Prevalência e gravidade de asma, rinite e eczema entre crianças e adolescentes de Feira de Santana, BA, por questionário do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC)
Prevalence and severity of asthma, rhinitis, and eczema among children and adolescents living in Feira de Santana, Bahia, northeastern Brazil, according to International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) questionnaire
Heli V. Brandao1; Wesley Batista2; Constança Sampaio Cruz3; Andressa de Moura2; Davi Felix Martins Junior1
1. MD. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA
2. Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, BA
3. MD. Hospital Santo Antônio, Obras Sociais Irma Dulce, Salvador, BA
Endereço para correspondência:
Heli V. Brandao
E-mail: helivb.fsa@gmail.com
Submetido em 07.03.2013.
Aceito em 26.11.2013.
Fonte financiadora: Universidade Estadual de Feira de Santana, BA.
Nao foram declarados conflitos de interesse associados à publicaçao deste artigo.
RESUMO
OBJETIVO: Determinar a prevalência e gravidade de asma, rinite e eczema entre escolares de 6-7 anos e adolescentes de 13-14 anos residentes em Feira de Santana, BA.
MÉTODOS: Estudo de corte transversal. Questionários padronizados do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) foram respondidos pelos pais de escolares em residência e devolvidos às escolas, e pelos adolescentes em sala de aula. Na análise estatística utilizou-se o teste do qui-quadrado.
RESULTADOS: A prevalência de sintomas de asma, rinite e eczema atópico nos últimos 12 meses em escolares foi de 19,1% (118); 40,7% (251) e 7,8% (48) respectivamente; e em adolescentes foi de 23,9% (247); 38,7% (400) e 11% (114). Rinite esteve associada de forma significante à asma em escolares, com com razao de prevalência RP 2,16 IC95% (1,83-2,56) e em adolescentes, com RP 1,53 IC95% (1,31-1,78). Eczema também mostrou associaçao significante com asma em escolares, com RP 2,15 IC95% (1,22-3,78) e em adolescentes RP 3,29 IC95% (2,35-4,62). Asma grave foi observada em 7,1% e 7,4% dos escolares e adolescentes, enquanto que rinite grave ocorreu em 25,8% e 21,6% de escolares e adolescentes, respectivamente.
CONCLUSOES: A prevalência de asma e rinite foi elevada entre escolares e adolescentes de Feira de Santana, BA. Em concordância com estudos prévios, a asma permanece subdiagnosticada. Houve elevada frequência de asma e rinite graves. Açoes por órgaos públicos e privados de saúde sao necessárias para o controle destas doenças.
Descritores: Asma, rinite, eczema, epidemiologia, escolares, adolescentes.
INTRODUÇAO
Asma, rinite alérgica e eczema atópico sao doenças alérgicas frequentes, e a sua elevada prevalência constitui um problema de saúde pública mundial. A asma acomete 300 milhoes de pessoas, com projeçao de 400 milhoes para 20251.
Estudos epidemiológicos vêm sendo realizados para acompanhar as tendências de prevalência, determinar os fatores associados e a gravidade das doenças alérgicas, principalmente da asma e rinite alérgica2. O International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) foi desenvolvido para padronizar um instrumento de pesquisa com objetivo de verificar e acompanhar a tendência na prevalência e gravidade da asma, rinite e eczema atópico em crianças de diferentes países, minimizando variaçoes na prevalência das doenças alérgicas entre diversas localidades por utilizaçao de diferentes ferramentas3.
O ISAAC-Fase I reuniu 156 centros de 56 países da Europa, Asia, Africa, America do Norte e do Sul e Oceania. A prevalência de sintomas de asma entre escolares variou de 4,1% a 32,1%, e entre adolescentes de 2,1% a 32,2%. A prevalência global de asma ativa foi de 21,3%4. No Brasil, a prevalência de sintomas de asma entre escolares variou de 16,1% a 27,2% e entre adolescentes variou de 9,6% a 27%. O ISAAC-Fase III reuniu 233 centros de 98 países, com aproximadamente 1.200.000 crianças avaliadas. Globalmente, a prevalência de asma ativa, rinoconjuntivite e eczema na faixa etária de 6 a 7 anos foi de 11,7%, 8,5% e 7,9%; e na faixa etária de 13-14 anos foi de 14,1%, 14,6% e 7,3%, respectivamente5. O Brasil participou com 20 centros e a prevalência de asma variou de 16,5% a 29% em escolares de 6 e 7 anos, e de 15,3% a 30,5% em adolescentes de 13 e 14 anos6. Em estudo realizado em 2002 na cidade de Feira de Santana, a prevalência de sintomas de asma entre escolares e adolescentes foi de 20,5% e 21,5%, respectivamente, utilizando o questionário ISAAC.
A populaçao de asmáticos se caracteriza por apresentar alta demanda aos serviços de emergência da rede pública de saúde, e estudos demonstram o impacto econômico e social da asma, acarretando custos diretos e indiretos elevados, além de comprometer a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares7,8. A prevalência de asma grave varia de 5-10%, e pacientes com esta condiçao representam a maior parcela na utilizaçao dos serviços de saúde pela elevada morbidade e risco de mortalidade9,10. A oferta de assistência médica, educaçao em asma e medicaçoes pelos Programas de Controle de Asma implantados em várias cidades do Brasil têm reduzido o número de internaçoes e atendimentos de emergência11,12.
O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência e gravidade de doenças alérgicas entre escolares e adolescentes na cidade de Feira de Santana, utilizando questionário ISAAC. Os resultados do presente estudo proporcionarao subsídios para estudos de identificaçao de fatores associados a estas doenças e também para que os órgaos públicos e privados de saúde programem açoes para o controle e prevençao das mesmas.
SUJEITOS E MÉTODOS
Trata-se de estudo de corte transversal realizado na cidade de Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado da Bahia. Participaram 32 escolas, randomizadas de um total de 442, sendo 17 escolas (8 públicas e 9 privadas) com crianças na faixa etária de 6 e 7 anos de idade, e 15 escolas (8 públicas e 7 privadas) com adolescentes na faixa etária de 13 e 14 anos.
O estudo foi realizado entre setembro de 2010 a abril de 2011. Após a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foram aplicados os questionários padronizados do ISAAC. Os pais das crianças de 6 e 7 anos responderam aos questionários em suas residências e devolveram às escolas, num total de 618 questionários. Na faixa etária de 13 e 14 anos, 1.033 adolescentes responderam aos questionários em sala de aula.
As questoes selecionadas para medir a prevalência, gravidade dos sintomas de asma e diagnóstico médico foram as seguintes: sibilos nos últimos 12 meses; asma desencadeada pelo exercício; asma grave: número de crises de chiado maior que 12 no último ano e/ou incapacidade de falar 2 ou mais palavras completas em uma crise de chiado e/ou despertar noturno > 1 noite na semana; asma alguma vez.
As questoes utilizadas para medir a prevalência, gravidade dos sintomas de rinite e diagnóstico médico foram: sintomas de rinite alérgica nos últimos 12 meses; rinite grave: sintomas nasais interferindo nas atividades diárias; rinite ou rinoconjuntivite alguma vez.
Para detectar a prevalência, gravidade e diagnóstico médico de eczema foram utilizados as questoes: rash cutâneo que aparece e desaparece nos últimos 12 meses; rash cutâneo em locais característicos (flexural) e rash cutâneo que interfere com o sono nos últimos 12 meses; eczema alguma vez.
Estatística descritiva foi realizada para determinar medidas de tendência central e dispersao das variáveis, bem como as suas frequências. O teste do Qui-quadrado foi utilizado para comparaçao de proporçoes, e a Razao de Prevalência (RP) foi utilizada para estimativa de risco.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana com o parecer Nº 139/2009.
RESULTADOS
Em escolares, 49,6% (306) tinham idade de 6 anos, e 50,3% (311) tinham idade de 7 anos, com frequência um pouco maior de escolares do sexo masculino 53,2% (329). A prevalência de sintomas de asma foi maior no sexo masculino 57,6% (67). Em adolescentes, 49,9% tinham idade de 13 anos, e 50,1% tinham idade de 14 anos, com frequência um pouco maior de adolescentes do sexo feminino 50,9% (526) no grupo estudado.
A prevalência de sintomas e gravidade da asma, rinite e eczema nas duas faixas etárias está apresentada na Tabela 1. Na faixa etária de 6-7 anos, a asma desencadeada pelo exercício esteve presente em 42,4% (50) dos portadores de sibilos nos últimos 12 meses. A asma esteve associada à rinite e ao eczema na idade de 6 e 7 anos e na idade de 13 e 14 anos (Tabela 2). A rinite grave foi risco para asma grave em 6-7 anos, com RP = 1,98 IC 95% (1,95-2,53), p < 0,05, e na idade de 13 e 14 anos, com RP = 3,57 IC 95% (2,40-5,32), p < 0,05. Houve associaçao entre sexo feminino e sibilos nos últimos 12 meses, com RP = 1,16 IC 95% (1,02-1,32), p = 0,02.
DISCUSSAO
No presente estudo, a prevalência de asma foi elevada em ambas as faixas etárias, 6 e 7 anos e 13 e 14 anos. Em relaçao ao estudo ISAAC-Fase III realizado em 2002 na cidade de Feira de Santana, os resultados evidenciaram pequeno aumento na prevalência de asma em adolescentes e reduçao na prevalência de asma em escolares. No Brasil, a prevalência de asma nos centros participantes do ISAAC Fase III demonstrou taxas elevadas, semelhantes às encontradas em países desenvolvidos13. Houve pequena variaçao mundial na prevalência de asma em ambos os grupos de idade, 6 e 7 anos e 13 e 14 anos, quando comparados os dados do ISAAC - Fase I com a Fase III. Na Europa Ocidental houve uma diminuiçao de prevalência de sintomas de asma em adolescentes de 13 e 14 anos e aumento na prevalência em crianças de 6 e 7 anos. Em países de língua inglesa, em geral ocorreu diminuiçao da prevalência de asma. Os países da America Latina, Africa e partes da Asia tiveram aumento na prevalência de asma, porém prevalências globais estao diminuindo2,4,14.
A asma grave teve pequeno aumento na prevalência em escolares e adolescentes, entretanto a asma continua sendo subdiagnosticada pelo médico e muito provavelmente subtratada10. A prevalência de rinite foi elevada em ambas as faixas etárias e ocorreu maior diagnóstico médico. Esses resultados podem refletir um melhor conhecimento dos sintomas pelos portadores dessas doenças e também representar resultado de açoes de assistência à asma e rinite realizada na cidade de Feira de Santana com a implantaçao do Programa de Controle da Asma e Rinite - ProAR. A rinite grave teve elevada prevalência e coloca a cidade como um dos locais de maior prevalência no Brasil13.
A asma esteve associada à rinite e ao eczema atópico. A associaçao entre essas doenças é relatada em outros estudos e reforça a ocorrência da marcha atópica onde o eczema em geral precede o aparecimento de asma e rinite15,16. A asma grave associou-se à rinite grave. Essa associaçao reforça o conceito de vias aéreas unidas e o conhecimento de que o adequado controle da rinite pode diminuir a inflamaçao nas vias aéreas inferiores e contribuir para um melhor controle da asma17,18.
A prevalência de eczema foi maior, quando comparada ao estudo realizado em 2002. Altas taxas de prevalência de asma, rinite e eczema foram detectadas nas regioes Norte, Nordeste e Sul do país. A exposiçao a temperaturas elevadas e a alto teor de umidade intradomiciliar ocorre nas regioes norte e nordeste do Brasil, pelo clima semiárido, quente e úmido. Os centros próximos à linha do Equador têm comprovadamente maiores taxas de prevalência de doenças alérgicas19,20.
O sexo masculino predominou entre escolares, mas nao houve associaçao com asma, enquanto em adolescentes, o sexo feminino foi mais frequente e esteve associado à asma. A asma e rinite grave estiveram associadas ao sexo feminino em adolescentes, mas nao em escolares, sendo dados concordantes com a literatura. A diferença de prevalência entre os gêneros na adolescência pode ser explicada por alteraçoes hormonais gênero-específicas e por exposiçao ambiental21-23.
Em conclusao, a prevalência das doenças alérgicas foi elevada na cidade de Feira de Santana, e mostrou discreta variaçao quando comparada a dados obtidos em 2002. A asma continua subdiagnosticada e a frequência de formas graves de asma e rinite foi elevada. Embora o número de participantes do nosso estudo tenha sido inferior ao preconizado em 3.000 participantes para cada faixa etária pelo protocolo ISAAC, consideramos que a amostra estudada foi representativa, pois incluiu crianças e adolescentes tanto de escolas públicas como privadas, sem ter havido critérios pré-estabelecidos para escolha das escolas participantes. Portanto, nossos resultados sao provavelmente válidos para a populaçao de crianças e adolescentes da área de estudo, e indicam que açoes por órgaos públicos e privados de saúde sao necessárias para o controle efetivo destas doenças.
AGRADECIMENTOS
A Onslane Gomes Silva, Heidi Cristina Junchum, Nara Bernardes e Natalia Koga pela colaboraçao na coleta de dados.
REFERENCIAS
1. Bousquet J, Bousquet PJ, Godard P, Daures JP. The public health implications of asthma. Bull World Health Organ 2005;83(7):548-4.
2. Mallol J, Solé D, Asher I, Clayton T, Stein R, Soto-Quiroz M. Prevalence of asthma symptoms in Latin America: the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC). Pediatr Pulmonol. 2006;30(5):439-44.
3. Asher MI, Keil U, Anderson HR, Beasley R, Crane J, Martinez F, et al. International Study of asthma and allergies in childhood (ISAAC): Rational and Methods. Eur Respir J. 1995;8:483-91.
4. Asher MI, Montfort S, Björkstén B, Lai CKW, Weiland SK, Williams H, et al. Worldwide time trends in the prevalence of symptoms of asthma, allergic rhinoconjunctivitis, and eczema in childhood: ISAAC Phases One and Three repeat multicountry cross-sectional surveys. Lancet. 2006;368(9537):733-43.
5. Mallol J, Crane J, von Mutius E, Odhiambo J, Keil U, Stewart A; ISAAC Phase Three Study Group. The International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) Phase Three: a global synthesis. Allergol Immunopathol (Madr). 2013;41(2):73-85.
6. ISAAC Steering Committee. Worldwide variation in prevalence of symptoms of asthma, allergic rhinoconjunctivitis, and atopic eczema: ISAAC. The International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) Steering Committee. Lancet. 1998;351(9111):1225-32.
7. Bjor O; Braback. A retrospective population based trend analysis on hospital admissions for lower respiratory illness among Swedish children from 1987 to 2000. BMC Public Health. 2003;3(7):3-22.
8. Nascimento HF, Franco R, Santos AC, Cruz AA, Barreto ML. Custo da asma grave para a sociedade, as famílias e o impacto de um programa de controle em Salvador-Bahia. Bahia Análise & Dados 2006;16:333-43.
9. Rabe KF, Adachi M, Lai CK, Soriano JB, Vermeire PA, Weiss KB, et al. Worldwide severity and control of asthma in children and adults: the global asthma insights and reality surveys. J Allergy Clin Immunol. 2004;114(1):40-7.
10. Simoes SM, Cunha SS, Barreto ML, Cruz AA. Distribution of severity of asthma in childhood. J Pediatr (Rio J). 2010;86(5):417-23.
11. Brandao HV; Sampaio CM, Silva-Junior I, Ponte E, Guimaraes A, Cruz AA. Hospitalizaçoes por asma: Impacto de um Programa de Controle de Asma e Rinite Alérgica em Feira de Santana. J Bras Pneumol 2009;35(8):723-9.
12. Cerci Neto A, Ferreira Filho OF, Bueno T, Talhari MA. Reduction in the number of asthma-related hospital admissions after the implementation of a multidisciplinary asthma control program in the city of Londrina, Brazil. J Bras Pneumol. 2008;34(9):639-45.
13. Solé D, Wandalsen GF, Camelo-Nunes IC, Naspitz CK, ISAAC-Grupo Brasileiro. Prevalence of symptoms of asthma, rhinitis and atopic eczema among Brazilian children and adolescents identified by the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC)-Phase 3. J Pediatria (Rio J). 2006;82(5):341-6.
14. Piarce N, Aït-Khaled N, Bearley R. Wordwide trends in the prevalence of asthma symptoms: phase III of the International Study of asthma an Allergiesin Childhood (ISAAC). Thorax. 2007;62(9):758-66.
15. Spergel JM, Paller AS. Atopic dermatitis and the atopic march. J Allergy Clin Immunol. 2003:112(1):18-27.
16. Camelo-Nunes IC, Wandalsen GF, Melo KC, Naspitz CK, Solé D. Prevalence of atopic eczema and associated symptoms in schoolchildren. J Pediatr (Rio J). 2004;80(1):60-4.
17. Bousquet J, Van Cauwenberge P, Khaltaev NJ. Aria Workshop Group World Health Organization. Allergic Rhinitis and Impact on Asthma. Allergy Clin Immunol. 2001;108(1):5147-334.
18. Ponte EV, Franco R, Nascimento HF, Souza-Machado A, Cunha S, Barreto ML, et al. Lack of control of severe asthma is associated with co-existence of moderate-to-severe rhinitis. Allergy. 2008;63(5):564-9.
19. Welland SK, Husing A, Strachan DP, Rzehak P, Pearce N, ISAAC Phase One Study Group. Climate and the prevalence of symptoms of asthma, allergic rhinitis and atopic eczema in children. Occup Environ Med. 2004;61(6):609-15.
20. Solé D, Camelo-Nunes IC, Vanna AT, Yamada E, Weneck F, Freitas LS,et al. Prevalence of rhinitis and related-symptomas in schoolchildren from different cities in Brazil. Allergol Imunopathol (Madr). 2004;32(1):7-12.
21. Siroux V, Curt F, Oryszczyn MP, Maccario J, Kauffmann F. Role of gender and hormone-related events on IgE, atopy, and eosinophils in the Epidemiological Study on the Genetics and Environment of Asthma, bronchial hyperresponsiveness and atopy. J Allergy Clin Immunol. 2004;114(3):491-8.
22. Almqvist C, Worm M, Leynaert B; Working Group of GA2LEN WP 2.5 Gender. Impact of gender on asthma in childhood and adolescence: a GA2LEN review. Allergy. 2008;63(1):47-57.
23. Mandhane PJ, Greene JM, Cowan JO, Taylor DR, Sears MR. Sex differences in factors associated with childhood and adolescent-onset wheeze. Am J Respir Crit Care Med. 2005;172(1):45-54.