Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai
Climate change, pollution, biodiversity and its influence on asthma, a collective musing!
Celso Taques Saldanha
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 319-321
DOI: 10.5935/2526-5393.20210052
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Practical Update Guide on the treatment of asthma exacerbation in children and adolescents - Joint position of the Brazilian Association of Allergy and Immunology and the Brazilian Society of Pediatrics
Antonio Carlos Pastorino; Joseane Chiabai; Débora Carla Chong-Silva; Fabio Chigres Kuschnir; Adriana Azoubel-Antunes; Cristine Secco Rosário; Marisa Lages Ribeiro; Carlos Antônio Riedi; Patrícia Gomes de Matos Bezerra; Herberto Jose Chong-Neto; Gustavo Falbo Wandalsen; Maria de Fátima Pombo Sant'Anna; Emanuel Sarinho; Luciana R. Silva; Norma de Paula M. Rubini; Dirceu Solé
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 322-345
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210053
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Exacerbação aguda de asma é uma condição frequente na criança e no adolescente e uma das causas mais comuns de procura aos pronto atendimentos e de internações. Pode ocorrer em pacientes que ainda não foram diagnosticados como asmáticos, e mesmo naqueles cujo controle da doença não se encontre adequado. Reconhecer a exacerbação e iniciar seu tratamento desde o domicílio até o adequado manejo inicial em ambiente hospitalar é fundamental para evitar sua evolução para complicações que coloquem o paciente em risco de vida. O tratamento compreende o reconhecimento e tratamento da hipoxemia, da obstrução e do processo inflamatório, além de fornecer orientações na alta hospitalar e encaminhamentos para continuidade do tratamento.
Descritores: Asma aguda, exacerbação da asma, criança, adolescente, tratamento.
COVID-19 vaccines and immunological implications: A literature review
Larissa Albuquerque; Raffaela Neves Mont'Alverne Napoleão; Liana Andrade Oliveira; Paula Danielle Santa Maria Albuquerque de Andrade
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 346-356
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210054
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A COVID-19 e seus mecanismos imunológicos são, atualmente, temas de grande relevância mundial. Suas manifestações clínicas e as perigosas complicações decorrentes da tempestade de citocinas motivaram a criação de vacinas contra o SARS-CoV-2 em um ritmo acelerado, gerando desconfianças e diferentes níveis de eficácia e segurança. Este estudo trata-se de um artigo de revisão que abordou pesquisas publicadas no período de 2020 e 2021, utilizando as bibliotecas eletrônicas SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed, LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e MEDLINE com o rastreamento específico por meio dos seguintes descritores: vacinas COVID-19, SARS-CoV-2, imunologia do COVID-19. Questões como o mecanismo imunológico, eficácia e efeitos adversos das vacinas disponíveis no mercado mundial atual foram amplamente discutidas.
Descritores: Infecções por coronavírus, vacinas, betacoronavírus.
COVID-19-associated Multisystem Inflammatory Syndrome: a pediatric complication during the pandemic
Juliano José Jorge; Isabella Bassetti
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 357-360
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210055
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Desde o surgimento da pandemia de COVID-19, casos de febre e inflamação sistêmica tardias, similares à Doença de Kawasaki, têm surgido na população pediátrica, sendo denominados Síndrome Inflamatória Multissistêmica associada à COVID-19. Estes quadros podem ir de apenas febre prolongada, até grave envolvimento gastrointestinal e cardíaco, com choque refratário e falência de múltiplos órgãos. Aneurismas de carótida podem surgir na evolução, levando a complicações em longo prazo. O pronto reconhecimento desta entidade com tratamento precoce de suporte geral, uso de imunoglobulina humana endovenosa e outras drogas imunomoduladoras, pode evitar evolução para casos graves e até mesmo fatais, assim como proteger o paciente de complicações crônicas, principalmente cardíacas.
Descritores: Síndrome de resposta inflamatória sistêmica, infecções por Coronavirus, síndrome de linfonodos muco-cutâneos.
Relationship between exercise and the immune system
Bruna Bonifácio; Mariana Reale Tallavasso Vassovinio; Victoria Clemente Monteleone; Vittória Generoso de Faria; João Paulo de Assis
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 361-370
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210056
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O corpo humano tende sempre a procurar um estado de homeostase, buscando o equilíbrio entre todos os sistemas. O exercício físico está presente na rotina diária de indivíduos, mesmo com objetivos diferentes, porém a influência no sistema imunológico não é muitas vezes abordada como fator relevante. O sistema imune é responsável por proteger o organismo contra infecções e doenças, podendo ser modulado perante a resposta de exercícios físicos regulares. Tendo em vista que, atualmente, existe uma preocupação maior em tornar e manter a imunidade eficiente, a prática regular e moderada do exercício pode contribuir para uma maior eficácia desse sistema, dessa forma, podendo ser considerada uma proteção ao corpo humano. O objetivo dessa revisão foi sintetizar os dados de estudos presentes na literatura que demonstram a influência do exercício físico na resposta do sistema imunológico, tornando possível compreender as alterações moleculares, fisiológicas, metabólicas e celulares que levam a um tipo específico de resposta do organismo humano.
Descritores: Sistema imunológico, exercício físico, inflamação, leucócitos.
Cross-reactivity among beta-lactams: a practical approach
Ullissis Pádua Menezes; Marcelo Vivolo Aun; Mara Morelo Rocha Felix; Adriana Teixeira Rodrigues; Ana Carolina D'Onofrio-Silva; Denise Neiva Santos de Aquino; Diogo Costa-Lacerda; Fernanda Casares Marcelino; Gladys Queiroz; Inês Cristina Camelo-Nunes; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Maria Inês Perelló; Tânia Maria Gonçalves de Souza Gomes; Maria Fernanda Malaman
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 371-384
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210057
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Os betalactâmicos são a classe de drogas que mais causam reações de hipersensibilidade envolvendo um mecanismo imunológico específico, e são os principais desencadeantes entre os antimicrobianos. São representados pelas penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, monobactâmicos e inibidores da betalactamase. A estrutura química básica destes fármacos consiste na presença dos seguintes componentes: anel betalactâmico, anel adjacente e cadeias laterais, sendo todos potenciais epítopos. Os anticorpos da classe IgE e linfócitos T estão frequentemente envolvidos no reconhecimento desses epítopos. A reatividade cruzada depende da estabilidade dos produtos intermediários (determinantes antigênicos) derivados da degradação dos anéis betalactâmicos, anéis adicionais e da semelhança estrutural das cadeias laterais entre as drogas. Classicamente acreditava-se num grande potencial de reatividade cruzada dentro de cada classe e até entre as classes, mas estudos da última década mostraram que indivíduos alérgicos à penicilina (com testes cutâneos positivos) reagiam às cefalosporinas em aproximadamente 3% dos casos, aos carbapenêmicos em cerca de 1%, e praticamente não reagiam aos monobactâmicos. Essa reatividade ou tolerância parece estar vinculada ao grau de similaridade entre as cadeias laterais desses antibióticos. Nesta revisão, ressaltamos a importância da investigação sistematizada na confirmação ou exclusão de alergia aos betalactâmicos, descrevemos a prevalência da reatividade cruzada entre estes fármacos e sugerimos um algoritmo de abordagem desses pacientes baseados em sua estrutura química e nos dados publicados na literatura.
Descritores: Betalactamas, penicilinas, cefalosporinas, hipersensibilidade a drogas.
The role of biologics in eosinophilic esophagitis
Inara Patrícia Desidério; Igor Garcia Sanches de-Souza; Guilherme Gonçalves Ferrigolli; Marcelo Vivolo Aun; Renata Rodrigues Cocco
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 385-394
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210058
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Esofagite eosinofílica (EOE) é uma inflamação crônica da mucosa esofágica com resposta imune antígeno-mediada anormal e com aparente aumento mundial na prevalência. Indivíduos geneticamente predispostos se apresentam com quadro de disfunção da barreira esofágica e uma resposta imune, mediada por TH2 e IGE, anormal contra certos alérgenos. Consequentemente, lesões esofágicas podem causar dismotilidade, fibrose e perda da função de barreira. O quadro clínico apresenta variação conforme idade e inclui sintomas de disfunção esofágica. O diagnóstico é estabelecido por achados histológicos específicos associados à presença de, ao menos, 15 eosinófilos por campo de alta potência. O manejo inclui controle do quadro alérgico com restrição dietética e/ou tratamento medicamentoso com bloqueadores da bomba de prótons e corticosteroides. são tratamentos sem completa efetividade, com efeitos colaterais e prejuízo na qualidade de vida. Ainda que os mecanismos imunológicos da EOE sejam menos claros que as demais doenças alérgicas, novos ensaios com imunobiológicos salientam uma perspectiva promissora de tratamento para a EOE. O objetivo desta revisão é apresentar as atuais evidências de uso de imunobiológicos como uma nova opção de terapêutica para a esofagite eosinofílica.
Descritores: Produtos biológicos, diagnóstico, endoscopia.
The specialty of Allergy and Clinical Immunology in Brazil: how do we start the second decade of the 21st century?
Luane Marques de Mello; Faradiba Sarquis Serpa; Álvaro Augusto Cruz; Eduardo Costa Silva; Eliane Miranda da Silva; José Luiz Magalhães Rios; Marilyn Urrutia-Pereira; Marta de Fátima Rodrigues da Cunha Guidacci; Phelipe dos Santos Souza; Yara Arruda Marques Mello; Emanuel Sarinho; Norma de Paula M. Rubini; Joseane Chiabai; Dirceu Solé
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 395-408
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210059
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INTRODUÇÃO: É necessário conhecer a situação de alergistas/imunologistas nos diferentes cenários de atuação, identificando perfis e eventuais dificuldades. O conhecimento destes dados poderá servir de subsídio para fomentar a implementação de políticas que garantam a integralidade na atenção à saúde do paciente com doenças alérgicas e erros inatos da imunidade (EII).
OBJETIVO: Verificar o perfil dos especialistas em Alergia e imunologia no Brasil, em relação ao local de atuação, acesso a exames, terapias e o impacto da pandemia COVID-19 sobre o seu exercício profissional.
MÉTODOS: Estudo descritivo-exploratório, com dados coletados por inquérito on-line, utilizando-se a ferramenta Google Forms. Todos os associados adimplentes da ASBAI foram convidados a participar. O questionário abordou aspectos sociodemográficos e profissionais. As informações foram analisadas no programa SPSS versão 20.0.
RESULTADOS: Quatrocentos e sessenta associados responderam ao questionário. Observou-se predomínio de mulheres (73%), com mediana de idade de 47 anos. A maioria dos participantes atua no setor privado (95%), e 47% no setor público. Aproximadamente 80% dos que atendem no setor público referiram ter acesso a algum exame diagnóstico para doenças alérgicas e EII. Apenas 35% dos especialistas do sistema público têm acesso a imunoterapia alérgeno específica, contra 96% dos que atuam no setor privado. Já aos medicamentos imunobiológicos, 53% e 72% dos especialistas que atuam no serviço público e privado, respectivamente, referiram acesso. Mais de 60% dos associados participantes da pesquisa tiveram redução no número de consultas em pelo menos 50%, e 56% tem realizado atendimento por teleconsulta durante a pandemia de COVID-19.
CONCLUSÃO: Os associados da ASBAI têm incorporado na sua prática clínica os avanços na terapia das doenças imunoalérgicas, mas vários métodos diagnósticos ainda são pouco acessíveis. A presença do especialista em Alergia e Imunologia no SUS, também precisa ser ampliada. A pandemia do coronavírus trouxe a discussão da telemedicina como um método de atendimento clínico em nossa especialidade.
Descritores: Alergia e Imunologia, assistência integral à saúde, telemedicina.
Translation and cross-cultural adaptation of the Congestion Quantifier Five-Item questionnaire to Brazilian Portuguese
Carolina Stefany da Silva; Eduarda Lubambo Costa
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 409-415
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210060
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INTRODUÇÃO: A rinite alérgica (RA) é considerada a doença de maior prevalência entre as doenças respiratórias crônicas, e embora seja uma doença benigna, interfere na qualidade de vida dos indivíduos afetados, sendo a congestão nasal o sintoma mais incômodo relatado pelos pacientes. O questionário Congestion Quantifier Five-Item (CQ5), validado em inglês americano, foi desenvolvido para avaliar a gravidade e o impacto provocados pela congestão nasal em indivíduos adultos com RA. O presente estudo teve como objetivo traduzir e adaptar transculturalmente o questionário CQ5 para o português brasileiro e verificar se esta versão traduzida pode ser compreendida por indivíduos portadores de RA.
MÉTODOS: Seguindo as diretrizes da International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR), o questionário CQ5 foi traduzido e adaptado para o português do Brasil. Esta versão em português foi aplicada em voluntários com rinite alérgica juntamente com um questionário de compreensão.
RESULTADOS: As etapas de preparação, tradução direta, reconciliação, retrotradução, revisão da retrotradução, harmonização, análise cognitiva da tradução, revisão dos resultados da análise cognitiva e finalização, revisão, e relatório final propostas pela ISPOR foram realizadas. A versão final foi aplicada em 41 voluntários (32,2 ± 7,8) com boa compreensão em todos os itens.
CONCLUSÃO: O questionário CQ5 foi traduzido e adaptado para o português (Brasil) com boa compreensão em indivíduos com RA.
Descritores: Obstrução nasal, rinite alérgica, questionário de saúde do paciente.
Response to dupilumab in severe atopic dermatitis without prior use of systemic immunosuppressive agents during the COVID-19 pandemic
Mara Morelo Rocha Felix; Laira Vidal da Cunha Moreira; Ana Carolina de Moura Rocha Teixeira Miranda; Nathalia Mota Gomes Almeida
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 416-421
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210061
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A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica da pele, caracterizada por intenso prurido e eczema recorrente. Acomete principalmente a infância, mas tem se tornado bastante prevalente em adolescentes e até em adultos. Apesar de ser geralmente não fatal, apresenta uma carga psicossocial importante para os pacientes e seus familiares. O tratamento da DA envolve a hidratação cutânea e medicações anti-inflamatórias. Em casos graves, pode haver necessidade de terapia sistêmica com imunossupressores como ciclosporina, metotrexato e azatioprina. Mais recentemente, alguns imunobiológicos estão em desenvolvimento para controle da DA. O dupilumabe é um anticorpo monoclonal com ação dupla anti-IL-4/IL-13, liberado para tratamento de crianças a partir de 6 anos com DA grave e adolescentes/adultos com DA moderada a grave. O objetivo deste artigo foi relatar uma série de casos de pacientes adolescentes e adultos com DA grave e sua resposta ao dupilumabe durante a pandemia do COVID-19. Trata-se de quatro pacientes (três do sexo feminino), com piora significativa da DA durante o ano de 2020. Todos tinham história de DA desde a infância, com exames complementares evidenciando sensibilização IgE-mediada para ácaros. Já haviam sido submetidos a diversos tratamentos tópicos e sistêmicos, inclusive a cursos de corticosteroides orais. Nenhum deles havia recebido imunossupressor sistêmico, porém estavam recusando este tipo de tratamento devido ao medo da pandemia. Todos apresentaram boa resposta ao dupilumabe, evidenciada pela redução do número de lesões cutâneas e prurido, com poucos efeitos colaterais. Dois pacientes apresentaram sintomas sugestivos de COVID-19 durante o tratamento com dupilumabe (um com confirmação por PCR), com boa evolução. Concluindo, os pacientes com DA grave possuem grande impacto na qualidade de vida e, durante a pandemia de COVID-19, muitos apresentaram piora significativa do seu quadro dermatológico. Nesse contexto, o dupilumabe se mostrou uma opção terapêutica eficaz e segura para tratamento destes pacientes.
Descritores: Dermatite atópica, anticorpos monoclonais, imunossupressores, qualidade de vida, COVID-19.
BCG reactivation after COVID-19 vaccine: case report
Luis Felipe Ramos Berbel Angulski; Ana Laura Mendes Almeida; Camila Alves Tonami; Jaime Olbrich Neto
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 422-425
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210062
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A reativação da BCG pode ocorrer em diversos contextos: associada a quadros infecciosos, imunossupressão, autoimunidade e pós-vacinações. Além disso, especialmente em crianças abaixo de 5 anos de idade, deve ser valorizada como um achando presente em cerca de 50% dos casos de Doença de Kawasaki. Neste artigo, relatamos o primeiro caso publicado na literatura de uma paciente adulta jovem, a qual manifestou uma reativação de BCG após receber a primeira dose de vacina contra COVID-19 (AztraZeneca/Oxford/Biomanguinhos). Dentro das primeiras 24h após a administração da vacina, a paciente desenvolveu febre alta, sudorese, dor local, mialgia difusa e cefaleia. Após dois dias, iniciou eritema e enduração no local da cicatriz da vacina BCG. Ela tem como comorbidade a urticária crônica espontânea, porém estava assintomática sem crises há mais de 1 ano. Tem como antecedente familiar relevante o óbito materno por síndrome complexa de sobreposição de autoimunidade (lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren e síndrome do anticorpo antifosfolípide). Após ser medicada com anti-inflamatórios não esteroides (AINE) e corticoterapia tópica de moderada potência por 3 dias, houve resolução completa da reativação da BCG. A paciente, após 3 meses, recebeu a segunda dose da vacina e não manifestou nenhum sintoma. Acredita-se que a reativação da BCG ocorra devido a um mecanismo de reação cruzada entre HSP do indivíduo, elicitadas como mediadores da imunidade inata frente à inflamação vacinal, com alguns epítopos do M. bovis. Recomenda-se que seja investigada alguma condição imunossupressora ou autoimune nos pacientes que manifestem reativação da BCG, principalmente em adultos, na qual a doença de Kawasaki é bastante rara. As vacinas, incluindo as contra COVID-19, também podem desencadear o surgimento deste fenômeno imunológico ainda pouco compreendido.
Descritores: Vacina BCG, vacinas contra COVID-19, autoimunidade.
Atypical presentation of X-linked hyper-IgM syndrome simulating inflammatory bowel disease
Nara Lillian Lima Cardoso; François Loiola Ponte de Souza; Hildenia Baltasar Ribeiro Nogueira; Janáira Fernandes Severo Ferreira; Tábata Takahashi França; Antonio Condino-Neto
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 426-432
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210063
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Relatamos o caso de um paciente do sexo masculino, que iniciou quadro de úlceras em trato gastrointestinal, associado a febre recorrente e diarreia com muco e sangue aos 10 meses de vida, suspeitado inicialmente de doença inflamatória intestinal, no entanto, não apresentou melhora do quadro com terapia imunossupressora, sendo realizada investigação para erro inato da imunidade. Nos exames laboratoriais, apresentou níveis baixos de IgG e IgA e níveis elevados de IgM e neutropenia persistente. Diante disso, foi realizado teste genético que confirmou diagnóstico de síndrome de hiper-IgM ligada ao X. Os erros inatos da imunidade podem se manifestar com doenças do trato gastrointestinal, de forma relativamente frequente, devendo entrar como diagnóstico diferencial de diarreia crônica. Inclusa nesse grupo de doenças, as síndromes de hiper-IgM constituem um grupo heterogêneo de doenças, possuindo em comum níveis significativamente baixos ou ausentes de IgG e IgA e níveis normais ou elevados de IgM, o que predispõe a infecções e febre recorrente; além de outras alterações laboratoriais, como neutropenia, que pode estar associada a úlceras no trato gastrointestinal e proctite, simulando apresentação clínica de doença inflamatória intestinal. Para o paciente relatado, foi iniciada terapia com imunoglobulinas de forma periódica, além de antibioticoprofilaxia para infecções, evoluindo com resposta clínica satisfatória. O artigo possui objetivo principal de alertar para o diagnóstico diferencial de erros inatos da imunidade diante do quadro apresentado, visando o diagnóstico precoce e a instituição da terapia adequada.
Descritores: Doenças da imunodeficiência primária, doenças do sistema imunitário, síndrome de imunodeficiência com hiper-IgM tipo 1.
Current changes in agriculture in Southern Brazil: Lolium and polinosis in "a new vision"
Francisco Machado Vieira
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 433-434
DOI: 10.5935/2526-5393.20210064
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Food-dependent exercise-induced anaphylaxis without IgE sensitivity - A rare challenging condition
Mario Geller
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 435-436
DOI: 10.5935/2526-5393.20210065
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Atypical and unusual clinical presentation of atopic dermatitis: A case report
Amanda Bertazzoli Diogo; Isabella Silva De-Carvalho; Eduardo Sterman Campos; Juliana Stracci; Tatiana de Aguiar Tajra
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 437-441
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210066
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A dermatite atópica, também chamada de eczema atópico, é uma doença inflamatória sistêmica complexa, com morfologias clínicas heterogêneas. As características comuns são lesões eczematosas, prurido intenso e curso crônico ou recidivante. Lesões eczematosas geralmente mostram uma distribuição relacionada à idade. No entanto, essa doença pode apresentar diferentes fenótipos, como dermatite folicular/papular e prurigo nodular. Relatamos um homem, 22 anos, fototipo IV, afrodescendente, com história pessoal e familiar de atopia. Referia prurido, xerose e lesões na pele desde os 2 anos, com recidiva e curso crônico. O exame clínico mostrou acentuação perifolicular disseminada e pápulas foliculares ásperas. As superfícies extensoras das pernas apresentavam pápulas e nódulos escoriados, além de hipopigmentação pós-inflamatória generalizada. Notaram-se placas liquenificadas no dorso, pescoço, mãos e pés. A biópsia de pele demonstrou espongiose, paraqueratose e acantose irregular na epiderme. O diagnóstico foi tardio e ocorreu apenas na idade adulta. Devido ao quadro clínico extenso e recidivante, recebeu Ciclosporina 3 mg/Kg/dia, associada a esteroides e emolientes, com melhora de prurido, xerose e liquenificação, mas manteve a acentuação perifolicular. O paciente apresentava características comuns de dermatite atópica, como lesões crônicas e recidivantes, história de atopia, pele seca, prurido e início precoce da doença, no entanto, foram apresentadas morfologias atípicas, exemplificadas por prurigo nodular e dermatite folicular/papular. Outro achado relevante foi o fato das lesões localizarem-se em áreas não clássicas da doença, com predomínio nas superfícies extensoras e tronco. Essas morfologias atípicas e localizações incomuns são prevalentes em adultos com fototipos elevados, como visto neste caso. É essencial identificar esses fenótipos desafiadores, porque o diagnóstico de dermatite atópica é clínico. Devido à diversidade de apresentações clínicas e dificuldade de reconhecimento de alguns casos, este artigo contribuirá para demonstrar manifestações atípicas e características comuns em pacientes não brancos.
Descritores: Dermatite atópica, fenótipo, afro-americanos, dermatopatias, diagnóstico clínico.
Fixed pigmented erythema to secnidazole
Mario Geller
Arq Asma Alerg Imunol 2021;5(4): 442
ResumoDOI: 10.5935/2526-5393.20210067
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Descrição rara de eritema pigmentar fixo induzido por secnidazol.
Descritores: Dermatite atópica, fenótipo, dermatopatias, diagnóstico clínico, secnidazol.