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Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

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Imunodeficiência combinada grave: uma revisão da literatura

Severe combined immunodeficiency: review of the literature

Juliana Cantagalli Pfisterer1; Sabrina Vargas Martini2; Paolo Ruggero Errante3; Josias Brito Frazao3

Braz J Allergy Immunol. 2014;2(2):56-65

Resumo PDF Português

A imunodeficiência combinada grave (SCID) é uma condiçao clínica caracterizada por marcante comprometimento da resposta imune envolvendo linfócitos T e/ou B e/ou células NK, que conduz a aumento da susceptibilidade a infecçoes e alta taxa de mortalidade em crianças acometidas. Dificuldades na interpretaçao dos sintomas clínicos e na identificaçao de mutaçoes genéticas, devido à ampla variedade fenotípica e genotípica da doença, representam obstáculos para o diagnóstico. Por outro lado, o tratamento é realizado de forma independente da identificaçao de mutaçao genética. O objetivo do presente trabalho foi revisar aspectos fisiopatológicos, métodos diagnósticos e tratamentos utilizados em pacientes com SCID. A revisao foi realizada com base em levantamento bibliográfico de banco de dados indexados disponíveis na Internet incluindo LILACS, MEDLINE, PubMed, SciELO Brasil, periódicos CAPES e Cochrane, e foi conduzida com os seguintes critérios de inclusao: artigos científicos publicados nos idiomas português e inglês, dentro do período de 1963 a 2014 e que possuíam as palavras-chave "Imunodeficiência Combinada Grave", "SCID", "Leucopenia", "Diagnóstico", "Tratamento" e "Transplante de medula óssea". O levantamento bibliográfico revelou dificuldades no diagnóstico clínico, laboratorial e genético-molecular, e ressaltou a importância do diagnóstico precoce conduzindo ao tratamento adequado. O diagnóstico precoce da SCID tem papel crucial na melhora da qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes, além de favorecer intervençoes terapêuticas que previnem o surgimento de infecçoes e complicaçoes clínicas subsequentes.

Descritores: Imunodeficiência combinada grave, SCID, leucopenia, diagnóstico, tratamento, transplante de medula óssea.

Neutropenia congênita

Congenital neutropenia

Paolo Ruggero Errante1; Josias Brito Frazao2; Antônio Condino Neto3

Braz J Allergy Immunol. 2013;1(1):23-38

Resumo PDF Português

Buscamos aqui revisar os mecanismos imunopatológicos relacionados à neutropenia congênita. O termo neutropenia congênita é utilizado para designar uma série de distúrbios neutropênicos, de caráter permanente, intermitente, grave (< 500 neutrófilos/mm3 de sangue), ou moderado (entre 500-1.500 neutrófilos/mm3 de sangue), que podem acometer pele e mucosa do trato respiratório e gastrintestinal. Quando a neutropenia é diagnosticada, ela deve ser distinguida das formas adquiridas, incluindo a neutropenia pós-viral e a autoimune, da forma congênita, que pode ser uma enfermidade isolada ou fazer parte de uma doença genética. Cinquenta por cento das formas congênitas de neutropenia apresentam manifestaçao extra-hematopoiética com resposta imune adaptativa normal e infecçoes recorrentes no início da vida. O tratamento destes pacientes tem por objetivo o controle e a prevençao de infecçoes através do uso profilático de antibióticos, e outra forma de tratamento consiste na utilizaçao de fator estimulador de colônia de granulócitos recombinante humano (rHUG-CSF), que aumenta o número de granulócitos, diminui o número infecçoes e melhora de forma significativa a sobrevida e qualidade de vida. A revisao foi realizada por levantamento bibliográfico de banco de dados obtidos através de pesquisa direta, LILACS, MEDLINE e capítulos de livros. A revisao literária demonstra a importância dos neutrófilos pela defesa do hospedeiro contra micro-organismos, e defeitos genéticos que envolvem estas células acarretam maior susceptibilidade a infecçoes microbianas em locais como pele e mucosa do trato respiratório e gastrintestinal. Estes defeitos genéticos dos neutrófilos envolvem o seu número, funçao, ou ambos. Como estes defeitos envolvendo fagócitos sao de caráter congênito e hereditário, as crianças sao os pacientes predominantes. Os neutrófilos apresentam um papel importante na imunidade inata, prevenindo o surgimento de infecçoes de repetiçao. O tratamento com rHUG-CSF aumenta o número de granulócitos, diminui o número de novas infecçoes e melhora de forma significativa a sobrevida e qualidade de vida. O transplante de células-tronco hematopoiéticas é indicado em casos refratários ao tratamento com rHUG-CSF que apresentam infecçoes recorrentes graves e resistência ao tratamento sem detecçao de mielodisplasia/leucemia.

Descritores: Neutropenia, neutropenia congênita, ELANE, G6PC3, síndrome de Shwachman-Diamond.

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