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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Brazilian Journal of Allergy and Immunology (BJAI)

Março 2025 - Volume 9  - Número 1

Editoriais

1 - Ciência e inovação a serviço da especialidade

Science and innovation at the service of specialty

Fátima Rodrigues Fernandes

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):1-2

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2 - Alergia alimentar: um guia padrão ouro

Food allergy: a gold standard guide

Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):3-4

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ARTIGO ESPECIAL

3 - Atualização em Alergia Alimentar 2025: posicionamento conjunto da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e Sociedade Brasileira de Pediatria

Update on Food Allergy 2025: Joint Position Statement of the Brazilian Association of Allergy and Immunology and the Brazilian Society of Pediatrics

Lucila Camargo Lopes de Oliveira; Luciana Rodrigues Silva; Jackeline Motta Franco; Alexandra Sayuri Watanabe; Abelardo Bastos Pinto Júnior; Albertina Capelo; Ana Paula Beltran Moschione Castro; Antônio Carlos Pastorino; Ariana Campos Yang; Bruno A. Paes Barreto; Cristina Targa Ferreira; Ekaterini Simões Goudouris; Elisa de Carvalho; Elza Daniel de Melo; Fabiane Pomiecinski Frota; Germana Pimentel Stefani; Gustavo Falbo Wandalsen; Hélcio Maranhão; Herberto José Chong Neto; Ingrid Pimentel Cunha Magalhães Souza Lima; Jocemara Gurmini; José Carlison Santos de Oliveira; José Luiz Magalhães Rios; Mauro Batista de Moraes; Natália Rocha do Amaral Estanislau; Renata Rodrigues Cocco; Rossiclei Pinheiro; Valéria Botan Gonçalves; Clóvis Francisco Constantino; Fátima Rodrigues Fernandes; Fábio Chigres Kuschnir; Dirceu Solé

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):5-96

Resumo PDF Português PDF Inglês

A prevalência da alergia alimentar (AA) tem aumentado em todo o mundo, o que a torna um problema de saúde pública. Responde por parte das reações adversas a alimentos, tem início geralmente precoce e suas manifestações clínicas variadas dependem dos mecanismos imunológicos envolvidos (IgE, não IgE ou misto). A identificação das variadas formas clínicas de apresentação, aliada à aquisição de novos métodos laboratoriais, possibilitaram a realização do diagnóstico etiológico de modo mais preciso, sobretudo quanto à reatividade cruzada entre alimentos e mesmo na identificação de marcadores indicativos de formas clínicas transitórias, persistentes e quadros mais graves. A padronização dos testes de provocação oral permitiu a sua realização de forma mais segura e possibilitou a sua inclusão entre as ferramentas disponíveis para confirmação etiológica da AA, assim como a melhor caracterização da Síndrome da enterocolite induzida por proteína alimentar e da Esofagite eosinofílica. Apesar da identificação de novos fatores de risco e de novos alérgenos alimentares, a exclusão do alimento responsável pelas manifestações clínicas continua sendo a principal conduta terapêutica. Entre os pacientes alérgicos às proteínas do leite de vaca, a disponibilidade de fórmulas especiais tem facilitado o tratamento substitutivo do leite de vaca para esses pacientes. A abordagem atual da anafilaxia (forma mais grave de AA mediada por IgE) é revisada, uma vez que os alimentos são os principais agentes etiológicos em crianças. Avanços na conduta de algumas manifestações gastrintestinais também são abordados. Na atualidade, a imunoterapia oral tem sido cada vez mais utilizada, e os imunobiológicos também são apresentados à luz das evidências científicas e clínicas atuais, assim como considerações sobre história natural da AA e formas de prevenção da AA. Este documento, baseado no Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar de 2018, reuniu especialistas no tratamento da AA (alergologistas, gastroenterologistas, nutrólogos e pediatras) que revisaram e atualizaram os métodos diagnósticos e esquemas de tratamento disponíveis e empregados no acompanhamento de pacientes com AA, visando a melhor abordagem terapêutica desses pacientes.

Descritores: Hipersensibilidade alimentar, fatores de risco, anafilaxia, testes cutâneos, IgE sérica específica, diagnóstico, imunoterapia, fórmulas hipoalergênicas.

Artigo de Revisão

4 - Alterações climáticas, qualidade do ar e suas repercussões sobre o desempenho escolar de crianças e adolescentes: o que 2024 nos reservou?

Climate change, air quality and their impact on the academic performance of children and adolescents: what does 2024 have in store for us?

Clóvis Francisco Constantino; Marilyn Urrutia-Pereira; Raquel Prudente de Carvalho Baldaçara; Marcelo de Paula Corrêa; Maria Isabel Amando de Barros; Evangelina da Mota Pacheco Alves de Araújo; Luciana Rizzo; Carlos Augusto de Mello; Fátima Rodrigues Fernandes; Gustavo Falbo Wandalsen; Luciana Rodrigues Silva; Dirceu Solé

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):97-105

Resumo PDF Português PDF Inglês

As alterações climáticas têm gerado para o planeta e para os seres vivos uma série de consequências que comprometem a existência de algumas espécies e afetado a qualidade de vida de todos. Neste artigo apresentamos o resumo de três importantes documentos mundiais que estudaram a qualidade do ar: "Relatório Mundial sobre a Qualidade do Ar - IQAir 2024", "Estado Global do Clima 2024" (Organização Mundial de Meteorologia), e o Relatório UNICEF "Aprendizagem interrompida: panorama global das interrupções escolares relacionadas ao clima em 2024". Estas publicações apontam dados alarmantes sobre as condições ambientais a que a população, em diferentes partes do mundo, está exposta, e a repercussão destas condições sobre a educação das crianças. Tais informações merecem ampla divulgação para que, pelo conhecimento e conscientização da população e de autoridades, possamos minimizar os efeitos adversos e encontrar formas mais adequadas de adaptação às mudanças do clima.

Descritores: Mudança climática, poluição, aprendizado, crianças, adolescentes.

Artigo Original

5 - Características demográficas e clínicas de pacientes com alergia ocular em ambulatório de hospital universitário em São Paulo

Demographic and clinical characteristics of patients with ocular allergy in an outpatient clinic of a university hospital in São Paulo, southeastern Brazil

Clóvis E. S. Galvão; Ricardo Guimaraes Marim; Giovanna Hernandes Battagello; Rosana Camara Agondi; Fábio Fernandes Morato Castro; Jorge Kalil; Cynthia Mafra Fonseca de Lima

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):106-114

Resumo PDF Português PDF Inglês

INTRODUÇÃO: A alergia ocular (AO) engloba um conjunto de doenças que podem ser classificadas em diferentes fenótipos. Apesar de sua prevalência, existem poucos dados sobre AO no Brasil. Este estudo teve como objetivo descrever as características demográficas e clínicas de pacientes diagnosticados com AO.
MÉTODOS: Foi realizada uma análise retrospectiva dos prontuários de pacientes com AO atendidos entre 2002 e 2022 em um ambulatório de hospital universitário. Foram investigadas variáveis como idade, sexo, manifestações clínicas, doenças atópicas associadas, início dos sintomas e tipo de tratamento. A análise estatística foi conduzida utilizando o software STATA, adotando um nível de significância de 5%.
RESULTADOS: O estudo incluiu 100 pacientes, sendo 57% do sexo masculino, com idades variando entre 5 e 66 anos. Oito em cada dez pacientes relataram início dos sintomas na infância. A conjuntivite alérgica perene foi a forma mais comum da doença, e os sintomas mais frequentes foram prurido e hiperemia. A rinite alérgica foi a comorbidade mais associada à AO. O tratamento mais frequentemente utilizado foi a combinação de colírios de olopatadina e lágrimas artificiais. Além disso, 61% dos pacientes foram submetidos à imunoterapia. Complicações oftalmológicas, como ceratocone e úlcera de córnea, foram observadas em 26% dos casos, e 7% dos pacientes necessitaram de intervenção cirúrgica. Não foi encontrada correlação entre as variáveis estudadas e as complicações oftalmológicas.
CONCLUSÕES: A AO foi mais prevalente no sexo masculino e teve início na infância, com a rinite alérgica sendo a comorbidade atópica mais comum. O tratamento mais utilizado foi a combinação de lágrimas artificiais e colírios de múltipla ação. Embora mais de um quarto dos pacientes tenha apresentado complicações oftalmológicas, não houve correlação significativa entre as variáveis e essas complicações.

Descritores: Conjuntivite alérgica, rinite alérgica, fenótipo, imunoterapia, demografia.

Comunicação Clínica e Experimental

6 - Profilaxia de curto prazo com inibidor de C1 e normalização do C4 em paciente com angioedema hereditário: relato de caso

Short-term prophylactic use of C1 inhibitor and C4 normalization in a patient with hereditary angioedema: a case report

Stéphanie Kim Azevedo de Almeida; Gabriela Barbosa Bisson; Flávio Wellington da Silva Ferraz; Marcelo Vivolo Aun; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(1):115-118

Resumo PDF Português PDF Inglês

O angioedema hereditário (AEH) é uma doença genética rara, caracterizada por episódios recorrentes de edema subcutâneo ou submucoso, frequentemente incapacitantes. As crises de AEH são geralmente imprevisíveis, embora possam ser desencadeadas por fatores como procedimentos dentários ou médicos (incluindo cirurgias), traumas ou estresse. Neste relato, descrevemos o caso de uma paciente com AEH tipo 1 que necessitou de exodontia dos terceiros molares. Foi administrado o inibidor de C1 derivado de plasma humano duas horas antes do procedimento, prevenindo o surgimento de crises de angioedema durante e após a extração. Além disso, observou-se a normalização dos níveis de C4 após a aplicação da medicação.

Descritores: Angioedema hereditário, complemento C4, extração dentária, proteína inibidora do complemento C1.

Junho 2025 - Volume 9  - Número 2

Editorial

1 - O pediatra e a hesitação vacinal

The pediatrician and vaccine hesitancy

Isabella Ballalai

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):119-121

PDF Português

ARTIGOS ESPECIAIS

2 - Reações de hipersensibilidade a vacinas e imunização de pacientes com asma: recomendações conjuntas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Sociedade Brasileira de Imunizações

Hypersensitivity reactions to vaccines and immunization in patients with asthma: joint recommendations of the Brazilian Association of Allergy and Immunology and the Brazilian Immunization Society

Ana Karolina Barreto Berselli Marinho; Claudia França Cavalcante Valente; Ekaterini Simões Goudoris; Anete Sevciovic Grumach; Fátima Rodrigues Fernandes; Claudia Leiko Yonekura Anagusko; Clarissa Morais Bussato Gerhardt; Gisele Feitosa Zuvanov Casado; Angelica Varela Rondon; Monica Araujo Álvares Silva; Ronney Corrêa Mendes; Antonio Paulo Costa Penido; Lorena de Castro Diniz; Bianca Noleto Ayres Guimarães; Ana Paula Neves Burian; Renato de Ávila Kfouri; Mônica Levi; Fabio Chigres Kuschnir

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):122-146

Resumo PDF Português

Este artigo oferece informações e recomendações sobre reações de hipersensibilidade a vacinas e imunização de pacientes com asma. Apresenta-se uma análise das reações de hipersensibilidade imediata e tardia às vacinas, enfatizando a importância da avaliação cuidadosa dos antecedentes alérgicos do paciente e do uso de testes diagnósticos específicos para identificar sensibilizações. Discute-se ainda a aplicação de estratégias como a vacinação em doses fracionadas, visando minimizar o risco de reações alérgicas graves. O artigo também explora a segurança e a eficácia de vacinas recentes, como as para dengue, COVID-19, vírus sincicial respiratório recombinante e doenças pneumocócicas no contexto dos pacientes alérgicos, incluindo aqueles com asma. A imunização segura desse grupo de pacientes é essencial não apenas para a proteção individual, mas também para a saúde coletiva, prevenindo surtos de doenças infecciosas e aumentando a confiança nas campanhas de vacinação. As recomendações apresentadas nesta publicação foram adaptadas ao contexto brasileiro e ajustadas por consenso entre especialistas membros da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Descritores: Alergia, asma, hipersensibilidade, imunidade, vacinas.

3 - Vacinação em pacientes com erros inatos da imunidade ou em uso de imunossupressores ou imunobiológicos: recomendações conjuntas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e da Sociedade Brasileira de Imunizações

Vaccination in patients with inborn errors of immunity or receiving immunosuppressive or biologic therapy: joint recommendations of the Brazilian Association of Allergy and Immunology and the Brazilian Immunization Society

Claudia França Cavalcante Valente; Ana Karolina Barreto Berselli Marinho; Ekaterini Simões Goudoris; Anete Sevciovic Grumach; Fátima Rodrigues Fernandes; Claudia Leiko Yonekura Anagusko; Clarissa Morais Bussato Gerhardt; Gisele Feitosa Zuvanov Casado; Angelica Varela Rondon; Monica Araujo Álvares Silva; Ronney Corrêa Mendes; Antonio Paulo Costa Penido; Lorena de Castro Diniz; Bianca Noleto Ayres Guimarães; Ana Paula Neves Burian; Renato de Ávila Kfouri; Fabio Chigres Kuschnir; Mônica Levi

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):147-168

Resumo PDF Português

Pacientes com erros inatos da imunidade ou em uso de imunossupressores ou imunobiológicos estão sob maior risco de infecções graves, incluindo aquelas preveníveis por vacinas. A imunização adequada é uma estratégia essencial para mitigar esse risco, e deve ser adaptada conforme a doença subjacente e o grau de imunossupressão de cada paciente. Este artigo revisa as evidências científicas disponíveis e melhores práticas relacionadas à vacinação de pacientes imunocomprometidos, oferecendo orientações para otimizar a imunização nessa população, com foco em recomendações adaptadas ao contexto brasileiro. As recomendações são organizadas com base nos tipos de erros inatos da imunidade e tratamentos imunossupressores ou imunobiológicos utilizados. A implementação dessas orientações pode melhorar significativamente a qualidade do cuidado a esses pacientes, reduzindo a carga de doenças infecciosas preveníveis.

Descritores: Imunossupressão, imunodeficiência, imunidade, imunocomprometimento, vacinação, vacinas.

Artigos de Revisão

4 - Avanços no tratamento da Síndrome da Bronquiolite Obliterante pós-transplante de células-tronco hematopoiéticas - uma revisão de escopo

Advances in the treatment of bronchiolitis obliterans syndrome after hematopoietic stem cell transplantation: a scoping review

Gabriela Spessatto; Isabela Grazia de Campos; Guilherme da Silva Martins; Bruno Hernandes David João; Juliana Gonçalves Primon; Thalita Gonçalves Picciani; Herberto José Chong-Neto1; Nelson Augusto Rosário-Filho; Débora Carla Chong-Silva

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):169-186

Resumo PDF Português

O Transplante de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH) é o tratamento de escolha para uma variedade de doenças neoplá-sicas e não neoplásicas em crianças. No entanto, complicações respiratórias no pós-transplante são comuns e resultam em aumento dos índices de morbidade e mortalidade. A Doença Enxerto Contra Hospedeiro (DECH) está entre as principais complicações na fase tardia, sendo a síndrome da bronquiolite obliterante (BOs), a síndrome clínica mais frequente. Caracteriza-se pelo padrão obstrutivo e de caráter progressivo, ocasionado pela obliteração da pequena via aérea. É uma condição desafiadora, uma vez que não existe tratamento específico com eficácia comprovada, além da escassez de dados na população pediátrica. O objetivo deste artigo é revisar estudos que apontam a efetividade dos tratamentos existentes para esta condição, nas diferentes modalidades, desde as terapias convencionais até as abordagens mais atuais, buscando informar os médicos assistentes envolvidos no atendimento deste grupo de pacientes. O manejo preciso e eficaz da BOs é fundamental para interromper o comprometimento da função pulmonar em médio e longo prazo, favorecendo uma maior sobrevida para os pacientes no pós-TCTH.

Descritores: Bronquiolite obliterante, transplante, tratamento, complicações pulmonares.

5 - Tosse crônica e síndrome de hipersensibilidade à tosse

Chronic cough and cough hypersensitivity syndrome

Rosana Câmara Agondi

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):187-195

Resumo PDF Português

A tosse crônica é uma condição prevalente no mundo, em todas as faixas etárias. Trata-se de um distúrbio complexo e de difícil tratamento, pois diversas condições pulmonares e extrapulmonares podem se manifestar com tosse crônica, que, por sua vez, pode ocorrer sem uma causa identificável ou ser resistente a terapias destinadas a tratar as diversas condições associadas à tosse crônica. A maioria dos pacientes com tosse crônica apresenta hipersensibilidade ao reflexo da tosse, ou seja, apresenta tosse em resposta a estímulos relativamente inócuos, o que causa considerável comprometimento de qualidade de vida e impacto psicológico. Nos últimos anos, houve uma mudança de paradigma no diagnóstico de tosse crônica refratária, reconhecendo-a como uma condição distinta, resultado da hipersensibilidade ao reflexo da tosse ao invés de ser apenas um sintoma decorrente de condições subjacentes. Nesta revisão, temos uma atualização sobre tosse crônica, realçando a hipersensibilidade ao reflexo à tosse.

Descritores: Tosse crônica, hipersensibilidade, receptores de neurotransmissores, reflexo.

6 - Imunobiológicos em doenças alérgicas - desafios e novos rumos

Biologics in allergic diseases - challenges and new directions

Sergio Duarte Dortas-Junior; Norma de Paula M. Rubini; Filipe Wanick Sarinho; Aldo José Fernandes Costa; Eduardo Costa Silva; Fabrício Prado Monteiro; Marta de Fátima Rodrigues da Cunha Guidacci; Martti Anton Antila; Ekaterini Simões Goudoris; Fabio Chigres Kuschnir; João Negreiros Tebyriça; Nelson Augusto Rosario-Filho

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):196-215

Resumo PDF Português

O desenvolvimento e a disponibilização do primeiro anticorpo monoclonal para o tratamento da asma, ocorrido há duas décadas, deu início a uma nova era no tratamento das doenças alérgicas. Desde então, novas terapias foram experimentadas com sucesso utilizando-se anticorpos monoclonais direcionados contra as principais citocinas envolvidas nas reações alérgicas tipo 2 ou os seus receptores, possibilitando o controle de diversas desordens imunoalérgicas como asma, dermatite atópica, esofagite eosino-fílica, granulomatose eosinofílica com poliangeíte, rinossinusite crônica com pólipos nasais, síndromes hipereosinofílicas e urticá-ria crônica espontânea. Os avanços científicos, ao mesmo tempo que trazem respostas, levantam novas questões. O presente artigo procura discutir e aprofundar estas questões como, por exemplo, o uso combinado de imunobiológicos, o conceito de remissão clínica, a potencial influência sobre a marcha atópica e as possibilidades terapêuticas que se descortinam com os ensaios clínicos de novos biológicos para as doenças imunoalérgicas.

Descritores: Anticorpos monoclonais, imunoterapia, imunoterapia sublingual, indução de remissão, remissão espontânea.

7 - Queda da cobertura vacinal no Brasil: causas, consequências e estratégias de enfrentamento

Decreasing vaccination coverage in Brazil: causes, impacts, and intervention strategies

Denise Salotti Augusto Pizani; Márcio Antônio Francisco Dearo; Aline Ferreira de Oliveira Pereira

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):216-226

Resumo PDF Português

O processo de imunização representa uma estratégia altamente efetiva, adotada mundialmente para controle e erradicação de diversas doenças. Entretanto, nos últimos anos, tem sido registrada uma significativa diminuição na taxa de cobertura vacinal no Brasil. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo evidenciar essa queda, abordando suas causas e consequências para a saúde pública, através de uma revisão da literatura. Para tanto, foram utilizadas como fontes: notícias, sites governamentais e artigos científicos nacionais e internacionais publicados entre os anos de 2014 e 2025, disponíveis nas bases de dados Google Acadêmico, PubMed e sciELO. Após análise criteriosa, 51 publicações foram selecionadas para embasar a redação deste artigo. Dentre os principais fatores associados à redução da cobertura vacinal, destacam-se a disseminação de informações falsas (fake news) e o avanço de movimentos antivacinas. Essas condições favorecem o ressurgimento de doenças anteriormente erradicadas, representando uma ameaça à saúde coletiva. Como resposta a esse cenário, o governo brasileiro tem implementado diversas medidas, como a distribuição de materiais informativos e a intensificação das campanhas de vacinação. Considerando a vacina como um dos principais instrumentos de prevenção em saúde pública e diante da possibilidade de reemergência de doenças como a poliomielite, conclui-se que as estratégias voltadas ao aumento da cobertura vacinal devem ser eficazes tanto na ampliação do acesso quanto na disseminação de informações confiáveis à população.

Descritores: Imunização, vacinação em massa, doenças transmissíveis, vacinas, estratégias de saúde.

8 - Spray nasal de adrenalina no tratamento de reações alérgicas de tipo I graves

Epinephrine nasal spray in the treatment of severe type I hypersensitivity reactions

Fabiana Andrade Nunes Oliveira; Fausto Yoshio Matsumoto; Marilyn Urrutia-Pereira; Dirceu Solé

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):227-234

Resumo PDF Português

Anafilaxia é a manifestação clínica mais grave das reações alérgicas sistêmicas e apresenta um risco potencial de morte. A maioria dos episódios de anafilaxia ocorre fora de ambiente hospitalar, e para que haja tratamento imediato, dispositivos alternativos de administração de adrenalina, como os autoinjetores de adrenalina, foram desenvolvidos. Todavia, estes não são disponíveis em boa parte do mundo e há relutância com o seu uso, sobretudo por crianças, geralmente fóbicas por agulha. Assim o desenvolvimento de um spray nasal de adrenalina (SNA) representa alternativa interessante no tratamento das anafilaxias, com bons resultados. O presente estudo tem por objetivo realizar revisão narrativa sobre o SNA no tratamento da anafilaxia com relação à sua farmacocinética e farmacodinâmica, assim como os eventos adversos nas diferentes faixas etárias. Estudos comparativos entre a administração de adrenalina intramuscular e por SNA demonstram resultados comparáveis e reforçam a sua utilização como mais uma alternativa para o tratamento de reações alérgicas graves de tipo I, especialmente a anafilaxia.

Descritores: Epinefrina, anafilaxia, adolescente, criança, adulto.

Artigo Original

9 - Análise da cobertura vacinal contra poliomielite no contexto do movimento antivacina e do início da pandemia de COVID-19, no município de Piracicaba em comparação com o Brasil

Analysis of polio vaccination coverage in the context of the anti-vaccine movement and the onset of the COVID-19 pandemic in the municipality of Piracicaba compared to Brazil

Beatriz Caroline Câmara; Talita Bonato de Almeida

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):235-241

Resumo PDF Português

INTRODUÇÃO: O Programa Nacional de Imunizações é uma das ferramentas de maior impacto no setor preventivo da medicina integrativa do Sistema Único de Saúde. A poliomielite é um dos componentes da lista de doenças de notificação compulsória, a qual foi extinta no Brasil devido à vacinação iniciada em 1961, obtendo em 1994 o certificado de área livre de circulação do vírus selvagem. Porém, o surgimento e crescimento do movimento an-tivacina no país, associado a um período de governos de políticas neoliberais com controle de gastos da área da saúde, mostram-se uma ameaça à cobertura vacinal em território nacional.
OBJETIVO: Comparar dados vacinais da poliomielite de Piracicaba, SP, com os nacionais e discutir os possíveis impactos do movimento antivacina, das fake newse da pandemia de COVID-19 na cobertura vacinal local e federal.
MÉTODOS: Estudo longitudinal retrospectivo realizado por meio da análise de dados secundários de cobertura vacinal do município de Piracicaba, SP, e do Brasil entre os anos de 2017 a 2022 obtidos nas bases de dados do Departamento Regional de Saúde de Piracicaba, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil e DATASUS.
RESULTADOS: A região de Piracicaba registrou entre 2017 e 2020, 3 casos notificados (mas não confirmados) de poliomielite e uma cobertura vacinal variando entre 91,19 e 103,46% entre os anos de 2017 e 2021 ; enquanto o Sudeste do Brasil registrou uma variação entre 73,11 e 90,04%, nesse mesmo período.
DISCUSSÃO: A partir de 2024, o Ministério da Saúde substituiu gradualmente a Vacina Oral Poliomielite pela versão inativada do imunizante, considerando novas evidências científicas. O objetivo dessas mudanças visa melhorar a eficácia do esquema vacinal frente aos índicios epidemiológicos.
CONCLUSÃO: É possível perceber a interferência e as consequências das fake news persistentes contra a vacinação no período pré e pós-pandemia de COVID-19.

Descritores: Poliomielite, movimento contra vacinação, COVID-19, cobertura vacinal.

Comunicações Clínicas e Experimentais

10 - Rinossinusite fúngica alérgica - série de casos e revisão da literatura

Allergic fungal rhinosinusitis - case series and literature review

Daniela de Abreu e Silva Martinez; Priscila Novaes Ferraiolo; Fabiana Chagas da-Cruz; Lucas Abreu Arantes; Maria Luiza Oliva Alonso; Solange Oliveira Rodrigues Valle; Sergio Duarte Dortas-Junior

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):242-246

Resumo PDF Português

A rinossinusite fúngica alérgica é um subtipo não invasivo de rinossinusite crônica com pólipos nasais com inflamação do tipo 2. É caracterizada por sensibilização a fungos IgE mediada, mucina alérgica e achados característicos de tomografia computadorizada e ressonância magnética nos seios paranasais. O diagnóstico é classicamente feito usando os critérios de Bent & Kuhn. No entanto, estudos recentes indicaram a falta de especificidade de alguns critérios importantes. O tratamento na maioria das vezes é cirúrgico, e a terapia adjuvante consiste principalmente no uso de esteroides orais e/ou tópicos. O omalizumabe, dupilumabe e mepolizumabe estão atualmente aprovados para o tratamento da rinossinusite crônica com pólipos nasais em geral, mas os ensaios clínicos até o momento com esses produtos biológicos não envolveram pacientes com rinossinusite fúngica alérgica. Descrevemos as principais características dos pacientes diagnosticados com rinossinusite fúngica alérgica de um hospital universitário e revisamos os dados atuais da literatura sobre o tema.

Descritores: Sinusite, sinusite fúngica alérgica, hipersensibilidade respiratória, produtos biológicos.

11 - Sepse recorrente induzida por abuso de corticoide nasal em paciente com imunodeficiência secundária

Recurrent septicemia in secondary immunodeficiency induced by nasal steroid abuse

Bruna Giavina-Bianchi; Adriana Pitchon; André Luiz Oliveira Feodrippe; Pedro Giavina-Bianchi

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):247-251

Resumo PDF Inglês

Nasal corticosteroids are recommended as first-line therapy for patients with moderate-to-severe allergic rhinitis. We report a case of a patient with secondary immunodeficiency who presented with recurrent septicemia induced by the inappropriate use of nasal corticosteroids, highlighting the risks associated with the misuse of this medication.

Descritores: Secondary immunodeficiency, nasal steroids, septicemia, Cushing's syndrome, corticosteroids.

12 - Por que os médicos devem valorizar as questões sexuais em pacientes com dermatite atópica?

Why should physicians value sexual issues in patients with atopic dermatitis?

Aline Lopes Bressa; Natalia Torres Troncoso; Priscilla Filippo A. M. Santos; Sueli Carneiro

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):252-255

Resumo PDF Inglês

A saúde sexual é um componente crucial, porém pouco reconhecido, da qualidade de vida em pacientes com condições eczema-tosas, como a dermatite atópica (DA). Este estudo transversal avaliou 452 adultos atendidos em uma clínica de referência em dermatologia no Brasil entre 2022 e 2023. O impacto sexual foi avaliado por meio do item 9 do Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI). No geral, 23% relataram dificuldades sexuais, mais frequentemente entre mulheres. DA (n=195) e psoríase (n=140) predominaram, com 47 pacientes com DA e 29 com psoríase relatando comprometimento. A maioria dos indivíduos afetados descreveu comprometimento moderado a muito grave da qualidade de vida. Os resultados destacam que a DA, além de suas manifestações cutâneas e sistêmicas, afeta substancialmente a intimidade e o bem-estar. Apesar de sua relevância, a saúde sexual raramente é discutida na prática dermatológica. A potencial utilidade do DLQI tradicional, além de sua pontuação geral, pode servir como uma oportunidade para abordar o sofrimento do paciente em tópicos delicados.

Descritores: Dermatite atópica, disfunção sexual, doenças de pele, qualidade de vida.

CARTA AO EDITOR

13 - Células T de memória residentes nos tecidos: papel e impacto na dermatite de contato alérgica

The role and impact of tissue-resident memory T cells in allergic contact dermatitis

Bruno Emanuel Carvalho Oliveira

Arq Asma Alerg Imunol 2025;9(2):256-257

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