação foi reduzida para grau 0-1 após 4-6 semanas com o uso de amitriptilina por sintomas reflexivos matinais e noturnos.
CONCLUSÃO: Futuros estudos controlados e com maior número de pacientes seriam necessários para confirmação do efeito farmacológico da amitriptilina na rinorreia da RVM.

Descritores: Rinite vasomotora, amitriptilina, rinorreia.

Comunicações Clínicas e Experimentais

14 - Síndrome de Melkersson-Rosenthal como diagnóstico diferencial de edema labial

Melkersson-Rosenthal syndrome as a differential diagnosis of lip swelling

Luiz Fernando Bacarini Leite; Gabriela Favarin Soares; Larissa Neves Silva; Andrezza Gonçalves Figueira; Wilma Carvalho Neves Forte

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 409-412

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220047

PDF Português PDF Inglês

A síndrome de Melkersson-Rosenthal é uma condição rara caracterizada pela tríade clássica: edema orofacial, língua fissurada e paralisia facial. Pode haver apenas uma ou duas manifestações por tempo prolongado, dificultando o diagnóstico. É denominada queilite de Miescher quando a única manifestação é o edema orofacial, com histologia característica. O presente relato tem como objetivo alertar para o diagnóstico da síndrome de Melkersson-Rosenthal em casos de angioedema labial crônico, com revisão da literatura. Mulher de 40 anos apresentando edema labial desde os 23 anos de idade, sem regressão há cinco anos, sem prurido, sem desencadeantes. Observou-se língua fissurada ao exame físico. Sem alterações aos exames complementares. O edema orofacial persistente, a língua fissurada, a biópsia de lábio inferior evidenciando queilite crônica (hiperqueratose e infiltração linfocítica perivascular) e a exclusão de diagnósticos diferenciais através de exames complementares permitiram o diagnóstico da síndrome de Melkersson-Rosenthal. A paciente foi então encaminhada à Cirurgia Plástica, que orientou retirada cirúrgica do excesso labial. O diagnóstico da síndrome é essencialmente clínico. O tratamento deve ser individualizado, visando o alívio das manifestações clínicas apresentadas em cada caso. É importante o acompanhamento multiprofissional tentando minimizar danos psicológicos e melhorar o prognóstico. A síndrome de Melkersson-Rosenthal pode apresentar-se como angioedema labial crônico e língua fissurada, sem paralisia facial, podendo retardar o diagnóstico, como no presente caso. É necessária a lembrança da síndrome para o diagnóstico e conduta mais precoce, para melhor qualidade de vida destes pacientes.

Descritores: Síndrome de Melkersson-Rosenthal, angioedema, paralisia facial, alergia e imunologia.

15 - Pneumonite de hipersensibilidade na infância

Hypersensitivity pneumonitis in childhood

Anne Caroline Broska; Fernanda Lorena Souza; Jennyfer K. Klein Ottoni Guedes; Bárbara Padilha Aroni; Rafael Aureliano Serrano; Jessé Vinícius Lana; Gabriela Cristina Ferreira Borges; Giliana Spilere Peruchi; Carlos Antônio Riedi; Herberto José Chong-Neto; Débora Carla Chong-Silva; Nelson Augusto Rosario-Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 413-417

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220048

PDF Português PDF Inglês

Neste relato descrevemos as características clínicas, epidemiológicas e radiológicas da pneumonite de hipersensibilidade, uma causa rara de insuficiência respiratória em pediatria. Paciente masculino, com 8 anos de idade, proveniente da zona rural, admitido em serviço terciário por quadro de febre, vômitos, tosse seca, dispneia progressiva, anorexia e perda de peso há 15 dias, associado a taquipneia, esforço respiratório, hipóxia e estertores finos em base direita. Tomografia computadoriza de tórax demonstrou opacidades com atenuações em vidro fosco, com comprometimento difuso e distribuição predominantemente centrolobular e acinar, característicos de pneumonite por hipersensibilidade. Na revisão das condições e hábitos de vida, foi relatado pela responsável do paciente a presença de um aviário e convívio com aves de várias espécies na residência, reforçando a hipótese diagnóstica, após descartadas outras causas de insuficiência respiratória. Iniciado corticoterapia com metilprednisolona 1 mg/kg/dia por 7 dias, seguido de redução progressiva nas semanas posteriores. Paciente evoluiu com melhora do quadro e alta hospitalar, após orientações sobre controle ambiental e importância do afastamento dos antígenos desencadeantes. A pneumonite por hipersensibilidade é uma síndrome incomum na população pediátrica, que pode levar à insuficiência respiratória e fibrose pulmonar, devendo ser considerada nos pacientes com epidemiologia positiva. Pela sua raridade e semelhança com outras infecções respiratórias, ressalta-se ainda a importância da coleta de dados sobre os hábitos de vida dos pacientes, destacando sua importância para a elucidação diagnóstica.

Descritores: Doenças pulmonares intersticiais, criança, insuficiência respiratória.

16 - O SARS-CoV-2 poderá ser um trigger para desenvolver uma alergia alimentar?

Can SARS-CoV-2 trigger a food allergy?

Inês Falcão; Leonor Cunha

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 418-420

Resumo

DOI: 10.5935/2526-5393.20220049

PDF Inglês

Os tempos são de pandemia e o percurso da ciência incerto e desconhecido, assim o é desde que apareceu o SARS-CoV-2. O caso clínico a seguir descrito é mais um desafio à Ciência sobre a interação entre o vírus e o sistema imunológico. Será possível que o SARS-CoV-2 seja um fator desencadeante para uma alergia alimentar? Os autores apresentam o caso clínico de um jovem que após recuperar-se da COVID-19 desenvolveu alergia alimentar a carne de mamíferos e aves, que previamente tolerava. Esta pandemia põe à prova diariamente os sistemas de saúde de todo o mundo, e a luta contra este vírus está longe de terminar.

Descritores: COVID-19, SARS-CoV-2, hipersensibilidade alimentar.

CARTA AO EDITOR

17 - Poluição ambiental, saúde pública e opções de matriz energética

Environmental pollution, public health, and energy sources

Yara Arruda Marques Figueiredo Mello

Arq Asma Alerg Imunol 2022;6(3): 421-423

DOI: 10.5935/2526-5393.20220050

PDF Português PDF Inglês

2024 Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

Rua Domingos de Morais, 2187 - 3° andar - Salas 315-317 - Vila Mariana - CEP 04035-000 - São Paulo, SP - Brasil - Fone: (11) 5575.6888

GN1 - Sistemas e Publicações