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Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

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Nosso sistema imune de cada dia e os agrotóxicos de hoje

Our everyday immune system and today's pesticides

Celso Taques Saldanha1; Laís Gomes Ferreira Rosa2; Semiramis Vitória da Silva Uchôa2; Arthur Hikaru Nunes Motizuki2; Talita de Sousa Brito2; Ana Paula Alves Lima2; Isis Franco Martin2; Ana Maria Sversut Briante2; Carla Louise Silva Leão e Guedes2; Natália Gabrielli Silva Alves2

Braz J Allergy Immunol. 2022;6(4):491-498

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O uso massivo dos agrotóxicos nas lavouras deu-se a partir de 1950 com a "Revolução Verde", como resultado da busca por aumento da produtividade e modernização dos campos agrícolas. Diante disso, na década de 1960, foi criado o Programa Nacional de Defensivos Agrícolas (PNDA), que veio para facilitar a introdução dos agroquímicos, colaborando para que, a partir de 2008, o Brasil passasse a ser o país com maiores percentuais de uso destes produtos. Essas substâncias geram efeitos deletérios sobre a resposta imune dos indivíduos expostos, principalmente relacionada aos macrófagos, células B, T e NK. Isso afeta a capacidade de fagocitose, apresentação de antígenos e produção de anticorpos, além de induzir a geração de radicais livres de oxigênio e disfunção mitocondrial, resultando em estresse oxidativo e danos ao DNA celular, apoptose em excesso, mutação no ciclo celular, desordem de regulação e, consequentemente, imunodeficiência. Dessa forma, o desenvolvimento de doenças imunomediadas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), está estreitamente ligado aos agrotóxicos, uma vez que esses variados mecanismos de toxicidade ao sistema imune induzem, dentre outras, manifestações respiratórias, tais como tosse, sibilo, irritação e inflamação. Além disso, estes pesticidas estão relacionados com doenças não imunomediadas ao alterar a função normal dos hormônios da tireoide, andrógenos e estrógenos. A fim de avaliar estes impactos, o presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura e, diante da crescente utilização descontrolada dos agrotóxicos, assume grande relevância, refletindo a necessidade de maior atuação da vigilância epidemiológica, ambiental e da saúde do trabalhador.

Descritores: Agroquímicos, exposição a praguicidas, doenças do sistema imunitário, doenças respiratórias.

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