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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

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Contribuição do diagnóstico molecular em doentes alérgicos ao veneno de abelha com reações sistêmicas durante o ultra-rush

Contribution of molecular diagnosis to bee venom allergic patients with systemic reactions during the build-up phase of bee venom immunotherapy

Tatiana Lourenço1,2; Mara Fernandes1,3; Anabela Lopes1; Elisa Pedro1; Manuel Pereira Barbosa1,4; M. Conceição Pereira Santos2,4

Braz J Allergy Immunol. 2019;3(4):-

Resumo PDF Inglês

INTRODUÇÃO: A alergia ao veneno de abelha (VA) é uma das causas mais comuns de anafilaxia grave. A imunoterapia com veneno de abelha (VIT) é considerada o tratamento mais eficaz, mas reações sistêmicas podem ocorrer. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil de sensibilização por componentes moleculares de doentes com anafilaxia a VA e avaliar se reações sistêmicas durante o ultra-rush estão relacionadas com diferentes padrões de sensibilização.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo incluindo 30 doentes submetidos a VIT durante 1 ano. Considerou-se dois grupos: grupo de doentes que reagiu durante o ultra-rush (Grupo A), que foi comparado com o grupo sem reação (Grupo B). Foram avaliadas as IgE (sIgE) e IgG4 (sIgG4) específicas para VA(i1) e componentes moleculares: rApi m1, rApi m2, rApi m3, rApi m5 e rApi m10 antes e 1 ano após VIT. Os testes estatísticos foram realizados com Graph-PadPrism v5.01.
RESULTADOS: 80% sexo masculino, média de idade 47 anos (14-74). Grupo A com 10 doentes, Grupo B com 20 doentes. Previamente à VIT, sIgE para rApi m1 foi detectada em 86,7%; rApi m2 em 46,7%; rApi m3 em 16,7%; rApi m5 em 43,3%; e rApi m10 em 70%. Resultados positivos para pelo menos um alergênio de VA foram detectados em 100%. 73% dos doentes eram sensibilizados a mais de um alergênio, e 13,3% a todos os alergênios. Não houve diferenças estatisticamente significativas no perfil dos dois grupos antes da VIT, porém verificou-se uma diminuição significativa: p = 0,045; p = 0,017 e p = 0,021 de i1, rApi m3 e rApi m10, respectivamente, no grupo B um ano após VIT. Relativamente à sIgG4, observou-se um aumento significativo de rApi m1, não observado nos restantes alergênios como rApi m3 e rApi m10.
CONCLUSÃO: A análise de um painel de recombinantes de VA pode melhorar a sensibilidade diagnóstica, quando comparado com rApi m1 isolado. Não se verificou associação entre a ocorrência de reações sistêmicas durante o ultra-rush e o perfil de sensibilização molecular. No entanto, é importante para estudar um maior número de doentes.

Descritores: Veneno de abelha, anafilaxia, imunoterapia.

Diagnóstico molecular e seleção de imunoterapia numa população portuguesa sensibilizada ao pólen de gramíneas e de oliveira

Molecular diagnosis and immunotherapy selection in a Portuguese population sensitized to grass and olive pollens

Joana Cosme1; Amélia Spínola Santos1; Manuel Branco Ferreira1,2; Manuel Pereira Barbosa1,2; Maria Conceição Pereira Santos2,3

Braz J Allergy Immunol. 2021;5(2):169-178

Resumo PDF Inglês

INTRODUÇÃO: Os polens de Phleum pratense (Phl p) e de Olea europaea (Ole e) são fontes alergênicas comuns.
OBJETIVOS: Descrever os padrões de sensibilização aos alergênios destes dois polens num subconjunto de pacientes com rinite alérgica polínica e comparar a escolha de imunoterapia, antes e depois da determinação de alergênios moleculares para Phl p e Ole e.
MÉTODOS: Foram recrutados candidatos para imunoterapia com polens, com testes cutâneos positivos para Phl p e Ole e. Todos realizaram um painel de testes em picada a aeroalergênios e determinação de IgE séricas específicas para Phl p, Ole e, rPhl p1, rPhl p5, rPhl p7, rPhl p 12, rOle e 1, nOle e 7, rBet v2.
RESULTADOS: Foram incluídos 40 adultos. Em relação à sIgE para Phl p e Ole e, 83% e 65% dos pacientes apresentaram positividade para ambos, usando o cut-off de 0,35 kUA/L e 0,70 kUA/L, respectivamente. A positividade para Phl p1 e/ou Phl p 5 foi encontrada em 42,5%, para Ole e 1 apenas em 2,5%, enquanto 47,5% apresentaram sIgE positivo para ambos (cut-off corte de 0,35 kUA/L). Aumentando o cut-off para 0,7 kUA/L, 55% foram sensibilizados para Phl p1 e/ou Phl p5, nenhum paciente foi sensibilizado apenas para Ole e 1. Após a determinação dos alergênios para os componentes moleculares, a escolha de imunoterapia foi alterada em 15 (37,5%) pacientes, com uma diminuição no número de vacinas para Phleum + Olea e apenas para Olea e um aumento na prescrição de vacinas para Phleum.
CONCLUSÃO: A sensibilização genuína do Olea europaea foi reduzida e os padrões de sensibilização foram heterogêneos. O conhecimento da sensibilização aos componentes moleculares dos alergênios mudou a prescrição de imunoterapia em mais de um terço dos pacientes.

Descritores: Rinite alérgica, diagnóstico por componentes moleculares, pólen de gramíneas, imunoterapia, pólen de oliveira.

Esofagite eosinofílica numa consulta de alergia alimentar: caracterização e comparação entre idade pediátrica e idade adulta

Eosinophilic esophagitis at a food allergy appointment: characterization and comparison between pediatric and adult ages

Sara Carvalho1; Célia Costa1; João Marcelino1; Fátima Cabral Duarte1; Manuel Pereira Barbosa1,2

Braz J Allergy Immunol. 2019;3(3):301-308

Resumo PDF Português

INTRODUÇÃO: Esofagite eosinofílica (EoE) é uma doença inflamatória crônica do esôfago, mediada imunologicamente e caracterizada por sintomas relacionados com disfunção esofágica e infiltração da mucosa esofágica por eosinófilos (Eo). Os objetivos foram caracterizar os doentes com diagnóstico de EoE e analisar as diferenças entre doentes com diagnóstico em idade pediátrica (Cr, < 18 anos) e adulta (Ad, ≥ 18 anos).
MÉTODOS: Estudo observacional retrospetivo dos doentes seguidos no serviço de Imunoalergologia, no período de Fev/2009 a Jul/2017, com diagnóstico de EoE. Foram divididos em dois grupos, Cr e Ad, caracterizados de acordo com dados demográficos, história de atopia, sintomas, sensibilizações alimentares, IgE Total, eosinofilia, achados na endoscopia digestiva alta e biópsias. Avaliou-se a correlação entre sensibilização alimentar, clínica grave (ClinG), ou seja, idas ao serviço de urgência ou internamento por complicações de EoE ou histologia grave (HistG), biópsia com Eo > 50 e/ou microabcessos.
RESULTADOS: 74 pacientes (81% sexo masculino, média de idades 27±17 anos), 36 Cr e 38 Ad. Os sintomas mais frequentemente reportados foram, no grupo Cr disfagia (73%) e refluxo gastroesofágico (46%), enquanto no grupo Ad impactação (85%) e disfagia (56%). Foram referidos antecedentes de atopia em 96% das Cr, e 67% dos Ad. Em 77% das Cr e 69% dos Ad havia sensibilização alimentar. Os achados endoscópicos mais frequentes no grupo Cr foram estriação (65%) e placas brancas (50%), enquanto que no grupo Ad foram placas brancas (42%) e anéis esofágicos (35%). HistG (46%) associou-se a ClinG (35%), p = 0,001, nas Cr, mas o mesmo não foi objetivado no grupo Ad [ClinG (22%) e HistG (17%), p = 0,5].
CONCLUSÃO: Os nossos resultados estão de acordo com o descrito na literatura, observando-se um predomínio do sexo masculino e uma maior frequência de história de atopia e sensibilização alimentar no grupo Cr. As situações graves de impactação e estenose esofágica foram mais frequentes nos Ad, e objetivou-se uma associação de histologia grave com clínica grave, apenas nas Cr.

Descritores: Atopia, biópsia esofágica, endoscopia digestiva alta, eosinófilos, esofagite eosinofílica, sensibilização alimentar.

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