Características clínicas e autoimunidade nos pacientes com urticária dermográfica
Clinical features and autoimmunity in patients with dermographic urticaria
Rafaella Amorim Gaia Duarte; Raisa Borges de Castro; Franciane Bruschi Almonfrey; Jorge Kalil; Antônio Abilio Motta; Rosana Câmara Agondi
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Serviço de Alergia e Imunologia Clínica - São Paulo, SP
Endereço para correspondência:
Rafaella Amorim Gaia Duarte
E-mail: gaia.rafaella@gmail.com
Submetido em: 10/10/2018
Aceito em: 17/12/2018
Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A urticária dermográfica (UD) é a forma de urticária induzida mais comum, com uma prevalência geral de até 5%. Na urticária demográfica, o estímulo físico é decorrente de trauma ou fricção, seja ela por roupa, ou arranhões. A urtica pruriginosa aparece cerca de 10 minutos após o estímulo, e desaparece em 1 a 2 horas. Os anti-histamínicos (AH1) são a primeira opção de tratamento para controle da doença, e não se conhece a etiologia dessa entidade clínica.
OBJETIVO: Avaliar as características clínicas de pacientes com urticária dermográfica ou dermografismo sintomático.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de prontuário eletrônico de pacientes com UD, atendidos em um hospital terciário. Foram avaliados o tempo de doença, associação com urticária crônica espontânea (UCE), o tipo de tratamento, e a frequência de doença autoimune e/ou autoanticorpos.
RESULTADOS: Foram avaliados 161 pacientes com UD em seguimento há mais de seis meses. Cento e trinta e nove pacientes (85,7%) eram do sexo feminino, com média de idade de 48,6 anos e tempo de doença de 10,1 anos. A maioria respondeu ao AH1. Ao longo do seguimento, o AH1 de segunda geração foi utilizado em 73,5% dos pacientes, e o de primeira geração adicionado ao de segunda geração ou isolado em 50% dos pacientes. Quinze pacientes (9,3%) haviam feito uso de corticoide oral para controle dos sintomas. A associação com UCE estava presente em 44,1% dos pacientes. Alguma doença autoimune estava presente em 6,3% dos pacientes com UD associados à UCE, e em 14,5% naqueles com diagnóstico isolado de UD. Autoanticorpos estavam presentes em 34,9% dos pacientes com UD associada à UCE, e em 32,7% naqueles com UD isolada.
CONCLUSÕES: A prevalência de autoimunidade e/ou autoanticorpos foi elevada, independentemente da associação da UD com UCE.
Descritores: Urticária, autoanticorpos, autoimunidade, doenças da glândula tireoide.
INTRODUÇÃO
A urticária se caracteriza pela presença de urticas, angioedema ou ambos e é classificada em aguda ou crônica conforme seu tempo de duração. A urticária crônica (UC) se caracteriza pela presença de sintomas, diariamente ou na maioria dos dias da semana, por mais de seis semanas. A UC pode ser classificada em espontânea ou induzida conforme a identificação de um estímulo específico1.
A urticária crônica induzida (UCInd) é caracterizada pela presença de um estímulo específico associado ao desencadeamento dos sinais e sintomas. As urticárias induzidas estão presentes em 20 a 30% dos adultos com urticária crônica, e também ocorrem em crianças2,3. As UCInds incluem a urticária dermográfica (UD), urticária por pressão tardia (UPT), urticária ao frio, urticária solar, urticária ao calor e angioedema vibratório, urticária colinérgica, urticária de contato e urticária aguagênica4.
A UCInd é autolimitada, com duração em média de 10 anos. Entretanto, pode comprometer muito a qualidade de vida dos pacientes. Normalmente, as urticas ou placas estão limitadas à área de pele exposta ao estímulo. Contudo, em algumas situações, esta apresentação pode ser sistêmica. Dois ou mais subtipos de UCInd podem coexistir em um mesmo indivíduo4,5.
Dentre as UCInds, a UD é a mais comum, com uma prevalência de até 5% da população geral5,6. O mastócito é a célula central na fisiopatologia da UCInd. A histamina e outros mediadores liberados pelo mastócito ativado na pele levam à ativação da via nervosa sensitiva, vasodilatação e extravasamento de plasma e recrutamento celular para as lesões de urticária. Os sinais responsáveis pela ativação dos mastócitos não estão completamente esclarecidos1.
Clinicamente, a UD ou dermografismo sintomático caracteriza-se por apresentar urticas lineares pruriginosas nos locais de fricção da pele, cerca de 10 minutos após o estímulo, e desaparecem em torno de 1 a 2 horas após o estímulo, sem deixar lesões residuais. A média de duração da doença é de 6,5 anos5,6. Alguns estudos demonstraram que esta urticária afetava marcantemente a atividade diária e o bem-estar dos pacientes e que fatores psicológicos com frequência estavam associados à UD, agravando o quadro destes pacientes6. O diagnóstico é baseado em uma história clínica compatível e no aparecimento de urticas, eritema e prurido após 5 a 10 minutos da realização do teste de fricção com um material de ponta romba ou um dermografômetro com pressão de 36 g/mm2 5-7.
Os anti-histamínicos (AH1) de segunda geração são a primeira opção de tratamento para controle da doença. Seu uso pode se estender por meses, e o paciente deve ser acompanhado de forma periódica para avaliação do controle da UD1.
Do mesmo modo que um paciente pode apresentar duas ou mais UCInd, a associação de UCInd com a urticária crônica espontânea (UCE) é comum em um mesmo paciente, sendo esta associação descrita em cerca de 25% dos pacientes com UC4,8.
Estudos apontam a associação de UCE e autoimunidade, principalmente nos pacientes refratários ao tratamento. A doença autoimune (DAI) é definida como uma doença que ocorre devido a uma resposta imune dirigida contra um antígeno próprio (self) específico que contribuirá para o subsequente dano tecidual que ocorre na doença autoimune8,9.
O achado de títulos elevados de autoanticorpos ocorre em pelo menos 20% dos pacientes com UCE, com destaque para os anticorpos antitireoidianos (anti-tireoperoxidase e anti-tireoglobulina), uma proporção alta quando comparada à da população geral, que é de 3 a 5%1,10. Outros distúrbios como doença celíaca, síndrome de Sjögren, lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide (AR) e diabetes mellitus tipo 1, também foram relatados. A positividade desses autoanticorpos e o desenvolvimento de DAI associadas à UCE geralmente ocorrem em até 10 anos após o diagnóstico da UCE10. Não são frequentes relatos de associação de UCInd e DAI na literatura.
Este trabalho teve como objetivo avaliar as características clínicas dos pacientes com UD em acompanhamento em um centro terciário em relação aos dados demográficos, associação da UCInd com UCE, tipo de tratamento e frequência de doença autoimune/autoanticorpos.
METODOLOGIA
Estudo retrospectivo de prontuário eletrônico de pacientes com UD em acompanhamento em um hospital terciário, no Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do HC-FMUSP. Foram incluídos os pacientes adultos de ambos os sexos, com história de UD ou dermografismo sintomático e teste de dermografismo positivo. Todos os pacientes preenchiam os critérios de inclusão para UCInd conforme os consensos mundiais4,5. A UD foi definida como a presença de urticas lineares pruriginosas que apareciam cerca de 10 minutos após estímulo específico, a fricção, desaparecendo até algumas horas após, sem lesões residuais. A confirmação diagnóstica foi realizada através da aplicação de uma espátula de ponta romba ou de um dispositivo plástico denominado “Fricktest”, quando quatro pontas rombas de comprimentos diferentes são aplicadas à pele4.
O diagnóstico de UCE foi considerado quando o paciente, além dos sintomas desencadeados pela fricção da pele, referia urticas e/ou angioedema de aparecimento espontâneo, sem nenhum fator específico associado, na maioria dos dias da semana e por mais de seis semanas, conforme consensos internacionais1. Os pacientes encontravam-se em seguimento ambulatorial há mais de 6 meses. Os pacientes foram avaliados quanto aos dados demográficos, associação da UCInd com UCE, tipo de tratamento e frequência de DAI (doença autoimune da tireoide, LES e AR) e/ou de autoanticorpos (apenas fator anti-núcleo (FAN), anti-tireoperoxidade (anti-TPO), anti-tireoglobulina (anti-TG) e fator reumatoide (FR) foram avaliados).
Os autoanticorpos foram considerados positivos quando se encontravam com títulos superiores aos limites de normalidade referidos no nosso serviço, sendo FAN ≥ 1/80, anti-TPO > 35 UI/mL, anti-TG > 35 UI/mL e FR > 14 UI/mL.
Posteriormente, os pacientes foram classificados em dois grupos; pacientes com UD isolada e pacientes com UCE associada à UD. Os resultados dos dados demográficos, tipo de tratamento e frequência de DAI e/ou de autoanticorpos foram comparados entre os grupos. Nossos pacientes utilizavam apenas os medicamentos disponíveis no nosso serviço, que incluíam: loratadina, hidroxizine, ranitidina, montelucaste, hidroxicloroquina, dapsona e ciclosporina.
Análise estatística
Para a análise estatística, o teste de Fisher foi utilizado para comparar as frequências de autoanticorpos e de DAI entre os grupos. O teste de quiquadrado foi avaliado para comparar o tratamento utilizado entre os grupos. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparar dados demográficos dos pacientes, como idade atual, idade de início da doença e tempo de doença.
RESULTADOS
Cento e sessenta e um pacientes com UD, em seguimento há mais de 6 meses, foram selecionados consecutivamente e de acordo com os critérios de inclusão. Cento e trinta e nove pacientes (85,7%) eram do sexo feminino, com média de idade de 48,6 anos (DP 15,2 anos), idade de início da urticária de 38,5 anos (DP 14,4 anos) e média de tempo de doença de 10,1 anos (DP 8,9 anos), resultados mostrados na Tabela 1. Do total, 72 pacientes (44,1%) apresentavam UCE associada à UD.
A DAI associada à UD foi observada em 11 pacientes (11 dos 120 pacientes que foram investigados, 9,2%), sendo o hipotireoidismo a DAI mais frequente.
Em relação ao tratamento, todos os pacientes utilizavam AH1 para o controle dos sintomas, exceto por 7 pacientes que haviam entrado em remissão da doença no momento da revisão dos prontuários. Entretanto, cerca de 50% dos pacientes utilizavam AH1 de primeira geração associado ao de segunda geração, ou mesmo, como único AH1. Esta situação ocorria porque nosso ambulatório estava inserido em um serviço público em que apenas dois AH1 estavam disponíveis, loratadina (2ª geração) e hidroxizine (1ª geração) e, esporadicamente, os pacientes referiam preferência ao AH1 de 1ª geração e intolerância à loratadina (Figura 1).
Outros medicamentos disponíveis no nosso centro e utilizados pelos pacientes foram montelucaste, ranitidina, ciclosporina e hidroxicloroquina. As frequências do uso destes medicamentos estão demonstradas na Figura 1. Vale ressaltar que o omalizumabe não estava disponível para tratamento de pacientes com urticária crônica em nosso serviço.
Quinze pacientes (9,3%) haviam feito uso frequente ou por período prolongado de corticoide oral para o controle dos sintomas previamente ao início do acompanhamento em nosso serviço, mostrando a gravidade da doença.
Quando os pacientes foram classificados conforme a presença de UD isolada ou associada à UCE, observamos que 90 pacientes (55,9%) pertenciam ao grupo de UD isolada, e 71 pacientes (44,1%) ao grupo de UD associada à UCE. Não foram observadas diferenças estatísticas entre os dois grupos em relação aos dados demográficos. Do mesmo modo, não houve diferenças entre a frequência de DAI e de autoanticorpos entre os grupos (Tabela 2 e Figura 2).
Entretanto, em relação ao tratamento, o grupo de pacientes com UD isolada apresentou uma maior frequência do uso de AH1 em doses licenciadas e uma menor frequência de uso de outros medicamentos associados ao AH1 do que o grupo com UD associada à UCE (Tabela 2 e Figura 2).
DISCUSSÃO
No presente estudo foram avaliados os dados de 161 pacientes com UD. Nosso estudo encontrou uma frequência elevada de UCE associada ao quadro de UD (44,1%) e, do mesmo modo, uma alta frequência de autoanticorpos e doenças autoimunes associadas à UD, 33,9% e 9,3%, respectivamente. A doença da tireoide está presente em cerca de 5% da população geral, do mesmo modo é a doença autoimune mais frequentemente associada à UCE11, sendo que, no nosso estudo, a frequência de doença da tireoide foi quase o dobro da observada nesta metanálise.
Neste estudo, os pacientes apresentavam um tempo de doença prolongado com média de 10 anos, entretanto, apenas 24 pacientes (14,9%) necessitavam de outro medicamento associado ao AH1 para o controle dos sintomas. As diretrizes nacionais e internacionais recomendam o uso AH1 de segunda geração, inicialmente em doses habituais e, não havendo resposta, aumentar este medicamento em até quatro vezes a dose habitual1. Neste nosso estudo, a maioria dos pacientes respondeu ao AH1 de segunda geração, entretanto, a frequência do uso de AH1 de primeira geração ainda foi elevado no nosso grupo. Isto se deve, provavelmente, às poucas opções terapêuticas oferecidas aos pacientes em um serviço público, e também a preferência, por parte de muitos pacientes, ao AH1 de primeira geração. Nosso serviço não dispõe de omalizumabe para tratamento dos pacientes com urticária crônica refratária aos AH1s. Portanto, outras opções foram utilizadas, sendo o mais frequente o montelucaste, utilizado por 9,3% dos pacientes.
Quinze pacientes (9,3%) haviam feito uso frequente ou por períodos prolongados de corticoide oral para o controle dos sintomas, previamente ao início do acompanhamento em nosso serviço. Isto demonstra a gravidade da doença e o provável comprometimento da qualidade de vida destes pacientes, como também a necessidade de acompanhamento destes pacientes em centros especializados, já que o corticoide sistêmico não é recomendado para tratamento da urticária crônica.
Os relatos na literatura apontam que a UD ou o dermografismo sintomático é mais frequente em pacientes a partir da segunda década de vida, e predomínio no sexo feminino6,7,12. Nosso trabalho encontrou um grande predomínio do gênero feminino (85,7%), como também, a idade de início dos sintomas mais tardia, o que poderia favorecer aos achados de autoimunidade e presença de autoanticorpos, considerando-se o fato de que a prevalência de tireoideopatias aumenta com a idade13.
Nos estudos recentes foi possível observar que 30 a 50% dos pacientes com UCE apresentavam autoanticorpos para a cadeia de receptor de alta afinidade de IgE (FcεRI), sendo assim considerada uma condição autoimune. Acredita-se que esses autoanticorpos se liguem aos FcεRI nos mastócitos e basófilos, levando à liberação de histamina e outros mediadores1,10,14. Por outro lado, a frequência de DAI, como doença da tireoide, associadas à urticária crônica é alta, reforçando o papel da autoimunidade na UCE10. A associação de doença tireoidiana com a UCE pode conferir maior gravidade à urticária crônica. Muitos estudos foram realizados para avaliar se o uso de terapias de reposição tireoidiana influenciaria no tratamento da UCE, visto que esses pacientes geralmente apresentam refratariedade aos tratamentos convencionais, com AH1 habituais. Estes estudos apresentaram resultados controversos14-17. Entretanto, estes estudos mostraram a associação da autoimunidade com UCE. Nosso estudo observou que pacientes com UD podem apresentar associação com autoimunidade, independente de sua associação com a UCE. Os autoanticorpos foram observados em 32,7% dos pacientes com UD isolada, e em 34,4% dos pacientes com UD associada à UCE. Além destes dados, a doença autoimune, sendo o hipotireoidismo a mais prevalente, estava presente em 6,3% dos pacientes com UCE associada à UD, e em 14,5% naqueles com UD isolada. Taskapan e Harmanyeri18, em 2006, avaliaram a presença de outras doenças associadas à UD, como atopia e doença da tireoide, dentre outras. Os autores observaram que 5% dos pacientes apresentaram hipertireoidismo.
Em resumo, este estudo demonstrou uma alta frequência de autoimunidade e/ou presença de autoanticorpos nos pacientes com UD, independente da associação à UCE. Além destes dados, observou-se que os pacientes com associação de UD e UCE apresentavam maior gravidade da doença, refletida pela maior necessidade de outros medicamentos adicionados aos AH1 para o controle da doença.
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