Dermatite de contato alérgica na infância com sensibilização a múltiplos componentes - Atenção aos novos alérgenos e aos riscos associados à adultização infantil
Allergic contact dermatitis in children with polysensitization - Attention to new allergens and risks associated with childhood adultification
Bruno Emanuel Carvalho Oliveira1; Sergio Duarte Dortas-Junior2; Priscilla Filippo A. M. Santos3
1. Instituto de Alergia de Natal, Clínica de Alergia e Imunologia - Natal, RN, Brasil
2. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Serviço de Imunologia - Hospital Universitário Clementino Fraga Filho - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
3. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Dermatologia - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Endereço para correspondência:
Bruno Emanuel Carvalho Oliveira
E-mail: dr.brunoimuno@yahoo.com.br
Submetido em: 30/05/2024
Aceito em: 04/08/2024.
Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo.
RESUMO
Relatamos o caso de uma paciente de 6 anos com dermatite de contato alérgica com sensibilização a múltiplos componentes. Foi realizado o teste de contato com bateria padrão, cosméticos e unhas com positividade para bálsamo-do-peru, propilenoglicol, cloreto de cobalto, amerchol L-101, dimetacrilato de etilenoglicol e dimetacrilato de trietilenoglicol. Havia relato do uso de perfumes, bijuterias, produtos para skin care da mãe, apresentava mechas do cabelo coloridas e unhas pintadas com esmalte.A incorporação de tipologias adultizadas ao universo infantil e a pressão estética para o consumo, pelos pacientes pediátricos, de produtos como tinturas e adornos para cabelos, perfumes, cremes, hidratantes e esmaltes de unha contribuem para o aumento da prevalência das dermatites de contato nesta faixa etária.
Descritores: Dermatite de contato alérgica, crianças, alérgenos.
Introdução
A denominação dermatite de contato (DC) é utilizada para descrever um padrão polimórfico de inflamação da pele em resposta ao contato com substâncias exógenas. É uma das dermatoses mais comuns e inclui principalmente a DC alérgica (DCA) e a DC irritativa. Além desses dois subtipos, outros também foram reconhecidos com base nas diferentes causas e características clínicas distintas, incluindo reações cutâneas imediatas, que podem ser ainda classificadas como urticária de contato imunológica, urticária de contato não imunológica e DC proteica; DC fotoinduzida; DC sistêmica e DC não eczematosa, que inclui muitas manifestações diferentes como as seguintes lesões de erupção - semelhante ao eritema multiforme, purpúrica pigmentada, semelhante ao líquen plano, bolhosa, papular e nodular, granulomatosa, pustulosa, semelhante à esclerodermia e às DC pigmentada, linfomatoide e vascular-oclusiva1.
De acordo com uma metanálise recente, a prevalência agrupada de DC foi de 20,1%. Vinte e oito estudos foram incluídos, abrangendo 20.107 indivíduos testados. Em crianças e adolescentes < 18 anos, a prevalência foi de 16,5%. A prevalência foi significativamente maior em mulheres (27,9%) quando comparada aos homens (13,2%). O alérgeno mais comum foi o níquel (11,4%), seguido pela mistura de fragrâncias I (3,5%), cobalto (2,7%), Myroxylon pereirae (1,8%), cromo (1,8%), parafenilenodiamina (1,5%), metilcloroisotiazolinona/metilisotiazolinona (1,5%) e colofônio (1,3%)2.
Os alérgenos de contato são, em sua maioria, substâncias químicas de baixo peso molecular, e muitos produtos químicos têm propriedades sensibilizantes, com mais de 4.000 já identificados3.
Tradicionalmente, a DCA é definida como uma reação cutânea de hipersensibilidade tipo IV de Gell & Coombs mediada por células T dividida em uma fase de sensibilização e uma fase de elicitação, mas estudos recentes têm trazido novos insights3 com a participação das células do sistema imunológico inato, incluindo células linfoides inatas, mastócitos, neutrófilos e células dendríticas, que desempenham papéis críticos tanto na sensibilização quanto na elicitação4.
Nosso objetivo é relatar o caso de uma paciente pediátrica com DCA e sensibilização a múltiplas substâncias de modo a alertar a comunidade médica sobre a frequência da DCA em crianças e a importância da anamnese, realização de testes de contato padronizados, sensibilização por alérgenos emergentes e os riscos associados à adultização infantil.
Relato do caso
Paciente feminino, 6 anos, natural e residente na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, foi encaminhada para avaliação de lesões cutâneas crônicas. A mãe é manicure, trabalha com unhas em gel e postiças, e relata que, por hábito, cerca de uma vez ao mês pintava as unhas da criança desde quando ela completou 5 anos de idade. Paciente também usava perfumes, bijouterias, produtos para skin care da mãe e possuía mechas coloridas em seus cabelos.
Ao exame físico paciente apresentava lesões de eczema crônico com liquenificação e hiperpigmentação na região do colo e anterior do pescoço, eczema agudo com eritema, edema, vesículas e exsudação nas pálpebras, nas orelhas nos pontos de perfuração dos brincos e subagudo com descamação na região posterior do pescoço.
Diagnósticos diferenciais como dermatite atópica, infecções bacterianas e fúngicas, escabiose, psoríase, eczema disidrótico, dermatite seborreica, dermatoses plantares juvenis e dermatomiosite foram considerados e excluídos.
A paciente é portadora de rinite alérgica controlada com teste por puntura positivo para ácaros. Mãe negava diagnóstico de dermatite atópica.
Foi realizado o teste de contato na região dorsal do tronco em duas etapas com intervalo de 4 semanas entre elas pela pequena área nas costas da paciente para fixação das câmaras adesivas. Na primeira etapa foi feito teste com a bateria padrão (30 substâncias, FDA Allergenic® ) e cosméticos (10 substâncias, FDA Allergenic® ). As substâncias testadas foram colocadas em câmaras de 8 mm tipo Finn Chamber Aqua®. As leituras foram feitas em 48 e 96 horas segundo padrão proposto pelo Grupo Internacional de Dermatites de Contato. Resultados positivos para bálsamo-do-peru (++), propilenoglicol (+), cloreto de cobalto (++) e sulfato de níquel (++) na bateria padrão, e amerchol L-101 (+) na bateria de cosméticos. Na segunda etapa, pelo fato da criança usar esmaltes, a mãe ser manicure e a possível exposição ambiental a (met)acrilatos, foi feita, com a mesma padronização anterior, a bateria de teste de contato específica para unhas (20 substâncias, IPI ASAC® ) com resultado positivo para dimetacrilato de etilenoglicol 2% (++) e dimetacrilato de trietilenoglicol 2% (++).
A mãe foi orientada acerca do diagnóstico de DCA pelas substâncias indevidas utilizadas pela criança em decorrência da sua idade e da necessidade de excluí-las. Foram prescritos creme emoliente, corticoide tópico de média potência por período curto para o tratamento das lesões e orientações quanto a não permanência da criança na sala de manicure. Após seis meses de acompanhamento houve remissão completa dos sintomas clínicos e a paciente obteve alta.
Discussão
O cenário que conhecíamos da infância está mudando e estamos presenciando essas transformações através de fatos que acompanhamos cotidianamente nos comportamentos das crianças, que se encontram cada vez mais acelerados em direção ao universo adulto.
Um crítico social e escritor americano chamado Neil Postman (1931 a 2003) publicou em 1982 um livro chamado "O desaparecimento da infância", que foi um sucesso editorial porque instigou os leitores a pensarem nos deslocamentos que a ideia de infância estava e continua passando e, ao mesmo tempo, nos paralelismos que estabeleceu entre tecnologia de comunicação, consciência, valores culturais e sentimentos. Em certa passagem relata algo que permanece muito atual: "Para onde quer que a gente olhe, é visível que o comportamento, a linguagem, as atitudes e os desejos - mesmo a aparência física, de adultos e crianças, se tornam cada vez mais indistinguíveis"5,6.
Este acontecimento é preocupante e está intimamente ligado ao modelo de sociedade existente atualmente, pois a infância é um período curto de desenvolvimento e pode passar despercebida, uma vez que se antecipe atitudes e comportamentos da fase adulta. A criança é um ser em formação e a infância é um período de preparo para a vida adulta, assim a criança merece ser criança e ter suas especificidades respeitadas, pois são agentes transformadores e devem ser instigados diariamente a imaginar, criar e construir sua personalidade7.
As crianças estão expostas desde cedo às preocupações e exigências que não correspondem com o período da infância, sofrem diariamente influências tecnológicas e midiáticas que instigam o consumismo e as distanciam cada vez mais do seu mundo infante. Tem sido cada vez mais frequente a incorporação de tipologias adultizadas ao universo infantil e toda uma pressão estética para o consumo de produtos de skin care, tinturas e adornos para cabelos, perfumes, cremes, hidratantes, esmaltes de unhas, dentre muitos outros.
Acreditava-se que era raro crianças pequenas desenvolverem DCA devido à imaturidade do sistema imunológico e à falta de exposição aos alérgenos que desencadeiam DC, mas os dados das últimas décadas demostraram uma prevalência comparável à dos adultos8. Foi relatado que bebês com apenas 1 semana de idade desenvolvem DCA9, e mais de 20% das crianças saudáveis assintomáticas são sensibilizados a alérgenos comuns, como o níquel10,11. Apesar da maior conscientização sobre a DCA pediátrica, nos EUA menos de 10% dos testes de contato são realizados em crianças8.
A prevalência da DCA está aumentando entre as crianças e a sensibilização aos alérgenos de contato pode começar já na primeira infância. Os fatores que podem influenciar o aparecimento da sensibilização em crianças são a presença de dermatite atópica e outros defeitos da barreira cutânea e o contato intenso ou repetitivo com alérgenos12.
Há evidências crescentes de toxicidade associada a ingredientes encontrados em cosméticos e produtos de higiene pessoal, no entanto, pouco se sabe sobre como e por que as crianças os utilizam. Medley e cols.13 realizaram uma pesquisa com pais e responsáveis de crianças com idade ≤ 12 anos sobre o uso de produtos de maquiagem e corpo infantis, denominados no artigo como children's makeup and body products (CMBPs), que são amplamente comercializados para crianças em todos os EUA e exemplificados na Tabela 1.
O estudo demonstrou que 70% das crianças utilizaram CMBPs ao longo da vida; 60% delas utilizaram produtos para o corpo; 44% para o cabelo; 41% para o rosto; 33% usavam produtos para unhas, fragrâncias e lábios; e 18% para os olhos. Reconhecendo que as crianças também poderiam usar maquiagem e produtos criados para adultos, os autores investigaram a proporção de produtos utilizados pelas crianças que são especificamente feitos e comercializados para elas e observaram que estes eram utilizados apenas por 36% das crianças, ou seja, a maioria delas estava exposta a produtos criados para adultos.
O estudo serviu como uma introdução à compreensão das exposições precoces a esta classe única e pouco estudada de produtos.
O diagnóstico da DCA pode ser difícil em crianças devido ao polimorfismo clínico e aos inúmeros diagnósticos diferenciais, mas deve sempre ser considerado em quadros de eczemas recalcitrantes. O reconhecimento das características distintivas da DCA, como a distribuição da dermatite e o curso clínico auxiliam no diagnóstico. Os familiares podem não conseguir associar a exposição aos alérgenos ao desencadeamento dos sintomas, como no caso relatado em que a mãe não fez nenhuma associação dos eczemas da filha com as matérias-primas do seu trabalho. Deve-se questionar os pais sobre o uso de produtos como xampus, sabonetes, loções, detergentes, medicamentos tópicos, tecidos das roupas, calçados, prática e materiais utilizados em atividades esportivas, hobbies, uso de joias e bijouterias, esmaltes e tinturas de cabelo. Na presença de DC sistêmica deve-se pensar na ingestão oral de alérgenos de contato em alimentos como o vermelho carmim14, níquel em aveia e cacau15,16 e bálsamodo-peru em ketchup17,18. A compreensão das fontes de alérgenos ambientais ajuda a orientar perguntas durante a anamnese de acordo com a faixa etária da criança. Perguntas sobre fraldas, talco e cremes são aplicáveis a bebês e crianças pequenas, já nas crianças em idade escolar os brinquedos são fontes de exposição conhecidas que resultam em eczemas nas mãos e, por fim, em adolescentes, tinturas de cabelos19,20, perfumes21, esmaltes22 e tatuagens de henna23,24 podem ser fontes de exposição. Como foi observado, a criança do nosso caso clínico foi sensibilizada a alérgenos comuns de faixas etárias mais elevadas, corroborando com a sua adultização.
O teste de contato é o procedimento diagnóstico gold standard. No Brasil, há algumas baterias de testes de contato direcionadas para crianças, mas na ausência dessas devemos utilizar as baterias disponíveis para os adultos. Jacob e cols.25 em estudo realizado com 1.142 crianças elencaram que os principais alérgenos desencadeantes de DCA em crianças que realizaram teste de contato foram níquel, fragrância mix 1, bálsamo-do-peru (Myroxylon pereirae), bacitracina, formaldeído, propilenoglicol, dentre 15 outros alérgenos. Dentre esses, a nossa paciente estava sensibilizada para níquel, bálsamo-do-peru e propilenoglicol.
Um fato de destaque em nosso caso clínico foi a sensibilização da criança a metacrilatos e a realização da bateria de unhas foi guiada pela ocupação da mãe e uso de esmaltes pela criança.
Os acrilatos e metacrilatos são derivados de sais ou ésteres do ácido acrílico; constituem uma vasta gama de compostos pertencentes à classe dos plásticos e resinas sintéticas, cuja estrutura química tem em comum o ácido acrílico. São amplamente utilizados em produtos cosméticos, restaurações e próteses dentárias, equipamentos cirúrgicos, dispositivos médicos, utensílios domésticos, materiais de construção, tintas de impressão, entre outros produtos como as unhas postiças. Os monômeros acrílicos são submetidos a uma reação de polimerização, sendo necessário um catalisador, como um agente químico ou físico (como a luz ultravioleta - UV) para que esta reação ocorra, na qual o radical vinilo constitui o grupo reativo. Para que ocorra esta sensibilização e posterior desencadeamento das lesões, contribuem particularmente os monômeros acrílicos, uma vez que os subprodutos e produtos da polimerização são pouco sensibilizantes26-28.
As unhas de acrílico e de gel não se polimerizam completamente após a mistura, com ou sem endurecimento através da luz UV, e, portanto, os monômeros ainda estão presentes quando as unhas são aplicadas. Unhas postiças não contêm monômeros de acrilatos, logo, não é através do seu uso que existe sensibilização causada por esses alérgenos. No entanto, o composto químico presente em quase todas as colas utilizadas para fixar este tipo de unhas foi descrito como possível alérgeno sensibilizante. Dado a relevância do problema devem ser fornecidas recomendações para a proteção adequada dos trabalhadores e implementar técnicas para diminuir o contato direto com estes sensibilizantes, como uso de luvas de vinil, máscaras protetoras, óculos de proteção e fardamento adequado29.
A sensibilidade de contato aos (met)acrilatos das unhas é um problema de saúde emergente. Raposo e cols.30, em estudo sobre 230 casos de DCA causada por (met)acrilatos ungueais, documentaram que 93% dos pacientes possuíam eczema em mãos, e os sensibilizantes mais comuns foram: metacrilato de 2-hidroxietil (90% dos pacientes testados), metacrilato de 2-hidroxipropila (64,1%) e dimetacrilato de etilenoglicol (54,5%). Dentre estes componentes principais, a paciente do nosso caso estava sensibilizada para dimetacrilato de etilenoglicol, e não possuía eczema nas mãos. Como na infância a DCA causada por (met)acrilatos ungueais é excepcional31, e, até a presente data, com poucos casos descritos na literatura, devemos ficar atentos acerca da possibilidade do surgimento do eczema pelos (met)acrilatos em outras partes do corpo.
Por fim, a chave para o tratamento da DCA é evitar novos contatos com os sensibilizantes. No nosso caso, com a identificação dos agentes causais, o afastamento da criança dos mesmos e o tratamento das lesões, após seis meses de acompanhamento a criança teve remissão das lesões de eczema.
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