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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Número Atual:  Março-Abril 2013 - Volume 1  - Número 2


XL Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia

Pôsteres





PO001 - Avaliaçao da imunoterapia alérgeno específica em pacientes com dermatite atópica

 

Maria Claudia Pozzebon Tacco; Cintia Bassani; Veridiana Aun Rufino Pereira; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun; Ligia Spagnol Ranalli; Paula Nunes Guimaraes Sá Barreto

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: Imunoterapia alérgeno específica é o único tratamento dirigido para a causa de doenças alérgicas mediadas por IgE. Apesar de seu efeito benéfico comprovado na rinite alérgica e asma brônquica há controvérsias sobre o uso da Imunoterapia subcutânea (ITSC) para pacientes com dermatite atópica (DA).
OBJETIVO: Avaliar o efeito da ITSC durante um período de 12 meses em pacientes com dermatite atópica moderada a grave aos pacientes sensíveis aos ácaros do pó da casa.
MÉTODOS: Foram incluídos em um estudo prospectivo e estratificado de acordo com a gravidade da doença um total de 28 pacientes de 5 a 37 anos com diagnóstico principal de dermatite atópica (Pontuaçao Dermatite Atópica [SCORAD] > 7) e sensibilizaçao para ácaros, sem associaçao com alergia alimentar. Os pacientes foram submetidos ao esquema da imunoterapia cluster (agrupado) que requerem a administraçao de várias injeçoes de doses crescentes num único dia. Os esquemas acelerados têm a vantagem de alcançar mais rapidamente a dose terapêutica. A eficácia clínica do tratamento foi avaliada através do SCORAD, escala visual analógica e consumo de medicaçao de resgate em intervalos de três meses.
RESULTADOS: Quatorze pacientes sendo 64,3% do sexo feminino e 35,7% do sexo masculino completaram o estudo e 12 continuam em tratamento. A ITSC teve que ser interrompida em dois pacientes por causa da exacerbaçao da DA. O valor médio do Scorad antes do tratamento foi de 39,6, e este caiu para 4,1 pontos, após 12 meses de terapia (p < 0,001). A análise estatística comparativa indicou uma diferença significativa em todos os pacientes com doença moderada a grave ao longo de todos os meses (p < 0,01). Houve uma importante reduçao no uso dos medicamentos com significância estatística entre 6 e 9 meses (p < 0,001- P < 0,009).

 


 

PO002 - Níveis de IgE sérica total e perfil de sensibilizaçao IgE específica em pacientes com dermatite atópica

 

Tatiane Cristina Marques; Fernanda de Lima Barros Limongi; Liciene Neves Portela; Norma de Paula Motta Rubini; Rafael Teixeira Figueredo Poleshuck; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar os níveis de IgE sérica total (IgE) e IgE específica (IgE esp) para Dermatophagoides pteronyssinus (Dp), Blomia tropicalis (Bt), clara de ovo, caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina em pacientes com dermatite atópica; e a influência do sexo, idade e gravidade da doença nestes parâmetros.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo, transversal, com pacientes com DA, de 2 a 18 anos, em seguimento ambulatorial no HUGG. Os dados foram coletados dos prontuários e do Banco de Dados do LAPIA. A dosagem de IgE e IgE esp foi realizada pelo ImmunoCAP.
RESULTADOS: Foram analisados 30 pacientes, 50% (15) do sexo masculino, com média de idade = 10,3 + 10,6 anos. Os níveis de IgE estavam elevados em 79% dos pacientes, 55% apresentaram sensibilizaçao IgE esp para ácaros; 36% para ovo; 34,6% para alfa-lactoalbumina; 26,9% para beta-lactoglobulina e 30,76% para caseína. Nas crianças, o percentual de positividade para ácaros foi 35,29% e nos adolescentes 76,9% (p = 0,02). O percentual de sensibilizaçao aos ácaros, ovo, caseína, alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina nos pacientes com DA leve foi, respectivamente, 25%; 11,1%; 12,5%; 11,1% e 14,3%; enquanto naqueles com DA moderada/grave foi: Dp e Bt (75%), clara de ovo (88,9%), caseína (87,5%), alfa-lactoalbumina (88,9%) e beta-lactoglobulina (85,7%) [p < 0,05].
CONCLUSOES: Observamos um alto percentual de pacientes com níveis de IgE elevados, uma grande proporçao com sensibilizaçao IgE esp para ácaros e um terço para alimentos. Nossos dados indicam que a sensibilizaçao aos ácaros é mais frequente na adolescência e os pacientes com DA moderada/grave apresentam maior risco de sensibilizaçao IgE esp para os ácaros, clara de ovo e proteínas do leite.

 


 

PO003 - Avaliaçao da influência do aleitamento materno no desenvolvimento da dermatite atópica

 

Bruno Paes Barreto; Francisca Regina Oliveira Carneira; Bruna Tavares Almeida; Juliana Vieira Lobato

Universidade do Estado do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a influência do aleitamento materno exclusivo no desenvolvimento de dermatite atópica em crianças de até seis anos de vida.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, caso-contole, um grupo constituído de indivíduos com dermatite atópica (DA) e outro de indivíduos sem DA, ambos provenientes do Centro de Saúde Escola da Universidade do Estado do Pará. Foram estudadas crianças com até seis anos de idade, de ambos os sexos, atendidas no centro de saúde adotado nesta pesquisa, no período de novembro de 2012 a março de 2013, cujos responsáveis autorizaram a participaçao por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Ao final da coleta de dados, 101 crianças foram incluídas na pesquisa, das quais 46 casos e 55 controles. O intervalo de confiança foi de 95% e nível α 5%.
RESULTADOS: O risco de desenvolvimento de DA em crianças que realizaram AME por menos de seis meses de vida foi três vezes maior do que o apresentado por crianças que realizaram AME por seis meses (OR = 3; p = 0,0233; IC 95% 1,2-7,7) e 4,5 vezes maior quando associado ao nascimento por parto cesáreo (OR = 4,5; p = 0,0017; IC 95% 1,8-11,6). O risco de ocorrência de DA nas crianças que realizaram AME por menos de quatro meses foi seis vezes maior do que o apresentado por aquelas que o realizaram por quatro a seis meses (OR = 6,03; p = 0,0008; IC 95% 2,1-17,2) e 10 vezes maior quando associado à história familiar de atopia (O = 10,3; p < 0,0001; IC 95% 3,6-29,3). Verificou-se tendência ao aumento na idade do diagnóstico de DA, com o aumento do tempo de AME [p < 0.0001; Coeficiente de Pearson = 0.5943].
CONCLUSAO: O desmame anterior aos seis meses de idade se associou a maior risco de desenvolvimento de DA, havendo acentuaçao de tal risco quando a criança nasceu de parto cesáreo e na presença de história familiar de atopia.

 


 

PO004 - Avaliaçao da influência do tipo de parto no desenvolvimento da dermatite atópica

 

Bruno Paes Barreto; Francisca Regina Oliveira Carneira; Bruna Tavares Almeida; Juliana Vieira Lobato

Universidade do Estado do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a influência do tipo de parto no desenvolvimento de dermatite atópica em crianças de até seis anos de vida.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, caso-contole, com um grupo constituído de indivíduos com dermatite atópica (DA) e outro de indivíduos sem DA, ambos provenientes do Centro de Saúde Escola da Universidade do Estado do Pará. Foram estudadas crianças com até seis anos de idade, de ambos os sexos, atendidas no centro de saúde adotado nesta pesquisa, no período de novembro de 2012 a março de 2013, cujos responsáveis autorizaram a participaçao das mesmas por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Ao final da coleta de dados, 101 crianças foram incluídas na pesquisa, das quais 46 casos e 55 controles. O intervalo de confiança foi de 95% e nível α 5%.
RESULTADOS: A prevalência de parto cesariano foi de 73,9% nos pacientes com DA e 43,6% no grupo controle. Crianças nascidas de parto cesáreo apresentaram chance três vezes maior de evoluírem com DA em relaçao àquelas nascidas de parto vaginal (OR = 3; p = 0,0205; IC 95% 1,2 - 7,8), sendo 4,5 vezes maior quando associado ao abandono do AME anterior aos seis meses (OR = 4,5; p = 0,0017; IC 95% 1,8-11,6); e 7,6 vezes maior quando associada à história familiar de atopia positiva (OR = 7,6; p < 0.0001; IC 95% 3 - 19,6).
CONCLUSAO: O presente estudo concluiu que o parto cesariano apresentou prevalência superior à estabelecida pela Organizaçao Mundial da Saúde (OMS) em 1985 e demonstrou maior risco para o desenvolvimento de dermatite atópica (DA) em relaçao ao parto vaginal, com aumento deste risco na associaçao de história familiar de atopia e abandono do AME anterior aos seis meses de vida.

 


 

PO005 - Prevalência de dermatite atópica entre adolescentes de Aracaju-SE. Dados do estudo ISAAC

 

Jackeline Motta Franco; Vanessa Monteiro Oliveira; Sérgio Oliveira Santos, Ricardo Queiroz Gurgel

Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar a prevalência de dermatite atópica e avaliar a sua tendência entre estudantes de 13 a 14 anos da cidade de Aracaju, entre 2004 e 2012.
MÉTODOS: Trata-se um estudo analítico, observacional, com delineamento transversal, no qual participaram adolescentes de 13 a 14 anos de idade, matriculados nas escolas da cidade. Entre 2011 e 2012, foi aplicado o módulo eczema do questionário escrito do estudo ISAAC. Aracaju foi dividida em seis distritos sanitários, dentro dos quais as escolas foram selecionadas por amostragem estratificada. A presença de eczema nos últimos 12 meses foi utilizada para estimar a prevalência de dermatite atópica, sendo também utilizado o "critério combinado" para aumentar a especificidade do diagnóstico. A questao "eczema alguma vez" foi considerada como "diagnóstico médico". O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe. Os dados foram transcritos e analisados no banco de dados SPSS 20.0.
RESULTADOS: Foram distribuídos 4000 questionários, dos quais 3009 foram preenchidos adequadamente e utilizados na análise, com um índice de retorno de 75,2%. Deste total, 1904 (63,3%) foram respondidos pelos alunos da rede pública e 1105 (36,7%) pelos alunos da rede particular. Houve discreto predomínio do sexo feminino, com a participaçao de 1441 (47,9%) meninos e 1568 (52,1%) meninas de ambos os domínios escolares. Houve reduçao significante na prevalência de dermatite atópica e "diagnóstico médico" neste estudo (7,2% e 10,2%) em comparaçao ao estudo finalizado em 2004 (11,2% e 13,1%). Considerando o "critério combinado", a prevalência encontrada foi de 3,2%. Houve predominância do sexo feminino apenas na questao "manchas com coceira alguma vez na vida", em uma proporçao de 1,2:1.
CONCLUSAO: A prevalência de dermatite atópica diminuiu entre os adolescentes, bem como sua gravidade, mas continua sendo um importante problema de saúde na faixa etária estudada.

 


 

PO006 - Níveis de IgE sérica total em pacientes com dermatite atópica - Atualizaçao de dados

 

Cynthia Camillo Casotti; Thatiane Ferreira Pignatari Mahet; Leonardo Araujo de Medeiros; Simone Saintive Barbosa; Eliane de Dios Abad; Fernanda Pinto Mariz; Evandro Alves do Prado

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: Identificar a prevalência de níveis séricos aumentados de IgE total em pacientes com dermatite atópica (DA), e analisar a relaçao entre os níveis séricos de IgE e a gravidade da doença.
MÉTODO: Estudo descritivo e retrospectivo com coleta de dados em prontuários, onde foram incluídos 136 pacientes portadores de DA acompanhados em ambulatório especializado. A gravidade da DA foi avaliada pelo SCORAD e a dosagem dos níveis de IgE total foi realizada pelo método de fluoroimunoensaio (ImmunoCAP).
RESULTADOS: Na amostra estudada, 26 (19%) pacientes apresentavam DA leve com SCORAD < 25; 75 (55% da amostra) apresentavam DA moderada (SCORAD entre 25 e 50); e 35 (26%) apresentavam DA grave (SCORAD > 50). Os níveis de IgE encontrados variaram entre 4,1 a 5000 kU/l. Dentre os pacientes com DA leve, 53,8% apresentavam IgE total inferior a 100 kU/l (considerado dentro da normalidade). A mediana da IgE sérica total em pacientes com quadro leve de DA foi de 515,91 kU/l. Dos pacientes com DA moderada, 90,7% apresentavam IgE total acima de 100 kU/l, sendo que 24% com IgE total acima de 1000 kU/l, e uma mediana de IgE de 726 kU/l. Apenas um paciente com DA grave (2,9%) apresentava valores de IgE total inferiores a 100 kU/l, sendo que em 91,4% este valor estava acima de 1000 kU/l, e com uma mediana de 1430,37 kU/l. Dentre os pacientes com valores bem aumentados de IgE sérica (1000 kU/l), 58,2% apresentavam DA grave, 32,7% DA moderada e apenas 9,1% (5 pacientes) DA leve.
CONCLUSOES: Encontramos valores aumentados de IgE (> 100kU/l) na maioria (84%) dos pacientes com dermatite atópica, sendo que em 40% destes, os valores foram superiores a 1000 kU/l. Observamos uma tendência a valores mais altos de IgE total nos pacientes com quadros mais graves. Esses dados estao em concordância com o que vem sendo relatado na literatura.

 


 

PO007 - Avaliaçao nutricional de pacientes com dermatite atópica moderada a grave

 

Diana Kimie Dias Martinez; Glauce Hiromi Yonamine; Cleonir Moraes Lui Beck; Ana Paula BM Castro; Antonio Carlos Pastorino; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o consumo de energia, nutrientes e o estado nutricional de crianças e adolescentes com dermatite atópica (DA) moderada a grave.
MÉTODOS: Estudo transversal com 31 pacientes (18M: 13F), com DA moderada (SCORAD 20-40) ou grave (SCORAD > 40) acompanhados em ambulatório especializado. O estado nutricional foi avaliado utilizando as curvas de crescimento da OMS e classificado em escores z (índices Estatura/Idade e IMC/Idade). O consumo alimentar foi avaliado pelo método recordatório de 24 horas e calculado por meio do programa Nutwin (Centro de Informática em Saúde, UNIFESP, 2002). Para análise do consumo de energia, carboidratos, proteínas, gorduras, cálcio e ferro foram utilizadas as Dietary Reference Intakes como referência, verificando-se a prevalência de inadequaçao.
RESULTADOS: Os pacientes apresentaram SCORAD 20 a 72 (16% com DA moderada), mediana de 9,5 anos (1,1 a 17,6). A mediana de escore z de E/I foi de -1,33 (variaçao -3,95 a 1,42, sendo 29% com baixa/muito baixa estatura) e de IMC/I foi de 0,32 (variaçao -1,97 a 3,03, sendo 22,6% com sobrepeso/obesidade). O consumo foi abaixo do recomendado para: energia (25,8%), carboidratos (29%), proteínas (9,7%), gorduras (3,2%), cálcio (83,9%) e ferro (12,9%). Em relaçao ao nao consumo de alimentos; 22,6% nao consumiram leite e derivados (ou substitutos); 19,4% carnes; 38,7% frutas; 74,2% legumes e 67,7% verduras. Do total de pacientes; 29,3% omitiram almoço ou jantar; 64,5% consumiram guloseimas; 48,4% realizavam as refeiçoes em horários inadequados e duas crianças > 1 ano utilizavam mamadeira.
CONCLUSAO: A complexidade no tratamento da DA envolve aspectos nutricionais e adequada orientaçao dos hábitos alimentares, que contribuem para o desenvolvimento dessas crianças. É importante uma abordagem ativa multiprofissional e a avaliaçao nutricional deve ser parte da rotina no acompanhamento dessas crianças.

 


 

PO008 - Hipoalbuminemia, hiponatremia, hipocalcemia e hipogamaglobulinemia como complicaçoes de dermatite atópica grave: relato de caso

 

Jorgiana Schiavon Bueno; Priscila Beatriz de Souza Medeiros; Ana Paula BM Castro; Mayra Barros Dorna; Antonio Carlos Pastorino; Cristina Miuki Abe Jacob; Cristiane de Jesus Nunes dos Santos

Instituto da Criança FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever um caso de dermatite atópica grave que apresentou comprometimento nutricional e distúrbios hidroeletrolíticos decorrentes do quadro cutâneo.
MATERIAL E MÉTODOS: Informaçoes sobre o caso foram obtidas no prontuário médico.
RESULTADOS: Descriçao de menino de 1 ano e 4 meses, que apresentou desde o nascimento sinais e sintomas de dermatite atópica associado a dermatite seborreica em couro cabeludo. Com 6 meses houve piora do quadro com aparecimento de febre, vômitos por 5 dias e sinais de infecçao secundária em pele, necessitando de internaçao para hidrataçao endovenosa e antibioticoterapia. Os exames laboratoriais revelaram: hiponatremia Na = 126mEq/L, hipoalbuminemia 2,6 g/dl, baixos níveis de imunoglobulinas (IgG:149 IgM:16,8 IgA:19,7) e eosinofilia de 15008/mm3. Paciente evoluiu com boa resposta á infecçao, mas apresentou anasarca sendo necessária albumina endovenosa a cada 2 dias. Foram descartadas doenças intestinais ou renais que justificassem perdas de eletrólitos e imunoglobulinas. Apresentou níveis de IgE específica para: leite (11,2 KU/L) caseína (6,9 KU/L) betalactoglobulina (8,9 KU/L) e clara de ovo (48,8 KU/L). O tratamento para controle da DA foi baseado na exclusao alimentar, suplementaçao de vitamina A e D, cálcio e zinco. Para controle do prurido o paciente recebeu hidrataçao, uso de antihistamínicos e carbamazepina. Como houve baixa resposta terapêutica paciente recebeu prednisolona 1 mg/kg/dia, evoluindo com melhora significativa de todos os sintomas a após 10 dias de tratamento foi iniciada a retirada do corticosteroide. Durante a internaçao houve a normalizaçao das imunoglobulinas, coincidindo com a melhora do edema periférico. Permanece em tratamento com dieta de exclusao e antihistamínicos e normalizaçao de eletrólitos e albumina na segunda semana do uso de corticoide.
CONCLUSAO: Casos graves de dermatite atópica podem apresentar complicaçoes pouco comuns, mas o adequado manejo dos pacientes permite o controle da doença e de suas complicaçoes.

 


 

PO009 - Recorrência da erupçao variceliforme de Kaposi em pacientes com dermatite atópica

 

Nathalia Pessoa de Barros Simis; Ana Carolina Donofrio Silva; Paula Rezende Meireles; Jorge Kalil; Fabio Morato Castro; Ariana Campos Yang

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar a recorrência da erupçao variceliforme de Kaposi (EVK) nos pacientes com dermatite atópica (DA). Avaliar associaçao do uso de ciclosporina (CsA) e da taxa de recorrência de EVK. Avaliar a gravidade e o manejo clínico da infecçao por herpes simples tipo 1 nos pacientes com DA.
METODOLOGIA: Revisao de prontuários eletrônicos com busca pelas palavras: erupçao variceliforme de Kaposi e dermatite atópica; erupçao herpética e dermatite atópica; herpes e dermatite atópica. A pesquisa gerou um total de 14 prontuários que foram revistos sendo confirmados 9 com diagnóstico de EVK. Para comparaçao entre a taxa de recorrência e uso da CsA nos últimos 12 meses foi utilizado o teste nao paramétrico de Mann-Whitney.
RESULTADOS: Os pacientes tinham entre 2 e 47 anos no diagnóstico da EVK, 66% do gênero masculino, 66% da cor branca, 22% da cor parda e 12% da cor negra. Todos apresentavam DA grave. A taxa de recorrência da infecçao em 1 ano foi de 33% e em 2 anos 44%. Os outros 56% nao apresentaram recorrência. O paciente com maior número de recorrências apresentou 6 episódios de EVK e o com menor 2. A média da taxa de recorrência em 1 ano foi de 2,25 episódios. Dos pacientes com recorrência 100% usou CsA nos 12 meses que antecederam a infecçao, enquanto dos que nao apresentaram recorrência apenas 20%, havendo diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p0,02). Somando todos os episódios de EVK dos pacientes avaliados observamos um total de 19 infecçoes. Destas 72% foram infecçoes pouco graves, com boa resposta ao uso de antiviral via oral e tópico. Os outros 28% apresentaram um quadro mais grave sendo necessário uso de antiviral endovenoso e tópico e internaçao hospitalar.
CONCLUSAO: O uso da CsA nos 12 meses que antecederam a infecçao foi associado a recorrência da EVK nos pacientes com DA grave. A maioria dos pacientes apresentou boa resposta ao tratamento ambulatorial. Mesmo nos pacientes com forma mais grave de EVK a resposta à medicaçao foi eficaz.

 


 

PO010 - Dermatomiosite juvenil em paciente com dermatite atópica grave: relato de caso

 

Letícia Oliveira Madeira1; Bárbara Oliveira1; Marise Araújo Lessa2; Lincoln Santos Penetra1; Flávio Sztajnbok2; Fábio Chigres Kuschnir1

1. Ambulatório de Imunologia Clínica e Alergia na Infância do HUPE-UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2. Serviço de Reumatologia do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (NESA-UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de dermatomiosite juvenil (DMJ) em paciente com dermatite atópica (DA) grave.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso.
RESULTADO: Menino, 6 anos, acompanhado no HUPE-UERJ desde os 5 anos de idade com diagnóstico de DA grave (Scorad de 49.9: xerodermia (3), eritema (2), crostas (1) e espessamento (3)), iniciada a partir dos 2 anos de vida. Apresentava pobre resposta aos corticosteroides tópicos, resposta parcial a cursos de prednisolona oral, e necessidade de antibioticoterapia para infecçoes bacterianas cutâneas recorrentes, tendo sido considerado o tratamento com imunossupressor. Exames laboratoriais iniciais: IgG, IgM e IgE (> 2500 UI/mL) elevadas e IgA normal; IgEs para leite, ovo, trigo, soja, peixe e amendoim < 0,35 kU/L; anemia normocítica normocrômica e bioquímica normail. Há cerca de 2 meses iniciou quadro de artralgia em grandes articulaçoes de membros inferiores, fraqueza muscular proximal simétrica e lesoes cutâneas rosa-violáceas em pálpebras (heliótropo) e em superfícies extensoras das articulaçoes interfalangianas e metacarpofalangianas (pápulas de Gottron) patognomônicas de DMJ, sem manifestaçoes em outros sistemas. Nesta ocasiao observou-se elevaçao da LDH, com outras enzimas musculares (CK, AST e aldolase) normais. Autoanticorpos associados e específicos para miosite negativos. Prescrito prednisolona 1 mg/kg/dia com melhora da força muscular e das manifestaçoes cutâneas após 15 dias.
CONCLUSAO: Níveis elevados de IgE, com ou sem eczema, é um achado comum em doenças nao-alérgicas autoimunes como a DMJ, Artrite idiopática juvenil e a poliarterite nodosa juvenil sugerindo que esta imunoglobulina possa ter um papel importante na fisiopatologia destas condiçoes. DA grave, é relatada com muito maior frequência entre pacientes com DMJ do que na populaçao geral, habitualmente precedendo o aparecimento desta última. A concomitância das doenças, em geral, resulta em pobre controle das duas condiçoes.

 


 

PO011 - Epidemiologia da artrite reumatóide e outras poliartropatias inflamatórias no Pará, de 2008 a 2012

 

Thiago Damasceno Corrêa; Nataliê Almeida Silva

CESUPA, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Levantar dados epidemiológicos concernentes a Artrite Reumatoide e outras poliartropatias inflamatórias, no estado do Pará, no período de 2008 a 2012.
MÉTODO: O estudo, de abordagem descritiva, quantitativa e observacional, buscou informaçoes relacionadas à Artrite Reumatoide e outras poliartropatias inflamatórias no site do Departamento de Informática do Sistema Unico de Saúde (DATASUS), cujos dados sao provenientes do Sistema de Informaçoes Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Para o arquivamento e a confecçao de tabelas, utilizaram-se os softwares Microsoft Word 2010 e Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS: 8.996 pacientes foram internados por Artrite Reumatoide e outras poliartropatias inflamatórias no Estado do Pará, dos quais 4.382 sao do sexo masculino e 4.614 sao do sexo feminino. Ainda se destaca que o número de internaçoes reduziu de 2.540 em 2008 para 1.152, em 2012.
CONCLUSAO: Após análise de dados, foi observada uma predominância, embora muito discreta, na internaçao de mulheres, seguindo a lógica esperada - Artropatias inflamatórias atingem majoritariamente o sexo feminino. A reduçao do número de internaçoes por Artrite Reumatoide e outras poliartropatias inflamatórias tende a continuar, dada a recente ampliaçao da lista de medicamentos destinados ao tratamento de Artrite Reumatoide (abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe, tocilizumabe e rituximabe) pelo Ministério da Saúde, permitindo um melhor controle da doença.

 


 

PO012 - Perfil clínico e laboratorial de pacientes com doença relacionada à IgG4: relato de cinco casos

 

Leonado Oliveira Mendonça; Cristina Maria Kokron; Jorge Kalil; Myrthes Toledo Barros

HC-FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever 5 pacientes com diagnóstico de doença relacionada à IgG4 (DRIgG4), caracterizada por denso infiltrado tecidual rico em linfócitos e plasmócitos IgG4+s, fibrose estoriforme e, frequentemente, aumento da IgG4 sérica.
MÉTODOS: Revisao de prontuários de pacientes em seguimento no Ambulatório de Autoimunidade analisando dados demográficos, clínicos, alteraçoes laboratoriais e histológicas.
RESULTADOS: Predomínio do gênero masculino (4/1). Médias de idade: início da doença 47±13,3 anos; idade ao diagnóstico 49,6±12,6; demora diagnóstica 2,4±0,9. Manifestaçoes clínicas: linfonodomegalia (3/5), nefrite tubulointersticial (2/5), pancreatite (2/5) e acometimento hepático, pulmonar e de glândulas salivares (1 caso cada). Apenas 2 casos apresentaram quadro sistêmico como apresentaçao da doença. Os níveis de IgG estavam elevados em 3/5 pacientes e as fraçoes C3 e C4 do complemento estavam baixas ou indetectáveis em 3 de 4 casos analisados. Todos os pacientes apresentaram infiltraçao tecidual com células linfoplasmocitárias predominantemente IgG4+s e fibrose tecidual estoriforme (células fusiformes com arranjo irregular) nos órgaos biopsiados.
DISCUSSAO: A maior prevalência em homens em torno dos 50 anos está de acordo com a literatura. Em todos os pacientes foi detectada alguma manifestaçao comum da DR-IgG4: linfonodomegalias, pancreatite, aumento de IgG sérica, consumo de complemento e/ou perda de funçao renal, sendo denominador comum a fibrose tecidual intensa com infiltrados ricos em plasmócitos IgG4+s. A lesao histológica renal foi a mais comumente descrita (nefrite tubulointersticial) que apresentou boa resposta à corticoterapia mesmo com fibrose difusa.
CONCLUSAO: Embora alguns pacientes nao requeiram tratamento imediato, o acometimento de órgaos vitais exige tratamento agressivo e rápido, pode levar à disfunçao e falência do órgao. O consenso geral é que a corticoterapia constitui a primeira linha de tratamento.

 


 

PO013 - Uso de imunossupressor no tratamento da asma: relato de caso

 

Leonardo Araujo de Medeiros; Kicila Ana Ferreira de Sena Pelucio; Cintia Mello de Carvalho; Heloiza Helena Nunes da Silveira; Fernanda Pinto Mariz; Evandro Alves do Prado; Ekaterini Simoes Goudouris

Instituto de Puericultura e Pediatria Matagal Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar uso e resposta a ciclosporina em paciente com asma grave refratária ao tratamento, acompanhada em nosso ambulatório.
MÉTODO: Estudo retrospectivo, por meio de revisao do prontuário médico.
RESULTADOS: Pré-escolar, 4a 5m, feminina, com história de bronquiolite e pneumonia aos 4 meses de vida, evoluindo com broncoespasmo grave e internaçao em UTI, e bom controle inicial com budesonida inalatória 200 µg/dia. Após 1 ano de vida, houve outras 2 internaçoes por broncoespasmo em UTI, associadas a pneumonia. Foi encaminhada para o nosso ambulatório com 1a 3 m, em uso de fluticasona e prednisolona, com recaídas frequentes nas inúmeras tentativas de reduçao do corticoide sistêmico. A investigaçao laboratorial foi negativa para imunodeficiências e para sensibilizaçao a alimentos e aeroalérgenos mais frequentes; broncoscopia com inflamaçao difusa de árvore brônquica, sem corpos estranhos; TC com atelectasias em faixa e ausência de bronquiectasias, e nao compatível com o diagnóstico de Bronquiolite Obliterante. História familiar para atopia. Nao houve melhora com tratamento empírico de refluxo gastroesofágico, nem com a associaçao fluticasona/salmeterol. Diante do mal controle clínico e da presença de efeitos colaterais da corticoterapia prolongada, optamos pelo início de ciclosporina A, imunossupressor sugerido na literatura para tratamento de casos de asma grave e em cujo manejo o serviço possui larga experiência. Após 1 mês do início da ciclosporina, houve controle de crises e sintomas intercrise tendo sido possível a suspensao da prednisolona. No seguimento, nao observamos efeitos adversos importantes, exceto hordéolos recorrentes, que se resolveram com antibioticoteriapia e descolonizaçao cutânea.
CONCLUSAO: O presente caso ilustra a importância dos imunossupressores no tratamento dos casos de asma grave sem controle ou na presença de efeitos colaterais importantes com o tratamento habitual, mesmo em baixa faixa etária.

 


 

PO014 - Tratamento de lactentes sibilantes e crianças com asma com corticoides inalados no polo de asma do IPPMG

 

Mônica Ribeiro de Oliveira; Clemax Couto Sant'Anna; Maria de Fátima B. Pombo March

UFFRJ, Sao Gonçalo, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Escrever o perfil clínico de lactentes sibilantes (LS) e de crianças com asma e sua evoluçao após o tratamento com corticoides inalados (CI) em polo de asma em universidade pública.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo longitudinal retrospectivo realizado no IPPMG no periodo de março de 2008 a novembro de 2009. Foram incluídas crianças 0-35 meses, com sibilância recorrente (LS) e crianças 36-71 meses de asma. Os pacientes foram seguidos no primeiro (T0), segundo (T1) e consultas de terceiros (T2) no Polo. O intervalo entre cada consulta foi de 2 a 3 meses. A análise descritiva de frequência e porcentagem para dados categóricos e média, desvio padrao e mediana para dados numéricos. O critério para determinar o nível de significância foi de 5%.
RESULTADO: Foram estudados 239 pacientes de T0 a T2. Em pacientes do sexo masculino; 106 (71,1%) eram LS e 44 (48,9%) tinham asma; no sexo feminino: 43 (28,9%) eram LS e 46 (51,1%) tinham asma. O grupo de LS mostrou uma proporçao de doença de refluxo maior (p = 0,001) e de rinite (p = 0,009) significativamente menor do que o grupo com asma. O uso de CI foi elevado em ambos os grupos e o uso de esteroides nasais foi menor (p < 0,0001) entre LS do que no grupo de asma. A reduçao no número de internaçoes hospitalares em LS variou de 62% para 14% e na asma de 53% para 4%.
CONCLUSAO: Houve reduçao no número de atendimentos de emergência e de internaçao com o uso de CI em ambos os grupos, embora LS tenham apresentado maior proporçao de internaçoes que o grupo com asma (p = 0,019).

 


 

PO015 - Asma: uma analise epidemiológica no Pará no periodo de 2008 a 2012

 

Nataliê Almeida Silva; Thiago Damasceno Corrêa

CESUPA, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVOS: Realizar o levantamento de dados epidemiológicos referentes à asma, no Estado do Pará, no período de 2008 a 2012.
MÉTODO: Foi feito um estudo descritivo, observacional e quantitativo, tendo como foco os pacientes internados com asma diagnosticados no Sistema Unico de Saúde (SUS), no Estado do Pará, durante o período de 2008 a 2012. As informaçoes foram obtidas por meio do Departamento de Informática do Sistema Unico de Saúde (DATASUS) cujos dados sao oriundos do Sistema de Informaçoes Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Para o arquivamento e a confecçao de tabelas, foram utilizados os softwares Word 2010 e Excel 2010.
RESULTADOS: O Estado do Pará totalizou 72.279 internaçoes por asma, das quais 37.441 pacientes internados sao do sexo feminino e 34.838 do sexo masculino. A populaçao de "1 a 4 anos" se destacou pela maior quantidade de internaçoes (24.042), o que representa 33,26% do total. Em contrapartida, a populaçao com "80 anos ou mais" obteve a menor quantidade de internaçoes (1.050), o que representa 1,45% do total.
CONCLUSAO: Após a análise dos dados obtidos foi observada uma reduçao nos casos de internaçao por asma no período de 2011 a 2012. Segundo o Ministério da Saúde, a reduçao das internaçoes de pacientes com crises asmáticas nos hospitais que atendem pelo SUS está diretamente ligada à oferta gratuita, iniciada em 2012, de três novos medicamentos contra a doença.

 


 

PO016 - Evoluçao da morbidade por asma brônquica no Brasil de 1998 a 2010

 

Ivan Kirche Duarte; Dominique Piacenti Carneiro; Gustavo Silveira Graudenz

Universidade Nove de Julho, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: A asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas de distribuiçao mundial, que afeta cerca de 300 milhoes pessoas, entre crianças e adultos. No Brasil, dados epidemiológicos relatam uma prevalência em torno de 10% da populaçao.
OBJETIVOS: avaliar a evoluçao e tendência das internaçoes por asma no Brasil de 1998 a 2010.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados de internaçoes hospitalares por asma no Brasil de acordo com sexo, regiao e faixa etária. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informaçoes Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Nós utilizamos o código J45 para asma, conforme o CID10, para coleta de dados a partir de 1998 até 2010. A análise de tendência do período 1998 a 2010 foi realizada utilizando-se modelos de regressao polinomiais para séries históricas, sendo consideradas as taxas de internaçoes por asma como variáveis dependentes (Y) e os anos de estudo como variáveis independentes (X).
RESULTADOS: O principal achado em nosso estudo foi tendência de diminuiçao no coeficiente de internaçao por asma brônquica proporcional ao longo do período estudado, especialmente em adultos, entre 45 e 54 anos. As regioes que apresentaram maior queda foram o centro-oeste, sudeste e sul, com diminuiçao no coeficiente proporcional de mais de 60%. Com relaçao ao sexo, as mulheres apresentaram uma queda de 57,6% e os homens 52,4%, com comportamento convergente no decorrer do período estudado.
CONCLUSOES: Essa queda na mortalidade verificada no Brasil ainda nao possui uma causa estabelecida claramente, mas parece estar associada com diversos fatores, como a implementaçao de políticas públicas de acesso universal ao sistema de saúde, como o Estratégia Saúde da Família, surgimento de programas específicos para o controle asma como o Pro-AR, com empoderamento e disponibilizaçao de medicaçoes profiláticas a populaçao atendida, lei anti-fumo e outros que sao ainda desconhecidos.

 


 

PO017 - Evoluçao da mortalidade por asma brônquica no Brasil de 1980 a 2010 na faixas etárias de 0 a 4 e 5 a 34 anos

 

Dominique Piacenti Carneiro; Ivan Kirche Duarte; Marcelo dos Santos Castro; Gustavo Silveira Graudenz

Universidade Nove de Julho, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: A asma brônquica é uma doença crônica de alta prevalência em nosso meio, sendo em 2004 a quarta causa de hospitalizaçoes pelo Sistema Unico de Saúde (2,3% do total), é a terceira causa de internaçao entre crianças e adultos jovens. As mortes por asma sao relativamente raras, entretanto impregnadas de importância dada a possibilidade de serem evitadas na sua maioria, pelo diagnóstico precoce e tratamento adequado.
OBJETIVO: Analisar as tendências da mortalidade por asma no Brasil de acordo com a faixa etária de 0 a 34 anos de 1980 a 2010.
MÉTODOS: Os dados de óbitos por asma brônquica foram obtidos através do Sistema de Informaçao de Mortalidade do DATASUS, do Ministério da Saúde (SIM/DATASUS), utilizando-se os códigos internacionais de doença J45 e J46, entre os anos de 1980 a 2010. Trata-se de um estudo ecológico de séries temporais onde foram analisadas as tendências das taxas de mortalidade por asma brônquica segundo faixas etárias de 0 a 4 e de 4 a 35 anos.
RESULTADOS: O coeficiente de mortalidade por asma na faixa etária de 0 a 4 anos demonstrou queda de 78,8% e passou de 26,1 a 4,0% do total de óbitos por asma. A faixa de 5 a 34 anos também registrou declínio de 75,3%, variando de 8,0 a 12,2% do tal do total de óbitos. Verificou-se tendência de diminuiçao linear e constante da mortalidade por asma de 1980 a 2010 no Brasil, na faixa etária compreendida de 0 a 4 e 5 a 35 anos.
CONCLUSOES: A mortalidade por asma na populaçao compreendida entre 0 a 34 anos de idade mostrou tendência de diminuiçao linear constante. A velocidade da diminuiçao foi maior na faixa etária dos 0 a 4 anos de idade. Na faixa etária de 5 a 34 anos também mostrou também um decréscimo constante na mortalidade, em ritmo menos acelerado, em contraste com a mortalidade geral por asma que mostra tendências nao homogêneas. As causas dessa diminuiçao da mortalidade mais evidentes nas faixas etárias mais jovens da populaçao ainda sao motivos de estudo.

 


 

PO018 - Prevalência de asma entre adolescentes de Aracaju-SE. Dados do estudo ISAAC

 

Sérgio Oliveira Santos; Jackeline Motta Franco; Ricardo Queiroz Gurgel

Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE, Brasil


 

OBJETIVO: Descrever a prevalência de asma atual e sua variaçao no período de 2004 a 2012, em escolares de 13 a 14 anos de idade na cidade de Aracaju, utilizando o protocolo do International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC).
MÉTODOS: Trata-se de um estudo analítico transversal, em que 3009 alunos de 13 a 14 anos de 70 escolas foram selecionados por amostragem aleatória estratificada. Foram 1441 (47,9%) meninos e 1568 (52,1%) meninas representando a populaçao estudada. Desse total de alunos, 636 (21,1%) pertenciam a escolas municipais, 1268 (42,1%) a estaduais, e 1105 (36,8%) a particulares. Utilizou-se o questionário padronizado do protocolo ISAAC. Para análise dos dados, foram utilizados o teste Qui-quadrado (χ2 ) e Odds Ratio (OR).
RESULTADOS: A prevalência de asma ativa (presença de sibilos nos últimos 12 meses) foi 12,8%, de asma grave 3,6% e de asma diagnosticada 12,7% e revela uma tendência de queda, pois em 2004 evidenciou-se uma prevalência de 18,7% para asma ativa, 6,8% para asma grave e 15,4% para asma diagnosticada por profissional da saúde.
CONCLUSAO: Houve reduçao na prevalência de asma ativa, asma grave e diagnóstico médico de asma neste estudo em comparaçao ao estudo finalizado em 2004.

 


 

PO019 - Associaçao entre infecçoes por helmintos e casos de asma e rinite identificados por questionário

 

Ricardo Riccio Oliveira1; Joanemile Pacheco de Figueiredo2; Maria Cecília Freitas de Almeida2; Regis de Albuquerque Campos2; Robson da Paixao de Souza2; Luciana Santos Cardoso2; Maria Ilma Araujo2

1. FIOCRUZ, Salvador, BA, Brasil
2. UFBA, Salvador, BA, Brasil

 

INTRODUÇAO: A associaçao entre infecçoes por helmintos e doenças alérgicas vem gerando resultados controversos. A maioria dos estudos sugere efeito protetor dos helmintos em funçao da forte induçao de resposta regulatória. Entretanto alguns autores demonstram associaçao positiva, em decorrência da passagem de formas imaturas de alguns helmintos pelos pulmoes.
OBJETIVOS: Avaliar a associaçao entre infecçao ativa por helmintos e asma e rinite em uma área rural endêmica em esquistossomose da Bahia, Brasil.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal onde 321 indivíduos, com idade entre seis e 50 anos, doaram três amostras de fezes que foram analisadas pelo método de Hoffman e cols. e Kato-Katz. Responderam ainda ao questionário ISAAC (The International Study of Asthma and Allergies in Childhood), o qual é padronizado para identificaçao de casos de asma e rinite em comunidades. As análises estatísticas foram realizadas através de regressao logística ajustada para idade e sexo, sendo os resultados expressos em odds ratio (OR) e 95% do intervalo de confiança.
RESULTADOS: A frequência baseada em questionário de asma ativa foi 13,4% e de rinite 54,5%. A prevalência de infecçao pelo S. mansoni, A. lumbricoides, T. trichiura e ancilostomídeos foi 45,5%, 34,6%, 40,5% e 35,2%, respectivamente. Infecçao pelo A. lumbricoides esteve negativamente associado com asma ativa (0,32 [0,10-0,99]; p < 0,05). Por outro lado, infecçao pelo S. mansoni (2,19 [1,34-3,59]; p < 0,01) e por ancilostomídeos (2,03 [1,23-3,36]; p < 0,01) estiveram associados com risco aumentado para rinite. Nao foi observado nenhum tipo de associaçao entre infecçao pelo T. trichiura e asma ou rinite.
CONCLUSOES: Os resultados sugerem que asma e rinite detectadas pelo questionário ISAAC interagem de forma distinta com diferentes infecçoes helmínticas. O aprofundamento destes estudos pode auxiliar no melhor entendimento dos mecanismos envolvidos na regulaçao da resposta imune das doenças alérgicas.

 


 

PO020 - Associaçao da gravidade, gênero e dados antropométricos da asma atópica infanto-juvenil

 

Albertina Varandas Capelo; Roberta Rizerio Gomes; Norma de Paula Motta Rubini; Eliane Miranda da Silva; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Hospital Univeristário Gaffrée e Guinle, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: A asma é considerada a principal doença respiratória crônica da criança e do adolescente. Ela é uma doença de caráter multifatorial, influenciada por características interligadas e complexas.
OBJETIVO: Descrever a associaçao de fatores de exposiçao e asma alérgica em crianças e adolescentes.
MÉTODOS: Estudo de desenho transversal, sendo selecionados 190 pacientes entre 2 a 18 anos de idade com diagnóstico médico de asma e atopia (presença de Imunoglobulina E especifica positiva e/ou teste cutâneo positivo). Foi utilizado um instrumento padronizado no atendimentopara coleta de informaçoes.
RESULTADOS: A média de idade foi de 6,8 anos, 57% de meninos, e 55% da raça branca. 68% tinham asma leve, 31% moderada e 1% grave. A asma moderada/grave prevaleceu no grupo de crianças acima de 5 anos de idade (p = 0,03). 32% dos meninos < de 12 anos e 57% dos > 12 anos apresentavam asma moderada/grave (p = 0,06), enquanto que 20% das meninas < 12 anos de idade e 54% das > 12 anos apresentavam asma moderada/grave (p = 0,03). A idade do início dos sintomas foi de 25 meses tanto nos asmáticos leves quanto moderados/graves. As crianças com asma moderada/grave apresentaram maior tempo de duraçao da doença (> 36 meses), comparado aos casos de asma leve (p = 0,01). 45% das meninas e 37% dos meninos tinham sobrepeso/obesidade. 33% dos meninos com sobrepeso/obesidade eram asmáticos moderados/graves, comparado com 17% das meninas (p = 0,208). A frequência de asma leve foi de 65% nos eutróficos e 76% nos sobrepesos/obesos (p = 0,135). Nos pacientes eutróficos a média da IgE total no sangue periférico foi de 1.050 + 1196 kU/L, enquanto que o grupo do sobrepeso/obeso foi de 667 + 861 kU/L (p = 0,07).
CONCLUSAO: A gravidade da asma atópica na criança foi associada com aumento da idade no gênero feminino, ao maior tempo de duraçao da doença, e ao excesso de peso no gênero masculino. Entender a influência dos diferentes fatores de risco da asma na infância além da atopia, é a base que fundamenta o seu manejo.

 


 

PO021 - Associaçao clínica-funcional, alérgica e o fenótipo asma e obesidade em mulheres

 

Albertina Varandas Capelo; Nicole Martuscelli de Almeida; Norma de Paula Motta Rubini; Eliane Miranda da Silva; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Hospital Universário Gaffrée e Guinle, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: O aumento na prevalência e a associaçao da asma e obesidade vem sendo descrita nas duas últimas décadas.
OBJETIVO: Estudar a associaçao da asma e índice de massa corporal (IMC) em mulheres asmáticas do ambulatório do HUGG.
MÉTODOS: Estudo de desenho transversal, incluiu 65 mulheres de 18 a 75 anos de idade com diagnóstico médico de asma brônquica segundo as IV Diretrizes Brasileiras para o Manejo da Asma, seguindo critérios de inclusao e exclusao. O estado atópico do paciente foi definido pela presença de Imunoglobulina E especifica positiva e/ou teste cutâneo positivo. Foi utilizado um instrumento padronizado no atendimento para coleta de informaçoes, e estabelecido nível de significância p valor 0,05.
RESULTADOS: A média de idade foi de 48,8+14,8 anos, sendo 38% eutróficas, 17% obesas I, 14% obesas II, 30% com sobrepeso, 3% com baixo peso. 83% eram atópicas. 12% das mulheres eutróficos e 35% das obesas apresentavam asma grave (p = 0,16), também nao houve diferença, quando comparamos asmáticos leves e moderados/gravese eutróficos e sobrepesos/obesos (p = 0,80). Quanto a obesidade, nao houve diferença de média de idade (p = 0,72), e também nao encontramos diferença quanto a idade do início dos sintomas (p = 0,67). Quando comparamos o controle, em nao controlada e controlada (parcialmente ou totalmente) nao houve diferença entre eutróficas e sobrepesos/obesas (p = 0,72) ou entre eutróficas e obesas (p = 0,78). Também nao encontramos diferença na % VEF1 predito (p = 0,89) e % do CVF predito (p = 0,75) entre os três grupos quanto ao IMC. As mulheres eutróficas apresentaram IgE sérica mais elevada (858 kU/L) em relaçaoàs obesas/sobrepesos (504 kU/L), sem diferença estatística (p = 0,15).
CONCLUSAO: Houve aumento de excesso de peso e atopia na asma no gênero feminino, sem relaçao clínica-funcional com IMC. A IgE sérica total apresentou níveis séricos mais reduzidos com o aumento do IMC. Precisamos estudar distribuiçao da gordura e marcadores inflamatórios que diferenciem este complexo.

 


 

PO022 - Indice de massa corporal (IMC) elevado e frequência de alergia respiratória em pacientes acompanhados em serviço especializado

 

Emilses Fernandes de Carvalho Freire; Silvia Wanick Sarinho; Alda Lima Teotônio; Jacqueline Rosângela de Araujo; Maria Amélia Soares de Melo Duarte; Barbara Guiomar Sales Gomes da Silva; Décio Medeiros Peixoto

UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar a frequência de asma alérgica em pacientes com sobrepeso ou obesidade acompanhados em centro de referencia.
MÉTODO: Estudo descritivo, envolvendo 112 pacientes com idade entre 6 e 14 anos, portadores de sobrepeso ou obesidade, atendidos em ambulatório de endocrinologia pediátrica do Hospital das Clínicas, UFPE, no período de janeiro de 2011 a janeiro de 2013. Foi aplicado o questionário ISAAC, acrescido de perguntas sobre renda, aleitamento materno, historia familiar de alergia e fumo intradomiciliar, sendo respondido por pais ou responsável pelo paciente. Foram utilizadas as curvas IMC/idade recomendadas pela OMS - 2007.
RESULTADOS: Foram avaliados 112 pacientes sendo 58 (52%) do gênero feminino com média de idade de 11,2 +2,3 anos. Cinquenta e cinco pacientes (49%) apresentavam obesidade e 57/112 (51%) com sobrepeso. Do total, 68/112 (61%) sibilaram alguma vez na vida e 24/112 (21%) tiveram asma diagnosticada por médico. Tosse seca à noite sem estar resfriado foi relatada em 46/112 (39%) e 25 indivíduos (22%) apresentaram sibilância nos últimos 12 meses. A história familiar de alergia materna esteve presente em 58/112 (51,7%) dos pacientes e a exposiçao ao fumo intradomiciliar em 34/112 (30,3%).
CONCLUSAO: Para os pacientes com IMC elevado apesar do alto percentual de asma diagnosticado por médico e doença atópica ativa, nao houve associaçao estatisticamente significante (p = 0,91). A frequência alta de sibilância pode evidenciar o sobrepeso e a obesidade como fator de risco para doenças alérgicas respiratórias, porem nao demonstrado nesse estudo. É importante realizar estudos na populaçao geral comparando obesos e indivíduos com IMC dentro da normalidade.

 


 

PO023 - Perfil de idosos com doenças alérgicas respiratórias

 

Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Larissa Lira Secchis Fernandes; Marcela Pereira Leite Sales; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello; Nadia de Melo Betti

IAMSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil de pacientes idosos com doença alérgica respiratória acompanhados no ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO.
MATERIAIS E MÉTODOS: Avaliamos pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, que procuraram atendimento entre maio de 2012 e abril de 2013. Com os dados obtidos, distribuímos em subgrupos por gênero, faixa etária, doenças alérgicas respiratórias diagnosticadas, idade de início dos sintomas e comorbidades. Trata-se de um estudo tranversal descritivo cuja análise estatística foi realizada através do teste nao paramétrico de igualdade de duas proporçoes.
RESULTADOS: Dos 325 pacientes avaliados, incluímos 178 (54,8%) portadores de doenças alérgicas respiratórias (p = 0,015). A amostra era composta predominantemente por pacientes do gênero feminino (74,2%), com idade entre 60 e 69 anos (66,9%), a quarta idade (> 80 anos) representou 7,3%, com 13 indivíduos. Os diagnósticos mais frequentes foram: Asma brônquica (AB) associado a Rinite alérgica (RA) em 51,7%, Asma brônquica isolada (8,4%) e Rinite alérgica isolada (39,9%). Em relaçao a idade do início dos sintomas, 39 indivíduos (21,9%) referiram manifestaçao clínica após 60 anos (p = 0,001). As comorbidades mais frequentes foram: HAS (28,1%), Hipotireoidismo (6,2%), Diabetes mellitus (5,6%) e Prurido crônico (5,6%).
CONCLUSAO: A maioria dos pacientes idosos que procuram atendimento sao do gênero feminino com idade entre 60 e 69 anos; porém nao podemos desconsiderar a demanda crescente de atendimentos a idosos maiores de 80 anos com doença alérgica respiratória. A maioria dos pacientes referiram início dos sintomas antes dos 60 anos, sendo relevante que 1/4 passou a apresentá-los após esta idade. A comorbidade mais prevalente foi HAS, estando em concordância com dados da literatura atual.

 


 

PO024 - Qualidade de vida em cuidadores de crianças asmáticas

 

Frankslene Machado Santos; Enaldo Vieira Melo; Mário Adriano dos Santos; Silvia de Magalhaes Simoes

Departamento de Medicina, Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, SE, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida dos cuidadores de crianças asmáticas atendidas em serviço ambulatorial especializado e sua associaçao com o nível de controle da asma.
MÉTODOS: Estudo transversal, prospectivo e analítico. Entrevista com o cuidador e avaliaçao do prontuário da criança constituíram as fontes de informaçoes. Para a mensuraçao da qualidade de vida, foi utilizado o questionário Pediatric Asthma Caregiver's Quality of Life Questionnaire (PACQLQ). A asma foi classificada em controlada e nao controlada baseada nos sintomas referidos na última semana.
RESULTADOS: Foram entrevistadas 41 mulheres cuidadoras de crianças asmáticas (idade média de 33,3 anos). Foram estudadas 41 crianças com 3 a 8 anos de idade, sendo 58,5% portadoras de asma nao controlada e 41,5%, asma controlada. Quarenta crianças receberam diagnóstico de rinite. A proporçao de crianças com rinite e a frequência da doença na última semana, foram significativamente maiores no grupo de asma nao controlada. Cuidadoras de crianças com asma nao controlada apresentaram escores totais e específicos do PACQLQ significativamente mais baixos quando comparados ao grupo de asma controlada. A frequência de sintomas de rinite se correlacionou negativamente com a média do escore total (r = -0,53; p < 0,001), com a média de limitaçao de atividades (r = -0,34; p = 0,03) e com a média do domínio afetivo (r = -0,56; p < 0,001).
CONCLUSOES: Cuidadores de crianças com asma nao controlada apresentaram uma pior qualidade de vida em comparaçao à asma controlada. A rinite se comportou como um importante fator influenciador do controle da asma e da qualidade de vida do cuidador da criança.

 


 

PO025 - Efeito do tratamento com o Mycobacterium bovis BCG sobre a inflamaçao pulmonar alérgica induzida pela OVA em camundongos Balb/c neonatos

 

Fernanda Gambogi Braga; Ana Cláudia Carvalho Gouveia; Leandra Coimbra Almeida; Alessa Sin Singer Brugiolo; Flávia Márcia Castro Silva; Ana Paula Ferreira

IMUNOCET - Centro de Tecnologia Celular e Imunologia Aplicada da Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Estudar o efeito do Mycobacterium bovis BCG (BCG) sobre a inflamaçao pulmonar induzida pela ovalbumina (OVA) em camundongos Balb/c neonatos.
MÉTODOS: Os animais foram divididos em 4 grupos: Controle (n = 7); Controle tratados (n = 7); Alérgicos (n = 12); Alérgicos Tratados (n = 11). Com 10-14 dias após o nascimento, os animais foram tratados com 2x105 CFU de BCG (intranasal). Após 3 e 5 dias, os animais foram sensibilizados com OVA (1,5 ug) em alumen (0,7 mg) e desafiados com OVA 1% 13 e 14 dias após a 1ª sensibilizaçao. Os pulmoes foram coletados 24h horas após o último desafio para análise histológica (HE), de citocinas e CCL11 (ELISA).
RESULTADOS: A histologia mostrou que os animais alérgicos apresentaram escore médio de inflamaçao pulmonar maior que os animais controle (1,738 vs 0,425), sendo que o tratamento com o BCG reduziu essa inflamaçao (1,346). Os animais alérgicos apresentaram níveis elevados de IL-33 nos pulmoes em relaçao aos animais controle (1195,97 vs 1010,81), enquanto o tratamento dos animais alérgicos com BCG reduziu o nível desta citocina (1021,58). Neste modelo de induçao nao houve alteraçao nos níveis de citocinas de perfil Th2 (IL-4 e IL-13) e CCL11.
CONCLUSOES: Os resultados deste modelo experimental sugerem o envolvimento de células da imunidade inata na induçao do processo inflamatório pulmonar, já que as alteraçoes histológicas nao foram acompanhadas de alteraçoes no perfil de citocinas Th2 e CCL11, enquanto houve aumento de IL-33, que é produzida principalmente por células dendríticas e células do epitélio pulmonar. Esses dados também indicam que a melhora no processo inflamatório observada no pulmao dos animais tratados com BCG seja decorrente de açao da micobactéria sobre as células da imunidade inata, diminuindo a inflamaçao do trato respiratório provavelmente em decorrência de uma alteraçao na apresentaçao do alérgeno aos linfócitos Th2. Suporte: FAPEMIG, CAPES, CNPq, UFJF.

 


 

PO026 - Prevalência de asma em idosos em ambulatório de geriatria

 

Larissa Lira Secchis Fernandes; Marcela Pereira Leite Sales; Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Nadia de Melo Betti; Veridiana Aun Rufino Pereira; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun

Hospital do Servidor Público Estadual, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar a prevalência de asma, descrever a distribuiçao de exposiçao a fatores de riscos ambientais e caracterizar a populaçao estudada.
MÉTODOS: Analisamos a prevalência de asma através do questionário de saúde respiratória da comunidade europeia (ECRHS), associado a questionário complementar, aplicado em idosos (> 60 anos) atendidos no ambulatório de geriatria do HSPE/SP - FMO, entre maio e agosto de 2013. Estudo transversal descritivo, analisado através do teste de igualdade de duas proporçoes.
RESULTADOS: Incluímos 201 pacientes, cuja mediana de idade foi de 70 anos, destes 144 (71,6%) sao do gênero feminino. A prevalência de asma com diagnóstico médico foi de 16,4% (n = 33), dado obtido através da questao cinco do ECRHS. Tosse noturna foi o sintoma mais frequente nos últimos 12 meses, em 27,9%. Falta de ar e/ou chiado no peito foi referido por 59 pacientes (29,4%). Despertar noturno por sensaçao de aperto no peito ou ataque de falta de ar, estavam presentes em 17,9% e 16,9% respectivamente; 22,9% dos pacientes faziam uso de alguma medicaçao para tratamento da asma e 37,8% referiram algum sintoma de via aérea superior. Apenas 10,9% referiram ser tabagistas ativos e 17,9% passivos (convivem com pessoas que fumam). Em relaçao aos fatores de risco domiciliar, 31,8% possuem caes e 15,9% gato, como animal doméstico. A comorbidade mais frequente foi HAS, presente em 60,2% (n = 121) dos indivíduos e, os anti-hipertensivos mais utilizados foram a losartana potássica e o cloridrato de enalapril (19,6%).
CONCLUSAO: O questionário ECRHS é um instrumento de triagem para diagnóstico de asma e, através dele, obtivemos uma prevalência (16,4%) superior à encontrada na populaçao geral (5-10%). O sintoma mais frequente foi tosse noturna e a comorbidade HAS. Concluímos que o diagnóstico de asma brônquica no idoso nao deve ser subestimado, principalmente naqueles com queixa de tosse crônica.

 


 

PO027 - Medicaçoes utilizadas no tratamento domiciliar da crise de asma: resultados preliminares

 

Kicila Ana Ferreira de Sena Pelucio; Jaqueline Elaine Luiz Fernandes; Thatiane Ferreira Pignatari Mahet; Ekaterini Simoes Goudouris; Heloiza Helena Nunes da Silveira; Evandro Alves do Prado; Fernanda Pinto Mariz

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Identificar as medicaçoes utilizadas por responsáveis de crianças e adolescentes em crises de asma.
MÉTODOS: Estudo descritivo, com coleta de dados por meio de aplicaçao de questionário ao fim da consulta de primeira vez no ambulatório de alergia.
RESULTADOS: Dentre 21 pacientes entre 1 e 11 anos de idade (mediana = 4), 13 (61,9%) receberam β2 agonistas de curta duraçao como primeira opçao, sendo que destes, 2 (15,3%) em subdoses, 4 (30,7%) em monoterapia e 9 (69,2%) em associaçoes [1 (7,6%) associado a anticolinérgico, 6 (46,1%) a corticoide oral e 2 (15,3%), a corticoide inalatório]. Dentre os 21 pacientes, 3 (14,2%) receberam apenas corticoide inalatório e 5 (23,8%), alternativas como antihistamínicos ou nebulizaçao somente com soro fisiológico. Apenas um responsável (4,7%) refere nunca ter sido orientado por médico. Os outros 20 (95,2%) referem ter recebido orientaçao, dos quais, 6 (28,5%) por pediatra em ambulatório, 11 (52,3%) em emergências, 1 (4,7%) por alergista e 2 (9,5%) por pneumologista.
CONCLUSAO: A maioria dos resposnáveis utiliza β2 de curta duraçao em dose adequada como primeira opçao na crise de asma, porém a minoria faz uso desta medicaçao como terapia isolada. Dentre as associaçoes no tratamento da crise, a mais observada foi β2 agonista de curta duraçao e corticoide oral, independentemente da gravidade da crise. A maioria dos responsáveis foi orientada em serviços de emergência, o que poderia justificar a opçao pela associaçao medicamentosa observada como primeira escolha no tratamento das crises. A escolha das medicaçoes utilizadas pelos responsáveis nao dependeu da avaliaçao da gravidade da crise. Consideramos que seja fundamental que os responsáveis sejam orientados quanto ao reconhecimento da crise e também de sua gravidade para um tratamento domiciliar mais adequado.

 


 

PO028 - Níveis séricos de IgE total e perfil de sensibilizaçao aos ácaros da poeira em pacientes com asma

 

Stephânia Campregher Bertti; Norma de Paula Motta Rubini; Rafael Teixeira Figueredo Poleshuck; Albertina Varandas Capelo; Eliane Miranda da Silva; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar os níveis de IgE sérica total, IgE específica para Dermatophagoides pteronyssinus (Dp) e Blomia tropicalis (Bt) em pacientes com asma, bem como a influência do sexo, idade e gravidade da doença nos níveis de IgE e sensibilizaçao aos ácaros.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo, transversal, com pacientes com asma, > 6 anos, em seguimento ambulatorial no HUGG. Os dados foram coletados dos prontuários e do Banco de Dados do LAPIA. A dosagem de IgE e IgE específica foi realizada pelo ImmunoCAP.
RESULTADOS: Foram analisados 79 pacientes, 65% do sexo feminino e idade entre 6 e 81 anos (média+DP=35,78+53,08). Os níveis de IgE estavam elevados em 64% dos pacientes, 54% apresentaram sensibilizaçao IgE específica para Dp e 52% para Bt. Os níveis de IgE estavam elevados em 73% das crianças, 57% dos adolescentes, 81% dos adultos e em 27% dos idosos. A análise estatística evidenciou significância na análise comparativa entre crianças e adultos versus idosos, p = 0,01 e p = 0,0001, respectivamente. A frequência de níveis elevados de IgE foi similar em ambos os sexos e diferentes faixas etárias (p > 0,05). Nao houve influência do sexo, idade e gravidade da asma na frequência de sensibilizaçao IgE específica para Dp e Bt (p > 0,05).
CONCLUSOES: Observamos que a maioria dos pacientes com asma apresentou níveis de IgE elevados e a metade dos pacientes tinha sensibilizaçao IgE específica para Dp e Bt. Nossos dados indicam menor frequência de níveis de IgE elevados em idosos, apontando para uma menor sensibilidade deste método na investigaçao de atopia em asmáticos idosos.

 


 

PO029 - Indices isolados de atopia em lactentes sibilantes

 

Fernanda Veruska de Souza Correia Lima; Roberta Barros de Sousa; Ana Caroline Lopes Souza; Mariana Izidoro do Nascimento; Danielle Matoso Torreao; Ana Caroline Dela Bianca; Décio Medeiros Peixoto

Hospital das Clínicas da UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar o nível de IgE sérica total, positividade ao teste de hipersensibilidade imediata e nível sanguíneo de eosinófilos em pacientes que apresentam sibilância.
METODOLOGIA: Foi realizada coleta de dados em prontuários de pacientes atendidos em ambulatório especializado, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Os dados encontravam-se em formulário padrao do ambulatório. Na primeira consulta, foram registrados o sexo e idade dos pacientes, a classificaçao do lactente sibilante de acordo com o guia Practall (Academias Americana e Europeia de Alergia), resultado do teste cutâneo (para inalantes e/ou alimentos), nível sérico de IgE total e contagem de eosinófilos em sangue periférico.
RESULTADOS: Foram analisados os dados dos prontuários de 51 crianças, sendo 79% (40/51) do gênero masculino, com idade média na primeira consulta de 20+4,2 meses. A Sibilância Transitória foi diagnosticada em 88% (45/51) crianças. Destas, 36% (12/33) apresentavam eosinofilia em sangue periférico maior que 4% e IgE sérica total maior que 100 UI/ml. A Positividade ao teste de hipersensibilidade imediata para inalantes estava presente em 34% (11/33) e aos antígenos alimentares em 9% (3/33) das crianças. Do total de crianças, 12% (6/51) tiveram o diagnóstico de Asma de Início Precoce, sendo que 17% (1/6)com contagem de eosinófilos maior que 4%, 17% (1/6) com IgE maior que 100 UI/ml e 17% (1/6) de positividade ao prick test para alimento.
CONCLUSAO: A Sibilância Transitória esteve presente em alto percentual nas crianças atendidas no ambulatório especializado. Percentual considerável de índices isolados de alergia como IgE sérica total, contagem sanguínea de eosinófilos e positividade ao teste de hipersensibilidade imediata para inalantes e antígenos alimentares foram bem evidenciados neste grupo.

 


 

PO030 - Coexistência de rinite alérgica e dermatite atópica em pacientes com asma

 

Patrícia Travassos Karam de Arruda; Geórgia Véras de Araújo; Náiade Maria Rego e Silva; Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; Danielle Matoso Torreao; Fernanda Veruska de Souza Correia Lima; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVOS: Verificar a frequência de rinite alérgica e dermatite atópica como comorbidades em pacientes asmáticos acompanhados em ambulatório especializado.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo com revisao dos prontuários de 39 pacientes asmáticos, com idade entre 3 e 50 anos, com a primeira consulta entre Junho e Agosto de 2013, em ambulatório especializado de Alergia e Imunopatologia Clínica. Foi pesquisada a frequência dos diagnósticos de rinite alérgica e dermatite atópica, bem como analisados os resultados dos testes cutâneos de leitura imediata (Prick test) para aeroalérgenos.
RESULTADOS: Foram analisados os prontuários de 39 indivíduos, sendo vinte e dois pacientes (56%) do gênero masculino, idades entre 3 e 50 anos, com mediana de idade de 10,4 anos. Houve quadro clínico compatível com rinite em 35/39 (89%) dos pacientes asmáticos. Dos 35 pacientes com rinite e asma, 23 foram submetidos ao Prick test, sendo confirmada a etiologia alérgica da rinite em 14/23 (60%), os quais apresentaram positividade a pelo menos um aeroalérgeno testado, sendo mais frequente para ácaros. A presença de dermatite atópica foi evidenciada em dois dos 39 (5%) pacientes asmáticos incluídos no estudo.
CONCLUSAO: Asma e rinite compartilham semelhantes características epidemiológicas e fisiopatológicas, portanto frequentemente coexistem. Na literatura é descrito que 28% dos asmáticos possuem rinite alérgica, podendo esta prevalência variar de 6% a 85%. A pequena prevalência encontrada de dermatite atópica pode ser justificada pelo fato da mesma fazer parte dos estágios iniciais da marcha atópica, sendo comum na infância precoce, porém entrando em remissao em cerca de 80% dos casos até os três anos de vida. Portanto, nosso estudo corrobora dados da literatura, e no atendimento destes doentes, o médico deve sempre, de forma ativa, pesquisar estas duas entidades clínicas.

 


 

PO031 - Avaliaçao do nível sérico de 25-hidroxivitamina D em pacientes asmáticos seguidos em um serviço terciário na cidade de Sao Paulo

 

Jorgiana Schiavon Bueno; Priscila Beatriz de Souza Medeiros; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula BM Castro; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

Vários estudos vêm relacionando a deficiência da vitamina D com a prevalência de asma, atopia e infecçoes respiratórias.
OBJETIVOS: Avaliar os níveis de 25-hidroxivitamina D (vit D) em crianças com asma persistente seguidas em serviço especializado.
MÉTODO: 80 pacientes pediátricos (MEDIANA = 140 MESES = 11 anos 8 meses (Mínimo = 2 anos e 10 m Máximo = 18 anos e 3 meses) matriculados e seguidos regularmente por asma persistente por mais de 1 ano em serviço especializado, foram escolhidos aleatoriamente para dosagem sérica de 25-hidroxivitamina D por quimioimunoensaio e posteriormente classificados de acordo com valor de referência do método entre: deficientes (< 10 ng/mL), insuficientes (10 a 30 ng/mL), suficientes (30 a 100 ng/mL) e nível tóxico (> 100 ng/mL). Os pacientes foram classificados em controlados, parcialmente controlados ou nao controlados a partir de dados da história de sintomas, uso de medicaçoes e presença de crises nos últimos 3 meses.
RESULTADOS: 37 crianças realizaram a coleta até a presente data, sendo 64,9% do sexo masculino. Quanto aos níveis séricos de vit D, foram considerados deficientes 6 pacientes (16,2%), 25 pacientes (67,6%) insuficientes e apenas 6 pacientes (16,2%) foram suficientes. Nao houve predomínio entre os sexos em relaçao à deficiência da vit D (p > 0,05). Em relaçao ao controle da asma, dos 28 controlados e 6 parcialmente controlados, 6 eram deficientes e entre os 3 pacientes nao controlados nao foi encontrada deficiência da Vitamina D (p = 1).
CONCLUSOES: Os resultados preliminares de nosso estudo corroboram os dados da literatura que mostram que a maioria dos pacientes com asma apresenta níveis deficiência e/ou insuficientes de vitamina D. Nesta amostra nao foi encontrada associaçao entre deficiência e/ou insuficiência de Vit D com o descontrole da asma.

 


 

PO032 - Sensibilizaçao para aeroalergenos em asmáticos de dificil controle

 

Bruna da Gama Saliba; Carla Bisaccioni; Marcelo Vivolo Aun; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Rosana Camara Agondi

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Caracterizar pacientes com asma de difícil controle (ADC) em um ambulatório terciário de asma grave.
METODOLOGIA: Realizamos um estudo retrospectivo, de análise do prontuário eletrônico de pacientes adultos, com asma alérgica persistente grave, em seguimento ambulatorial no ultimo ano. Foram divididos em dois grupos: ADC e grave, conforme os critérios para ADC (IV Diretrizes Brasileiras para Manejo de Asma). Avaliamos a idade atual, idade de início dos sintomas, a espirometria, as pesquisas de IgE total e específica e comorbidades - rinite, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), obesidade e distúrbio de pregas vocais (DPV).
RESULTADOS: Avaliamos 218 pacientes, sendo 78,4% do gênero feminino. Destes, 116 pertenciam ao grupo de ADC (53,2%). O grupo de ADC era mais velho (81 X 75,5 anos), apresentava idade de início dos sintomas mais avançada (19 X 16 anos), a média da dose do corticosteroide inalado era o dobro (1848 X 945 mcg/dia), o VEF1 menor (62 X 72%) e a frequência de DRGE mais elevada (66,4 X 41,2%). A pesquisa de IgE específica para epitélios, barata e pólens foi superior (33 X 24%), enquanto para ácaros e fungos nao mostrou diferença. Nao observamos diferença em relaçao à obesidade, gravidade de rinite alérgica, DPV e IgE total.
CONCLUSAO: Muitos autores sugerem diferentes fenótipos para a asma grave e neste estudo identificamos que os pacientes que preenchiam os critérios para ADC apresentavam idade atual e de inicio dos sintomas mais tardio, maior tempo de doença e maior prevalência de DRGE. Apesar da dose de corticoide inalado ultrapassar o dobro da dos pacientes com asma grave, a espirometria estava mais alterada. Quanto à sensibilizaçao, os dois grupos apresentaram valores superiores a 90% para ácaros; com maior sensibilizaçao para epitélios, barata e pólen no grupo de ADC.

 


 

PO033 - Caracterizaçao de exames complementares em pacientes idosos com asma

 

Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Nadia de Melo Betti; Larissa Lira Secchis Fernandes; Marcela Pereira Leite Sales; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

IAMSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a sensibilizaçao a aeroalérgenos através de teste cutâneo de leitura imediata-prick test e IgE específica, assim como IgE total, perfil de prova de funçao pulmonar e concentraçao sérica de vitamina D.
MATERIAIS E MÉTODOS: Avaliamos pacientes com idade maior ou igual a 60 anos entre maio de 2012 e abril de 2013 com diagnóstico de asma, acompanhados no ambulatório de Alergia e Imunologia do HSPE-FMO. Realizamos nestes pacientes para obtençao dos dados os seguintes exames: IgE total e específica, teste cutâneo de leitura imediata, vitaminaD sérica e prova de funçao pulmonar pré e pós broncodilatador. Trata-se de um estudo tranversal descritivo cuja análise estatística foi realizada através do teste nao paramétrico de igualdade de duas proporçoes.
RESULTADOS: Incluímos 107 pacientes com diagnóstico de asma. Os principais sensibilizantes no teste cutâneo foram: poeira (51,1%), Dermatophagoides farinae (47,8%), Dermatophagoides pteronyssinus (44,9%) e Blomia troplicalis (39,3%). Em relaçao a dosagem de IgE específica, poeira foi positiva em 44,4% da amostra, seguido de Dermatophagoides pteronyssinus (41,6%), Dermatophagoides farinae (39,3%) e Blomia troplicalis (33,7%). Em 64,4% a IgE total estava aumentada (> 100). Dos 64 pacientes que realizaram prova de funçao pulmonar, a maioria, 45,3%, nao apresentou resposta de VEF1 após administraçao de broncodilatador; porém 32,8% apresentaram resposta acentuada (>10%). A dosagem de vitamina D sérica esteve menor que 20 ng/ml em 47,2% da amostra.
CONCLUSAO: Os aeroalérgenos sao os principais sensibilizantes em idosos asmáticos, verificados tanto através de prick test quanto da dosagem de IgE específica. A poeira mostrou-se estatísticamente significante em relaçao aos demais (p = 0,008). A prova de funçao pulmonar nao apresentou variaçao significativa de VEF1 na maioria da populaçao estudada, estando em concordância com a literatura. A maior parte dos pacientes apresentaram subdosagem de vitamina D sérica.

 


 

PO034 - Relaçao entre ganho de peso e a prevalência e gravidade de sibilância e asma no primeiro ano de vida em lactentes nascidos com baixo peso

 

Leila Borges; Nathalia Barroso; Gustavo Wandalsen; Fabíola Suano; Dirceu Solé

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar em lactentes nascidos com baixo peso (< 2.500 g) a relaçao entre ganho de peso e a prevalência e gravidade de sibilância e asma no primeiro ano de vida.
MÉTODO: Do total de 7.583 questionários, foram analisadas as respostas de 674 pais moradores de Sao Paulo, Recife, Cuiabá, Curitiba, Belém e Belo Horizonte, cujos filhos apresentavam peso ao nascimento inferior a 2.500 g. Os dados referidos do peso de nascimento e com um ano de vida foram convertidos em Z scores (z). Foi definido como tendo ganho de peso acelerado aqueles com diferença entre os pesos no primeiro ano de vida superior a 2,72z (percentil 75).
RESULTADO: Ganho de peso acelerado foi observado em 170 lactentes. Estes lactentes tiveram uma prevalência significativamente maior de sibilância recorrente (40% vs 30% p 0,01), sibilância grave (29,4% vs 19% p 0,003) e hospitalizaçao por sibilância (26% vs 12,5% p 0,007). Nao foram observadas associaçoes significativas quanto ao diagnóstico de asma e sibilância no primeiro ano de vida. O aleitamento materno nos primeiros 6 meses de vida foi significativamente menos comum nos lactentes com ganho de peso acelerado (28,2% vs 41,8% p 0,001). Foi observada persistência da associaçao entre o ganho de peso acelerado com sibilância recorrente, sibilância grave e hospitalizaçao por sibilância após análise ajustada pelo aleitamento materno.
CONCLUSAO: Ganho de peso acelerado no primeiro ano de vida em lactentes com baixo peso ao nascer associa-se com maior prevalência de complicaçoes respiratórias e hospitalizaçoes por sibilância, independentemente da presença do aleitamento materno.

 


 

PO035 - Estudo da associaçao entre infecçao por Giardia lamblia e alergias das vias respiratórias: avaliaçao da resposta imune celular em crianças na regiao metropolitana do Recife - Pernambuco

 

Ana Lúcia Arruda `Fontenele; Cassia Giselle Oliveira Nóbrega; Wheverton Ricardo Correia Nascimento; Virginia Maria Barros Lorena; Décio Medeiros Peixoto; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Valdênia Maria Oliveira Souza

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica, HC UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Comparar a frequência de células CD4+ produtoras de IFN-γ, IL-4 e IL-17, valores absolutos de neutrófilos e eosinófilos em crianças de 2 a 10 anos de idade com infecçao ativa por Giardia lamblia e alergia das vias aéreas respiratórias.
MÉTODO: realizou-se um estudo de corte transversal descritivo com crianças de ambos os sexos e residentes na Regiao Metropolitana do Recife. O questionário ISAAC foi aplicado para classificá-las em asmáticas ou nao asmáticas. Amostras de fezes foram analisadas pelos métodos de Hoffman e Faust para categorizaçao em indivíduos nao infectados ou infectados por G. lamblia. Amostras de sangue foram coletadas e submetidas ao leucograma e cultura celular, sob o estímulo de fitohemaglutinina, para a marcaçao de CD4 de superfície e de IFN-γ, IL-4 e IL-17 intracelular, analisados por citometria de fluxo.
RESULTADO: Foram cadastradas no estudo 179 crianças. Até o momento, 33 indivíduos apresentaram infecçao ativa por G. lamblia. Dos infectados, 75,8% (25/33) possuem algum tipo de alergia [44% (11/25) com asma alérgica; 20% (05/25) com rinite alérgica; e 36% (9/25) com asma e rinite alérgica]. Nao foi detectado neutrofilia. Contudo, três indivíduos apresentaram eosinofilia (> 450/mm3): um paciente com G. lamblia e sem alergia (495/mm3), um com G. lamblia e asma alérgica (967/mm3), sem parasito com rinite (480/mm3). Os níveis das citocinas foram comparados entre os grupos alérgicos com ou sem G. lamblia. Ocorreu maior frequência média de células CD4+/IFN-g+ e CD4+/IL-17+ no grupo alérgico/nao parasitado e nao houve diferença entre a frequência média de células CD+4/IL-4+.
CONCLUSAO: A frequência de infecçao por G. lamblia com presença de alergia das vias aéreas respiratórias foi de 75,8%. Ocorreram três casos de eosinofilia. A produçao de citocinas IFN-g e IL-17 por linfócitos em crianças alérgicas parece ser modulada negativamente pela presença do protozoário. A infecçao por G. lamblia parece nao influenciar na produçao de IL-4.

 


 

PO036 - Relaçao entre infecçao ativa por helmintos e a asma alérgica em pacientes de 7 a 14 anos residentes na Ilha de Itamaracá, Pernambuco

 

Wheverton Ricardo Correia Nascimento; Cassia Giselle Oliveira Nóbrega; Ana Lúcia Arruda `Fontenele; Constança Simoes Barbosa; Décio Medeiros Peixoto; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Valdênia Maria Oliveira Souza

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica, HC UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVOS: Verificar a frequência de crianças asmáticas e infectadas por helmintos na Ilha de Itamaracá, Pernambuco.
METODOLOGIA: Realizou-se estudo de corte transversal descritivo em crianças de 7 a 14 anos de idade, residentes na Ilha de Itamaracá, Pernambuco (n = 437). Após assinatura do TCLE, os responsáveis pelas crianças foram entrevistados com o questionário ISAAC, para categorizá-las em asmáticas ou nao-asmáticas, e foram convidadas para realizar exame parasitológico de fezes. Amostras de fezes (n = 284) foram analisadas pelos métodos de Hoffman e Kato-Katz para diagnóstico de infecçao ativa por helmintos e/ou protozoários. Foram calculados o Risco Relativo (RR), o Intervalo de Confiança (IC) e o Valor de p para a exposiçao (infecçao ativa por helmintos).
RESULTADOS: Foram entrevistadas 437 crianças entre 7 a 14 anos. Destas 24,25% (106/437) foram classificadas como asmáticas, sendo 24,49% (61/249) do sexo masculino e 23,93% (45/188) do sexo feminino. Quanto ao exame parasitológico, 3,16% (9/284) foram positivas apenas para o Ascaris lumbricoides, 5,28% (15/284) apresentaram o Trichuris trichiura e 3,87% (11/284) apresentaram ovos de ancilostomideos. O RR para pacientes asmáticos e infectados pelo T. trichiura foi de 1,32 [IC de 95%: 0,55 - 3,17; e p = 0,268). O RR para infecçao por ancilostomídeo foi de 0,88 [IC de 95%: 0,24-3,17; e p = 0,453). Nao foi possível calcular o RR para a infecçao por A. lumbricoides por nao haver pacientes com asma e infectados com esse helminto.
CONCLUSOES: Vinte e quatro por cento das crianças foram classificadas como asmáticas pelo ISAAC e nao houve diferença entre as infecçoes por helmintos. A infecçao ativa pelo T. trichiura parece estar associada a um risco maior para o desfecho de asma alérgica nos participantes do estudo, porém nao houve diferença significativa. Esses dados sao preliminares e será investigado um "n" maior de indivíduos para avaliar a associaçao entre a infecçao pelo T. trichiura e o desfecho de asma alérgica.

 


 

PO037 - Resposta imune celular em relaçao ao número de crises de asma em crianças de 2 a 10 anos de idade, residentes na regiao metropolitana do Recife - Pernambuco

 

Cassia Giselle Oliveira Nóbrega; Ana Lúcia Arruda `Fontenele; Wheverton Ricardo Correia Nascimento; Virginia Maria Barros Lorena; Décio Medeiros Peixoto; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Valdênia Maria Oliveira Souza

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica, HC UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVOS: Comparar a frequência de células CD4+ produtoras de IFN-γ, IL-4 e IL-17, valores absolutos de neutrófilos e de eosinófilos em relaçao ao número de crises de asma.
METODOLOGIA: Crianças de 2 a 10 anos de idade, ambos os sexos, residentes na Regiao Metropolitana do Recife (n = 30) foram classificadas em asmáticas ou nao asmáticas, pelo ISAAC, e tiveram amostras de fezes analisadas pelos métodos de Hoffman e Faust a fim de excluir da pesquisa pacientes parasitados por helmintos e/ou protozoários. Quanto à formaçao dos grupos de estudo, crianças nao asmáticas formaram o grupo Sem crises e asmáticas formaram os grupos 1 a 3 crises (Asma I) ou Mais de 4 crises nos últimos 12 meses (Asma II). Amostras de sangue foram submetidas à realizaçao do leucograma e da cultura celular, sob o estímulo de fitohemaglutinina, para a marcaçao de CD4 de superfície e de IFN-γ, IL-4 e IL-17 intracelular, analisados por citometria de fluxo.
RESULTADOS: A frequência média de células CD4+/IFN-γ+ foi quase 3 vezes maior no grupo sem crises (0,327±0,133) em relaçao ao grupo Asma II (0,132±0,016). No grupo Asma I, a frequência foi de 0,236±0,068. Quanto à resposta Th17, a frequência média de células CD4+/IL-17+ foi de 0,339±0,082 no grupo sem crises, 0,327±0,088 no Asma I e 0,208±0,033 no Asma II, entretanto os valores médios de neutrófilos foram semelhantes nos 3 grupos. Em relaçao à reposta Th2, nao houve diferença na frequência de células CD4+/IL-4+ entre os grupos, mas o número absoluto médio de eosinófilos no grupo Asma II foi duas vezes maior em relaçao ao Asma I.
CONCLUSOES: Citocinas Th1 e Th17 parecem estar mais elevadas no grupo sem crises, enquanto número de eosinófilos maior nos asmáticos é pertinente a um perfil Th2. Esses dados sao preliminares, visto o "n" pequeno e por isso testes estatísticos nao foram realizados. Além disso, apenas pacientes nao parasitados foram estudados, pois níveis de IgE anti-Ascaris serao posteriormente relacionados a esses resultados.

 


 

PO038 - Anafilaxia induzida por exercício dependente de alimento relacionada ao glúten: relato de caso

 

Eliane Miranda da Silva; Norma de Paula Motta Rubini; Albertina Varandas Capelo; Juliana Salvini Fonseca; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: A anafilaxia induzida por exercício dependente de alimento (FDEIA)) é uma condiçao rara, caracterizada por sintomas de anafilaxia durante ou logo após a prática de exercícios físicos realizados dentro de um período de 4 a 6 horas após a ingestao de alimento.
RELATO DE CASO: Paciente de 23 anos, branca, sexo feminino, com histórico de dois episódios de anafilaxia ocorridos durante a prática de exercícios físicos. No primeiro episódio, aos 19 anos, apresentou urticária/angioedema, broncoespasmo e disfonia durante exercício físico realizado após a ingestao de barra de cereais, sendo medicada com adrenalina, prometazina e hidrocortisona. No segundo episódio, aos 23 anos, evoluiu com urticária, disfonia e dor retroesternal durante atividade física em academia, após ingestao prévia de iogurte com aveia, sendo medicada com prometazina e hidrocortisona. A paciente nega episódios de anafilaxia associados exclusivamente à ingestao de glúten ou à realizaçao de exercícios físicos. Exames evidenciaram dosagem de IgE total 75,66 e IgE específica para trigo = 2,62 KU/L, aveia = 7,35 KU/L, cevada = 1,75 KU/L, glúten = 4,46 KU/L, gergelim, castanha, amendoim e látex < 0,35 KU/L.
CONCLUSOES: A FDEIA é um quadro grave e potencialmente fatal, que deve ser incluído na rotina de investigaçao etiológica da anafilaxia. A suspeita diagnóstica é realizada através da anamnese e confirmada por testes "in vitro" ou "in vivo" para os alimentos suspeitos e pelo teste de provocaçao oral, quando necessário. No presente caso, o diagnóstico de FDEIA associada ao glúten ocorreu somente 4 anos após o episódio inicial.

 


 

PO039 - Anafilaxia ao sêmen - Relato de dois casos

 

Bruna da Gama Saliba; Clovis E. S. Galvao; Manoela Crespo de Magalhaes

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia - Hospital das Clínicas - FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar dois casos de anafilaxia ao sêmen humano, confirmados através da pesquisa in vivo da IgE especifica.
RELATO DOS CASOS: Avaliamos duas pacientes do sexo feminino com 19 e 55 anos com história de reaçao sistêmica ao sêmen dos seus parceiros há dois anos. A primeira, desde o inicio da vida sexual, já teve reaçao com dois parceiros diferentes, e a segunda, após 30 anos de casada, e sem mudar de parceiro começou a apresentar sintomas sistêmicos. Ambas descrevem angioedema de face, urticária e prurido pelo corpo, dispneia. A segunda paciente referiu ainda edema e ardência vulvar. Os sintomas sempre iniciam logo após a relaçao sexual. O diagnóstico de alergia foi confirmado com a demonstraçao da presença de IgE especifica ao sêmen através do testes de punctura realizado com liquido seminal. As pacientes foram orientadas a evitar o contato direto com o sêmen dos parceiros através do uso de preservativos ou da prática do coito interrompido. Desde entao, evoluem sem novos episódios de anafilaxia. Nos casos onde há interesse em engravidar, sao propostos protocolos de dessensibilizaçao local.
CONCLUSAO: Embora já tenha sido descrita desde a década de 60, a anafilaxia por sêmen humano é rara e sempre descrita em pacientes do sexo feminino. Mesmo assim, o diagnóstico é ainda pouco lembrado. Estas pacientes muitas vezes ficam meses, ou anos sem o diagnóstico, por desconhecimento desta condiçao clínica.

 


 

PO040 - Valoraçao dos testes de provocaçao na investigaçao das anafilaxias intraoperatórias por látex

 

Roberta Almeida Castro; Marcelo Vivolo Aun; Marisa Rosimeire Ribeiro; Laila Sabino Garro; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Alergia ao látex é a 2ª causa mais frequente de anafilaxia intraoperatória (AIOp). Avaliamos pacientes que sofreram AIOp e acabaram diagnosticados como alérgicos ao látex.
MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012 com diagnóstico de AIOp para investigaçao etiológica. Foram incluídos aqueles com testes diagnósticos positivos para látex. Analisamos os dados de questionários padronizados (ENDA) quanto ao perfil epidemiológico, tipo de reaçao apresentada e testes diagnósticos aplicados para elucidaçao etiológica.
RESULTADOS: Foram estudados 10 pacientes (90% mulheres, média de idade 39 anos). O comprometimento respiratório (rinoconjuntivite e asma) foi o mais frequente (80%), seguido por cutâneo/mucoso (60%) e cardiovascular (40%). Os 10 foram submetidos a testes diagnósticos, sendo 10 testes de punctura (3 positivos), 9 dosagens de IgE sérica específica-ImmunoCAP (6 positivas) e 7 testes de provocaçao (2 positivos com dedo de luva e 2 com luva inteira). Todos os pacientes com ImmunoCAP negativo tiveram teste de punctura negativo e diagnóstico apenas após provocaçao.
CONCLUSAO: Nessa casuística de AIOp por látex, os sintomas respiratórios foram mais frequentes que os cutâneos. Pela baixa sensibilidade dos testes diagnósticos, na investigaçao das AIOp, nao se pode excluir alergia ao látex apenas após IgE sérica e punctura negativos, devendo-se prosseguir investigaçao com testes de provocaçao.

 


 

PO041 - Anafilaxia a pitomba em paciente com alergia a látex

 

Elaine Gagete Gagete Miranda da Silva1; Letícia G. Pontes2; Nayara R. Vieira2; Rui Seabra Ferreira Jr2; Benedito Barraviera2; Lucilene Delazari dos Santos2

1. Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP/Amb. de Alergia a Insetos, Botucatu, SP, Brasil
2. Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) - UNESP, Botucatu, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descriçao de caso clínico e apresentaçao de novo alérgeno.
MÉTODO: AMSB, 50 anos, fem, branca, técnica de enfermagem, natural de Alagoas e procedente de Botucatu(SP). Há 10 anos apresenta reaçoes (prurido e hiperemia rinoconjuntival, de boca, língua e palato) ao comer diversos alimentos (mandioca, mamao, kiwi, ameixa, pitomba e outros). Progressivamente, as reaçoes tornaram-se mais graves (dispneia, rouquidao, urticária, edema generalizado) e passou a reagir também com látex. Foi realizado teste de puntura com aeroalérgenos e látex e "prick-to-prick" com alimentos suspeitos. Colheu-se sangue para análises após consentimento livre e esclarecido e solicitou-se ImmunoCapIsac. Optou-se pelo estudo do antígeno presente na pitomba já que tal fruta nunca foi anteriormente descrita como causadora de anafilaxia. As proteínas da casca e polpa foram obtidas através de protocolo contendo Fenol tamponado com Tris e várias centrifugaçoes. A seguir, ensaios de eletroforese e imunodetecçao contendo o soro da paciente foram desenvolvidos utilizando anticorpos biotina e estreptatividina.
RESULTADO: Teste cutâneo para inalantes: negativo; prick-to-prick: forte positividade a todos os alimentos suspeitos trazidos pela paciente; teste com látex: positivo; ImmunoCapIsac: reatividade apenas para rHevb5 e rHevb6. O protocolo de extraçao de proteínas foi eficiente para detecçao de fraçoes antigênicas de média e baixa massa molecular na faixa de 20 a 30 kDa. Porém, evidenciou-se também que as bandas imunorreativas de elevada massa molecular mostraram-se alergênicas.
CONCLUSAO: Esta é a primeira descriçao de pitomba, uma fruta típica do nordeste do Brasil, apresentando reatividade cruzada na síndrome látex-fruta.

 


 

PO042 - Anafilaxia por veneno de serpente e caracterizaçao de sua imurreatividade

 

Elaine Gagete Gagete Miranda da Silva1; Letícia G. Pontes2; Nayara R. Vieira2; Camila F. Zorzella Creste2; Rui Seabra Ferreira Jr2; Benedito Barraviera2; Lucilene Delazari dos Santos2

1. Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP/Amb. de Alergia a Insetos, Botucatu, SP, Brasil
2. Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) - UNESP, Botucatu, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descriçao de caso e caracterizaçao molecular do veneno da serpente cascavel Crotalusdurissusterrificus (C.d.t.).
MÉTODO: CFZCO, fem, branca, 23 anos, estudante de Biologia, procedente de Botucatu-SP, há 6 meses vem apresentando reaçoes alérgicas (espirros, prurido e hiperemia nasoconjuntival) toda vez que manipula veneno de cascavel utilizado em pesquisa no CEVAP. Tais reaçoes foram se intensificando e na última ela apresentou sibilos, dispneia, tosse, rouquidao e disfagia, que melhoraram espontaneamente após afastamento do ambiente. Refere também ser portadora de asma controlada e rinite moderada/grave. Nega uso de medicamentos. Nega outras morbidades. A paciente foi afastada do serviço. Realizou-se teste de puntura para alérgenos usuais e colheu-se sangue para estudo, após consentimento livre e esclarecido; o veneno utilizado para análise foi cedido pelo CEVAP e as proteínas foram submetidas à eletroforese unidimensional à 10%SDS-PAGE e eletrotransferidas para membrana de nitrocelulose, a qual foi incubada com o soro da paciente.
RESULTADOS: O teste cutâneo foi positivo a Dermatophagoides mix e Cândida albicans. A análise proteômica revelou banda proteica de 23kDa identificada como a proteína crotoxina, a qual é formada por duas cadeias polipeptídicas, uma delas, sendo tipo fosfolipase A2.
CONCLUSAO: O antígeno do veneno da serpente Crotalusdurissusterrificus é uma fosfolipase, proteína comum a outros venenos animais. Esta é a primeira vez onde tal caracterizaçao foi realizada.

 


 

PO043 - Síndrome da doença pós-orgasmo: primeiro relato de caso no Brasil

 

Cynthia F. M. de Lima; Adriana Teixeira Rodrigues; Clovis E. S. Galvao

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia - Hospital das Clínicas - FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: A Síndrome da doença pós orgasmo foi descrita pela primeira vez em 2002. Foi levantada uma hipótese imunológica sobre sua etiologia, uma vez que 88% dos indivíduos estudados tinham um teste cutâneo positivo com o próprio sêmen. O objetivo deste estudo foi descrever as características clínicas do caso e a avaliaçao imunológica com a determinaçao de IgE específica ao sêmen.
RELATO DE CASO: Paciente de 25 anos, nos últimos 5 anos com confusao, dor de garganta, fadiga muscular, tremor, diarreia, depressoes bruscas e sintomas de gripe cerca de 10 minutos depois da ejaculaçao, que duram de 5 a 7 dias. O diagnóstico clínico foi estabelecido com base nos critérios apresentados na literatura: (1) um ou mais dos 5 sintomas: sensaçao de um estado gripal, fadiga extrema ou exaustao, fraqueza muscular, febre/transpiraçao, distúrbios de humor, dificuldades de memória e concentraçao, discurso incoerente, congestao/coriza nasais, coceira nos olhos, (2) todos os sintomas ocorrem logo após ejaculaçao, que é iniciada por coito, masturbaçao e/ou espontaneamente (durante o sono), (3) os sintomas ocorrem quase sempre após a ejaculaçao (mais de 90% dos eventos), (4) a maioria destes sintomas duram cerca de 2-7 dias e (5), desaparecem espontaneamente. O paciente foi submetido a exames laboratoriais de rotina e hormonal sem alteraçoes. Os testes cutâneos foram realizados com plasma seminal autólogo nas diluiçoes: 1:100.000, 1:10.000, 1:1.000; 1:100, e o paciente apresentou reaçao positiva com a concentraçao de 1:10.000 (pápula 8x10 mm), no intradérmico. Nos testes cutâneos para aeroalergenos, os resultados foram positivos para ácaros: D. pteronyssinus e B. tropicalis (5x6 mm).
CONCLUSAO: Este é o primeiro caso de POIS a ser relatado no Brasil, mas devem existir outros casos que nao tem sido corretamente diagnosticados. Chamamos atençao para a possibilidade de considerar esta condiçao no diagnóstico diferencial das queixas sistêmicas relacionadas à exposiçao ao sêmen humano.

 


 

PO044 - Relato de caso de anafilaxia após mordida de hamster

 

Danielli Bichuete Silva; Leila Borges; Danielle Harari; Camila Gonzaga da Silva; Dirceu Solé; Tessa Rachel Tranquillini Gonçalves; Rafael Rota

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: Nos últimos anos novos animais foram introduzidos no ambiente domiciliar aumentando a exposiçao a potenciais alérgenos desconhecidos. Relatamos em seguida, um caso de anafilaxia após mordida dehamster.
RELATO DE CASO: Mulher de 36 anos, bióloga, foi avaliada em nosso ambulatório de alergia depois de ter sido mordida por seu hamster. Na infância, teve diagnóstico de asma brônquica e rinite alérgica. Nos últimos 2 anos, ela adquiriu um hamster siberiano (Phodopus sungorus) como animal de estimaçao. Foi mordida previamente sem qualquer reaçao. Após 18 meses de exposiçao, ela foi mordida pelo animal na mao e cerca de 20 minutos após evoluiu com angioedema local e dispneia. Foi automedicada com dexclorfeniramina, apresentando melhora gradual dos sintomas após 30 min. Mais tarde, em novos episódios de mordidas pelo hamster, evoluiu com urticária e/ou edema imediato na mao, progredindo até o braço. Exames mostraram: positividade para prick to prick com saliva do hamster (negativo para soluçao salina 0,9% e positiva para histamina 10 mg/ml); e positividade para IgE específica de epitélio de hamster (0,69 kU/L). Paciente foi orientada a retirar o animal de estimaçao de sua casa.
DISCUSSAO: Hamsters como animais de estimaçao e animais de laboratório, podem causar reaçao alérgica imediata (tipo I de Gell e Coombs), bem como rinite e asma brônquica alérgica. No entanto, a natureza exata do antígeno na saliva do hamster ainda nao é bem conhecida. Este caso de anafilaxia secundária à mordida de hamster deve alertar os médicos que novas fontes de antígeno de animais de estimaçao têm sido cada vez mais comuns e podem ser potencialmente fatais.

 


 

PO045 - Anafilaxia por gergelim: investigaçao diagnóstica

 

Chayanne Andrade de Araujo1; Michel Dracoulakis2; Luciana Kase Tanno2; Paula Nunes Guimaraes Sá Barreto2; Joao Ferreira de Mello2; Wilson Tartuce Aun2; Erica Benedetti Sbrissa2

1. Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual, HSPE, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Hospital do Servidor Público Estadual HSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever um caso clínico de anafilaxia por ingesta de gergelim e sua investigaçao.
MATERIAL E MÉTODOS: Descriçao do caso clínico.
RESULTADO: J.A.G.F., 65 anos, masculino, aposentado, sem antecedentes de atopia, procurou ambulatório de Alergia e Imunologia em maio de 2013 com história de anafilaxia (edema de glote, língua, face, prurido generalizado e hipotensao) após ingesta de esfirra de carne em maio de 2011. Foi levado ao PS mais próximo, onde recebeu adrenalina, anti-histamínico e suporte hemodinâmico. Oito meses depois, apresentou edema de face e rash pruriginoso, após cerca de 30 minutos de ingesta de esfirra de queijo. Apresentou mais dois outros episódios semelhantes, após ingesta de comida chinesa e folheado de gergelim. Nestes três episódios, os sinais e sintomas remitiram com uso de anti-histaminico e corticoide. A investigaçao diagnóstica ambulatorial, em maio de 2013, demonstrou IgE total normal, IgE especifica para aeroalérgenos, cereais, gergelim, oleaginosas, carne bovina, trigo, leite e látex nao reagentes. Teste cutâneo de leitura imediata negativo para bateria padrao de aeroalérgenos, alimentos e látex. Após anamnese detalhada, optou-se por realizar prick to prick com alimentos associados à historia clínica (zaatar, codimentos, gergelim, oleaginosas, trigo e milho), com positividade para amêndoa e gergelim. Foi submetido a teste de provocaçao oral aberto com gergelim após uma semana, com positividade.
CONCLUSAO: A história clínica detalhada e investigaçao sao essenciais para firmar o dignóstico correto e conduta adequada, conforme verificamos no nosso relato. Casos de anafilaxia ao gergelim, apesar de raros no nosso país, vêm sendo descritos na literatura nacional.

 


 

PO046 - Impacto das medidas preventivas na evoluçao do pacientes alérgicos ao látex

 

Marilise Guedes Candido Marculino; Lorena Wanderley Petry; Romero Jose Kopke Alexandre; Fatima Rodrigues Fernandes; Adriana Teixeira Rodrigues; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o impacto das seguintes medidas preventivas: ambientes livres de látex e a administraçao de pré-medicaçao, na reduçao de sintomas dos pacientes alérgicos ao látex.
MATERIAL E MÉTODOS: Observamos a evoluçao clínica de 26 pacientes com alergia ao látex quanto às manifestaçoes alérgicas durante procedimentos cirúrgicos, observando a realizaçao ou nao destes em ambiente livre de látex e/ou uso de pré-medicaçao (administraçao de corticosteroide e/ou anti-histamínico antes do procedimento).
RESULTADOS: Incluimos neste estudo 26 pacientes, 88,5% do gênero feminino, mediana de idade de 50 anos e fator de risco principal para alergia ao látex serem profissionais da saúde (53,8%). Do total de pacientes, 14 foram submetidos a cirurgia, deles 11 realizaram o procedimento em ambiente isento de látex e nenhum apresentou sintomas (p = 0,03). Por outro lado, mas com a mesma relevância estatística, 2 de 3 pacientes (67%), que nao realizaram o procedimento em ambiente livre de látex, apresentaram sintomas (p = 0,03). O número de pacientes que utilizou pré medicaçao e realizou procedimento cirúrgico foi 7 (50%) Destes, 2 nao apresentaram sintomas, ambos do grupo que nao foi submetido a cirurgia em sala livre de látex. Os outros 7, que nao receberam a pré medicaçao, mas utilizaram ambiente livre de látex, nao apresentaram sintomas (p = 0,127).
CONCLUSAO: Observamos que a principal medida preventiva de reaçoes alérgicas em cirurgia no grupo estudado foi o uso de ambiente livre de látex e que o uso de pré medicaçao nao demonstrou diferença estatística significativa na prevençao dos sintomas nos pacientes avaliados.

 


 

PO047 - Anafilaxia após a ingestao de mandioca em paciente com diagnóstico de alergia ao látex

 

Lorena Wanderley Petry; Marilise Guedes Candido Marculino; Cintia Bassani; Romero Jose Kopke Alexandre; Andrea Pescadinha Emery de Carvalho; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descriçao de um caso de anafilaxia após a ingestao de mandioca (Manihot utilissima) em paciente com alergia ao látex.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de um caso de anafilaxia a mandioca, um alimento com reatividade cruzada ao látex.
RESULTADO: AAO, 38 anos, gênero feminino, com diagnóstico de rinite alérgica desde a infância e há 2 anos com história de urticária e angioedema ao contato com látex, através de luvas e baloes de festa e a ingestao de alguns alimentos (castanha do Pará e mandioca). Consultou no ambulatório de alergia e imunologia referindo urticária, diarreia, dispneia e angioedema de orelha 30 minutos após o consumo de mandioca cozida. Na ocasiao procurou o pronto-socorro onde foi administrado corticosteroide endovenoso, anti-histamínico e oxigênio inalatório para tratamento com melhora dos sintomas. Recebeu alta hospitalar com as mesmas medicaçoes anteriores por via oral. A investigaçao alergológica foi realizada com teste cutâneo para látex com pápula de 6 mm (histamina 6 mm e soluçao salina negativa) e IgE específico de 40,1 kua/l (classe IV), "prick to prick" com alimentos que apresentam reaçao cruzada ao látex e observada pápula de 7 mm para mandioca (histamina 7 mm e soluçao salina negativa) e teste de uso com a luva (use test) negativo.
CONCLUSAO: Ressaltamos a importância de uma anamnese detalhada e da realizaçao de testes cutâneos de leitura imediata para látex e alimentos com possível reatividade cruzada, na conduçao de casos de atopia, pois o consumo acidental destes alimentos podem ocasionar reaçoes potencialmente graves.

 


 

PO048 - Características clínicas e demográficas dos pacientes com reaçoes anafiláticas após ferroada de Hymenoptera atendidos em ambulatório especializado

 

Manoela Crespo de Magalhaes; Roberta Almeida Castro; Alexandra Sayuri Watanabe; Clovis E. S. Galvao; Jorge Kalil; Fabio Morato Castro

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever as características clínicas e demográficas dos pacientes que apresentaram reaçoes anafiláticas após ferroadas de himenópteros atendidos em ambulatório especializado de hospital terciário.
MÉTODO: Foram analisados prontuários médicos dos pacientes com alergia a veneno de Hymenoptera acompanhados no ambulatório de anafilaxia do HC-FMUSP, entre janeiro de 2005 e agosto de 2013. Foram analisados os seguintes itens: idade, gênero, inseto responsável, gravidade da anafilaxia. A classificaçao de gravidade da reaçao foi baseada segundo os critérios de Mueller.
RESULTADOS: 192 pacientes foram analisados e assim distribuídos: 21,8% eram alérgicos a veneno de abelha; 43,8% ao veneno de formiga; 23,4% ao veneno de vespa; 3,1% referiam a mais de um inseto e 7,8% nao sabiam identificar. Em pacientes alérgicos ao veneno de abelha, 41% tinham mais de 40 anos e houve predomínio do gênero masculino: 66%. Em pacientes alérgicos ao veneno de vespa, 42% tinham mais de 40 anos e também houve predomínio do gênero masculino: 67%. Já nos pacientes alérgicos a veneno de formiga houve predomínio do sexo feminino: 60% dos casos e em 45% os pacientes tinham menos de 10 anos. Considerando a gravidade das reaçoes por inseto nesta ordem: abelha, vespa e formiga temos: grau I: 0%, 2%, 0%; grau II: 15%, 7%,17%; grau III: 50%, 42%, 65%; grau IV: 35%, 49%, 18%. Houve descriçao de reaçoes a mais de um inseto, sendo que a reaçao grau III ocorreu em 25% e a reaçao grau IV em 75% dos pacientes.
CONCLUSOES: Em nosso dia a dia em ambulatório especializado, nos deparamos com algumas diferenças dos dados da literatura: (1) crianças alérgicas a veneno de formiga apresentam mais sintomas respiratórios do que cutâneos; (2) pacientes com reaçoes mais graves foram os que tinham alergia a veneno de vespa e nao de abelha como sempre é observado na Europa e nos EUA. Reforça-se, portanto, a importância em se estudar o comportamento e os venenos das vespas nacionais/regionais.

 


 

PO049 - Prevalência de alergia alimentar percebida em lactentes

 

Marina Fernandes Almeida; Luciana Carneiro Pereira Gonçalves; Tassia Cecilia Pereira Guimaraes; Ana Carolina Ramos Nápolis; Gesmar Rodrigues Silva Segundo

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Conhecer a prevalência de alergia alimentar (AA) percebida pelos pais de crianças de 4 a 23 meses de idade.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal descritivo, em crianças de 4 a 23 meses, matriculadas nas Escolas Municipais de Educaçao Infantil na cidade de Uberlândia, utilizando um questionário autoaplicável validado para língua portuguesa.
RESULTADOS: Das 1.244 crianças matriculadas, 596 pais responderam ao questionário. A prevalência de alergia alimentar percebida pelos pais foi de 23,5%. A frequência relatada de asma (30.7%), rinite alérgica (23,6%) e dermatite (29.3%) foi significativamente maior no grupo de crianças com alergia alimentar percebida, com p = 0.0317, p < 0.0001 e p < 0.0001 respectivamente. A suspeita de alergia alimentar esteve presente em 69,5% dos pacientes com dermatite atópica. Os principais alimentos citados foram: leite de vaca, chocolate, ovo, carne suína e frutas. Os principais sintomas associados foram: manchas vermelhas (55,7%), diarreia (43,6%), vômitos (30,7%), dor abdominal (21,4%) e edema em boca e olhos (15%).
CONCLUSAO: A prevalência de alergia alimente percebida é elevada entre familiares de lactentes, e está associada a maior frequência relatada de doenças alérgicas como: asma, dermatite atópica e rinite alérgica. A associaçao de alergia alimentar percebida nos pacientes com dermatiteatópica foi maior que o encontrado na literatura.

 


 

PO050 - Tempo para aquisiçao de tolerância oral em crianças com alergia a proteína do leite de vaca (APLV), acompanhadas em ambulatório especializado

 

Carlos Eduardo Mazzo Trindade; Ana Karoline Burlamaqui Melo; Vivian Alves Costa; Fabiane Milena Castro Pimenta; Aline Lury Aoki; Neusa Faldo Wandalsen; Susana Machado Passeti

Faculdade Medicina ABC, Santo André, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: O desenvolvimento de tolerância oral é dependente de vários fatores, sendo geralmente em tempo menor nas manifestaçoes mediadas por células.
OBJETIVO: Verificar o período necessário para o desenvolvimento da tolerância oral (TO), após exclusao da dieta da proteína envolvida, nos diferentes mecanismos imunológicos da APLV.
METODOLOGIA: Levantamento de dados de prontuários dos pacientes encaminhados ao ambulatório de Alergia Alimentar do Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina do ABC, com diagnóstico de APLV, no período de 2006 a 2010.
RESULTADOS: Avaliadas 100 crianças, 55 meninos, com 0,7 a 32 meses (média 8,1 meses) no diagnóstico, tendo 40 crianças como mecanismo imunológico envolvido a IgE (23 anafilaxia, 10 urticária/angioedema, 5 síndrome da alergia oral e 2 broncoespasmo), 52 nao IgE mediado (27 enterocolite, 15 proctocolite e 10 DRGE) e 4 mecanismo misto (2 asma e 2 dermatite atópica). Duas crianças iniciaram com manifestaçoes nao mediadas pela IgE e, após tolerância, evoluíram para IgE mediada e outras 2 com mecanismo inicial nao IgE mediado evoluindo, após tolerância, para quadros mistos. A média do tempo (meses) para TO foi de 8,7 nas mediadas por células (4 nao toleraram); nas mediadas por IgE de 26,2 (11 nao toleraram); nas mistas de 35,5 (2 nao toleraram); nas que iniciaram com mecanismo mediado por células e evoluíram para misto adquiriram tolerância com média de 7 meses e nas que evoluíram após com o envolvimento da IgE apenas 1 tolerou com 60 meses de exclusao.
CONCLUSOES: Conforme a literatura, observou-se tempo menor para adquirir TO nos quadros de APLV nao mediados pela IgE e maior número de nao tolerantes dentre os anafiláticos.

 


 

PO051 - Prevalência de alergia alimentar percebida pelos pais em pré-escolares

 

Ana Carolina Ramos Nápolis; Gesmar Rodrigues Silva Segundo; Tassia Cecilia Pereira Guimaraes; Luciana Carneiro Pereira Gonçalves; Marina Fernandes Almeida

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil

 

OBJETIVO: conhecer a prevalência de alergia alimentar percebida pelos pais em pré-escolares matriculados nas escolas municipais de educaçao infantil da cidade de Uberlândia, MG.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado através da análise de questionário previamente validado autoaplicado destinado aos pais de crianças entre 2 e 5 anos de idade matriculadas nas escolas municipais de ensino infantil da cidade de Uberlândia. De 8021 questionários enviados, 3301 (41,15%) foram devidamente preenchidos.
RESULTADOS: Em 582 crianças (17,6%), os pais referiram alergia alimentar, sendo 50,3% do sexo masculino. A idade média foi 43,5 meses, variando entre 24 e 59 meses. A manifestaçao atópica mais presente foi asma, em 33,6% dos casos. Os alérgenos mais citados foram: leite, carne suína, frutas, chocolate, ovo e tomate. Comparando-se manifestaçao atópica e alergia alimentar referida, a dermatite atópica foi mais comum, associada principalmente ao leite. Os principais sintomas referidos foram manchas vermelhas em 54,2%. Os principais sintomas associados aos alérgenos alimentares foram: vômitos na alergia referida a leite e embutidos e manchas vermelhas na alergia referida a carne suína, fruta, chocolate, ovo e tomate. A maioria das crianças apresentou alergia referida a apenas um alimento.
CONCLUSAO: O conhecimento da alergia alimentar percebida pelos pais é de suma importância para que encontre meios de se desmistificar falsas impressoes em relaçao a esse diagnóstico, através da disseminaçao do conhecimento por políticas públicas de saúde e entre os próprios profissionais a fim de se evitar todas as implicaçoes sociais e econômicas que esse diagnóstico pode causar aos pacientes, seus familiares e aos sistemas de saúde.

 


 

PO052 - Persistência de alergia a proteína do leite de vaca (APLV) em escolares

 

Ana Maria Ferreira Cunha; Décio Medeiros Peixoto; Alda Lima Teotônio; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Danielle Matoso Torreao; Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; Nilza Rejane Sellaro Lyra

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC - UFPE, Recife, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil dos pacientes com alergia a proteína do leite de vaca (APLV), na faixa etária entre 4 e 9 anos atendidos em serviço especializado.
MÉTODO: Estudo retrospectivo de prontuários de pacientes acompanhados no Ambulatório de Alergia Alimentar do Hospital das Clínicas da UFPE no período de janeiro de 2009 a junho de 2013.
RESULTADOS: Foram analisados os prontuários de 28 pacientes, dos quais 61% (17/28) eram do gênero feminino, com mediana da idade de 76,5 meses (49 a 110). As principais manifestaçoes clínicas foram: urticária e/ou angioedema 64% (18/28), anafilaxia 21% (6/28) e urticária associada as alteraçoes do sistema digestório 14% (04/28). A mediana dos valores das IgEs séricas das proteínas do leite (IgEs acima de 0,34 KU/L) foram: betalactoglobulina 45 KU/l (1,4 a 100), caseína 40 KU/l (0,8 a 100) e alfalactoalbumina 22,4 KU/l (0,9 a 100). O percentil do peso foi avaliado segundo a curva de crescimento da Organizaçao Mundial de Saúde e demonstrou que 35% (10/28) das crianças apresentavam percentil abaixo de 50 com a mediana de 12 (4 a 29). Quanto a associaçao com outras doenças alérgicas 71% (20/28) dos pacientes apresentavam rinite, 64% (18/28) asma e 53% (15/28) dermatite atópica. O teste de provocaçao oral aberto (TPOA) foi realizado em 50% (14/28), com positividade em todos os pacientes.
CONCLUSAO: Os resultados chamam a atençao para a gravidade da APLV na faixa etária acima de 4 anos, nao apenas pela alta prevalência da anafilaxia (acima de 20%), mas também pelo comprometimento nutricional, além da associaçao com outras doenças alérgicas.

 


 

PO053 - Validade do encaminhamento de pacientes com suspeita de alergia a proteína do leite de vaca a um serviço terciário

 

Paula Campos Perim; Monizi Campelo Gomes; Cristina Miuki Abe Jacob; Ana Paula BM Castro; Antonio Carlos Pastorino; Andrea Keiko Fujinami Gushken; Cleonir Moraes Lui Beck

Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Definir o perfil dos pacientes encaminhados por suspeita de alergia a proteína do leite de vaca (APLV) IgE mediada a um serviço terciário e que nao tiveram esse diagnóstico confirmado.
MÉTODOS: Realizada análise retrospectiva de prontuários de 2010 a 2013 de pacientes encaminhados ao ambulatório terciário de referência em alergia alimentar.
RESULTADOS: Dos 83 pacientes encaminhados, em 24 deles (28.9%) o diagnóstico de APLV foi excluído. A mediana de idade ao encaminhamento era 2 anos em 3 meses (variaçao 4-84 meses), sendo 10 F e 14 M. Os encaminhamentos vieram de pediatras gerais em 13 (55%) casos, especialistas em alergia em 4 (15%), outras especialidades em 1 (5%) e em 6 (25%) se desconhece a fonte do encaminhamento. As causas de exclusao foram: história clínica incompatível (4 casos) ou teste de provocaçao oral (TPO) negativo (20 casos). Entre os pacientes que apresentaram teste de provocaçao oral negativo, 10 apresentavam apenas história compatível, 1 com exame de IgE específica positivo, 5 apresentavam história pregressa compatível sendo inferido tolerância a APLV no momento da avaliaçao e 4 tinham historia duvidosa, tendo sido realizado TPO para melhor esclarecimento da sintomatologia.
CONCLUSAO: Diferente dos resultados encontrados na literatura, que aponta mais de 50% de encaminhamentos inadequados, em nosso estudo a taxa de exclusao foi aceitável. Esse fato pode ser decorrente do nosso centro ser terciário, com avaliaçoes sucessivas antes do encaminhamento final. Mesmo assim, se observou encaminhamentos incompatíveis, inclusive com paciente já em uso de leite de vaca.

 


 

PO054 - Alergia alimentar em lactente

 

Celso Taques Saldanha1; Rafael Pimentel Saldanha2

1. Centro de Especialidade Médica, Cuiabá, MT, Brasil
2. Universidade de Cuiabá, Cuiabá, MT, Brasil

 

OBJETIVO: Variadas manifestaçoes clínicas imunoalérgicas sao verificadas naqueles lactentes já predispostos em desenvolverem reaçoes adversas alimentares após contato com diversas fontes proteicas, sendo que 60% dessas manifestaçoes sao IgE-mediadas. Dessa forma, busca-se demonstrar que crianças sob aleitamento materno exclusivo podem apresentar reaçoes alérgicas aos diferentes alimentos ingeridos pela mae, inclusive com sensibilizaçoes futuras.
MÉTODO: Relato de caso. Lactente masculino em aleitamento materno exclusivo, cujo pai é asmático, apresentou aos 2 meses de idade episódios de evacuaçoes com sangue (sic) sugestivos de proctite. No 6º mês de vida, logo após o oferecimento em sua dieta do leite de vaca, carne bovina e ovos, começou a apresentar urticárias e edemas palpebrais, sendo prescrito anti-histamínico sistêmico, substituiçao do leite de vaca e seus derivados pelo "leite de soja" (sic) e encaminhado ao ambulatório de alergia pediátrica para prosseguimento do tratamento.
RESULTADO: Foram realizados os seguintes exames: IgE total (647,3); IgE específico (Betalactoglobulina e alfalactoalbumina = classes 4, anticaseína com classe 5, clara de ovo = classe 2 e gema de ovo = classe 1). Diante das manifestaçoes cutâneas controladas, manteve-se exclusao do ovo e leite de vaca com seus derivados e continuidade da fórmula de soja.
CONCLUSAO: No oferecimento de alimentos após o aleitamento materno exclusivo em crianças que possuem familiares atópicos, deve-se buscar uma história clínica detalhada de possíveis manifestaçoes alérgicas nutricionais a fim de se introduzir fontes proteicas menos relacionadas aos principais desencadeantes de reaçoes alérgicas mediadas por IgE.

 


 

PO055 - Alergia alimentar múltipla: relato de caso

 

Tessa Rachel Tranquillini Gonçalves; Rafael Rota; Mariana de Gouveia Pereira; Ana Carolina Rozalem; Adriano Bueno Sá; Márcia Mallozi; Lucila Camargo Lopes de Oliveira

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Descrever um caso de alergia alimentar múltipla resolvido com o ImmunoCAP-ISAC.
MÉTODO: Relato de caso. KHTO, 3 anos, natural do Japao, procedente de Sao Paulo, relatava lesoes peri-orais minutos após ingestao de frutas (maça, banana e laranja) desde a introduçao na dieta aos 5 meses, com piora dos mesmos aos 2 anos e meio. Neste momento, foi orientada exclusao de batata, milho, tomate, manga, melao, uva, mamao, maça, limao, maracujá, melancia por pediatra devido prick-to-prick positivo. Em nosso serviço, realizado novo teste cutâneo de leitura imediata, positivo para pólen, manga, melancia e laranja; negativo para banana, melao, maça, uva, ameixa, goiaba, maracujá, abacaxi, abacate, limao, pêra, mamao, tomate e milho. Os alimentos foram re-introduzidos e paciente apresentou sintomas apenas com melancia. Feito desencadeamento para látex negativo e submetido à cirurgia sem intercorrências. Associado, tinha antecedente pessoal de sibilância e quadro atual de rinite alérgica persistente. Realizado Investigaçao de sensibilizaçao por ImmunoCap ISAC que revelou positividade para profilinas de diferentes fontes [bétula (1,2 ISU), dedaleira (0,8 ISU) e látex (2,9 ISU)] além de tropomiosinas [Anisakis (3 ISU), barata (2,4 ISU), D.p. (2,6 ISU), camarao (2,3 ISU)] e outros alérgenos de ácaros.
CONCLUSAO: Immunocap ISAC é instrumento interessante na investigaçao de sensibilizaçao alérgica múltipla. Neste caso foi identificado sensibilizaçao a profilina, presente em diversas fontes vegetais, mas que raramente se associa a sintomas alérgicos como os vistos neste caso. É sabido que para confirmaçao diagnóstica a presença de sintomas é imprescindível e a identificaçao do componente ao qual se é sensibilizado pode trazer informaçoes adicionais. A sensibilizaçao a profilina do látex nao se traduz em sintomas clínicos, possibilitando a orientaçao mais segura do procedimento cirúrgico.

 


 

PO056 - Prevalência de sensibilizaçao ao pólen e látex associada a sintomas de rinite e asma em estudantes da área da saúde da Unochapecó

 

Debora Nakatani Lopes; Leda das Neves Almeida Sandrin; Daniel Henrique Bischoff

UNOCHAPECO, Chapecó, SC, Brasil

 

OBJETIVOS: Identificar a prevalência de sensibilizaçao ao pólen de gramíneas e látex associado a sintomas de rinite e asma sazonal em estudantes da área da saúde da Unochapecó, cidade de Chapecó-SC.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal. Os dados foram coletados no período de fevereiro de 2009 a abril de 2010 (exceto nos meses de maior polinizaçao: setembro, outubro, novembro e dezembro), com os três últimos períodos dos cursos de Enfermagem, Farmácia e Medicina da Unochapecó, totalizando uma amostra de 122 estudantes, todos jovens, previamente expostos a pólen de gramíneas e que tiveram contato com látex maior que 6 meses. Foi aplicado questionário padronizado ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood) módulos rinite e asma adaptado para adultos. Após assinatura de termo de consentimento informado, passaram por teste epicutâneo (pricktest) para pólen de gramíneas e látex, com extratos alergênicos padronizados. Para análise dos dados foi utilizado Epi-info 6.04.
RESULTADOS: 2,45% sensíveis somente ao látex; 14,8% sensíveis ao látex e gramíneas; 50% sensíveis somente a gramíneas e 32,8% nao sensíveis. Ainda, 41,8% apresentaram sintomas de rinite e/ou asma sazonal (sendo 33,6% sensíveis a gramíneas e 8,2% nao sensíveis) e 58,2% nao apresentaram sintomas (sendo 31,2% sensíveis a gramíneas e 27% nao sensibilizados).
CONCLUSOES: Verificamos alta prevalência de estudantes sintomáticos para rinite e/ou asma sazonal, sendo a maioria sensível a pólen de gramíneas, e taxa maior à da literatura para sensibilizados a látex, por possível reaçao cruzada entre o látex e pólen de gramíneas. Este estudo foi a etapa inicial para pesquisa de rinite e asma sazonal causadas por pólen de gramíneas na Regiao Oeste de Santa Catarina e, também, para pesquisa de reatividade cruzada entre látex e pólen de gramíneas.

 


 

PO057 - Positividade de teste cutâneo alérgico e IgE sérica específica ao antígeno de mariposa (Bombyx mori) em pacientes com asma e/ou rinite

 

Laura Maria Lacerda Araujo; Cinthya Covessi Thom Souza; Nelson Augusto Rosário

UFPR, Curitiba, PR, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a frequência de positividade de teste cutâneo alérgico (TCA) e à IgE sérica específica para antígeno de mariposa do bicho-da-seda espécie Bombyx mori em grupo de pacientes com diagnóstico de asma e/ou rinite alérgica.
MÉTODO: Estudo transversal com 99 participantes de 6-15 anos e TCA positivo para pelo menos um de seis aeroalérgenos comuns com asma e/ou rinite de acordo com as guias GINA e ARIA. TCA por puntura foi realizado com extrato alergênico preparado com asas de Bombyx mori (concentraçao peso/volume 1:20), controle positivo com histamina 10mg/mL e controle negativo soluçao salina/glicerol 50% (IPI/ASAC Brasil). Estabelecido diâmetro médio da pápula > 3 mm como positivo. IgE específica no soro foi analisada para antígeno de Bombyx mori pelo ImmunoCAPr e valores > 0,7 kUA/L foram considerados positivos. Os métodos foram avaliados por teste exato de Fisher (variáveis categóricas) e Mann-Whitney (variáveis contínuas), com alfa < 0,05.
RESULTADO: Testes cutâneos alérgicos foram positivos para Bombyx mori em 52,5% dos pacientes, enquanto 60% apresentaram IgE específica sérica > 0,7 kUA/L. Houve relaçao entre positividade ao TCA para Bombyx mori e a correspondente IgE específica no soro (p = 0,003). Os níveis de IgE específica para mariposa foram significativamente mais elevados nos pacientes cujos testes cutâneos foram positivos para este antígeno (p < 0,001). Doze participantes foram positivos à Bombyx mori somentepor TCA e 21 somente pelo ImmunoCAPr.
CONCLUSAO: A taxa de sensibilizaçao à mariposa do bicho-da-seda é alta. O extrato de Bombyx mori preparado com asas desta espécie de mariposa é comparável ao ImmunoCAPr em demonstrar esta sensibilizaçao. Os níveis de IgE específica sérica foram mais elevados nos pacientes que apresentaram TCA positivo.

 


 

PO058 - Sensibilizacao alérgica à mariposa do bicho-da-seda (Bombyx mori) em pacientes com alergia respiratória

 

Laura Maria Lacerda Araujo; Nelson Augusto Rosário

UFPR, Curitiba, PR, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a frequência de sensibilizacao à mariposa do bicho-da-seda em crianças e adolescentes com alergia respiratória.
MÉTODO: Foram realizados testes cutâneos alérgicos (TCA) em 370 pacientes consecutivos com diagnóstico de asma e/ou rinite encaminhados a um ambulatório especializado de alergia pediátrica (ano 2012/2013). Além do extrato preparado com asas de Bombyx mori (1:20 p/v), os seguintes alérgenos também foram testados: Dermatophagoides pteronyssinus, Blomia tropicalis, Blattella germánica, Lolium perenne, epitélios de cao e gato (1:20 p/v, FDA Allergenic, Brasil), controle positivo com histamina 10 mg/mL e controle negativo soluçao salina/glicerol 50% (IPI/ASAC Brasil). Estabelecido diâmetro médio da pápula > 3 mm como positivo. Foi feita análise estatística descritiva e as variáveis categóricas foram apresentadas em porcentagem.
RESULTADO: Mediana de idade foi de 8 anos, 59% do sexo masculino, 69% com diagnóstico de asma e 90% de rinite. A taxa de sensibilizaçao IgE específica à Bombyx mori foi de 23,8%. Os alérgenos da poeira domética apresentaram as maiores frequências de positividade por TCA: Dermatophagoides pteronyssinus (59,5%) e Blomia tropicalis (47,3%). Os demais alérgenos tiveram menores taxas de IgE específica: 8,6% Lolium perenne, 6,2% epitélio de cao, 5,7% Blattella germanica, 4,1% epitélio de gato. Em 26,8% dos participantes, os TCA foram negativos para todos os antígenos testados.
CONCLUSAO: O alérgeno da mariposa do bicho-da-seda (Bombyx mori) mostrou alta taxa de positividade por TCA, após os ácaros da poeira. As mariposas devem ser consideradas importantes agentes sensibilizantes em crianças com asma e rinite.

 


 

PO059 - Níveis de aeroalérgenos em domicílios de crianças atópicas e manifestaçoes clínicas das doenças alérgicas

 

Cinthya Covessi Thom Souza1; Carolina Tiyemi Deguchi da Silva1; Danielle Banhuk1; Laura Maria Lacerda Araujo1; Marconi Rodrigues Faria2; L Karla Arruda3; Nelson Augusto Rosario1

1. UFPR, Curitiba, PR, Brasil
2. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil
3. USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar os níveis de aeroalérgenos em residências de pacientes atópicos, e verificar a relaçao com a presença e gravidade da asma, gravidade da rinite e presença de conjuntivite alérgica.
MÉTODO: Estudo de corte transversal realizado com crianças atópicas entre 6 e 14 anos com diagnóstico de rinite e/ou asma, com sensibilizaçao ao D. pteronyssinus ao teste cutâneo alérgico por puntura e determinaçao de alérgenos em respectivas amostras de poeira domiciliar (n = 44). Foram coletadas informaçoes clínicas sobre as doenças alérgicas em prontuário médico padronizado para a primeira consulta no Serviço de Alergia Pediátrica, HC-UFPR. Amostras de poeira do chao e da roupa de cama foram coletadas das residências destes pacientes, por aspirador de pó Eletroluxr e dispositivo Indoor Biotechnologiesr. Os componentes alergênicos Der p 1, Der f 1, Blo t 5, Can f 1 e Fel d 1 analisados por ELISA.
RESULTADOS: A concentraçao de Der p 1 em amostras de poeira do chao foi mais elevada nas casas de pacientes com asma moderada/grave que de pacientes com asma leve (mediana de 0,51 mcg/g e 0,046, respectivamente). A frequência e concentraçoes de alérgenos na poeira das roupas de cama e do chao nao estavam associadas à gravidade da rinite. Nao houve associaçao dos sintomas oculares com as concentraçoes e frequência dos alérgenos.
CONCLUSOES: A gravidade da asma está relacionada à maior exposiçao ao alérgeno Der p 1 na poeira aspirada do piso, porém nao houve relaçao com os demais alérgenos detectados na poeira. Os resultados devem ser criteriosos pois a gravidade da asma nao depende tao somente da exposiçao alergênica mas a associaçao de outros fatores.

 


 

PO060 - Sensibilizaçao a alérgenos inaláveis em pacientes idosos da policlínica geral do Rio de Janeiro

 

Ana Cláudia Santos Oliveira; Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Fábio Chigres Kuschnir; José Luiz Rios; Joao Bosco Magalhaes Rios

Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ) - Faculdade de Medicina de Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil de sensibilizaçao à alérgenos inaláveis (AI) em pacientes idosos com sintomas de alergia respiratória.
MÉTODO: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes > 60 anos de idade assistidos na PGRJ com diagnóstico de asma e/ou rinite, e submetidos a testes cutâneos de leitura imediata (TCLI) para AI no período de dezembro 2010 a agosto de 2013. Os seguintes AI (Alergofarr ) foram testados: D. pteronyssinus, D. farinae, B. tropicalis, A. fumigatus, fungos mix (Alternaria alternaria, Candida albicans, Penicilium sp e Cladosporum sp), epitélios de cao e gato, baratas e pólens de gramíneas. Como controles positivo e negativo, utilizou-se respectivamente cloridrato de histamina e salina fenolada. Foram considerados positivos aqueles TCLI > 3 mm que o controle negativo.
RESULTADOS: Foram avaliados 135 pacientes com média de idade de 68,9 anos, sendo 98 mulheres (72,6%). Somente um dos pacientes nao apresentava rinite (99,3%), e 37 (27,4%) tinham rinite e asma associados. Em relaçao ao resultado dos TCLI: 62,2% foram positivos para D. pteronyssinus, 52,6% para D. farinae, 45,2% para B. tropicalis, 15,6% para fungos mix, 12,6% para cao, 14,8% para gato, 8,1% para A. fumigatus, 32,6% para baratas e 6,7% para pólens de gramíneas. Nao houve diferença estatística significativa entre a frequência de sensibilizaçao para cada alérgeno e a idade (pacientes > 60 x pacientes < 70 anos) e sexo da amostra.
CONCLUSAO: A frequência de sensibilizaçao a alérgenos inaláveis foi elevada em nossa amostra. Do mesmo modo que em pacientes mais jovens, a etiologia alérgica deve ser sempre investigada em pacientes idosos com sintomas respiratórios sugestivos de atopia. A realizaçao de TCLI constitui importante ferramenta diagnóstica, e torna-se elemento essencial para a implementaçao da imunoterapia específica nesta faixa etária.

 


 

PO061 - Ausência de sensibilizaçao ao Aspergillus fumigatus em pacientes asmáticos atendidos em ambulatório especializado

 

Patrícia Travassos Karam de Arruda; Geórgia Véras de Araújo; Náiade Maria Rego e Silva; Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; Mariana Izidoro do Nascimento; Fernanda Veruska de Souza Correia Lima; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVOS: Verificar a frequência de sensibilizaçao alérgica a espécie de fungo Aspergillus fumigatus em pacientes asmáticos acompanhados em um ambulatório especializado.
MÉTODOS: Estudo de série de casos em pacientes asmáticos, que foram submetidos ao teste cutâneo de leitura imediata (Prick test) com extrato padronizado contendo o antígeno Asp f1, alérgeno maior do Aspergillus fumigatus, no período de Julho e Agosto de 2013. O lote de fabricaçao, ao qual o extrato pertencia, foi devidamente aprovado no controle de qualidade da empresa. Todos os testes cutâneos foram realizados com metodologia recomendada e foram considerados positivos quando a pápula foi > 3 mm em comparaçao ao controle negativo. Nenhum paciente fazia uso de medicaçoes que pudessem interferir no resultado do teste.
RESULTADOS: Vinte e nove indivíduos foram submetidos ao teste, sendo 16/29 (55%) eram do gênero masculino, idades entre 3 a 50 anos, com mediana de 10 anos. Quatro dos 29 (14%) pacientes apresentavam a asma classificada como intermitente, 9/29 (31%) como persistente leve, 14/29 (48%) como persistente moderada e 2/29 (7%) como persistente grave. Treze indivíduos (44%) estavam com a doença parcialmente controlada, 10/29 (34%) controlados e 6/29 (20%) descontrolados. Em nenhum dos pacientes avaliados foi encontrada positividade ao Aspergillus fumigatus.
CONCLUSAO: A literatura médica descreve uma sensibilizaçao mais elevada ao Aspergillus fumigatus em asmáticos, do que a que foi encontrada no nosso estudo. Schwartz e colaboradores documentaram níveis de sensibilizaçao de 28% e 23%, nos Estados Unidos e em Londres, respectivamente. Estudo brasileiro realizado em Porto Alegre-RS evidenciou sensibilizaçao em cerca de 10% dos pacientes atópicos, de diversas faixas etárias. A ausência de sensibilizaçao dos pacientes testados pode ser explicada pelo menor percentual de asmáticos graves no nosso estudo, tendo em vista que a positividade ao Asp f1 é mais frequente na asma grave e descontrolada.

 


 

PO062 - O repertório de alergénios das gramíneas Dactylis glomerata e Phleum pratense para o cao - possível chave para uma mais efetiva imunoterapia específica?

 

Luís Lourenço Martins1; Andreia Grilo Marques1; Luísa Dotti Pereira2; Saul Semiao Santos3; Maria Fernanda Malaman4; Ofélia Pereira Bento1

1. Universidade de Évora e Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Évora, Portugal
2. Instituto Politécnico de Portalegre, Portalegre, Portugal
3. Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Évora, Portugal
4. Faculdade de Medicina da Universidade Tiradentes, SE, Brasil

 

OBJETIVO: Identificaçao dos repertórios alergénicos para as gramíneas Dactylis glomerata (Dac g) e Phleum pratense (Phl p) de forma a racionalizar o pool de alergénios para imunoterapia específica.
MÉTODOS: Da consulta externa de alergia do Hospital Veterinário da Universidade de Évora selecionaram-se 14 caes alérgicos a gramíneas, com sintomatologia eminentemente sazonal e sensibilizaçao à Dac g (p = 0,007), por testes intradérmicos (Bial Aristegi, Bilbao, Espanha) e doseamento de IgE específicas (Univet, Barcelona, Espanha). Preparam-se os extratos solúveis de Dac g e de Phl p (Allergon, Angelholm, Suécia) em água bi-destilada. A separaçao proteica foi realizada por isoeletrofocalizaçao (IEF) em gradiente de pH 3-10 e por SDS PAGE a 12%, uni-(1D) e bidimensional (2D). As proteínas separadas foram transferidas para membranas de PVDF, sobre as quais se realizaram os imunoblots, tendo as IgE específicas séricas sido reveladas por anti-IgE canina policlonal, conjugada com peroxidade, e monoclonal, conjugada com biotina.
RESULTADOS: Da IEF identificaram-se 17 bandas alergénicas de Dac g (pI 3,7-9,9), 10 das quais com reconhecimento major, e 18 de Phl p (pI 4-9,8), 7 das quais major. Da SDS PAGE 1D identificaram-se 11 alergénios de Dac g (PM 10,5-110 kDa), 6 dos quais major, e 6 de Phl (PM 11,5-136 kDa), 3 dos quais major. A maioria dos indivíduos apresentou espetrotipos complexos. Da SDS PAGE 2D identificaram-se 13 regioes/spots alergénicas de Dac g (pI 3,9-7,9 e PM 7-112 kDa) e 27 de Phl p (pI 3,9-9,7 e PM 9-85 kDa).
CONCLUSOES: Observaram-se várias analogias com os alergogramas humanos, com diferentes taxas de reconhecimento dos prováveis alergénios comuns. Após imunoterapia clinicamente positiva um indivíduo apresentou importantes variaçoes no espetrotipo, ainda que praticamente sem variaçao do número de alergénios reconhecidos, o que sugere ausência de correlaçao absoluta entre sensibilizaçao e alergia, com dessensibilizaçao e ganho de novas sensibilizaçoes.

 


 

PO063 - O repertório de alergénios do ácaro Dermatophagoides pteronyssinus para o cao - sensibilizaçao a quê? Imunoterapia (específica) para o quê?

 

Luís Lourenço Martins1; Andreia Grilo Marques1; Luísa Dotti Pereira2; Saul Semiao Santos3; Maria Fernanda Malaman4; Ofélia Pereira Bento1

1. Universidade de Évora e Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Évora, Portugal
2. Instituto Politécnico de Portalegre, Portalegre, Portugal
3. Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Évora, Portugal
4. Faculdade de Medicina da Universidade Tiradentes, SE, Brasil

 

OBJETIVO: Identificar os repertórios alergénicos mais relevantes para o ácaro Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) em cao, de forma a permitir importantes inovaçoes em termos de opçoes imunoterápicas dirigidas, com ganho de eficácia.
MÉTODOS: Da consulta externa de dermatologia e alergia dos Hospitais Veterinários da Universidade de Évora e da Fundaçao Rof Codina (Lugo, Espanha) selecionaram-se 20 caes, majoritariamente indoor e com sintomatologia perenal, alérgicos aos ácaros e sensibilizados a Der p, por testes intradérmicos (Bial Aristegi, Bilbao, Espanha) e doseamento das IgE específicas (Univet, Barcelona, Espanha). Preparou-se o extrato solúvel de Der p (Allergon, Angelholm, Suécia) em água bi-destilada. A separaçao proteica foi realizada por isoeletrofocalizaçao (IEF) em gradiente de pH 4-6,5 e por SDS PAGE a 12%, uni- (1D) e bidimensional (2D). As proteínas separadas foram transferidas para membranas de PVDF, sobre as quais se realizaram os imunoblots, tendo as IgE específicas séricas sido reveladas por anti-IgE canina policlonal, conjugada com peroxidase, e monoclonal, conjugada com biotina.
RESULTADOS: Da IEF identificaram-se 11 alergénios (pI 5,4, 5,5, 5,6, 5,7, 5,9, 6,2, 6,3, 6,5, 6,6, 6,7 e 6,8), bem como da SDS PAGE 1D (PM 13,5, 23,5, 28,5, 32,5, 35,5, 37, 47,5, 58, 70, 110 e 210-220 kDa), 6 dos quais major. A maioria dos indivíduos apresentou espetrotipos complexos. Da SDS PAGE 2D identificaram-se 24 regioes/spots alergénicas, de pI < 4,6 a > 6,9 e de PM 13,5 a 210-220 kDa.
CONCLUSOES: Observaram-se várias semelhanças entre os alergogramas canino e humano. Após imunoterapia específica, clinicamente bem-sucedida, um indivíduo complexou o espetrotipo, sugerindo ausência de correlaçao absoluta entre sensibilizaçao e alergia.

 


 

PO064 - Incidência de sensibilizaçao a caes e gatos em uma populaçao pesquisada na i jornada de cidadania da PUC - Goiás

 

Daniel Strozzi; Glauco Baiiocchi Junior; Marina Doles Ascençao; Ricardo Teixeira Leal; Nader Alziro Kassem Fares; Satyaki Afonso Navinchandra; Analice Almeida Andrade

Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil

 

OBJETIVO: Levantar a incidência de sensibilizaçao a caes e gatos na populaçao pesquisada.
MÉTODO: Durante a Jornada da Cidadania realizada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás em Goiânia nos dias 22 a 25 de agosto de 2013, foram coletados dados em uma oficina oferecida pela Liga Acadêmica de Alergia e Imunologia (LAIA) da mesma instituiçao abordando o tema alergia respiratória. Os dados foram computados em planilhas para facilitar a observaçao dos resultados. O teste de escolha para triagem dos participantes foi o teste de hipersensibilidade imediata, Punctura - Prick Testr em que se estabeleceu o Canis familiares e Felis domesticus como antígenos para a pesquisa de alergia à caes e gatos respectivamente. Durante o evento o pesquisado vinha pré-cadastrado, realizamos um atendimento que tinha por objetivo separar grupos com sintomatologia clínica dos que nao a tinham para serem encaminhados aos testes alérgicos. Após 20 minutos, fizemos a leitura aconselhamento quanto às necessidades de cada paciente.
RESULTADOS: Foram atendidos 519 pacientes, dos quais 447 foram considerados aptos à realizaçao do Prick-test, destes 336 eram mulheres e 111 eram homens. A prevalência para sensibilidade à apenas caes (Canis domesticus) foi de 9 (2,01%) pacientes do sexo feminino e 2 (0,45%) do sexo masculino, a prevalência para sensibilidade à apenas gatos foi de 16 (3,57%) pacientes do sexo feminino e 7 (1,57%) pacientes do sexo masculino. Ainda, 4 (0,89%) pacientes do sexo feminino apresentaram sensibilidade a caes e gatos, enquanto 2 (0,45%) pacientes do sexo masculino também apresentaram sensibilidade aos dois tipos testados.
CONCLUSAO: Concluímos que na populaçao pesquisada os testes alérgicos nao foram significativos para sensibilizaçao a caes e gatos.

 


 

PO065 - Prevalência de sensibilidade a ácaros em um evento comunitário

 

Daniel Strozzi; Glauco Baiiocchi Junior; Rayza Gaspar Santos; Liza Dias Baptista Amaral; Rebeca Guilarde Torres; Maria Flávia Vaz de Oliveira

Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar a prevalência de sensibilidade aos ácaros Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoidesfarinae e Blomia tropicalis nos participantes da I Jornada de Cidadania (JC) realizada por uma instituiçao de ensino superior.
MÉTODOS: Foram entrevistados participantes da JC em uma oficina oferecida pela Liga Acadêmica de Imunologia e Alergia. Aplicou-se questionários quanto à presença e gravidade de sintomas alérgicos respiratórios e foi selecionado para o Teste Cutâneo (TC) o paciente que respondeu "SIM" em pelo menos duas perguntas. Desprezamos resultados em que o controle positivo e/ou os fungos pesquisados foram < 3 mm. A idade variou de 3 a 85 anos e os dados coletados foram lançados em uma planilha EXCEL.
RESULTADOS: Entrevistou-se 519 pacientes, dos quais 447 foram submetidos ao TC. Desses, 209 tiveram TC positivo(+). A prevalência na populaçao em questao foi 40,27%, representando 46,76% dos que fizeram o TC. No sexo feminino, 150 tiveram TC+. Desses, 86 TC+ para os 3 tipos (57,33%); 44 TC+ para 2 tipos (29,33%), sendo 37 para D.pteronyssinus e D.farinae, 2 D.farinae e B.tropicalis e 5 para D.pteronyssinus e B.tropicalis; e 20 TC+ para 1 tipo (13,33%), sendo 11 para D.pteronyssinus, 3 para D.farinae e 6 para B.tropicalis. No sexo masculino, 59 tiveram TC+. Desses, 38 TC+ para os 3 tipos (64,41%); 15 TC+ para 2 tipos (25,43%), sendo 11 para D.pteronyssinus e D.farinae, 1 D.farinae e B.tropicalis e 3 para D.pteronyssinus e B.tropicalis; e 6 TC+ para 1 tipo (10,16%), sendo 3 para D.pteronyssinus, 1 para D.farinae e 2 para B.tropicalis.
CONCLUSAO: Houve grande correlaçao entre rinite alérgica e sensibilidade a ácaros, destes o D.farinae é o que mais afeta a amostra. Este dado corrobora com outros trabalhos publicados que evidenciam a prevalência do D.farinae como ácaro mais prevalente na rinite alérgica na Regiao Centro-Oeste.

 


 

PO066 - Prevalência de sensibilidade a fungos em um evento comunitário

 

Daniel Strozzi; Lorena de Castro Diniz; Rayza Gaspar Santos; Liza Dias Baptista Amaral; Rebeca Guilarde Torres; Maria Flávia Vaz de Oliveira; Salomao Antonio Olivencia

Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar a prevalência de sensibilidade aos Fungos III (FIII) e Aspergillus fumigatus nos participantes da I Jornada de Cidadania (JC) realizada por uma instituiçao de ensino superior.
MÉTODOS: Foram entrevistados participantes da JC em uma oficina oferecida pela Liga Acadêmica de Imunologia e Alergia. Aplicou-se questionários quanto à presença e gravidade de sintomas alérgicos respiratórios e foi selecionado para o Teste Cutâneo (TC) o paciente que respondeu "SIM" em pelo menos duas perguntas. Desprezamos resultados em que o controle positivo e/ou os fungos pesquisados foram < 3 mm. A idade variou de 3 a 85 anos e os dados coletados foram lançados em uma planilha EXCEL.
RESULTADOS: Foram entrevistados 519 pacientes, dos quais 447 foram submetidos ao TC. Desses, 19 apresentaram TC positivo(+) para os fungos. A prevalência nesta populaçao foi 3,7%, representando 4,25% dos que fizeram o TC. No sexo feminino foram obtidos 14 TC+. Desses, 6 foram positivos para FIII (42,86%) e 8 para A. fumigatus (57,14%), sendo que nao obtivemos resultados positivos para ambos os fungos simultaneamente. No sexo masculino foram obtidos 5 TC+. Desses, 2 foram positivos para ambos os fungos (40%); 2 foram positivos para FIII (40%) e 1 obteve TC+ para A. fumigatus (20%).
CONCLUSAO: Apesar dos resultados expressarem poucas pessoas com TC+ para os fungos citados, houve alta relaçao entre sintomas de rinite alérgica e sensibilizaçao para fungos, dessa forma o conhecimento dos aeroalérgenos que sensibilizam os pacientes com doenças respiratórias alérgicas, como a rinite, é fundamental para a compreensao dos mecanismos de doença e para orientaçao do tratamento adequado, seja para medidas objetivas de higiene do ambiente, seja para o tratamento medicamentoso.

 


 

PO067 - Investigaçao de imunodeficiências primárias deficiente em pacientes durante e após hospitalizaçao em uma unidade de terapia intensiva pediátrica

 

Ana Carolina Ramos Nápolis; Gesmar Rodrigues Silva Segundo; Erica Suavinho; Marina Fernandes Almeida

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar se os pacientes internados na Unidade de terapia intensiva pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia com infecçoes graves foram submetidos à busca ativa de imunodeficiências primárias (IDP).
MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo realizado na unidade de terapia intensiva pediátrica com pacientes com diagnóstico de infecçoes graves admitidos entre janeiro de 2011 a janeiro de 2012, verificando se realizaram a investigaçao inicial para IDP com hemograma e a dosagem de imunoglobulinas até maio de 2012.
RESULTADOS: Em 53 crianças internadas com infecçoes graves, apenas 7 (13,2%) realizaram investigaçao inicial para IDP. Três (42,8%) desses pacientes apresentaram alteraçoes quantitativas dos níveis de IgG, um (14,3%) demonstrou neutropenia e um (14,3%) apresentou plaquetopenia. O diagnóstico de IDP foi confirmado em cinco (71,4%) dos sete pacientes investigados, correspondendo a quase 10% do total de pacientes internados com infecçao grave na unidade de terapia intensiva pediátrica no período.
CONCLUSOES: A investigaçao de IDP em pacientes com infecçoes graves nao está sendo realizada rotineiramente na unidade de terapia intensiva pediátrica. Essa investigaçao deve ser estimulada diante da frequência expressiva dessas doenças nos pacientes investigados.

 


 

PO068 - Alteraçoes psiquiátricas e comportamentais na síndrome de DiGeorge

 

Marcília Sierro Grassi1; Cristina Miuki Abe Jacob1; Antonio Carlos Pastorino1; Leslie Domenici Kulikowski2; Chong Ae Kim1; Roberta Lelis Dutra1; Magda Carneiro-Sampaio1

1. Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Departamento de Patologia da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever os principais transtornos comportamentais e psiquiátricos nas crianças e adolescentes portadores da Síndrome de DiGeorge (SDG) seguidos em um centro de referência para Imunodeficiências Primárias.
MÉTODOS: A casuística foi composta por 20 pacientes na fase escolar e na adolescência em seguimento nos últimossete anos com presença da deleçao 22q11.2 detectada pelo FISH (hibridaçao in situ por fluorescência) e/ou MLPA (multiplex ligation-dependent probe amplification). Os pacientes com distúrbios psiquiátricos ou emocionais foram encaminhados ao neurologista, psicólogo e/ou psiquiatra para diagnóstico e seguimento na nossa e também em outras instituiçoes.
RESULTADOS: Durante o seguimento ambulatorial desses 20 pacientes com a SDG foi observado que 11 evoluíram com alteraçoes comportamentais e psiquiátricas. O diagnóstico foi realizado na fase escolar em 40% dos casos e na adolescência em 3 pacientes. O achado mais comum foi o déficit de atençao e hiperatividade (TDAH) em 6 pacientes (30%), sendo que a forma mais frequente foi a hiperativa/impulsiva (4 casos) e a outra forma da TDAH, que predomina com déficit de atençao, foi diagnosticada em 2 pacientes. A ritalina foi prescrita para 2 adolescentes. Outros achados foram: dificuldade do aprendizado (15%), ansiedade (10%) e retardo mental (5%). Até o momento nenhum paciente evoluiu com transtorno obscessivo-compulsivo, esquizoafetivo ou psicótico.
CONCLUSAO: Como nos portadores da SDG as alteraçoes iniciais descritas sao a hiperatividade, a ansiedade e a depressao, os autores enfatizam a importância do diagnóstico precoce e do seguimento multiprofissional adequado a esses pacientes.

 


 

PO069 - Diagnóstico precoce da síndrome de DiGeorge em recém-nascidos e lactentes portadores de cardiopatia congênita

 

Marcília Sierro Grassi1; Leslie Domenici Kulikowski2; Cristina Miuki Abe Jacob1; Maria Esther Jurfest Ceccon1; Vera Lúcia Jornada Krebs1; Werther Brunow Carvalho1; Magda Carneiro-Sampaio1

1. Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: 1) Investigar a SDG em RN e lactentes com cardiopatia congênita, visando a detecçao precoce e a abordagem clínica adequada. 2) Avaliar as cardiopatias que apresentam correlaçao com a del22q11.2.
MÉTODOS: A realizaçao da triagem genômica quantitativa por multiplex ligation-dependent probe amplification (MLPA), utilizando-se os Kits P250-B1 e P356-A1, nos pacientes portadores de cardiopatia congênita com até 1 ano de vida internados em UTI Neonatal e Cardiológica.
RESULTADOS: Num período de 14 meses foram coletadas amostras de 90 pacientes com as seguintes cardiopatias: Atresia pulmonar (20,5%), Transposiçao dos grandes vasos da base (17,9%), Dupla via de saída de VD (12,8%), Interrupçao do arco aórtico/Coarctaçao de aorta/Tetralogia de Fallot (7,7%), Estenose pulmonar/Atresia pulmonar/Ventrículo único/Drenagem anômala das artérias pulmonares (2,5%). Até o momento foi realizada a MLPA de 45 pacientes. Foram diagnosticadas microdeleçoes por essa técnica em 4 pacientes: del 22q11.2 em associaçao com a del 1p36, del 22q11.2, del 8p23 e duplicaçao 7p.
CONCLUSAO: O diagnóstico precoce da SDG é fundamental, devida à significativa morbimortalidade no primeiro ano de vida. O alerta para suspeitar desse diagnóstico em RN é a presença de cardiopatia congênita, associada ou nao com hipocalcemia e/ou hipoplasia ou ausência tímica no RX de tórax. É fundamental a utilizaçao de uma técnica citogenética/genética molecular para confirmar o diagnóstico.

 


 

PO070 - Autoimunidade na síndrome de DiGeorge

 

Marcília Sierro Grassi1; Cristina Miuki Abe Jacob1; Antonio Carlos Pastorino1; Leslie Domenici Kulikowski2; Chong Ae Kim1; Roberta Lelis Dutra1; Magda Carneiro-Sampaio1

1. Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Departamento de Patologia da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Investigar os fenômenos autoimunes nos pacientes com a Síndrome de DiGeorge (SDG) em seguimento em um centro de referência para Imunodeficiências Primárias.
MÉTODOS: A casuística foi composta por 29 crianças e adolescentes (20M: 9F), com idades entre 8 meses a 18 anos e 11 meses. Para a avaliaçao da autoimunidade foram realizados: a dosagem de anticorpos antitireoglobulina, antiperoxidase e anti-receptor de TSH (TRAb), fator anti-núcleo, fator reumatoide e análise da série vermelha, branca e megacariocítica do hemograma. Para a avaliaçao da tireoide foram solicitadas as dosagens séricas do triiodotironina (T3), tiroxina (T4), tiroxina livre (T4 livre) e TSH. O teste de Coombs nao foi realizado em todos os pacientes.
RESULTADOS: Seis (20%) de 29 crianças com SDG evoluíram com plaquetopenia, sendo que a idade de aparecimento variou entre 10 meses a 18 anos e 5 pacientes do sexo masculino. Um paciente iniciou precocemente aos 10 meses, outro no período escolar e 4 durante a adolescência. A sintomatologia apresentada em apenas um caso foi a presença de petéquias, sem manifestaçao de sangramento ativo. Em 1 paciente foi detectada a presença de anticorpo Trab. O aumento do T3 ocorreu em 1 paciente (216 ng/dL), do TSH em 3 pacientes (4,46 - 5,51 µU/ml), e a diminuiçao do T4L em 2 (0,90-0,91 ng/dL). Os pacientes nao apresentaram alteraçoes na dosagem de anticorpos antitireoglobulina e antiperoxidase, do fator anti-núcleo e do fator reumatoide. Um dos pacientes desenvolveu eritema pérnio associada a fenômeno de Raynaud nos dedos de ambas as maos. Nenhum paciente evoluiu com artrite reumatoide.
CONCLUSAO: Os autores enfatizam a necessidade de uma avaliaçao sistemática de fenômenos e doenças autoimunes nos pacientes com a SDG, pois a sua frequência é maior do que na populaçao geral, sendo a trombocitopenia auto-imune e o fenômeno de Raynaud os mais comuns.

 


 

PO071 - Associaçao de deficiência de IgA (DIgA) com cromossomopatias

 

Ana Karoline Burlamaqui Melo; Vivian Alves Costa; Carlos Eduardo Mazzo Trindade; Fabiane Milena Castro Pimenta; Rosimeire Constantino Silva; Neusa Faldo Wandalsen; Anete Sevciovic Grumach

FMABC, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: A DIgA ocorre com uma prevalência de 1:700 indivíduos na populaçao e em 13% dos pacientes com cromossomopatias. Os autores apresentam pacientes com cromossomopatias e DIgA.
MÉTODOS: Pacientes foram encaminhados ao ambulatório por infecçoes de repetiçao e com diagnóstico de Síndrome (Sd) de Turner e deleçao do cromossomo 18.
RESULTADOS: 1º Caso: feminino, 10 anos, Sd de Turner, submetido a amigdalectomia (3 anos) por infecçoes de repetiçao; meningite viral (4 anos), adenoidectomia (5 anos) e drenagem de tímpanos, inúmeras OMA, sinusites de repetiçao, ITU, diarreia e Broncopneumonia; molusco infeccioso. Sem história familiar sugestiva. Avaliaçao imunológica mostra: IgA: 6 mg/dL, IgG: 1.520 mg/dl, IgM: 90 mg/dl, Isoaglutinina B: 1/64; sorologias para rubéola positiva e sarampo negativa. 2º Caso: masculino, 4 anos e 8 meses, deleçao do cromossomo 18, sem história familiar sugestiva. Infecçoes de repetiçao: amigdalite bacteriana (12x/ano); OMA(6x/6meses). Adenoamigdalectomia aos 4 anos e baixa estatura. Os exames mostravam: IgA: 5 mg/dl, IgG: 1.350 mg/dl, IgE: 11,86 mg/dl e anticorpos antipneumococos pós-vacinal adequado. Os dois pacientes receberam vacinaçao para encapsulados.
CONCLUSAO: Lembrar aos médicos a relevância da avaliaçao imunológica em pacientes com cromossomopatias e possibilidade de imunodeficiência associada. Esta informaçao permitirá controle clínico mais adequado e reduzir a possibilidade de sequelas.

 


 

PO072 - Pneumocystis jiroveci como única manifestaçao de imunodeficiência comum variável (ICV)

 

Fabiane Milena Castro Pimenta; Vivian Alves Costa; Carlos Eduardo Mazzo Trindade; Ana Karoline Burlamaqui Melo; Rosimeire Constantino Silva; Neusa Faldo Wandalsen; Anete Sevciovic Grumach

FMABC, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: A ICV é uma das imunodeficiências mais comuns com deficiência de anticorpos. Relatar o caso de paciente com manifestaçao clínica tardia de ICV.
RESULTADO: Paciente 60 anos, masculino, com duas pneumonias recentes e isolado P.jiroveci na cultura do lavado broncoalveolar (LBA), tratado com claritromicina e prednisona. Apresentou recidiva da infecçao após 1 mês, com astenia, dispneia, opacificacao em base pulmonar direita, tratou com sulfametoxazol-trimetropim (smz-tmp) e prednisona por 14 dias; segundo ciclo de smz-tmp, prednisona, moxifloxacino 7 dias. Foi utilizado smz-tmp profilático. Os exames complementares ao diagnóstico foram: angiotomografia de tórax com múltiplas consolidaçoes em lobo superior, médio e inferior, LBA isolado P.jiroveci, BAAR negativo, biópsia transbrônquica compatível com dano difuso em fase exsudativa, e/ou pneumocistose. Exames imunológicos mostraram: linfopenia: 1260/700/mm3; segunda internaçao com linfócitos 1030/620/1200 mm3, IgM:68, IgA:86, IgG:546, IgE:21, linfócito T:480, linfócito T CD4:320, linfócito T CD8:145, linfócito B:257, sorologia IgG positiva para CMV, EBV, Rubéola e negativas para HIV e hepatite B, isohemaglutininas: 1/4. Tomografia de tórax com densificaçoes alveolares focais nos campos médio e bases pulmonares, atelectasia em base direita, LBA negativo para P.jiroveci, BAAR negativo, DNA negativo para M.tuberculosis, biópsia transbrônquica com atelectasia, enfisema focal. Introduzido gamaglobulina EV.
CONCLUSAO: Alertar aos médicos, em relaçao ao diagnóstico de ICV em idade avançada.

 


 

PO073 - Síndrome de Hiper IgE: relato de caso

 

Carlos E.M. Trindade1; Vivian Costa1; Fabiane Pimenta1; Ana Karoline Burlamaque1; Rosemeire N Constantino-Silva2; Neusa F. Wandalsen1; Anete S. Grumach1,2

1. Ambulatório de Infecçoes de Repetiçao das Disciplinas de Pneumologia e Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP
2. Laboratório de Imunologia, Centro de Pesquisa da Faculdade de Medicina do ABC

 

OBJETIVO: Descrever as características clínico-laboratoriais de um paciente com síndrome de Hiper IgE.
MÉTODO: Paciente feminino, 21 anos, apresentou BCGite disseminada com um mês, onfalite no período neonatal, celulite periorbitária aos 8 meses e mastite aos 9 meses; pneumonia (2X) no primeiro ano com hospitalizaçao. Manteve monilíase oral e vaginal de repetiçao, celulite e abscessos cutâneos com necessidade de drenagem (> 20 X) e há 1 ano herpes labial de difícil tratamento. Nega história de consanguinidade na família, pais hígidos e irmao com 26 anos sem qualquer patologia ou antecedente de internaçao. Ao exame físico apresenta pápulas hipercrômicas residuais em membros inferiores, cicatrizes com bom aspecto em regiao infraumbilical, axilar esquerda e lombar. Apresentava também cicatriz mediana em todo dorso resultante de correçao de escoliose. Foram realizados os seguintes exames: IgE total maior que 10504, opsonofagocitose para cândida e stafilococo, quimiotaxia de neutrófilos, DHR normal com 88% de células estimuladas, G6PD,CH50 e Shedding. Paciente apresenta 56 pontos de acordo com sistema de Grimbacher B, Shaffer A A, Holland SM, et al., portanto com grande chance de ser portador do gene da síndrome.
CONCLUSAO: Alertar médicos pois, embora rara, a síndrome de hiper IgE sempre deve ser suspeitada, principalmente sua forma incompleta.

 


 

PO074 - Síndrome de Hiper IgE e sinusite fúngica: relato de caso

 

Eliane Miranda da Silva; Norma de Paula Motta Rubini; Albertina Varandas Capelo; Juliana Salvini Fonseca; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Hospital Universitário Gaffrée e Guinle - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: A Síndrome de Hiper IgE (HIES) é uma imunodeficiência primária(IP), rara, caracterizada principalmente pela elevaçao dos níveis séricos de IgE, eczema, abscessos frios bacterianos (pele e sinopulmonares) alteraçoes vasculares, esqueléticas e de tecido conjuntivo. O objetivo deste estudo é descrever um caso de HIES diagnosticado a partir de quadro de sinusite fúngica.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, 43 anos, com abscessos cutâneos desde o nascimento, um episódio de otite média, uma pneumonia bacteriana, tuberculose pleural, aspergiloma pulmonar e 04 polipectomias nasais, sendo identificado Aspergillus fumigatus em material coletado na última polipectomia. Ausência de história familiar sugestiva de IP. Exames solicitados evidenciavam hemograma com eosinofilia (15%); IgE total=5.870KU/L; IgG anti-Af-nao reagente; IgA, IgG, IgM; CH50, C3 e C4; linfócitos T, B, CD4 e CD8 normais e contagem de CD56 reduzida; peróxido de hidrogênio por DHR nao sugestivo de DGC e anti-HIV nao reativo. A RMN de seios da face foi sugestiva de sinusite fúngica invasiva indolente. O escore para diagnóstico de HIES foi de 44 pontos. O paciente foi tratado com anfotericina B, com boa evoluçao clínica.
CONCLUSAO: A HIES é uma desordem multissistêmica, com um grande número de manifestaçoes clínicas e de difícil diagnóstico. No presente caso, chama atençao o diagnóstico tardio a partir da sinusite fúngica invasiva indolente. A dificuldade diagnóstica ocorreu, possivelmente, pela ausência de histórico familiar e pela apresentaçao clínica com características fenotípicas mistas de duas formas de HIES - autossômica dominante e autossômica recessiva.

 


 

PO075 - Febre familiar do Mediterrâneo: apresentaçao atípica e paucisintomática

 

Norma de Paula Motta Rubini; Eliane Miranda da Silva; Albertina Varandas Capelo; Mário Henrique Fonseca; Rafael Teixeira Figueredo Poleshuck; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: A febre familiar do mediterrâneo (FFM) é a desordem autoinflamatória mais frequente e melhor estudada, com uma prevalência concentrada em populaçoes do Leste do Mediterrâneo. O objetivo deste estudo é descrever um caso em paciente brasileiro com apresentaçao clínica atípica e paucisintomática.
RELATO DE CASO: Paciente, 17 anos, sexo masculino, pardo, com histórico de episódios recorrentes de erupçao cutânea urticariforme, nao pruriginosa, com distribuiçao generalizada, acompanhada de artralgias, sem febre ou outras queixas sistêmicas, com início aos 10 anos de idade. A avaliaçao laboratorial evidenciou vários hemogramas com leucocitose sem desvio à esquerda, variável entre 14.000-19.000 células/mm3, VHS e PCR elevados persistentemente; dosagem de IgG, IgA e IgM, imunofenotipagem de subpopulaçoes linfocitárias e avaliaçao do sistema do complemento com valores dentro dos limites da normalidade; IgE - 545 UK/L; IgD - 17,2 mg/dL; provas de atividade reumática - nao reativas; pesquisa de crioglobulinas - negativa; sorologias para HIV, EBV, hepatites virais, toxoplasmose, citomegalovírus - IgM nao reativas e proteína amiloide A - 511 mg/dL. A análise de mutaçoes para síndromes autoinflamatórias evidenciou mutaçao em MEFV - c.524C>A, p. P175H, em homozigose. O paciente iniciou tratamento com colchicina, evoluindo com boa resposta clínica.
CONCLUSAO: As desordens autoinflamatórias sao desordens raras, contudo é importante considerar esta hipótese diagnóstica nos casos de erupçoes urticariformes recorrentes ou persistentes acompanhadas de um ou mais sinais de inflamaçao sistêmica, na ausência de infecçao ou autoimunidade. No caso relatado, a apresentaçao clínica da FFM foi atípica e paucisintomática, sem os sintomas cardinais - febre e serosites, e o diagnóstico só foi possível com base na análise genotípica.

 


 

PO076 - Síndrome Hemofagocítica de início insidioso em paciente com Chediak Higashi

 

Paula Dantas Dantas Meireles Silva; Stella Arruda Miranda; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula BM Castro; Cristina Miuki Abe Jacob; Mayra Barros Dorna; Magda Carneiro-Sampaio

Instituto da Criança - HCFMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever paciente com Síndrome de Chediak Higashi (SCH) que desenvolveu Síndrome Hemofagocítica (HLH) de maneira insidiosa.
MÉTODOS: Relato de caso baseado em dados de prontuário médico.
RELATO DE CASO: Paciente feminina, 6 anos, com diagnóstico de SCH desde 1 ano e 2 meses em seguimento desde agosto de 2011. Em março de 2013 compareceu ao serviço de emergência com febre e pancitopenia (Hb:10,8; HT:33%; 1.900 leucócitos; 81.000 plaquetas). Iniciado ceftriaxone e realizada investigaçao infecciosa que foi negativa. No 3º dia de internaçao, pela possibilidade de HLH, iniciada a investigaçao que revelou ferritina > 500 ng/mL, triglicerídeos < 300 mg/dL, flbrinogênio normal e esplenomegalia ao USG de abdome. O mielograma realizado no 7º dia de internaçao nao demonstrou sinais de ativaçao macrofágica, nao preenchendo 5 dos 8 critérios para diagnóstico. Na evoluçao, paciente permanecia assintomática, com bom estado geral, porém com febre, piora da pancitopenia (Hb:6,1; HT:18%; 840 leucócitos; 46.000 plaquetas), aumento da ferritina e esplenomegalia. A investigaçao infecciosa foi exaustivamente repetida e ampliada sem resultados positivos e controle dos critérios para HLH eram realizados a cada 4 dias. No 42º dia de internaçao paciente apresentou piora clínica (prostraçao, inapetência e palidez), do padrao da febre e dos parâmetros laboratoriais (pancitopenia, aumento da ferritina e hipertrigliceridemia > 300 mg/dL), fechando critérios para HLH. Foi iniciado Protocolo HLH-2004 com Etoposide, Ciclosporina e Dexametasona, e Gamaglobulina a cada 4 semanas. Após 48 horas, paciente evoluiu com melhora clínica, afebril, com reduçao da esplenomegalia e no momento permanece em tratamento aguardando doador para transplante.
CONCLUSAO: O relato revela o início insidioso da HLH em uma paciente com SCH. É importante estarmos atentos a esta apresentaçao atípica, insistir na confirmaçao diagnóstica para que o tratamento seja implementado no momento preciso.

 


 

PO077 - Dermatite atópica grave x síndrome Hiper IgE: diagnóstico diferencial

 

Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Aluce Loureiro Ouricuri; Adriane Neves; Igor Bromonschenkel Brandao; Aniela Bonorino Xexeo Castelo Branco; Karla do Carmo Ferrao; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Discutir caso clínico de dermatite atópica grave (DAG) com evoluçao para síndrome de hiper IgE (SHIE)?
MÉTODOS: Relato de caso de provável SHIE com fenótipo atípico.
RESULTADOS: LAS, 6 anos, encaminhada aos 2 anos devido a DAG, em uso de hidratantes, corticoides tópicos e anti-histamínicos. Evoluiu com infecçoes bacterianas cutâneas e respiratórias, asma e SCORAD > 60. Investigada para imunodeficiência e alergia alimentar. Comprovada deficiência de IgA e eosinofilia. Restriçao alimentar sem sucesso. Necessidade de ciclos de corticoide sistêmico, levando à insuficiência adrenal. Em junho/2013, internou por infecçao cutânea grave, com lesoes vesico-crostosas, predominantes em face e MMSS, áreas necróticas periorais, eczema generalizado e febre. Iniciado aciclovir, oxacilina, cetoconazol, corticoide tópico e hidratantes, com sucesso terapêutico. Avaliaçao imunológica revela níveis de IgE próximos a 40.000 U/mL, incompatíveis com exames retrógrados.
CONCLUSAO: A DAG se caracteriza por eczema e altos níveis de IgE total. Infecçoes de pele sao comuns. Diagnóstico se baseia em eczema pruriginoso e distribuiçao dependente da idade. Associa-se com alergia alimentar,asma e rinite alérgica. SHIE é uma imunodeficiência primária rara definida por eczema, infecçoes cutâneas e pulmonares recorrentes, IgE total elevada e variadas anormalidades vasculares e nos tecidos conjuntivo e esquelético. Há 3 tipos de mutaçoes: STAT 3, relacionada à herança AD e DOCK 8 ou TYK 2, associadas à AR, com pior prognóstico e possível TMO. O diagnóstico diferencial é difícil devido a essas mutaçoes, predispondo a fenótipos distintos. Neste caso, apesar da pontuaçao ser intermediária, a ascensao dos níveis de IgE e a deficiência de IgA levantam a hipótese de SHIE. Os dados clínicos e laboratoriais nao conduzem a um diagnóstico definitivo, mas a hipótese de SHIE com fenótipo atípico está presente. Estudos moleculares pendentes auxiliarao na confirmaçao diagnóstica e possibilidade de novas mutaçoes.

 


 

PO078 - Complexidade diagnóstica na síndrome de hiper-IgM: relato de caso

 

Taciana Sabaini; Karine Vasquinho Siqueira; Cynthia Camillo Casotti; Joao Bosco de Oliveira Filho; Otavio Cabral Marques; Ekaterini Simoes Goudouris; Fernanda Pinto Mariz

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Demonstrar os principais passos da investigaçao de um paciente com Síndrome de Hiper-IgM, evidenciando as dificuldades do diagnóstico laboratorial.
MÉTODO: Relato de caso e da investigaçao de um paciente com Síndrome de Hiper-IgM acompanhado em serviço especializado.
RESULTADOS: Solicitadas dosagens de imunoglobulinas séricas como primeiro passo da investigaçao em um paciente do sexo masculino, 6 anos, com história de infecçoes respiratórias de repetiçao, um episódio de síndrome hemofagocítica, hepatoesplenomegalia e linfadenomegalias generalizadas. Evidenciou-se IgM acima do p97 e IgA e IgG abaixo do p3 para a faixa etária. Biópsia de linfonodo revelou ausência de formaçao de folículos germinativos. Paciente evoluiu com quadro clínico e laboratorial compatível com colangite esclerosante. A análise por citometria de fluxo evidenciou expressao normal de CD40 e CD40L, ausência de linfócitos B de memória, aumento de plasmócitos e de linfócitos TCD8, com inversao da relaçao CD4/CD8. Foram entao realizadas a analise funcional e o sequenciamento de CD40L, SAP e XIAP, com resultados normais. Ainda sem resultado do sequenciamento de CD40. No momento, o paciente encontra-se estável, em reposiçao endovenosa de imunoglobulina humana e antibiótico profilático, aguardando transplante de medula óssea.
CONCLUSAO: Novas mutaçoes e defeitos tem sido descritos como causa de muitas síndromes de imunodeficiência primária. Embora tenhamos realizado investigaçao diagnóstica contemplando as principais causas descritas de síndrome de Hiper-IgM, este caso demonstra a complexidade e dificuldade em estabelecer-se o diagnóstico etiológico, o que nao deve comprometer a abordagem terapêutica dos pacientes.

 


 

PO079 - Infecçao por Citomegalovírus (CMV) em pacientes com imunodeficiências primárias (IDP) nao SCID (imunodeficiência combinada grave): descriçao de dois casos clínicos

 

Rafael Rota; Tessa Rachel Tranquillini Gonçalves; Mariana de Gouveia Pereira; Ana Carolina Rozalem; Ana Paula Willy Fabro; Tatiane Pavan; Beatriz Tavares Costa Carvalho

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever dois casos clínicos de infecçao por CMV em pacientes com IDP nao SCID.
MÉTODO: Relato de caso.
RESULTADOS: Caso 1: FHM, 31 anos, masculino, diagnosticado com imunodeficiência comum variável (ICV) aos 21 anos, em tratamento com (imunoglobulina intravenosa) IGIV, com quadro de diarreia crônica e perda ponderal secundária a infestaçao por Giardia lamblia com pouca resposta ao tratamento padrao com metronidazol e ciprofloxacino. Submetido a endoscopia digestiva alta com biópsia de antro gástrico evidenciando úlcera com presença de inclusoes de CMV, tratado com 21 dias de ganciclovir evoluindo com melhora clínica importante da diarreia e recuperaçao nutricional. Realizada antigenemia para CMV após o tratamento evidenciando zero células positivas para cada 3x105 células. Caso 2: GRP, 11 anos, com infecçao fúngica cutânea de difícil tratamento por Candida albicans e Fusarium sp desde primeiro ano de vida, evoluindo com hipogamaglobulinemia sendo iniciado tratamento mensal com IGIV. Apresentou queixa de perda súbita de visao bilateral em dezembro de 2012, diagnosticado de retinite por CMV, sendo tratado com ganciclovir por 5 meses, apresentando melhora da lesao ocular ativa. Paciente permaneceu com amaurose bilateral sequelar e segue em acompanhamento multidisciplinar.
CONCLUSAO: A infecçao por citomegalovírus possui manifestaçoes clínicas variadas, podendo acometer órgaos diversos, sendo assim, devemos considerar essa patologia em imunodeficientes primários nao SCID.

 


 

PO080 - Características clínicas e imunológicas de 08 pacientes com a síndrome de Wiskott-Aldrich em um centro de referência para doenças imunológicas em Sao Paulo - Brasil

 

Anna Carolina Pousas Navarro; Beatriz Tavares Costa Carvalho; Fernanda Cabral Cardoso Hardt

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar o perfil clínico e laboratorial de pacientes com síndrome de Wiskott-Aldrich (WAS) em um ambulatório de referência para doenças imunológicas em Sao Paulo.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo realizado por revisao de prontuários de 08 pacientes referenciados ao Hospital Sao Paulo para investigaçao de infecçoes de repetiçao e plaquetopenia.
RESULTADOS: Todos os pacientes eram do sexo masculino com idade entre 1-15 anos. Eles foram acompanhados por um tempo mediano de 1,4 anos (0,08-6). A mediana de idade para o aparecimento dos sintomas foi de 3,5 meses (0-12) e para o diagnóstico foi de 1,5 anos (0,3-9). 40% tinham história familiar positiva, sendo dois pacientes primos de primeiro grau. Cinco pacientes estao vivos: três recebem imunoglobulina e um foi submetido a transplante de medula óssea. Dois morreram por hemorragia intracraniana e um perdeu o seguimento. O único que fez a mutaçao para o gene WASP mostrou ausência desta proteína. Os níveis medianos de IgG, IgM e IgA foram de 779 mg/dL (297-1.628), 48 mg/dL (5-650) e 115 mg/ dL (35-485), respectivamente. Dois pacientes tinham importante hipogamaglobulinemia com níveis de IgG abaixo do percentil 3 para a idade. Os valores medianos de CD3+, CD4+ e CD8+ foram 839/mm3 (591-2112), 632/mm3 (257-1793) e 177/mm3 (88-2557), respectivamente. 50% tinham dosagens de CD19+ e estavam abaixo do percentil 10 para a idade. Dois de três pacientes nao apresentaram resposta adequada a anticorpo polissacarídeo após a vacina. Ao diagnóstico, os valores medianos de plaquetas eram de 27.000/mm3 (16.000-94.000). Todos os pacientes já tinham apresentado algum episódio de diátese hemorrágica até entao. 75% tinham infecçoes recorrentes, sendo as mais frequentes otite, sinusite, pneumonia e diarreia. História de eczema foi reportada em 87% dos pacientes.
CONCLUSAO: Estes resultados sao consistentes com outros estudos internacionais e reforçam o amplo espectro desta doença.

 


 

PO081 - Imunodeficiência combinada grave: relato de dois casos

 

Flavia Amendola Anisio; Raquel Rezende de Oliveira; Alice Cristina Machado de Paula Mendes; Maria Luiza Oliva Alonso; Marcela Rodrigues Alvares Pimenta; Luanda de Alleluia; Sandra Maria Epifanio Bastos Pinto

Instituto Fernandes Figueira- FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar 2 casos de SCID acompanhados no Ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Serviço de Alergia e Imunologia do Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ-RJ.
MATERIAL E MÉTODO: Seguimento clínico-laboratorial e revisao da literatura.
RESULTADO: Relato de Caso 1: IFSP, masculino, 1 ano e 2 meses, diagnóstico aos 8 meses, com história de infecçoes de repetiçao, 4 internaçoes por quadros infecciosos e importante déficit pôndero-estatural. Relato de Caso 2: DFF, masculino, 1 ano, bom estado geral, relato de rash cutâneo aos 2 meses, bronquiolite aos 3 meses e 1 episódio de diarreia. Aos 5 meses, encaminhado para avaliaçao de imunodeficiência primária, devido à história de óbito de dois irmaos aos 5 e 7 meses de vida, apresentando alteraçoes laboratoriais compatíveis com SCID. Em ambos observaram-se níveis muito baixos de linfócitos T, células NK e imunoglobulinas; com linfócitos B quantitativamente normais. Iniciada infusao regular de imunoglobulina EV e profilaxia medicamentosa contra as possíveis infecçoes. Aguardam transplante de medula óssea.
CONCLUSAO: A Imunodeficiência Combinada Grave (Severe Combined Immunodeficiency - SCID) abrange um grupo heterogêneo de distúrbios congênitos, com alta letalidade nos primeiros meses de vida, representando quadro de emergência pediátrica. Nos casos apresentados, destacamos a importância da história familiar e das infecçoes graves nos primeiros meses de vida, como alertas para o diagnóstico de imunodeficiência primária. Desta forma, o diagnóstico precoce é fundamental, visando minimizar os riscos e permitindo uma abordagem terapêutica adequada com rápido encaminhamento para transplante de medula óssea.

 


 

PO082 - Diagnótsico diferencial de prurido crônico: relato de caso

 

Cintia Bassani; Maria Claudia Pozzebon Tacco; Lorena Wanderley Petry; Mariana Monteiro; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun; Maria Elisa Bertocco Andrade

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público de Sao Paulo- FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever um caso clínico de prurido crônico com diagnóstico diferencial de notalgia parestésica.
MATERIAIS E METODOS: Descriçao do caso clínico.
RESULTADOS: TMC, 48 anos, feminina, apresentava prurido intenso e hipercromia há três anos em regiao dorsal escapular, e nao fazia uso contínuo de medicaçoes. Havia realizado tratamento com anti-histamínicos com pouca melhora dos sintomas. Após consulta no ambulatório de alergia e imunologia foram solicitados exames laboratoriais para investigaçao de prurido crônico e possíveis diagnósticos diferenciais. Foi realizada ressonância magnética de coluna cervical e torácica, onde se observou protusao e abaulamento discal entre C3/C4 e C5/C6, respectivamente. Entre C7 e T1 foi encontrada protusao discal comprimindo a face central do saco dural. Essas alteraçoes confirmaram o diagnóstico de notalgia parestésica.
CONCLUSAO: A notalgia parestésica faz parte do diagnóstico diferencial de prurido crônico. Os sintomas geralmente aparecem nas aréas dos dermátomos entre T2 e T6, acometendo com maior frequência o sexo feminino acima de 50 anos. Sua fisiopatologia implica o trajeto anatômico dos nervos espinhais, assim como os neuropeptídeos sao liberados por fibras nervosas do sistema nervoso periférico. Alguns trabalhos têm relacionado a alteraçoes da coluna vertebral como compressoes, hérnias e traumas. O diagnóstico é clínico e acompanhado de exames complementares como tomografia e ressonância magnética. Até o momento nao existe um tratamento definido, sendo necessário um acompanhamento multidisciplinar.

 


 

PO083 - Diagnóstico diferencial de urticária crônica

 

Erica Benedetti Sbrissa; Marilise Guedes Candido Marculino; Dayane Dolores Robles Brandini; Ligia Spagnol Ranalli; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo- FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de Doença de Still do Adulto (DSA) confundido com urticária crônica.
MÉTODO: Descriçao de caso clínico e seguimento prospectivo.
RESULTADO: Mulher, 38, branca, professora, natural de Caratinga-MG, procedente de Itapecerica da Serra-SP. Encaminhada pela Reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo à Alergia com suspeita de urticária crônica. Antecedentes pessoais e familiares: irrelevantes. Sintomas: Há 3 meses, odinofagia e otalgia nao responsivas a antibioticoterapia, febre diária noturna de 38,5 ºC e exantema maculopapular evanescente vermelho-salmao pouco pruriginoso em face, tronco e membros. Evoluiu com poliartrite (ombros, punhos, maos, joelhos e tornozelos) migratória e intermitente. Exame objetivo: Temp = 36,5 ºC; FC = 82bpm; sem adenomegalias e visceromegalias; orofaringe hiperemiada. Exames complementares: Hb = 9,9 g/dL; VCM = 95,8 fl; HCM = 31,1 pg; leucócitos = 14.240/mL (neutrófilos = 11.050/mL); VHS = 41 mm/h; PCR = 69,8 mg/dL; Ferritina = 365,8 ng/mL; Albumina = 3 g/dL; FR e FAN nao reagentes; Sorologias: hepatites B e C, HIV, toxocara, toxoplasmose, CMV, EBV, herpes, micoplasma: nao reagentes. Dosagem de imunoglobulinas, funçao hepática e renal, radiografia de tórax, ecocardiograma e ultrassonografia de abdome total normais. Na Reumatologia, foi feito o diagnóstico definitivo de DSA. Tratamento: prednisona 70 mg/dia, metotrexate 15 mg/semana, ácido fólico 5 mg/semana, alendronato 70 mg/semana há 2 meses. Houve melhora dos sintomas e normalizaçao dos exames laboratoriais.
CONCLUSOES: A DSA é uma doença inflamatória sistêmica rara. Apresenta-se como síndrome febril de origem indeterminada, rash salmao evanescente e poliartrite. A etiologia é desconhecida e seu diagnóstico se faz na exclusao de doenças neoplásicas, autoimunes ou infecciosas. Devido à sua apresentaçao dermatológica, o alergista pode se deparar com casos de DSA em sua prática clínica, tornando-se essencial conhecê-la para se fazer a suspeita e instituir o tratamento adequado.

 


 

PO084 - Dermatite de contato simulando micobacteriose

 

Bruno Emanuel Carvalho Oliveira1; Omar Lupi1; Cristiane Fernandes Moreira1; Elisabete Silva Blanc1; Anna Beatriz Ramos Fadda1; José Elabras Filho1; Alfeu Tavares França2

1. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2. Disciplina/Serviço de Imunologia do HUCFF - Faculdade de Medicina - UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de paciente com rinite alérgica, que cursou com dermatite de contato, simulando Reaçao Hansênica do tipo 2.
MATERIAIS E MÉTODOS: Coleta de dados do prontuário médico do Serviço de Imunologia do HUCFF-UFRJ.
RESULTADO: AJB, 62 anos, masculino, aposentado, natural e residente do Rio de Janeiro - RJ. Há 2 anos com obstruçao nasal, rinorreia, prurido nasal e espirros em salva, com piora dos sintomas após contato com poeira, sem relato de atopia na infância. Resposta parcial a anti-histamínicos. Teste de puntura positivo para ácaros. Iniciado tratamento farmacológico e imunoterapia específica. Surgimento de prurido, eritema e infiltraçao facial simétrica, acometendo base nasal e pavilhao auricular, sendo relacionado pelo paciente à imunoterapia. A avaliaçao clínica, as lesoes eram sugestivas de reaçao hansênica tipo 2. Realizada biopsia de pele e iniciada poliquimioterapia para hanseníase. Histopatológico revelou dermatite perivascular espongiótica, com presença de queratinócitos apoptóticos, sugestiva de dermatite de contato. Realizado teste de contato com baterias standard e de cosméticos, padronizadas pelo Grupo Brasileiro de Estudo em Dermatite de Contato (GBEDC), sendo positivo para parafenilenodiamina, amina aromática utilizada como colorante, principalmente em tintura de cabelos. Paciente tratado com corticoterapia tópica e afastamento do alérgeno, obtendo controle efetivo do quadro.
CONCLUSAO: A dermatite de contato pode simular diversas doenças, incluindo hanseníase. Em um país de alta endemicidade para a hanseníase como o Brasil, o diagnóstico diferencial deve ser sempre considerado.

 


 

PO085 - Positividade do teste de contato: diferenças e semelhanças entre adultos e idosos com suspeita clínica de dermatite de contato alérgica

 

Nadia de Melo Betti; Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Larissa Lira Secchis Fernandes; Luciana Kase Tanno; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

IAMSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a frequência de positividade do teste de contato em indivíduos idosos (> 60 anos), demonstrar os principais sensibilizantes neste grupo, e comparar os resultados com aqueles obtidos em adultos (19-59 anos) atendidos no mesmo período.
MÉTODO: Estudo prospectivo realizado no HSPE/SP-FMO entre maio de 2012 e junho de 2013, incluindo pacientes adultos e idosos com suspeita clínica de dermatite de contato alérgica. Utilizou-se bateria padrao composta de 30 substâncias e bateria complementar de cosméticos com 15 componentes, padronizadas pela GBEDC. Os testes foram aplicados com contensores FINN Chambers e os critérios de leitura foram os preconizados pelo International Contact Dermatitis Research Group. Através do método paramétrico ANOVA foi realizada a análise estatística dos dados.
RESULTADOS: Incluímos 211 pacientes, sendo 72 idosos e 139 adultos. Entre os idosos, 57 sao do gênero feminino (79,2%) e 15 (20,8%) do masculino. A maioria com lesao cutânea há mais de 3 meses. Houve predomínio da cor branca (48%), sendo os grupos semelhantes em sua caracterizaçao. Entre os idosos 46 (63,9%) tiveram o teste positivo (p = 0,66). Nao houve significância estatística em relaçao à localizaçao do eczema; os membros superiores foi o lugar mais acometido, seguido dos membros inferiores nos idosos e maos em adultos. Demonstrou-se maior frequência de sensibilizaçao nos idosos as seguintes substâncias: sulfato de níquel (22,2%), parafenilenodiamina (15,3%), butil-fenol para-terciário (13,9%) e nitrofurazona (13,9%). Sendo estatisticamente significante em relaçao aos adultos: quaternium 15 (p = 0,010), nitrofurazona (p = 0,013), mercapto-mix (p = 0,031) e neomicina (p = 0,048).
CONCLUSAO: O teste contato é uma importante ferramenta diagnostica na DCA também em idosos, tendo em vista que a frequência de positividade foi semelhante entre os grupos. Em idosos, as substancias utilizadas em medicamentos tópicos, principalmente antimicrobianos, sao importantes agentes etiológicos.

 


 

PO086 - Estudo da bateria de testes de contato complementar com substâncias odontológicas em pacientes usuários de próteses dentárias

 

Fernanda Cortinhas Yoshimura; Mario Cezar Pires; Victor Espirito Santo Cunha; Ruppert Ludwig Hahnstadt

HSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar alergia de contato oral utilizando bateria de testes padrao brasileira e bateria complementar de produtos odontológicos em pacientes com ou sem queixa oral alérgica e usando próteses.
MÉTODOS: 54 pacientes usuários de próteses odontológicas, com presença ou nao de queixas alérgicas orais foram submetidos ao teste de contato dermatológico. As baterias de testes utilizadas foram a padrao brasileira e a complementar odontológica de acordo com as recomendaçoes do ICDRG. Os resultados foram analisados em relaçao a idade, sexo, raça, presença ou nao de atopia e sintomas associados.
RESULTADOS: Dos 54 pacientes, 34 (62,9%) foram positivos para pelo menos uma substância de interesse odontológico. 19 apresentaram queixas orais como sensaçao de queimaçao, coceira e eritema labial e perioral. Nao houve associaçao entre atopia e positividade dos testes. Em relaçao às queixas orais, houve relevância na utilizaçao da bateria padrao brasileira mais a complementar odontológica (p = 0,046).
CONCLUSAO: Em pacientes com queixas orais, a realizaçao de testes de contato com bateria complementar odontológica somada a bateria padrao brasileira aumenta a positividade dos testes.

 


 

PO087 - Síndrome Hipereosinofílica (SH): desafio no diagnóstico e tratamento

 

Maria Marta de Brito Ferreira da Costa; Karla do Carmo Ferrao; Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Jaqueline Coser Vianna; Mara Morelo Rocha Felix; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de paciente com SH, acompanhado em ambulatório especializado.
MATERIAL E MÉTODOS: Descriçao de caso clínico com revisao de literatura.
RESULTADOS: BGRPS, masculino, pardo, DN: 21/08/2005, natural e morador de Rio de Janeiro/RJ, encaminhado pela Hematologia e Infectologia, aos 3 anos, ao ambulatório de Alergia e Imunologia do HFSE/RJ devido a hipereosinofilia periférica. Apresentava-se em bom estado geral com exame físico normal. Cicatriz de BCG presente. História prévia de rinite alérgica. Exames: Leuco 26100 (0/22/0/0/4/38/36/0), Hb 13,4, Hto 40,2%, Plaquetas 329000, VHS 17, EPFs negativos, EAS/URC normais. Sorologias TORCH: IgM negativas. IgG positiva para Toxocara canis/IgM negativa. VDRL negativo. RX de tórax, ECO, USG abdominal e TCs de tórax/abdome sem alteraçoes. PPD nao reator. IgE 1540; CD4 2986 (> p90), CD8 899 (p50 - 90), CD3 4017 (> p90); CH50 42; CEA 0,8; CA19-9 12,4, β2 microglobulina 1,84 e α-fetoproteína 0,8. Tratado com diversos esquemas: Tiabendazol, Mebendazol, Albendazol e Ivermectina. Apresentou boa evoluçao clínica ao longo dos anos, alcançando hipereosinofilia em menores níveis, apesar da ausência de terapia medicamentosa. Exames de março/13: Leuco 7800 (26,7% eosinófilos). Em julho/13, TC de tórax demonstrou traves de fibrose em HTX direito, sugestiva de sequela de doença pulmonar prévia. Relato de contato com portador de tuberculose pulmonar. Feito PPD - reaçao de 15mm. Após discussao com a Pneumologia, foi indicada quimioprofilaxia com Isoniazida. Permanece o diagnóstico de SH Idiopática (SHI).
CONCLUSAO: Até a atualidade, nao há consenso sobre as indicaçoes absolutas do uso de corticoides sistêmicos na SHI. Este caso demonstra o decréscimo espontâneo de leucócitos/eosinófilos, com monitorizaçao clínico-laboratorial e radiológica apropriadas. Concluímos que avaliaçoes periódicas, atreladas à vigilância imunológica, sao benéficas ao paciente, sendo dever do médico estar alerta para a necessidade do uso de corticoterapia em determinados casos de SHI.

 


 

PO088 - Doenças eosinofílicas gastrointestinais em um grupo de pacientes com imunodeficiência comum variável

 

Leonado Oliveira Mendonça; Nathalia Pessoa de Barros Simis; Jorge Kalil; Cristina Maria Kokron; Myrthes Toledo Barros; Cristina Maria Kokron; Otavio Grecco Grecco

HC-FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Descrever pela primeira vez em pacientes com imunodeficiência comum variável (ICV) manifestaçoes gastrointestinais compatíveis com doenças eosinofílicas gastrointestinais (EGIDs).
MÉTODOS: Revisao de prontuários de 120? pacientes com ICV em seguimento no Ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Serviço de Imunologia do HC-FMUSP analisando dados clínicos, descriçoes endoscópicas e colonoscópicas e biópsias do trato gastrointestinal.
RESULTADOS: Foram detectados 8 pacientes com uma ou mais alteraçoes compatíveis com diagnóstico de EGID à endoscopia ou colonoscopia. Destes, 50% eram homens dos quais 90% da cor branca. A média de idade ao diagnóstico de EGID foi de 40 anos. Nao foi observada eosinofilia periférica e os valores médios de eosinófilos foram 287 células/mm3 recebendo infusao IV de imunoglobulina humana (média de 6 anos). Cinco dos 8 pacientes estavam sob antibioticoterapia (amoxicilina), 3 apresentavam giardíase e 90% eram negativos para H.pylori. Nenhum deles apresentava história prévia de outras infecçoes parasitárias.
DISCUSSAO: As EGIDs constituem um grupo pouco comum de doenças inflamatórias do trato gastrointestinal nas quais eosinófilos infiltram a mucosa na ausência de qualquer condiçao conhecida. Excetuando-se o epitélio esofageano, no qual normalmente nao há eosinófilos, a populaçao normal destas células no restante do trato digestório ainda nao está bem definida. As várias complicaçoes gastrointestinais que ocorrem na ICV ainda nao estao bem documentadas, sendo que cerca de 50% dos pacientes apresentam diarreia crônica ou má-absorçao. Infiltraçao eosinofílica do trato digestório ainda nao foi relatada na ICV, podendo constituir outra causa de morbidade neste grupo de pacientes.
CONCLUSAO: Nossos resultados sao sugestivos de que as EGIDs nao sao raras em pacientes com ICV, podendo constituir outra causa de má-absorçao e de morbidade.

 


 

PO089 - Esofagite Eosinofílica (EEO): importância da suspeita clínica no diagnóstico clínico patológico

 

José Laerte Boechat1; Daniella Moore1; Simone Pestana1; Angela C.G. Carvalho2; Danielle Plubins Bulkool3; Rossana Rabelo1; Alice Amorim Pereira1

1. HUAP/UFF - Serviço de Alergia e Imunologia, Niterói, RJ, Brasil
2. HUAP/UFF - Serviço de Anatomia Patológica, Niterói, RJ, Brasil
3. HUAP/UFF - Serviço de Pediatria, Niterói, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Demonstrar, através do relato de caso típico, a importância da suspeiçao clínica no diagnóstico da EEo e a rotina de colaboraçao dos Serviços de Alergia, Gastroenterologia e Patologia do HUAP/UFF.
RELATO DO CASO: R.C, masc, br, 7a. QP: coriza e vômitos HDA: aos 3 meses de idade, com a introduçao do leite de vaca (LV) apresentou lesoes eritemato-papulares na face e tronco, sangramento digestivo e sintomas de RGE, sendo instituída dieta de exclusao de LV e derivados, com melhora. Com 1 ano, apresentou sintomas nasais e episódios de broncoespasmo. Reintroduzido LV aos 2 anos, com retorno das lesoes cutâneas, vômito e diarreia após 24h. Em dez / 2012 encaminhado para avaliaçao no Serviço de Alergia da UFF, sendo diagnosticado rinite alérgica (tcut + para ácaros e fungos). Devido à queixa de engasgos, realizado tcut para alimentos, com positividade para alfalactoalbumina e betalactoglobulina. Solicitada endoscopia digestiva alta (EDA), com realizaçao de biópsias (4 amostras) do esôfago proximal, médio e distal. Macroscopicamente, nao observou-se alteraçao na EDA, mas devido à indicaçao clínica, as biópsias de esôfago, assim como de estômago e duodeno foram realizadas. A histopatologia do esôfago demonstroupresença de eosinófilos (> 20 /CGA), com estômago e duodeno normais, confirmando o diagnóstico.
Discussao: O diagnóstico da EEo é clínico patológico, nao havendo diagnóstico sem adequada interaçao. Este caso exemplifica a importância do clínico (alergista, gastro ou pediatra) indicando a necessidade de biópsia segmentada do esôfago (mesmo na ausência de alteraçoes macroscópicas) e fornecendo ao patologista a descriçao dos sintomas clínicos, para a adequada análise das biópsias. Em 2013, foi criado no HUAP/UFF um Grupo de Estudos em EEo, através da cooperaçao entre os Serviços de Alergologia, Gastroenterologia/Endoscopia e Anatomia Patológica, visando o diagnóstico e acompanhamento adequado dos pacientes, assim como a implementaçao de protocolos de pesquisa.

 


 

PO090 - Hipereosinofilia grave com boa resposta ao corticóide oral: relato de caso

 

Anibal Guedes Neto; Maria Marta de Brito Ferreira da Costa; Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Raquel Grinapel; Mara Morelo Rocha Felix; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de paciente com Síndrome Hipereosinofílica com boa resposta terapêutica ao corticoide oral.
MATERIAL E MÉTODOS: Descriçao de caso clínico com revisao de literatura.
RESULTADOS: ARV, feminino, parda, 14 meses, natural de Sao Gonçalo/RJ, internada no Setor de Alergia e Imunologia do HFSE com quadro de febre intermitente associada a leucocitose e hipereosinofilia grave. Apresentava duas internaçoes prévias, devido a pneumonia e gastroenterite aguda, com alteraçoes laboratoriais em ambas as ocasioes, mesmo após uso de mebendazol + tiabendazol. História familiar positiva para atopia. Ao exame: eutrófica, eupneica, corada, hidratada, afebril. MVUA, com sibilos difusos. RCR em 2T, BNF. Abdome sem alteraçoes. Lesoes eritemato-crostosas em nádegas. MMII livres de edema. Exame neurológico sem alteraçoes. Fundoscopia normal. Iniciados β2-agonista, anti-H1 e creme a base de corticoide. Solicitados exames para investigaçao: leuc 59.300 (0/51/0/0/1/15/28/4), Hto 31,6%, Hb 10,1, PCR 6,1, plaq 209.000, Ca 10,6, ac. úrico 4,1, LDH 1356, IgA 63,2 (p50-75), IgG 2580 (> p97), IgM 351 (> p97), IgE 793, CD4 4209 (> p90), CD8 2897 (> p90), EPF/coprocultura negativos, EAS/URC negativos,USG abdominal sem alteraçoes, TC tóraco-abdominal com infiltrado pulmonar padrao de vidro moído, ECG/ECO sem alteraçoes, sorologias TORCH negativas. Esfregaço de sangue periférico: eosinofilia sem blastos. Mielograma com imunofenotipagem: hipereosinofilia. Iniciado prednisolona (1 mg/kg/dia) no 12º dia de internaçao, com resposta favorável e queda dos níveis de eosinófilos (23.280 para 5.562/µL). Após alta hospitalar, a paciente permanece em uso de corticoide oral (0,5 mg/kg/dia).
CONCLUSAO: A eosinofilia periférica leve (500 - 1500 eos/µL) é achado comum na prática clínica. A hipereosinofilia é definida por uma contagem de eosinófilos acima de 1500/µL, em pelo menos duas ocasioes e exclusao de causas secundárias de eosinofilia, como infecçoes parasitárias ou virais, doenças alérgicas, medicamentos, neoplasias e hipoadrenalismo.

 


 

PO091 - Asma de difícil controle: experiência com uso de omalizumabe

 

Faradiba Sarquis Serpa; Firmino Braga Neto; Fernanda Lugao Campinhos; Fernanda dos Santos Linhares; Tatiana Fernandes Amorim; Mariana Pandolfi Piana; Thiara Barcelos Rocha

Emescam, Vitória, ES, Brasil

 

OBJETIVO: Apresentar sete anos de experiência com o uso de omalizumabe em pacientes asmáticos de difícil controle atendidos no Centro de Referência em Asma do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Espírito Santo.
MÉTODO: Foram levantados dados de registro de 28 pacientes com asma alérgica de difícil controle, classificados de acordo com o Consenso Latino Americano de Asma de Difícil Controle (ADC), que, entre os anos de 2006 e 2013, submeteram-se ao tratamento com omalizumabe. Foram avaliados idade, tempo de tratamento, número de doses e quantidade de frascos administrados, relatos de eventos adversos e resposta ao tratamento. A eficácia do tratamento foi aferida após 16 semanas de uso, através da pontuaçao do Asthma Control Test (Teste de Controle da Asma - ACT), dose de corticoide inalado, uso de medicaçao de resgate e suspensao do corticoide sistêmico.
RESULTADOS: No período de abril de 2006 a maio de 2013, 28 pacientes iniciaram o tratamento com omalizumabe, 6 (21%) do gênero masculino e 22 (79%) feminino, a idade variou entre 19 e 73 anos (média: 47,6 anos). Os pacientes receberam 1.554 frascos de omalizumabe em 911 sessoes de aplicaçao. O tempo de tratamento variou de 4 a 87 meses (média: 32,5 meses) e o número de aplicaçoes por sessao de um a três frascos. Os eventos adversos observados foram hipotensao em três (11%) pacientes, que nao se repetiu nas aplicaçoes subsequentes, eritema e dor no local da aplicaçao em quatro (14%) e artralgia em um (4%) paciente. Seis (21,4%) foram classificados como nao respondedores, pois nao melhoraram o ACT, nao diminuíram a medicaçao de resgate, corticosteroide sistêmico e inalatório. Outros dois pacientes descontinuaram o tratamento, apesar de respondedores.
CONCLUSAO: A experiência do serviço comprova o perfil de segurança do omalizumabe e reforça a sua eficácia e importância no tratamento da asma alérgica de difícil controle.

 


 

PO092 - Meningite asseptica após infusao de gamaglobulina endovenosa: relato de caso

 

Jorgiana Schiavon Bueno; Cristiane de Jesus Nunes dos Santos; Priscila Beatriz de Souza Medeiros; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula BM Castro; Cristina Miuki Abe Jacob; Mayra Barros Dorna

Instituto da Criança FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de reaçao adversa grave ao uso de terapia de reposiçao de imunoglobulina intravenosa em paciente com imunodeficiência primária.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso com informaçoes do prontuário médico.
RESULTADOS: ENL, 7 anos, feminino, diagnóstico de imunodeficiência comum variável. Antecedente de migrânea e cisto em cisterna pré pontinha, sem repercussoes clínicas e sem uso de medicaçoes. Durante primeira infusao de gamaglobulina intravenosa (dose de 400 mg/kg) queixou-se de cefaleia, melhorada com uso de dipirona. No dia seguinte, apresentou febre de 39,5 ºC, náuseas e cefaleia intensa, com rigidez de nuca. Realizada TC de crânio (normal) e LCR com pleocitose: 560 células (2% de neutrófilos, 3% eosinófilos, 82% linfócitos, 11% de monócitos), com proteína = 40, glicose = 49 e lactato = 18,6, cultura negativa, sendo diagnósticada meningite asséptica. Após 4 semanas, na 2ª infusao de gamaglobulina intravenosa, optado por mudança da marca do produto, reduçao da dose (200 mg/kg), aumento do tempo de infusao para 6 horas e pré-medicaçao com difenidramina, dipirona e metilprednisolona. Novamente apresentou cefaleia, náuseas e febre, apesar do uso de medicaçao sintomática. Coletado novo LCR - 20 cels 7% neutrofilo, 87% linfócito, 5% monocito, 1% eosinófilo, proteína = 3, glicose = 51, lactato = 2, pandy negativo - nova meningite asséptica. Introduzido SMZ-TMP profilático e suspensa reposiçao endovenosa de gamaglobulina.
CONCLUSAO: Apesar de rara, a meningite asséptica é uma complicaçao grave e limitante da terapia de reposiçao de gamaglobulina endovenosa. Medidas habituais de profilaxia nao se mostraram eficazes e a opçao terapêutica será introduçao de gamaglobulina subcutânea.

 


 

PO093 - Validaçao de método imunoquímico para controle de potência dos extratos alergênicos de ácaros

 

Victor Espirito Santo Cunha, Tielli Magnus, Ruppert Ludwig Hahnstadt

FDA Allergenic, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o desempenho do método ELISA de Inibiçao utilizado para controle de potência (atividade biológica total) dos extratos alergênicos de ácaros.
MÉTODOS: A potência de um extrato alergênico é o resultado do somatório das atividades biológicas de cada alérgeno presente no extrato. O controle de potência lote a lote possibilita um diagnóstico fidedigno e um tratamento com vacinas alergênicas seguro e eficaz. Para validaçao deste método foram contemplados os parâmetros especificidade (1), linearidade (2), precisao (3) e robustez (4). Para os itens 1 e 2 foi realizada uma placa com um extrato alergênico de Dermatophagoides pteronyssinus (DEP lote 12BB00092) em três diluiçoes e um controle negativo (tampao de diluiçao de amostra - TDA) em triplicata. Para os itens 3 e 4 foram realizadas cinco placas idênticas e consecutivas, cada uma contendo três extratos de DEP (12BB00092-ET1; 12BB00140-ET2; 13BB00015-ET3). Para o item 4 foram realizadas sete leituras de uma mesma placa, com intervalos de 4 minutos, totalizando 28 minutos.
RESULTADOS: Os resultados positivos encontrados nas três diluiçoes do extrato de DEP associado ao resultado negativo no TDA demonstra a especificidade (1) do método. O coeficiente de correlaçao (R2 = 0,93) obtido no item 2 demonstrou a linearidade do método. Os CVs obtidos das placas para avaliaçao da precisao (3) foram 10% (ET1), 12% (ET2) e 17% (ET3), portanto, ficaram abaixo dos 20%, demonstrando que o método apresenta precisao satisfatória. Os CVs obtidos das leituras da placa para avaliaçao da robustez (4) foram 0% (ET1), 0,3% (ET2) e 0,3% (ET3), indicando que um tempo de até 28 minutos após a paralisaçao das reaçoes nao interfere nos resultados.
CONCLUSAO: O ELISA de Inibiçao utilizado pelo controle de qualidade da FDA Allergenic para avaliaçao da potência dos extratos alergênicos de ácaros é apropriado para controlar a potência dos novos lotes de extratos alergênicos utilizados para diagnóstico e imunoterapia alergênica.

 


 

PO094 - Extratos alergênicos de ácaros: desenvolvimento de Extratos-Referência para padronizaçao biológica

 

Victor Espirito Santo Cunha1; Mara Jamaina Silva Hahnstadt1; Tielli Magnus1; Ruppert Ludwig Hahnstadt1; Maria Elisa Bertocco Andrade2; Mario Cezar Pires2

1. FDA Allergenic, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2. Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos, Guarulhos, SP, Brasil

OBJETIVO: Determinaçao da potência de extratos alergênicos de ácaros utilizados como Extratos-Referência (ER) pela FDA Allergenic.
MÉTODOS: Foram testados 28, 25 e 28 sujeitos de pesquisa sensíveis a D. pteronyssinus (DEP), D. farinae (DEF) e B. tropicalis (BLO), respectivamente, atendidos no CHPBG entre janeiro e junho de 2012. Cada sujeito foi testado, através de Prick Test, com quatro diluiçoes do ER e controle positivo (histamina 10 mg/mL) e negativo (FDA Allergenic/IMMUNOTECH). Os testes foram efetuados em duplicata na regiao do dorso, com puntores ALK Lancet (ALK-Abelló, Denmark) e as leituras realizadas após 15 minutos. Os diâmetros das pápulas foram obtidos através das médias aritméticas dos diâmetros ortogonais. As análises estatísticas foram realizadas de acordo com as Normas Nórdicas para padronizaçao biológica de extratos alergênicos. Foi identificada para cada sujeito a diluiçao do extrato capaz de provocar uma pápula com o mesmo diâmetro da pápula provocada pela histamina. Este valor corresponde ao valor individual de 10 HEP/mL de cada paciente. A mediana dos valores individuais de cada paciente da diluicao que provocou o mesmo tamanho de pápula que a histamina a 10 mg/mL, se considerou como a concentraçao do extrato equivalente a 10 HEP/mL. Os critérios para aceitaçao de dados foram: diâmetro do controle positivo e concentraçao mais alta do extrato > 5 mm, diâmetro do controle negativo < 2 mm e variaçao máxima de 30% entre as duplicatas.
RESULTADOS: foram utilizados os resultados de 25, 20 e 25 sujeitos de pesquisa, sensíveis a DEP, DEF e BLO, respectivamente. As medianas das concentraçoes das diluiçoes dos extratos de DEP, DEF e BLO foram, respectivamente, 2.053, 1.613 e 1.470 PNU/mL.
CONCLUSOES: Os ERs desenvolvidos pela FDA Allergenic podem ser utilizados para controlar a potência dos novos lotes de extratos alergênicos através de técnicas imunoquímicas, como o ELISA de Inibiçao, visto que as dosagens de proteína total nao estabelecem a potência.

 


 

PO095 - Segurança da imunoterapia subcutânea específica em pacientes com rinite alérgica

 

Mário Henrique Fonseca; Norma de Paula Motta Rubini; Albertina Varandas Capelo; Eliane Miranda da Silva; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

INTRODUÇAO: A imunoterapia subcutânea (SCIT) específica com ácaros da poeira é um procedimento comprovadamente eficaz no tratamento da rinite alérgica (RA). Contudo, existe preocupaçao com relaçao ao risco de reaçoes adversas, especialmente as reaçoes anafiláticas. O objetivo deste estudo foi avaliar a taxa de reaçoes adversas à SCIT com ácaros em pacientes com RA em Serviço de Alergia e Imunologia.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo, longitudinal, avaliando pacientes com diagnóstico de RA, com idade superior a 3 anos, em uso de SCIT com extratos de D. pteronyssinus (Dp) e/ou B. tropicalis (Bt) (FDA Allergenic). Os dados foram coletados através de entrevista e registros no prontuário. A classificaçao da gravidade das reaçoes adversas atendeu aos critérios estabelecidos pelo Allergen Immunotherapy: a Practice Parameter Third Update (2011).
RESULTADOS: Foram avaliados 100 pacientes com RA, com idade entre 3 e 64 anos (média+DP = 21,18+19.89), que receberam um total de 6.370 aplicaçoes de SCIT. A taxa global de reaçoes adversas/aplicaçoes foi 0,09% (6), sendo 0,06% (4) reaçoes sistêmicas de graus I e II. Três reaçoes sistêmicas foram imediatas e uma ocorreu 24 horas após a aplicaçao. A taxa de reaçoes locais/paciente foi 2% e reaçoes sistêmicas/paciente 4%. Três pacientes estavam em uso de SCIT com extrato de Dp/Bt e 2 com extrato de Dp. Nao houve relaçao entre a fase da SCIT, associaçao com asma, gravidade da rinite, níveis de IgE sérica, sexo e faixa etária com a ocorrência de reaçoes adversas (p > 0,05).
CONCLUSOES: No presente estudo, a taxa de reaçoes adversas à SCIT com ácaros em pacientes com RA foi baixa, confirmando a segurança deste procedimento. Nao foi identificado nenhum fator relacionado ao maior risco de ocorrência de reaçoes adversas, provavelmente devido ao pequeno número de eventos adversos observados (6). A observaçao de um caso de reaçao sistêmica tardia, indica a importância de orientar o paciente e cuidadores sobre esta possibilidade.

 


 

PO096 - Imunoterapia subcutânea alérgeno-específica: eficácia em pacientes atendidos em ambulatório de referência

 

Priscila Botelho Palhas; Karine Di Latella Boufleur; Daniel Loiola Cordeiro; Janaina Fernandes de Melo Sousa; Thais Nociti Mendonça; Janaina Michelle Lima Melo; L Karla Arruda

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar prospectivamente a eficácia clínica da imunoterapia subcutânea alérgeno-específica (ITSC) em pacientes tratados em ambulatório especializado.
MÉTODOS: Análise prospectiva de 35 pacientes em uso de ITSC e sua evoluçao clínica por escala analógica de sintomas, frequência de internaçoes, uso de medicamentos e reaçoes adversas, pré e pós-ITSC.
RESULTADOS: A idade variou de 5-56 anos (média 22,4 anos), 51,4% pacientes do sexo feminino. A duraçao do tratamento foi de 2,6 meses a 3,8 anos (média 1,4 anos). Indicaçoes de ITSC foram: anafilaxia 34%; conjuntivite alérgica 22%; asma 20%; rinite alérgica 14% e dermatite atópica 8%. ITSC com inalantes foi a mais frequente (ácaros 68%), seguida de himenópteros (abelha 17% e formiga 14%). Cinquenta e quatro % dos pacientes já estavam em manutençao. Seis pacientes em ITSC por anafilaxia a himenópteros (50%) foram reexpostos acidentalmente durante fase de induçao, 4 apresentaram reaçoes locais e um teve reaçao sistêmica. Entre pacientes com asma, 62,5% nao apresentaram exacerbaçoes com necessidade de corticosteroide sistêmico e observou-se reduçao > 50% das internaçoes pós-ITSC. Três pacientes (33%) com conjuntivite alérgica grave utilizavam associaçao de anti-histamínico, corticosteroide e imunossupressor tópicos pré-ITSC, sendo possível descontinuar pelo menos 2 drogas pós-ITSC. Análise por escala analógica revelou que todos os pacientes referiram melhora dos sintomas pós ITSC (54% pacientes com asma referiram melhora > 50%; 58% pacientes com rinite melhoraram > 40%; todos os pacientes com dermatite atópica referiram melhora acima de 50%, e 56% dos pacientes com conjuntivite notaram melhora dos sintomas acima de 50%).
CONCLUSAO: O tratamento com ITSC foi eficaz e seguro. A ITSC é uma terapia única para doenças alérgicas, proporcionando alívio sintomático e modificando a história natural da doença.

 


 

PO097 - Imunoterapia alérgeno-específica em paciente com dermatite atópica: uma experiência de sucesso

 

Karine Di Latella Boufleur; Janaina Michelle Lima Melo; Thais Nociti Mendonça; Janaina Fernandes de Melo Sousa; Daniel Loiola Cordeiro; Priscila Botelho Palhas; L Karla Arruda

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relato de caso de paciente com dermatite atópica (DA) grave após tratamento com imunoterapia alérgeno-específica (IT).
MÉTODO: Pesquisa descritiva através de seguimento prospectivo e revisao de prontuário (2008-2013), análise qualitativa subjetiva e aplicaçao do SCORAD.
RESULTADOS: Mulher, 34 anos, branca, DA grave em 2008 (SCORAD 83), rinite alérgica e asma moderada persistente. Teste cutâneo positivo 4+ para extratos de Dermatophagoides pteronyssinus, D. farinae e B. tropicalis; IgE total 2340 kU/L. Nos 3 primeiros anos, foram utilizados diversos tratamentos: antihistamínicos; corticoides tópicos de alta potencia; corticoide oral (2x/mês); antibióticos tópico e sistêmico a cada 3 meses; e antifúngico tópico. Paciente realizava controle ambiental adequado, hidrataçao intensiva da pele, e tratamento da asma (mometasona 400 mcg 2x/dia) e rinite (fluticasona 2 jatos 1x/dia). Devido a piora das lesoes, infecçoes secundárias, e prejuízo da qualidade de vida, optou-se por iniciar IT subcutânea em 2011, com extrato de ácaro Hollister-Stier Dpt+Df 10.000 AU/mL, concentraçao inicial 1:108 v:v pós-titulaçao. Após 2 meses de IT, a paciente já nao fazia mais uso continuo de antihistaminicos, corticoides tópicos ou sistêmicos, ou antibióticos, e apresentou melhora do SCORAD de 83 para 33. No primeiro ano de IT apresentou episódio de urticária pós-vacina, controlada com rupatadina, e evoluiu sem exacerbaçoes de DA, e com excelente controle da asma e rinite. No segundo ano de IT apresentou 2 crises de asma tratadas em domicílio e uma exacerbaçao da DA. No presente ano, teve 2 exacerbaçoes de asma, tratadas em domicílio, sem exacerbaçao da DA, e com rinite controlada. Atualmente paciente sem queixas e com discreta xerose cutânea e SCORAD 7.
CONCLUSAO: Houve excelente resposta clínica, comprovada pelo SCORAD, e raros efeitos adversos, demonstrando que a IT tem sido uma terapia adjuvante eficaz e segura para tratamento da DA antes de considerar tratamentos mais agressivos.

 


 

PO098 - Reaçoes cutâneas graves a medicamentos: tratamento e evoluçao

 

Maria Claudia Pozzebon Tacco; Aline Rocha Camporez; Fatima Rodrigues Fernandes; Luciana Kase Tanno; Veridiana Aun Rufino Pereira; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun.

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor de Sao Paulo-FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o tratamento e a evoluçao das reaçoes cutâneas graves a medicamentos (RCGM).
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de casos de RCGM realizado de 2002 a 2012, baseado na avaliaçao de prontuários e no seguimento ambulatorial em Serviço de Alergia. Consideramos como RCGM a DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms), Síndrome de Stevens Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) e Pustulose Exantemática Aguda Generalizada (PEGA). Aplicou-se o escore de gravidade (SCORTEN) nas apresentaçoes bolhosas, SSJ e NET.
RESULTADOS: Estudamos 37 pacientes, sendo 15 DRESS, 15 SSJ, 4 NET e 3 PEGA. Os medicamentos mais implicados foram os antibióticos (p = 0,001). O acometimento sistêmico ocorreu em 92% dos pacientes, sendo o hepático (p = 0,045) o mais relevante. O tempo médio de internaçao foi maior que 15 dias. A maioria recebeu corticosteroides sistêmicos (98,5%). Dos pacientes com dermatose bolhosa, 31,5% fizeram uso de gamaglobulina (IgIV) ou plasmaférese. A média geral de SCORTEN foi 3, enquanto que nos 5 pacientes que receberam IgIV foi de 4, dos quais 1 faleceu (20%). O tempo médio de remissao da reaçao foi de 14,2 dias e naqueles que receberam IgIV foi de 4,8 dias. Após a resoluçao da reaçao aguda, 35% evoluíram com acometimento cutaneomucoso prolongado, 5,4% com doenças auto-imunes (Doença de Behçet e Vitiligo) e 5,4% com colestase.
CONCLUSAO: Os casos de DRESS e SSJ foram os mais frequentes e os antibióticos os medicamentos mais implicados. O envolvimento hepático se mostrou o mais relevante. O tempo médio de internaçao foi prolongado. A mortalidade entre os cinco pacientes que receberam IgIV foi de 20%, valor abaixo do esperado para a média do SCORTEN de 4, cujo risco associado de óbito é de 58%. Isto indica possivelmente um melhor prognóstico nos pacientes que receberam essa terapêutica. O seguimento ambulatorial destes pacientes se mostra importante pela possibilidade de desenvolver apresentaçoes clínicas associadas.

 


 

PO099 - Hipersensibilidade a fármacos em adultos atendidos num ambulatório especializado

 

Alex Eustaquio de Lacerda; Thais Sterza; Fernanda Cabral Cardoso Hardt; Djanira Martins Andrade; Luis Felipe Chiaverini Ensina; Ines Cristina Camelo-Nunes; Dirceu Solé

Universidade Federal de Sao Paulo - UNIFESP EPM, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil dos pacientes adultos atendidos no ambulatório de reaçoes adversas a fármacos (RAF) da UNIFESP.
MÉTODO: Estudo retrospectivo dos prontuários dos pacientes maiores de 18 anos atendidos no ambulatório de RAF da UNIFESP no período julho/2010 a julho/2013, com análise de variáveis como: idade, gênero, drogas referidas, manifestaçao clínica, fatores associados, atendimento na reaçao, história pessoal e familiar de alergia e testes diagnósticos.
RESULTADOS: Foram revisados 143 prontuários de pacientes, com predomínio do gênero feminino (74,9%) e idade média de 41 anos; 81 medicaçoes foram referidas com predomínio de AINES (68,3%) sendo a dipirona a principal (22,3%); 65% dos pacientes referiram reaçao a mais de 1 fármaco e 23,8% de classes diferentes. Manifestaçoes imediatas ocorreram em 58% dos episódios, sendo o angioedema (68%) a principal. A maioria dos pacientes foi atendido em pronto socorro (70,6%), e em 44% dos pacientes o fármaco suspeito foi suspenso. Doenças alérgicas e história familiar de alergia predominaram no grupo de 18 a 35 anos (68% e 57%). Foram realizados 37 testes cutâneos com 2 testes de puntura positivos (paracetamol,propofol). Todos os testes intradérmicos (16) foram negativos. Oitenta e quatro testes de provocaçao oral foram realizados, com 4 positivos (4,7%).
CONCLUSOES: este estudo demonstrou que a reaçao de hipersensibilidade a fármacos mais comum em adultos é o angioedema por AINEs. A maior parte dos pacientes necessitou de atendimento em pronto socorro. Os testes cutâneos e de provocaçao se mostraram úteis especialmente para excluir hipersensibilidade.

 


 

PO100 - Reaçoes alérgicas relacionadas aos anestésicos locais: análise de 156 pacientes

 

Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Tânia Maria Tavares Gonçalves; Terezinha Pereira Piscitelli; Marcelo Silva Lobo; Neide Maria Freire Pereira; Emmanuel Reis Martins; Tatiana Lemos Carvalho

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a real incidência de reaçoes de hipersensibilidade a anestésicos locais, baseado no protocolo ENDA.
MÉTODO: Estudo retrospectivo de pacientes atendidos na Clínica de Alergia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro com suspeita de reaçao a anestésicos locais, submetidos a testes específicos. Os testes foram realizados seguindo o protocolo ENDA, e a droga testada de acordo com a história clínica. O periodo estudado foi de setembro de 2010 a agosto de 2013, sendo testados os seguintes anestésicos locais: Lidocaina, Mepivacaina e Bupivacaina.
RESULTADOS: Foram realizados 156 testes, sendo 122 mulheres (78,2%), com faixa etária mais comum de 40 a 64 anos (63 mulheres - 40,3% do total de testes) e 34 homens (21,8%), com faixa etária predominante de 18 a 39 anos (14 homens - 8,9% do total de testes). Foram realizados 119 testes com lidocaína (76,2%), 31 com mepivacaína (19,9%) e 6 com bupivacaina (3,9%). A maioria dos testes foi realizada com lidocaína, porque os pacientes nao sabiam qual anestésico havia sido utilizado durante a reaçao. Cinco testes foram positivos (3,2%), todos para lidocaína, sendo 3 mulheres (1,9%) e 2 homens (1,2%); e houve 4 testes inconclusivos (2,5%). As reaçoes apresentadas durante o teste foram: um quadro de hipotensao, um episódio de urticária e 3 três reaçoes aos testes de puntura. Os pacientes que apresentaram teste positivo foram submetidos a testes adicionais com mepivacaína, que foram negativos, com exceçao de uma paciente que ainda nao realizou o teste.
CONCLUSAO: Nossos resultados sao compatíveis com a literatura mundial, isto é, apesar da baixa positividade dos testes, observou-se maior prevalência em mulheres, com maior incidência por lidocaína.

 


 

PO101 - Avaliar a segurança dos inibidores da COX2, em pacientes com hipersensibilidade cruzada a AINEs, através de teste de provocaçao

 

Tânia Maria Tavares Gonçalves; Eduardo Ramos Guimaraes; Flavia Carvalho Loyola; Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Alfredo Alves Neto; Emmanuel Reis Martins; Julia Alves Azevedo

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Encontrar alternativas seguras para utilizaçao de anti-inflamatórios nao hormonais (AINEs) em pacientes com história sugestiva de reaçao cruzada a AINEs.
MÉTODO: Análise retrospectiva de pacientes submetidos a testes de provocacao com inibidores seletivos e preferenciais da COX2, na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, no período de outubro de 2010 a agosto de 2013. Os testes de provocaçao foram simples cego placebo controlado.
RESULTADOS: Sessenta e seis pacientes foram submetidos a testes com inibidores seletivos e preferenciais da COX2. Foram realizados 56 testes com etoricoxibe (85%), 3 com celecoxibe (4,5%), 6 com nimesulida (9%) e 1 com meloxican (1,5%). Foram realizados 55 testes em mulheres (83,5%) e 11 em homens (16,5%). Nas mulheres, a faixa etária predominante foi entre 40-64 anos (23 pacientes, 41,8% das mulheres). Já nos homens, houve predomínio na faixa entre 12-17 anos e 18-39 anos, cada um com 4 pacientes (36,3% cada). Foram positivos, no total, 4 testes (6%), sendo 2 testes com etoricoxibe e 2 com nimesulida.
CONCLUSAO: Os pacientes se mostraram menos prevalentes às reaçoes alérgicas por inibidores seletivos, com 3,4% dos testados apresentando testes positivos aos mesmos, enquanto em relaçao aos inibidores preferenciais da COX 2, 28,5% foram positivos. Estes resultados nos mostram que ainda é necessário a realizaçao de mais testes de provocaçao com ambos os inibidores da COX2.

 


 

PO102 - Efeitos adversos dos imunossupressores em pacientes com dermatite atópica - Atualizaçao de dados

 

Karine Vasquinho Siqueira; Taciana Sabaini; Jaqueline Elaine Luiz Fernandes; Simone Saintive Barbosa; Eliane de Dios Abad; Ekaterini Simoes Goudouris; Evandro Alves do Prado

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a incidência de efeitos adversos em pacientes com dermatite atópica (DA) em uso de imunossupressores.
MÉTODO: Estudo descritivo retrospectivo com dados de prontuários médicos de 153 pacientes com DA, acompanhados em serviço especializado no período de jan/2012 a ago/2013. Utilizado SCORAD como método de classificaçao da gravidade (>25 = DA moderada e > 50 = DA grave).
RESULTADOS: Foi documentado o uso de imunossupressor em 24 dos 153 pacientes. Dentre os 24 pacientes, 21 apresentaram o maior valor de SCORAD prévio ao início do imunossupressor entre 30,4 e 79,5. Ciclosporina A (CyA) foi usada por 16 pacientes, 2 usaram Azatioprina (Aza) e 6 usaram ambas as drogas, em diferentes momentos. Do total de 24 pacientes, 7 nao apresentaram qualquer efeito adverso. Três pacientes em uso de Aza apresentaram: dor articular e infecçoes cutâneas virais. Em apenas 1 paciente a Aza foi suspensa. Em 15 dos pacientes em uso de CyA observou-se: diarreia, alopecia, dor abdominal/náuseas/vômitos, infecçoes cutâneas virais, alteraçoes da funçao hepática, aumento do colesterol, aumento de LDH, neutropenia, hipertensao arterial, celulite periorbitária e IgM positiva para T. gondii, entre outros. A CyA foi suspensa ou teve sua dose reduzida em 3 ocasioes.
CONCLUSOES: Apesar de frequentes, os efeitos adversos causados pelos imunossupressores costumam ser brandos e de fácil resoluçao, sem que seja necessária a suspensao ou reduçao da dose, o que demonstra uma relaçao custo-benefício favorável. Ressalta-se a importância do acompanhamento clínico e laboratorial rigoroso desses pacientes, possibilitando a detecçao precoce e adequado manejo das intercorrências.

 


 

PO103 - Efeitos adversos relacionados à infusao de Imunoglobulina humana - Atualizaçao de dados

 

Jaqueline Elaine Luiz Fernandes; Taciana Sabaini; Kicila Ana Ferreira de Sena Pelucio; Karine Vasquinho Siqueira; Fernanda Pinto Mariz; Evandro Alves do Prado; Ekaterini Simoes Goudouris

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagao Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever reaçoes adversas à terapia com Imunoglobulina Intravenosa Humana (IGIV) administrada a pacientes portadores de Imunodeficiência Primária (IDP) no Serviço de Alergia e Imunologia do IPPMG/UFRJ.
MÉTODO: Estudo descritivo baseado em dados retrospectivos de prontuários médicos de 11 pacientes portadores de IDP, que receberam infusoes intra-hospitalares de IGIV no período de agosto de 2012 a agosto de 2013.
RESULTADO: No período de um ano foram administradas 116 infusoes de IGIV. Em 97 infusoes (83,62%) nao houve qualquer intercorrência. Em 19 infusoes (16,38%) foram observadas reaçoes adversas. Cefaleia foi relatada em 9 (47,37%) delas, sendo o evento mais frequente. Um dos pacientes apresenta quadro de enxaqueca, com crises que, por vezes, sao precipitadas pelas infusoes. Observamos também, febre (Tax > 37,8ºC) em 4 infusoes (21,05%) e dor (nao cefaleia) em 3 (15,80%). Urticária, diarreia e sensaçao de formigamento foram observados em 3 infusoes, isoladamente, correspondendo a 5,26% cada. Todas as reaçoes foram controladas com diminuiçao da velocidade de infusao e/ou uso de analgésicos/AINH, nao havendo a necessidade da suspensao da terapia ou troca da marca da Imunoglobulina utilizada.
CONCLUSOES: Em concordância com o que é relatado em outros estudos, observamos baixa incidência de efeitos adversos à aplicaçao de IGIV. As reaçoes observadas foram em sua maioria leves e rapidamente responsivas com a reduçao da velocidade de infusao e/ou uso de analgésicos/AINH, demonstrando a segurança da terapia com Imunoglobulina Intravenosa Humana, desde que haja monitoramento contínuo da infusao por profissional experiente.

 


 

PO104 - Hipersensibilidade a fármacos em crianças: características clínicas e fármacos envolvidos

 

Djanira Martins Andrade; Leila Borges; Nathalia Barroso; Ligia Maria de Oliveira Machado; Camila Teles Machado Pereira; Luis Felipe Chiaverini Ensina; Ines Cristina Camelo-Nunes

UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever perfil de populaçao pediátrica atendida em um ambulatório especializado de reaçoes adversas a fármacos (UNIFESP-EPM).
MÉTODOS: Análise retrospectiva baseada na revisao de prontuários dos pacientes com menos de 18 anos atendidos de Julho/2010 à Julho/2013.
RESULTADOS: Foram atendidos 102 pacientes com história de "alergia a remédios", com idade média de 9,5 anos e predomínio do gênero masculino (60,8%). As manifestaçoes cutâneas foram as mais frequentes (95%), seguida pelas respiratórias (30,4%). O angioedema foi observado em 34% dos pacientes e o exantema macular ou maculopapular em 30%. As reaçoes foram imediatas em 54% dos casos, sendo os AINEs o grupo mais frequentemente envolvido neste tipo de reaçao (67,2%). Dentre as reaçoes nao-imediatas, 64% estavam relacionadas aos antibióticos. Na grande maioria das reaçoes (88,2%), os sintomas foram facilmente tolerados, de curta duraçao, sem interferência significativa na vida normal do paciente ou prorrogando a hospitalizaçao. Em quase 1/3 dos casos, a história nao era sugestiva de reaçao de hipersensibilidade. Em outros 31% foi possível orientar o paciente sem a necessidade de investigaçao complementar. No restante dos pacientes, 8% realizaram pesquisa de IgE específica in vitro para beta-lactâmicos (todos negativos), 19,3% teste cutâneo (um positivo para Cefazolina) e 72,7% teste de provocaçao oral. Metade dos testes de provocaçao oral foi realizado com AINEs (16% deles positivos) e ¼ com antibióticos (todos negativos).
CONCLUSOES: As reaçoes de hipersensibilidade a fármacos em crianças apresentam características um pouco diferentes das observadas nos adultos. Parte significante das crianças com suspeita de hipersenibilidade acabam nao confirmando este diagnóstico, o que reforça a importância da investigaçao também nesta faixa etária.

 


 

PO105 - Alergia a betalactâmicos no Brasil: efeito placebo ou erro diagnóstico?

 

Manoela Crespo de Magalhaes; Marcelo Vivolo Aun; Marisa Rosimeire Ribeiro; Laila Sabino Garro; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Os antibióticos betalactâmicos (BLs) sao os principais responsáveis por reaçoes de hipersensibilidade a drogas (RHD) nos países desenvolvidos. Grande parte dessas reaçoes nao sao reproduzidas em testes de provocaçao com drogas (TPD), sugerindo outro agente envolvido ou a presença de algum co-fator. Avaliamos os resultados de TPD com os BLs em pacientes com história de RHD com esses antibióticos.
MÉTODO: Estudo observacional retrospectivo através da análise de prontuários de pacientes atendidos no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2012 com história de RHD a BLs. Analisamos os dados de questionários padronizados (ENDA) quanto ao perfil epidemiológico, medicaçoes envolvidas nas reaçoes, tipo de reaçao apresentada e resultados de TPD.
RESULTADOS: Avaliamos 84 pacientes, sendo que 91,7% eram do gênero feminino e 82,1% encontravam-se na faixa etária entre 18 a 60 anos. As aminopenicilinas foram citadas por 52 pacientes (61,9%) e 23,8% referiram reaçoes por cefalosporinas. Nenhum paciente referiu reaçao a carbapenêmicos ou monobactans e 14,3% referiam reaçoes prévias a aminopenicilinas e cefalosporinas. Grande parte deste grupo também referia intolerância aos AINEs (60,7%). A pele foi acometida em 94% da amostra (75% urticaria e/ ou angioedema) e 59,5% dos pacientes apresentaram reaçao imediata (menos de 1 hora após exposiçao). Apenas 3 pacientes tiveram TPD positivos (3,6%), sendo que duas delas reagiram ao placebo (prurido e urticas).
CONCLUSAO: A incidência de alergia aos BLs é baixa no Brasil. Muitas vezes esses fármacos sao usados simultaneamente aos anti-inflamatórios nao esteroidais (AINEs) e acabam sendo responsabilizados pela reaçao. Muitos dos pacientes com historia de RHD a BLs ficam com receio de uma reexposiçao, mesmo sob supervisao médica e em ambiente hospitalar, e acabam reagindo a outras drogas por efeito placebo. Os TPD sao fundamentais para evitar exclusao desnecessária desta classe de drogas e devem sempre ser controlados com placebo para evitar interpretaçao errônea.

 


 

PO106 - Perfil do pacientes pediátricos com reaçao adversa a drogas atendidas em ambulatório especializado

 

Veronica Tavares de Lima Morales; Cristiane de Jesus Nunes dos Santos; Claudia Plech Garcia Barbosa; Adriana Marcia da Silva Cunha; Ana Paula BM Castro; Antonio Carlos Pastorino; Cristina Miuki Abe Jacob

Instituto da Criança - HC - FMUSP - SP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever as características epidemiológicas e clínicas dos pacientes assistidos em um ambulatório pediátrico de reaçao adversa a drogas (RAD).
METODOLOGIA: Foram incluídos os pacientes atendidos no ambulatório de RAD no período de 09/2012 a 06/2013 e submetidos a um questionário padronizado pela European Network on Drug Allergy (ENDA).
RESULTADOS: A mediana da idade dos 34 pacientes (2,1M:1F) foi de 9 anos (11 m - 17 a), em 8 del es (23,5%), a reaçao relatada ocorreu em contexto peri-operatório, porém em apenas 2 casos a ficha anestésica estava disponível. Dentre os demais, 46% referiram reaçao a mais de um medicamento. As classes de medicamentos mais citadas foram antibiótico (69%) e anti-inflamatório nao esteroidal (65%). Com o questionário, foram identificados 21 casos de reaçao imediata (aparecimento dos sintomas em tempo menor que 1 hora após contato com o alérgeno), sendo 10 deles reaçao grave anafilática. Apenas 12 pacientes receberam tratamento correto para sua reaçao (imediata/tardia). Dos 28 pacientes que já completaram a investigaçao, 12 casos puderam ser confirmados e 3 descartados após preenchimento do questionário. Dos casos que exigiram investigaçao (testes cutâneos e/ou provocaçao oral), 4 foram confirmados e 9 descartados.
CONCLUSAO: RADs podem ocorrer muito precocemente entre os pacientes pediátricos sendo os anti-inflamatórios e antibióticos os principais desencadeantes. A aplicaçao do questionário ENDA permitiu definir o diagnóstico e orientar a seleçao dos testes. Nas reaçoes intraoperatórias, há necessidade de estimular a disponibilizaçao da ficha anestésica adequadamente preenchida.

 


 

PO107 - Valor clínico do teste cutâneo negativo para radiocontraste em exposicao posterior

 

Flavia Carvalho Loyola; Tânia Maria Tavares Gonçalves; Matheus Carvalho Ribeiro; Cristiane Akemi Iraha; Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Neide Maria Freire Pereira; Julia Alves Azevedo

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Reaçoes adversas após administraçao de radiocontraste (RC) podem ser causadas por toxicidade de seus componentes ou mediadas pelo sistema imune. O teste cutâneo (TC) tem apresentado notável valor clínico nas reaçoes de hipersensibilidade imediata, por mecanismos mediados por IgE. O presente estudo pretende demonstrar o valor preditivo negativo dos TC na segurança da realizaçao de procedimentos com a administraçao de RC.
MÉTODO: Estudo retrospectivo observacional, através da busca ativa de prontuários de pacientes que realizaram o teste alérgico para RC, na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, na Clínica de Alergia, no período de janeiro de 2010 a agosto de 2013. Realizou-se o contato telefônico com estes pacientes para verificar se esses foram submetidos a procedimentos com RC e se houve alguma intercorrência.
RESULTADOS: Foram estudados 42 testes cutâneos para o RC, 36 destes em mulheres (81%) com somente um resultado positivo (2,3%). Dos testes realizados, 15 foram com contraste nao iônico, sendo 9 com iobitrol, 1 com ioversol e 5 com fluoresceína; e 27 com contraste iônico, (meglumina). Dos pacientes com TC negativo, conseguiu-se contato telefônico com 23 pacientes: 14 (34,4%) foram submetidos, posteriormente, a procedimentos com RC e nao apresentaram reaçoes adversas. Os outros 8 (19,5%) ainda nao foram expostos ao RC após o teste. Apenas 1 (2,43%) paciente apresentou exantema 12 horas após a administraçao de RC. 13 pacientes nao atenderam as ligaçoes e 6 nao deixaram telefone para contato. O valor preditivo negativo (VPN) do teste foi de 93,3%.
CONCLUSAO: O VPN de 93,3% do TC para reaçao a RC justifica a realizaçao do mesmo para detecçao de hipersensibilidade imediata. A reaçao apresentada pelo paciente, por ser de fase tardia, deve ser melhor avaliada. É necessário a realizaçao de mais exames para consolidar estes resultados e oferecer segurança à realizaçao de exames com RC.

 


 

PO109 - Negativaçao de viremia de Epstein-Barr após o uso de imunoglobulina humana intravenosa em caso de DRESS

 

Violeta Régnier Galvao1; Marcelo Vivolo Aun1; Carla Bisaccioni1; Esper Georges Kallas1; George Câmara-Lopes2; Jorge Kalil1; Pedro Giavina-Bianchi1

1. Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Laboratório de Patologia e Biologia Molecular Hospital Sírio Libanês, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: A DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms) é uma reaçao medicamentosa grave e de patogênese desconhecida. O papel da reativaçao viral na DRESS tem sido estudado e observa-se pior evoluçao clínica e prognóstico nos pacientes que apresentam viremia detectável no curso da doença. Dentre os vírus mais associados à DRESS estao o Herpesvírus humano 6 (HHV-6), o Citomegalovírus (CMV) e o Epstein-Barr vírus (EBV). Relatamos um caso de DRESS associado à reativaçao viral em que o uso de imunoglobulina humana intravenosa (IgIV) mostrou-se uma terapêutica de potencial promissor.
MÉTODOS: Relato de caso de uma paciente de 45 anos que apresentou DRESS secundária ao uso por um mês de fenitoína, nao responsiva ao uso de corticosteroide e tratada com IgIV por três dias.
RESULTADOS: A paciente apresentou quadro clínico e laboratorial característicos da doença, como rash máculo-papular, edema facial, adenopatia, febre, eosinofilia, linfocitose atípica e enzimas hepáticas elevadas. Evoluiu com episódio de hematêmese durante internaçao e à endoscopia evidenciou-se aspecto macroscópico sugestivo de esofagite eosinofílica, sendo confirmada eosinofilia tecidual. Apresentou pesquisa de viremia de EBV positiva (298 cópias/mL). A sorologia mostrou IgG positiva e IgM negativa para EBV, sendo aventada a hipótese de reativaçao viral. No decorrer da internaçao a paciente apresentou má evoluçao clínica, com piora do rash e da hepatopatia, a despeito do uso de prednisolona 1 mg/kg/dia, sendo optado pela administraçao de IgIV na dose de 1g/kg/dia por três dias. Houve boa resposta clínico-laboratorial e negativaçao da viremia de EBV.
CONCLUSOES: O uso de IgIV mostrou-se uma opçao terapêutica eficaz no caso em questao, possivelmente devido a seus efeitos imunomoduladores e neutralizantes contra o EBV. Sao necessários estudos controlados para a confirmaçao de nossos resultados e possível implementaçao do uso de IgIV nos casos de DRESS associados à reativaçao viral.

 


 

PO110 - Alergia a betalactâmicos em gestantes com sífilis: como abordar?

 

Ana Carolina Donofrio Silva; Marisa Rosimeire Ribeiro; Nathalia Pessoa de Barros Simis; Nathália Coelho Portilho; Marcelo Vivolo Aun; Jorge Kalil; Antonio Abilio Motta

Serviço de Alergia Clínica e Imunologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Gestantes com sífilis devem ser tratadas com penicilina benzatina devido à biodisponibilidade para o feto. Descrevemos a abordagem de gestantes com sífilis e história de hipersensibilidade a betalactâmicos (BLs).
MÉTODO: Gestantes encaminhadas ao ambulatório com sorologia positiva para sífilis e história de reaçao de hipersensibilidade a BLs entre janeiro de 2012 e junho de 2013. Utilizamos o questionário do European Network for Drug Allergy (ENDA) adaptado e testes cutâneos segundo diretrizes. Pacientes com testes negativos foram submetidas a teste de provocaçao (TP) ou dessensibilizaçao dependendo da história clínica.
RESULTADO: Avaliamos 11 gestantes, sendo que apenas 3 faziam uso de outras medicaçoes no momento da suposta reaçao. Todas as pacientes relatavam reaçao cutânea após uso de penicilina, sendo que 2 tiveram acometimento respiratório, 1cardiovascular e 2 sintomas psicossomáticos. Quanto ao tempo de reaçao, 4 pacientes referiam reaçao imediata (menos de 1 hora após exposiçao), 4 reaçoes nao imediatas e 3 nao se recordavam deste dado. Todos os testes cutâneos foram negativos. Realizados TP em 10 pacientes, 7 (64%) com penicilina benzatina e 3 (27%) com penicilina v oral, também negativos. Foi realizada dessensibilizaçao sem TP prévio em 1 paciente devido à história clínica ser bastante sugestiva de hipersensibilidade, mas nao houve reaçoes durante o procedimento. Todas as pacientes foram tratadas com penicilina benzatina, conforme protocolo do Ministério da Saúde, e liberadas sem intercorrências. Nenhuma paciente referiu reaçao tardia após a alta.
CONCLUSAO: A positividade dos TP com BLs no nosso meio é baixa, sugerindo um superdiagnóstico de alergia a penicilinas. Dada a importância da droga no contexto da sífilis gestacional e à nao existência de alternativa terapêutica eficaz para o binômio mae-feto, na suspeita de alergia a BLs, nao há contraindicaçao absoluta à penicilina, mas pode ser necessário o TP ou mesmo a dessensibilizaçao.

 


 

PO111 - Reaçoes adversas a beta-lactâmicos - análise de 55 testes realizados na Clínica de Alergia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ)

 

Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Tânia Maria Tavares Gonçalves; Cristiane Akemi Iraha; Terezinha Pereira Piscitelli; Marcelo Silva Lobo; Matheus Carvalho Ribeiro; Alfredo Alves Neto

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar a incidência de reaçoes de hipersensibilidade a beta-lactâmicos, baseado no protocolo ENDA.
MÉTODO: Estudo retrospectivo de pacientes atendidos na Clínica de Alergia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro de setembro de 2010 a agosto de 2013, com suspeita de reaçao adversa a beta-lactâmicos, submetidos a testes específicos. Os testes foram realizados seguindo o protocolo ENDA: dosagem de IgE específica para penicilina G e V, amoxicilina e ampicilina; em seguida, se IgE negativa, testes cutâneos para penicilina, amoxicilina e o beta-lactâmico suspeito; e por fim, também se negativo provocaçao com o beta-lactâmico suspeito.
RESULTADOS: Foram realizados 55 testes, sendo 44 mulheres (80%), com faixa etária mais comum de 40 a 64 anos (29 mulheres - 52,2% do total de testes) e 11 homens (20%). Oito testes foram positivos, sendo 4 positivos para penicilina (testes cutâneos - 7,3% do total de testes) e 4 para amoxicilina (1 após teste cutâneo e 3 após provocaçao - 7,3%), todos com história de reaçao após uso de beta-lactâmicos.
CONCLUSAO: Nossos resultados mostram que diante de história compatível com reaçao adversa o teste com beta-lactâmico deve ser realizado. Em relaçao a positividade tivemos um resultado menor do que o encontrado na literatura mundial (7% contra 10%).

 


 

PO112 - Aspectos clínicos de pacientes com hipersensibilidade a AINEs atendidos no ambulatório de alergia a fármacos (AFAR) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP

 

Ullissis Padua de Menezes1; Janaina Michelle Lima Melo2; Janaina Fernandes de Melo Sousa1; Pablo Bezerra Di Lemos Barroso1; Carolina Junqueira Franco1; Daniel Loiola Cordeiro1; L Karla Arruda1

1. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto - USP, Ribeirao Preto, SP, Brasil
2. Serviço de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicinia de Ribeirao Preto, Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar características clínicas de pacientes com hipersensibilidade a antiinflamatórios nao esteroidais (AINEs) atendidos no ambulatório de alergia a fármacos.
MÉTODOS: Estudo prospectivo de 120 pacientes com idades entre 4 a 74 anos, de Outubro de 2010 a Agosto de 2013.
RESULTADOS: Dos 120 pacientes: 20(16,6%) pacientes receberam alta por apresentarem opçoes terapêuticas seguras sem necessidade de teste; 31 estao sob investigaçao e 69(57,5%) foram submetidos a Teste de Provocaçao Oral (TPO) e questionários clínicos adaptados do European Network for Drug Allergy (ENDA) com o objetivo de determinar fármacos alternativos com efeito analgésico e/ou antiinflamatório. Do grupo submetido a TPO (69): 75% sao do sexo feminino; 72% tinham antecedentes pessoais de alergia; 43% com história familiar de atopia; 15% história familiar de reaçoes a fármacos. As manifestaçoes clínicas mais frequentes de reaçoes aos AINEs foram: angioedema (64%); urticária (50%) e sintomas respiratórios (19%). Os fármacos implicados nas reaçoes foram: Dipirona (49), Diclofenaco (37), Acido Acetil Salicílico (26), Paracetamol (20), Nimesulida (16), Ibuprofeno (15), Cetoprofeno (12), Meloxican (5), Naproxeno (4), Tramadol (3), Celecoxibe (2), Benzidamina (1) e Etoricoxibe (1). Reaçoes a mais de 1 fármaco foram relatadas por 57 pacientes (83%). A escolha de drogas alternativas para o teste foi realizada após avaliaçao individual de cada paciente. Foram realizados 90 TPO sendo 19(21%) positivos: Celecoxibe (6), Benzidamina (4), Ibuprofeno (3), Acido Acetil Salicílico (2), Etoricoxibe (1), Meloxicam (1), Paracetamol (1) e Viminol (1). As reaçoes a estes fármacos foram caracterizadas por angioedema, eritrodermia e sintomas respiratórios.
CONCLUSOES: Em pacientes com hipersensibilidade aos AINEs houve predominância do sexo feminino e elevada presença de antecedentes pessoais de alergia. O TPO mostrou-se uma ferramenta útil e segura na escolha de uma opçao terapêutica alternativa.

 


 

PO113 - Tolerância à benzidamina em crianças e adolescentes

 

Gladys Reis e Silva de Queiroz; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Felipe Reis e Silva de Queiroz; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; José Angelo Rizzo; Décio Medeiros Peixoto; Almerinda Maria do Rêgo Silva

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC - UFPE, Recife, Brasil, Recife - PE - Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a tolerância à Benzidamina em pacientes com relato de hipersensibilidade a antiinflamatórios nao esteroides (AINEs).
MÉTODO: Estudo retrospectivo analítico dos questionários adaptados do European Network for Drug Allergy para atendimento de pacientes que realizaram teste de provocaçao oral (TPO) com Benzidamina no intervalo de agosto de 2007 a agosto de 2013.
RESULTADOS: Foram avaliados os questionários de 52 pacientes submetidos ao TPO com benzidamina, com idade média de 12,9 anos (Desvio Padrao = 2,64), sendo 31/52 (60%) do sexo masculino. Antecedente pessoal de atopia esteve presente em 41/52 (79%). História familiar de atopia em 22/52 (42%). Houve predomínio de relato na história de manifestaçoes cutâneas, sendo 28/52 (54%) angioedema isolado, 11/52 (21%) angioedema e alteraçoes respiratórias e 10/52 (19%) angioedema e urticária. Anafilaxia esteve presente em um caso. Dos 52 pacientes, 3/52 (6%) possuíam história pregressa de TPO a outro AINE, sendo 2 positivos (Nimesulida e Dipirona) e um negativo (Etoricoxibe). Do total de TPO com benzidamina apenas 2/52 (4%) foram positivos. O primeiro indivíduo após controle da rinite alérgica teve novo TPO negativo e o segundo estava em atividade da urticaria crônica. Em contato telefônico com 18 pacientes submetidos ao TPO com benzidamina, 7/9 (77,80%) relataram que faziam uso com tolerância e alívio dos sintomas.
CONCLUSAO: A Benzidamina é um AINE com melhor tolerância quando comparado a Nimesulida e atualmente uma opçao promissora por ser, no momento, o único AINE com açao preferencial na COX2 liberado para uso em crianças e adolescentes. No estudo observamos apenas TPO falsamente positivo à Benzidamina. Essa medicaçao foi bem aceita pelos pacientes após o TPO, sendo beneficiados com o uso de um AINE alternativo.

 


 

PO114 - Reaçoes de hipersensibilidade nao imediatas a medicamentos em um hospital terciário

 

Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Mateus da Costa Machado Rios; Geórgia Véras de Araújo; Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; José Angelo Rizzo; Gladys Reis e Silva de Queiroz; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica - HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar o perfil de pacientes com reaçoes de hipersensibilidade nao imediatas (após a primeira hora da administraçao) a medicamentos atendidos em ambulatório especializado.
MÉTODO: Estudo observacional retrospectivo a partir do questionário adaptado European Network for Drug Allergy aplicado aos pacientes atendidos no Ambulatório de Reaçao Adversa a Medicamentos (RAM) no período de 2005 a 2013. Foram observados sintomas e sinais de reaçao de hipersensibilidade nao imediatas a medicamentos (RHNI).
RESULTADOS: Vinte e cinco pacientes foram considerados portadores de RHNI. Destes, 16 (64%) do sexo feminino, com idade média de 13,52 anos (Desvio Padrao = 9,8). História pessoal de atopia esteve presente em 12/25 (48%) e história familiar de RAM em apenas 3/25 (12%) dos pacientes. As manifestaçoes clínicas mais frequentes foram urticária/angioedema tardios em 8/25 (32%) e exantema máculo-papular em 9/25 (36%). Segundo as regras de preenchimento do Registro da Rede Brasileira de RAM, os casos de RHNI se distribuíram desta maneira: 1/25 (4%) enquadrava-se no diagnóstico de casualidade certa no eritema pigmentar fixo, 10 (40%) de possível infecçao viral, 6 (24%) possível hipersensibilidade alérgica, 8 (32%) de possível doença autoimune e outras causas. Apenas 4/25 (16%) foram indicadas para teste de contato para medicamento (TCM). Houve positividade dos TCM nos pacientes com as seguintes hipóteses diagnósticas: DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms), em um paciente relacionada a Hidroxicloroquina e em outro a carbamazepina e fluoxetina; Eritema Fixo Pigmentar relacionado ao uso de Dipirona. Este último caso, com teste de provocaçao oral positivo para paracetamol.
CONCLUSAO: As RHNI sao de difícil abordagem para caracterizaçao e diagnóstico etiológico, especialmente as de menor gravidade, motivada por diversas razoes incluindo confusao com doenças infecciosas e autoimunes, além de baixa sensibilidade dos meios diagnósticos in vivo.

 


 

PO115 - Reaçoes cutâneas graves: perfil dos pacientes do ambulatório de reaçoes a medicamentos HUPE-UERJ

 

Maria Inês Perelló Lopes Ferreira; Natalia Rocha do Amaral Estanislau; Fabiana Lins; Anna Carolina Nogueira Arraes; Gabriela Andrade Coelho Dias; Denise Lacerda Pedrazzi; Eduardo Costa

UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil clínico-laboratorial dos pacientes com reaçoes cutâneas graves a medicamentos acompanhados em hospital universitário.
MÉTODO: Foram avaliados 100 pacientes e selecionou-se aqueles com critérios para reaçao cutânea grave: Erupçao a droga com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS), Pustulose Exantemática Generalizada Aguda (AGEP), Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET).
RESULTADOS: Dezoito pacientes foram selecionados sendo 9 (50%) com DRESS, 1 (5,5%) overlap de DRESS/AGEP e 8 (44,5%) SSJ/NET. As drogas mais envolvidas foram as anticonvulsivantes. Houve envolvimento hepático em 100% dos pacientes, renal em 16%, cardiovascular em 11% e pancreático em 5%. Oito pacientes tinham eosinofilia. Oito pacientes com DRESS e 1 com DRESS/AGEP usaram corticoide por 3 meses. Ocorreu um óbito. Imunoglobulina intravenosa foi usada em um paciente. Verificou-se reativaçao laboratorial para herpes tipo 1 e 2 em um paciente e para citomegalovírus em 2. Duas pacientes com DRESS evoluíram com tireoidopatia autoimune. Foram realizados 7 testes cutâneos em 4 pacientes sendo positivo em 2 com DRESS para carbamazepina. Nenhum teste cutâneo foi positivo em pacientes com SSJ/NET. O estudo genético identificou HLA-B*58:01 em dois pacientes, nos quais o alopurinol foi o desencadeador e HLA-A*31:01 positivo, em um paciente que usou carbamazepina.
CONCLUSAO: As reaçoes cutâneas graves a medicamentos sao raras. Neste levantamento, encontrou-se uma maior prevalência em relaçao à observada na literatura. Este número pode estar superestimado em funçao da busca ativa de pacientes pela farmacovigilância. O diagnóstico correto e precoce destas reaçoes possibilitou o manejo efetivo, com orientaçao e acompanhamento ambulatorial, verificando-se boa evoluçao na maioria dos casos. O estudo genético foi capaz de revelar o alelo relacionado à droga e doença e contribuir para que no futuro, se possa definir o perfil de nossa populaçao.

 


 

PO116 - Dessensibilizaçao ao Tenofovir: proposta de protocolo em reaçao de hipersensibilidade nao-imediata

 

Chayanne Andrade de Araujo; Luciana Kase Tanno; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun; Nadia de Melo Betti; Romero Jose Kopke Alexandre; Catarina de Faria Furlan

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever um caso clínico de reaçao de hipersensibilidade nao-imediata ao Tenofovir com dessensibilizaçao bem sucedida em paciente com vírus da Hepatite B.
MATERIAL E MÉTODOS: descriçao do caso clínico.
RESULTADOS: D.T.M., 69 anos, feminino, portadora de vírus da Hepatite B com diagnóstico e acompanhamento no Serviço de Moléstias Infecciosas do HSPE desde 1999. A paciente fez uso de Lamivudina e Adenovir por alguns anos, sem sucesso no controle de replicaçao viral. Iniciou tratamento com Tenofovir 150 mg/dia há quatro anos. Apresentou rash cutâneo pruriginoso em face e colo e fazia uso de anti-histamínicos que atenuavam os sintomas. Em maio de 2012, novo exame demonstrou insucesso no controle de replicaçao viral e foi dobrada a dose de Tenofovir para 300 mg/dia. Após um mês, a paciente apresentou rash cutâneo maculopapular pruriginoso e disseminado. Foi orientado pelo Serviço de Alergia e Imunologia a suspensao da droga e uso de corticoide e anti-histamínicos, com resoluçao do quadro cutâneo. Entre os meses de agosto e dezembro de 2012, houve nova tentativa de introduçao da droga, com reaparecimento das manifestaçoes. Devido à falha das outras opçoes terapêuticas, decidiu-se realizar dessensibilizaçao com Tenofovir. Em abril de 2013, foi feita dessensibilizaçao com o medicamento por 21 dias, com dose alvo de 200 mg/dia. A paciente evoluiu sem intercorrências, com monitorizaçao de funçao hepática e renal, e boa tolerância. Faz acompanhamento ambulatorial mensalmente desde entao, sem apresentar sintomas.
CONCLUSAO: Relatamos um raro caso de reaçao de hipersensibilidade nao imediata ao Tenofovir, comprovado por reexposiçao. Apresentamos a primeira proposta de protocolo de desenssibilizaçao para reaçao nao-imediata com este antiviral.

 


 

PO117 - Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) associada ao uso de tiabendazol

 

Maria Marta de Brito Ferreira da Costa; Anibal Guedes Neto; Mara Morelo Rocha Felix; Karla do Carmo Ferrao; Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Jaqueline Coser Vianna; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de NET após uso de tiabendazol, com boa resposta após infusao de Imunoglobulina Intravenosa (IGIV).
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso com revisao de literatura.
RESULTADOS: MCLB, fem, 5 anos, branca, natural de Sao Gonçalo/RJ, transferida para HFSE/RJ devido a erupçao cutânea grave, com lesoes maculopapulares e bolhosas em face, tronco, abdome, MMSS e regiao anterior de MMII. Apresentava hiperemia ocular, crostas periorais e lesoes em grandes/pequenos lábios e área perianal. Estava em regular estado geral, humor deprimido, eupneica e afebril, sem linfadenomegalia ou hepatoesplenomegalia. Sinal de Nikolski presente. História medicamentosa préviacomrelato de uso de tiabendazol por 3 dias, cerca de 20 dias antes do início do quadro. Após 4 dias, utilizou penicilina e metoclopramida, por odinofagia e febre. Usou cefalexina e dexclorfeniramina. Após 15 dias, recebeu tiabendazol novamente por 3 dias. Ao fim do esquema, surgiram as lesoes que culminaram com internaçao. Foi diagnosticado NET e iniciada hidrataçao venosa, corticoide, anti-histamínico, analgesia, sulfadiazina de prata, isolamento de contato e IGIV 1g/kg/dia. Parecer da Oftalmologia: hiperemia conjuntival e microbolhas em tarsos inferiores. Prescrito colírio de corticoide e lubrificante de córnea. Exames: Hto 38,7%, Hb 12,9, Plaq 283000, Leuco 6200 55% gran, 42% linf, PCR 2,9, U 17,1, Creat 0,2, Na 140, K 3,9, Alb 3,6, Glob 2,9, AST 38, ALT 25, FA 93, GGT 25. EAS/URC sem alteraçoes. Imunoglobulinas normais. IgM negativo para HSV. SCORTEN: 2 (risco de morte 12%). Recebeu IGIV por 3 dias consecutivos: evoluçao satisfatória, sem sequelas e sem necessidade de ATB.
CONCLUSAO: A NET e a Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) sao espectros clínicos da mesma doença, farmacodermia rara e grave. Forte associaçao ao uso de medicamentos, porém existem poucos relatos de casos apontando o tiabendazol como causa de SSJ/NET. A IGIV é descrita como uma terapia segura e eficaz em crianças e adultos com SSJ/NET.

 


 

PO118 - Interaçao medicamentosa fluticasona-ritonavir: relato de caso

 

Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Karla do Carmo Ferrao; Lilian Cabral; Alessandra Nunes; Denise Siqueira Lemos; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Alertar a Sd de Cushing com o uso de fluticasona (FLU) e ritonavir (RTV) concomitantes.
MÉTODOS: Relato de Sd de Cushing devido à interaçao FLU/RTV e revisao de literatura.
RESULTADOS: ACS, DN:07/07/06, fem, 7 anos, diagnóstico de AIDS e início de AZT, 3TC e nevirapina (NEV) desde 2010. Em 2011 evoluiu com crises de asma e deterioraçao pulmonar por diagnóstico tardio e falta de adesao à TARV. Obteve melhora parcial do quadro respiratório após introduçao inalatória de FLU/salmeterol em 01/13. TC de tórax com bronquiectasias. Retirado NEV e iniciados lopina/RTV e tenofovir em 06/13, após genotipagem e confirmado falha terapêutica. Mantidos AZT/3TC e terapia inalatória. Após 2 meses, apresentou ganho de 8Kg, face cushingoide, hirsutismo, acantose nigricans, obesidade centrípeta e hipertensao arterial leve. Substituídos FLU/salmeterol por beclometasona (BCL)/salbutamol inalatórios por hipótese de insuficiência adrenal pela terapia RTV/FLU. Confirmado diagnóstico devido aos níveis de cortisol (0,08 mcg/dL). Dosagens de T4 livre, TSH, insulina e bioquímica normais. TC de crânio e abdome normais. Afastada hipótese de tumor que justificasse o quadro clínico-laboratorial. Após 7 dias da troca inalatória, apresentou perda de peso e diminuiçao dos efeitos colaterais, com normalizaçao da pressao arterial.
CONCLUSAO: O RTV é potente inibidor do citocromo P450-3A4 (CYP3A4), aumentando os níveis de outros inibidores de protease em HIV+. A FLU é potente glicocorticoide, metabolizada pelo CYP3A4, causando mínimos efeitos colaterais. A administraçao dos dois fármacos ocasiona aumento sérico do corticoide, induzindo complicaçoes, como Sd de Cushing. Há indicaçao da troca da FLU pela BCL ou budesonida quando o RTV é insubstituível. A suspensao do corticoide inalatório será gradual, com monitorizaçao para possível crise Addisoniana. Há recuperaçao adrenal em 1 ano, mesmo sem reposiçao. A BCL e a budesonida devem ser a 1ª escolha, apesar de menor afinidade com receptores de glicocorticoides e meia-vidas curtas.

 


 

PO119 - Relato de caso: Síndrome de DRESS

 

Hévila Wanzeler Andrade; Vanessa Tavares Pereira; Patricia Tarifa Loureiro; Lúcia Maria Barbalho Guirau; Andrea Cohon; Erika Sundin Sansivieiro; Flavia Andrade Romanelli Venturim

Hospital Infantil Darcy Vargas, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar dois episódios de Síndrome de DRESS (Drug Reaction Eosinophilia Systemic Symptoms) em paciente pediátrico.
MÉTODO: Descriçao de caso clínico através da anamnese, exames: físico, laboratoriais e anatomopatológicos.
RESULTADO: BTL, 9 anos, sexo feminino, residente em Penápolis apresentou febre e odinofagia em 05/11/2010 sendo medicada com Sulfametoxazol + Trimetropim (SMT+TMT). Devido piora do estado geral, febre, exantema morbiliforme difuso e edema generalizado, substitui-se SMT+TMT por lincomicina. Em 22/11/10 desenvolveu icterícia e hepatoesplenomegalia, sendo internada com suspeita de farmacodermia. Suspendeu-se lincomicina e introduziu-se corticosteroide e anti-histamínico. Obteve alta após melhora clínica porém foi readmitida por vômitos, recidiva do exantema e febre 24h após. Reiniciado corticosteroide. Seis dias após evoluiu com insuficiência renal dialítica, sendo encaminhada ao Hospital Infantil Darcy Vargas e internada na UTI (ureia:175/creatinina:7.20), hemograma e complemento normais, FAN negativo, sorologias para hepatite e dengue negativas. Biopsias de pele: leve infiltrado inflamatório linfomononuclear perivascular superficial; renal: nefrite intersticial aguda. Diagnosticada Síndrome de DRESS. Teve alta com remissao total do quadro. Em 04/2013 após uso de dipirona por febre desenvolveu exantema, edema generalizado e hepatoesplenomegalia, sendo internada. Hemograma com leucocitose,TGO:299/TGP:298. Diagnosticou-se novo episódio de DRESS, com boa resoluçao após corticoterapia.
CONCLUSAO: A Síndrome de DRESS é desencadeada por medicamentos/infecçoes virais com acometimento multivisceral e alteraçoes hematológicas. Nos dois episódios diagnosticados nesta paciente, a história indicava infecçao e uso de medicaçoes, evoluindo com febre-exantema-nefrite pela primeira vez, e febre-exantema-alteraçoes hepáticas na segunda ocasiao. Chama atençao a recorrência de Síndrome de DRESS, o que é incomum na literatura.

 


 

PO120 - DRESS/AGEP: é possível overlap de casos?

 

Denise Lacerda Pedrazzi; Sonia Conte; Assunçao de Maria Castro; Anna Carolina Nogueira Arraes; Gabriela Andrade Coelho Dias; Maria Inês Perelló Lopes Ferreira; Eduardo Costa.

UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Apresentar o caso de uma paciente com critérios clínico-laboratoriais para duas reaçoes cutâneas, DRESS (Drug Rash with Eosinophilia and Systemic Symptoms) e AGEP (Acute Generalized Exanthematous Pustulosis), sugerindo overlap de síndromes.
MÉTODO: Relato de caso de paciente acompanhada no ambulatório de reaçoes medicamentosas identificada pela busca ativa de pacientes internados em um hospital universitário.
RESULTADO: LMS, 49 anos, internada em março de 2013 com critérios clínico-laboratoriais para provável DRESS, vinte dias após início de alopurinol. Iniciou corticoterapia com boa resposta. No 14º dia de internaçao surgiram lesoes sugestivas de herpes em regiao interglútea. O resultado da biópsia das lesoes revelou-se compatível com AGEP e farmacodermia. O estudo genético evidenciou a presença de HLA-B*58:01 complementando o estudo. Após trinta dias, apresentou nova lesao em terceiro quirodáctilo direito sugestiva de herpes. A sorologia realizada na oitava semana mostrou reativaçao do citomegalovírus com presença de IgM positiva. A lenta reduçao da corticoterapia foi concluída em três meses. A paciente encontra-se no momento em acompanhamento ambulatorial para rastrear possíveis complicaçoes tardias.
CONCLUSAO: Apesar da ambiguidade entre as reaçoes cutâneas graves (SCARs), casos confirmados de overlap sao raros. A paciente apresentou quadro clínico e evoluçao sugestivos de DRESS, porém biópsia de pele compatível com AGEP. O preenchimento de critérios diagnósticos de probabilidade ou definidos para duas SCARs caracteriza overlap de síndromes, de acordo com o escore de causalidade para drogas. O estudo do HLA com presença do alelo 58:01 está altamente relacionado com o uso de alopurinol e desenvolvimento destas reaçoes, corroborando com o diagnóstico.

 


 

PO121 - Alergia a meios de contraste iodados numa consulta de imunoalergologia

 

Maria de Fátima Cabral Duarte Moura Portugal; Ana Célia Costa; Pedro Morais Silva; Elisa Pedro; Manuel Pereira Barbosa

Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal

 

INTRODUÇAO: Os meios de contraste iodados (MCI) sao usados em diversos procedimentos radiológicos de diagnóstico e/ou tratamento. Os MCI sao causa crescente de reaçoes de hipersensibilidade imediata(RI, < 1h) e tardia (RT).
OBJECTIVO: Caraterizaçao de doentes (dtes) referenciados à consulta de Imunoalergologia com história de reaçao de hipersensibilidade a MCI.
MÉTODOS: Análise retrospetiva dos processos clínicos de dtes avaliados por testes cutâneos (TC) por picada (TCP), intradérmicos (ID) e epicutâneos (EC) com os MCI implicados e alternativos. Os resultados foram interpretados de acordo com as recomendaçoes da EAACI.
RESULTADOS: Estudaram-se 45 dtes (69% mulheres; média de idades: 53 anos[18-78]). O MCI implicado era conhecido em 25 dtes (56%): iodinaxol-17, iobitridol-5, outros-3. A via de administraçao mais utilizada foi a endovenosa em 33 dtes (73%). Vinte dtes (44%) tiveram exposiçao prévia a MCI, dos quais 7 tiveram reaçao prévia. Vinte e cinco doentes (56%) tinham fatores de risco para reaçao a MCI: cardiopatia-10, diabetes mellitus-10, insuficiência renal crónica-8, asma brônquica-5. Os TC foram realizados em média 39 meses [4 semanas-21 anos] após a reaçao. Vinte e seis dtes (58%) tiveram RT: manifestaçoes cutâneas (69%), manifestaçoes respiratórias (2%) e gastro-intestinais (7%). Dezenove doentes (42%) tiveram RI: grau I-9, grau II-5, grau III-5 da escala de Ring-Messner. Os TC foram positivos em 16 dtes (36%). Quatro dtes com RI (21%) tiveram TC positivos e 12 dtes com RT (46%) tiveram TC positivos. Os TCP foram negativos em todos. Onze dtes tiveram TC ID positivos e 7 TC EC positivos. Os MCI mais frequentemente positivos foram o iodinaxol-9, ioversol-5 e amidotrizoato de sódio-5.
CONCLUSOES: Ao contrário do que vem na literatura, observou-se um nº mais elevado de RT do que RI. Os TC foram positivos num nº reduzido de doentes, o que poderá estar relacionado com o tempo prolongado que distou da reaçao. Dtes com RI parecem ter baixa positividade nos TC em relaçao aos que têm RT.

 


 

PO122 - Sensibilizaçao a cocaína e anestésico do grupo amida existe?

 

Marisa Rosimeire Ribeiro; Roberta Almeida Castro; Marcelo Vivolo Aun; Laila Sabino Garro; Pedro Giavina-Bianchi; Jorge Kalil; Antonio Abilio Motta Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da

FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Reaçoes alérgicas verdadeiras a anestésicos locais sao muito raras e, quando ocorrem, envolvem principalmente o grupo éster. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um paciente com reaçao de hipersensibilidade a anestésico local do grupo amida, com sintomas anteriores com uso de cocaína.
MÉTODO: Foi feita anamnese do paciente, preenchemos o questionário baseado no European Network for Drug Allergy (ENDA) adaptado. Indicamos testes cutâneos de leitura imediata (TCI) para anestésicos locais e látex, além de teste de provocaçao caso os TCI fossem negativos.
RELATO DE CASO: Paciente do gênero masculino, 52 anos, relata espirros, dispneia, sensaçao de sufocamento e exantema com prurido generalizado após 2 minutos da infusao de lidocaína em procedimento dentário. Foi ao PS e recebeu anti-histamínico com melhora. Refere ainda uso de cocaína no ano anterior com espirros, prurido nasal e ocular intensos e dispneia, que o fizeram parar o uso da droga ilícita. Procedemos testes cutâneos de leitura imediata (TCI) para lidocaína com resultado positivo na primeira diluiçao do intradérmico. Nao havia história de reaçao a materiais contendo látex. O teste de punctura com luva de látex (prick to prick) foi negativo e a IgE específica sérica para látex era indetectável. Realizamos em outra ocasiao TCI para bupivacaína que foram negativos, seguidos de teste de provocaçao também negativo.
CONCLUSAO: O paciente poderia ter sido sensibilizado aos anestésicos locais do grupo éster (através do uso de cocaína), apesar da reaçao ter sido com o grupo amida? Na literatura, raramente há reaçao cruzada entre anestésicos dos grupos amida e éster e também entre os do grupo amida entre si.

 


 

PO123 - Experiência na avaliaçao dos pacientes com reaçoes adversas à fármacos (RAF): dados epidemiológicos e resultados dos testes de provocaçao no ambulatório de alergia a fármacos (AFAR) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto-USP

 

Janaina Michelle Lima Melo; Ullissis Padua de Menezes; Juliana Leticia Poli; Thais Carvalho Gave; Priscila Botelho Palhas; Karine Di Latella Boufleur; L Karla Arruda

Serviço de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicinia de Ribeirao Preto, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar dados epidemiológicos e resultados dos testes de provocaçao oral (TPO) em pacientes suspeitos de RAF no HC-FMRP-USP.
MÉTODOS: Estudo prospectivo de 121 pacientes com idades de 4 a 74 anos, atendidos no período de Outubro de 2010 a Agosto de 2013. Aplicado questionário, teste cutâneo e TPO adaptados as recomendaçoes do European Network for Drug Allergy (ENDA) com objetivo diagnóstico e determinaçao de fármacos alternativos.
RESULTADOS: Destes 121 pacientes: 69 (57%) tem história de reaçoes a antiinflamatórios nao esteroidais (AINEs), 38 (31,4%) à antibióticos, 12 (9,9%) aos anestésicos locais e 2 (1,6%) com anafilaxia operatória. Dos pacientes com RAF a AINEs 52/69 sexo feminino, antecedentes pessoais de alergia (APA) em 72%, história familiar de alergia (AFA) de 43% e 15% de história familiar de reaçoes a fármacos (RF). Os AINEs mais implicados foram Dipirona, Diclofenaco e Acido Acetil Salicílico. RAF a antibióticos: 23/38 sexo feminino, com APA em 57%, AFA em 40% e RF 14%, sendo os betalactâmicos responsáveis por 79% das reaçoes. Nos 12 pacientes com reaçoes à anestésicos locais, 11 sao do sexo feminino, APA 65%, AFA 35% e RF 15%. Nos 3 grupos as reaçoes mais frequentes foram cutâneas: AINES 90%, Antibióticos 84% e Anestésicos locais 58%. No grupo dos AINEs foram realizados 90 TPO sendo 19 (21%) positivos. No grupo dos antibiótico 32 testes foram realizados: apenas 1 TPO (3%) foi positivo e 2 testes cutâneos positivos. Todos os pacientes com reaçoes aos anestésicos locais apresentaram testes cutâneos negativos. Nao houve reaçoes graves a nenhum dos testes.
CONCLUSAO: Os AINEs foram os fármacos mais relacionados ás reaçoes adversas, com predomínio no sexo feminino e presença de antecedentes pessoais de alergia. O TPO mostrou ser um método eficaz e seguro na escolha de uma opçao terapêutica alternativa.

 


 

PO124 - Distúrbios do sono em crianças com rinite persistente

 

Anne Karoiline Silveira Moura; Silvia de Magalhaes Simoes; Mário Adriano dos Santos

Universidade Federal de Sergipe (Departamento de Medicina), Aracaju, SE, Brasil

 

OBJETIVOS: Estimar a frequência de distúrbios respiratórios do sono (DRS) e detalhamento de aspectos que prejudicam a de vida de crianças com rinite persistente.
MÉTODOS: Estudo desenvolvido no Ambulatório de Alergia do Hospital Universitário de Sergipe, da UFS. Durante a consulta ambulatorial, foram aplicados questionários sobre o quadro clínico da rinite no último mês e sobre a caracterizaçao dos DRS da criança. Dados sobre exames complementares foram obtidos do prontuário médico.
RESULTADOS: Foram avaliadas 40 crianças com idades de 4 a 12 anos, sendo 29 (72,5%) do sexo masculino, 26 (65%) atópicas e 30 (75%) usuárias de corticoide nasal. Vinte crianças foram submetidas a nasofibroscopia e 16 apresentaram hipertrofia de adenoide. Sintomas nasais no último mês foram referidos por 100% das crianças, sendo que 31 (77,5%) destas afirmaram obstruçao nasal. As queixas mais frequentes relacionadas a DRS foram: respirar de boca aberta (37,5%), ronco à noite (35%), dor de garganta (25%) e cefaleia (20%). Observou-se sonolência diurna em 17,5% e prejuízo escolar em 15% das crianças. A preocupaçao do cuidador com a respiraçao da criança foi referida em 55% dos casos. Queixas graves como parar de respirar, necessitar chacoalhar a criança ou relato de cianose ocorreram em 1 criança apenas.
CONCLUSAO: Os DRS acometem frequentemente as crianças portadoras de rinite persistente, comprometendo a qualidade de vida e ocasionando preocupaçao em seus cuidadores.

 


 

PO125 - Avaliaçao comparativa da acurácia dos testes cutâneos e da dosagem de IgE específica para ácaros em pacientes com rinite alérgica

 

Helen Cruz Rito; Norma de Paula Motta Rubini; Rafael Teixeira Figueredo Poleshuck; Albertina Varandas Capelo; Eliane Miranda da Silva; Fernando Samuel Sion; Carlos Alberto Morais-de-Sá

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: A investigaçao diagnóstica da sensibilizaçao aos ácaros de poeira é realizada através de dosagem de IgE específica e de testes cutâneos de hipersensibilidade imediata. O objetivo geral deste estudo foi avaliar comparativamente a acurácia diagnóstica dos testes cutâneos de hipersensibilidade imediata e da dosagem de IgE específica para Dermatophagoides pteronyssinus (Dp) e Blomia tropicalis. (Bt) em pacientes com rinite alérgica.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo, avaliando pacientes na faixa etária de 5 a 65 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico clínico de rinite alérgica. No grupo controle foram incluídos funcionários e alunos da instituiçao, na faixa etária de 18 a 65 anos, de ambos os sexos, sem histórico pregresso e atual de rinite alérgica, asma e dermatite atópica. A dosagem de IgE específica para Dp e Bt foi realizada através do ImmunoCAP e nos testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para Dp e Bt foram utilizados extratos do FDA Allergenic.
RESULTADOS: Foram avaliados 42 pacientes com rinite alérgica e incluídos 22 pacientes no grupo-controle. Observamos sensibilidade de 90% para TC de Dp e 66,7% para dosagem de IgE específica para Dp (p =0,0001); 84% para TC de Bt, e 61,9% para dosagem de IgE específica para Bt (p = 0,0004). A especificidade foi 91% para o TC de Dp e Bt e 86% para IgE específica para Dp e Bt (p > 0,05). O valor preditivo positivo (VPP) foi 95% para TC de Dp, 94% para TC de Bt e 90% para a dosagem de IgE específica tanto para Dp quanto para Bt (p > 0,05). O valor preditivo negativo (VPN) foi 83% para o TC de Dp e 58% para a dosagem de IgE específica para Dp (p = 0,0001) ; 77% para o TC de Bt e 54% para a dosagem de IgE específica para Bt (p = 0,001).
CONCLUSOES: Na populaçao avaliada, houve maior sensibilidade e melhor VPN dos TC para Dp e Bt, quando comparados à dosagem de IgE específica. Estes resultados reforçam o valor da utilizaçao dos testes cutâneos de hipersensibilidade imediata para ácaros na prática clínica

 


 

PO126 - Frequência de asma em pacientes portadores de rinite alérgica acompanhados em ambulatório especializado

 

Antônio Gonçalo Vasconcelos Neto; Fernanda Veruska de Souza Correia Lima; Geórgia Véras de Araújo; Ana Carla Melo; Fernando de Souza Leao; Emilses Fernandes de Carvalho Freire; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho

UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a frequência de asma em pacientes portadores de rinite alérgica atendidos em ambulatório especializado.
MÉTODO: Estudo transversal com revisao de prontuários dos pacientes portadores de rinite alérgica atendidos em ambulatório especializado. Foi verificada a classificaçao da rinite, a presença de história familiar de doenças alérgicas e a frequência de asma e dermatite atópica nestes pacientes. Também foi pesquisada atopia através do teste cutâneo de leitura imediata (teste de puntura) para ácaros (Dermatophagoides pteronyssinus, Dermatophagoides farinae e Blomia tropicalis), fungos (Alternaria alternata e Aspergillus fumigatus), epitélio de barata (mix de baratas), epitélios de cao, de gato e pena.
RESULTADOS: Dos 60 pacientes avaliados, 29 (53,3%) eram do gênero feminino e a mediana de idade foi de 8 anos (2-51 anos). A rinite alérgica foi classificada como persistente moderada-grave em 46,7% (28/60) dos pacientes, persistente leve em 43,3% (26/60), intermitente leve em 8,3% (5/60) e intermitente moderada-grave em 1,7% (1/60). A frequência de asma encontrada foi de 55% (33/60). Destes, 51,5% (17/33) estavam classificados como portadores de rinite persistente moderada-grave. A dermatite atópica foi observada em 6,7% (4/60) dos pacientes riníticos. Entre os 60 pacientes, 33 foram submetidos ao teste de puntura e destes, 76% (25/33) foram positivos a um aeroalérgeno pelo menos. A história familiar de doença alérgica foi observada em 65% (39/60), sendo a rinite e a asma as mais comuns.
CONCLUSAO: A associaçao de asma e rinite alérgica está bem estabelecida, contudo a frequência da asma em pacientes com rinite apresenta grande variaçao. Esta correlaçao tem implicaçoes clínicas importantes, uma vez que em muitos casos o tratamento simultâneo é necessário para o controle adequado dos sintomas. Neste estudo observou-se uma frequência aumentada de rinite persistente moderada-grave no subgrupo com asma associada.

 


 

PO127 - Perfil de sensibilizaçao a aeroalérgenos nos pacientes do ambulatório de alergia e imunologia do HUAP/UFF

 

Simone Pestana; Daniella Moore; Rossana Rabelo; Amanda Seba; Victor Carvalho; Diogo Murtinho; José Laerte Boechat

Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar o perfil de sensibilizaçao a aeroalérgenos e determinar a presença de atopia distribuída por doença e faixa etária, identificando pacientes com rinite cujos testes sejam negativos como material para pesquisa futura.
MÉTODO: Análise retrospectiva dos resultados dos testes cutâneos de leitura imediata por puntura realizados em pacientes com doenças alérgicas acompanhados no ambulatório de Alergia e Imunologia do HUAP/UFF de setembro de 2012 a agosto de 2013. Os dados foram compilados em planilha do Excel e analisados através de suas ferramentas estatísticas.
RESULTADOS: Foram analisados os testes de 113 pacientes, 80 deles (71%) na faixa etária entre 6 e 59 anos, com predomínio geral do sexo feminino (61%). A maior parte dos pacientes (81,4%) teve o diagnóstico de rinite, sendo 17,4% com associaçao a asma. A presença de atopia, definida como positividade a pelo menos 1 teste, foi determinada em 55,7% dos pacientes, sendo 50% dos pacientes com idade > 60 anos atópicos. Dos aeroalérgeno testados, Dermatophagoides pteronyssinus e farinae foram os mais prevalentes, sendo positivos em respectivamente 43,4 e 43,6 % dos pacientes testados, seguidos por Blomia tropicalis (34,5%). Atopia foi observada em 59,2 % dos pacientes com diagnóstico de rinite sem associaçao com asma, sendo mais prevalente entre 13 e 59 anos (34,2%). No grupo > 60 anos, 8 pacientes apresentaram rinite com atopia e 9 rinite sem atopia.
CONCLUSOES: A maior prevalência de atopia nos idosos avaliados, em comparaçao aos relatos da literatura, pode ter ocorrido em consequência de uma seleçao mais criteriosa dos idosos que deveriam ser submetidos ao teste, além do fato de tratar-se de um serviço de referência. Os pacientes com diagnóstico clínico de rinite alérgica e testes negativos serao encaminhados para avaliaçao do possível diagnóstico de rinite alérgica local.

 


 

PO128 - Rinite alérgica e qualidade de vida em jovens de Chapecó-SC

 

Leda das Neves Almeida Sandrin; Patrícia Luize Costa de Freitas; Tatiana Cuozzo Pozza

UNOCHAPECO, Chapeco, SC, Brasil

 

INTRODUÇAO: A rinite alérgica (RA) é uma doença inflamatória da mucosa nasal, com alta prevalência no Brasil. Mediada por hipersensibilidade tipo I, resulta em sintomas persistentes ou intermitentes que exercem efeito importante na qualidade de vida dos pacientes.
OBJETIVO: Determinar a prevalência e o impacto da RA na qualidade de vida dos acadêmicos da área da saúde da Unochapecó, analisar a relaçao entre medidas de controle ambiental e exacerbaçao dos sintomas e a prevalência de automedicaçao.
METODOLOGIA: Estudo quantitativo, descritivo e transversal realizado em abril de 2013 com 111 alunos dos cursos de farmácia, enfermagem, medicina e odontologia da Unochapecó. Foram aplicados três questionários, o International Study os Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) adaptado para adultos, o Medical Outcomes Study 36 Survey (SF- 36) e um último com questoes sobre higiene ambiental e automedicaçao.
RESULTADOS: A prevalência de RA foi 42,9% na populaçao estudada. A variaçao mensal dos sintomas apresentou padrao perene com exacerbaçao sazonal (março a maio e setembro a dezembro). As atividades diárias mostraram-se prejudicadas em 27,1%. O questionário SF-36 demonstrou significância (p < 0,005) na variável "aspectos físicos". 66,2% dos pacientes com RA realizavam limpeza doméstica. A automedicaçao foi praticada por 36,2% (n = 38).
CONCLUSAO: A prevalência de RA foi elevada assim como evidenciado em outros estudos, comprovou-se o impacto negativo da doença na qualidade de vida, a elevada prevalência de automedicaçao entre os estudantes, piora sazonal e relaçao positiva entre limpeza doméstica e exacerbaçao dos sintomas de RA.

 


 

PO129 - Urticária ao frio em lactente com teste do cubo de gelo negativo: relato de caso

 

Lincoln Santos Penetra; Letícia Oliveira Madeira; Renata Carneiro Cruz; Fábio Chigres Kuschnir

Ambulatório de Imunologia Clínica e Alergia na Infância - HUPE-UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de urticária ao frio (UF) em lactente.
MATERIAIS E MÉTODOS: Relato de caso.
RESULTADO: Lactente, 1 a 7 m, masculino, com relato materno de vários episódios de urticária generalizada desde os 11 meses de idade quando em ambiente refrigerado por períodos prolongados e após banhos em temperatura ambiente.Negava presença de outros sinais/sintomas associados. Após anamnese, excluíram-se outros casos familiares de UF. Realizado teste com cubo de gelo, que foi negativo após 15 e 30 minutos respectivamente. Optou-se pela realizaçao de banho de imersao a 17º C em banheira, em ambiente hospitalar. Após 10 minutos, observou-se inicialmente eritema em ambos os pés e em seguida pápulas urticariformes pruriginosas que difundiram-se pelo restante do corpo, sem evidência de acometimento de outro órgaos ou sistemas. Exames relacionados às causas secundárias de UF como sorologias para HIV, citomegalovírus, mononucleose infecciosa, hepatites, toxoplasmose, sífilis, e crioaglutininas foram negativos. Iniciada Desloratadina 2,5 mg/dia, e família foi orientada a evitar situaçoes de risco como imersao em piscina, cachoeira e/ou mar, além do uso de dispositivo intramuscular de adrenalina em caso de sintomas sugestivos de anafilaxia.
CONCLUSAO: Embora a UF seja descrita principalmente em adultos jovens, o paciente em questao ressalta a possibilidade da sua ocorrência em idade precoce. Muitas vezes, para seu diagnóstico, será necessário reproduzir as condiçoes em que os sintomas sao relatados. Em funçao da elevada frequência de reaçoes sistêmicas associadas deve-se sempre orientar o paciente e seus familiares acerca da prevençao da anafilaxia.

 


 

PO130 - Análise dos resultados de teste de contato (Patch Test) em pacientes com angioedema do serviço de alergia e imunologia do HSPE

 

Paula Nunes Guimaraes Sá Barreto; Chayanne Andrade de Araujo; Fatima Rodrigues Fernandes; Maria Claudia Pozzebon Tacco; Barbara Gonçalves da Silva; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun

Hospital do Servidor Público Estadual, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar os resultados de teste de contato (Patch Test) em pacientes com queixa principal de angioedema atendidos no Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo (HSPE).
MATERIAL E MÉTODO: Foram incluídos pacientes atendidos no ambulatório de Alergia e Imunologia do HSPE no período de janeiro a junho de 2013, com angioedema como queixa principal. Estes pacientes foram submetidos ao teste de contato (Patch Test) com baterias padrao e cosméticos.
RESULTADOS: Dos 35 pacientes presentes no estudo, 13 (37%) realizaram Patch Test. Destes, 7 (54%) apresentaram resultado alterado. As substâncias implicadas foram Níquel, Thimerosol, Cloreto de Cobalto, Colofônia, Neomicina e PPD Mix (em ordem decrescente). Apenas dois pacientes (15,2%) tiveram correlaçao e relevância clínica com o resultado do exame positivo para Níquel e Neomicina.
CONCLUSAO: Observou-se que, apesar da existência de pacientes sensibilizados a alérgenos de contato (54%), nao evidenciamos associaçao causal relevante entre história clínica e resultado deste exame.

 


 

PO131 - Sensibilizaçao alérgica IgE mediada em pacientes com queixa principal de Angiodema

 

Chayanne Andrade de Araujo; Paula Nunes Guimaraes Sá Barreto; Fatima Rodrigues Fernandes; Ligia Spagnol Ranalli; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun; Dayane Dolores Robles Brandini

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar a presença de sensibilizaçao alérgica IgE mediada como causa e/ou associaçao com angioedema em pacientes atendidos no Ambulatório de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo (HSPE).
MATERIAL E MÉTODO: Foram incluídos 35 pacientes atendidos no ambulatório de Alergia e Imunologia do HSPE no período de janeiro a junho de 2013, com quadro de angioedema a esclarecer, para os quais foram solicitados IgE total, IgE específica e teste cutâneo de puntura para aeroalérgenos. De acordo com a história clínica, foi realizada investigaçao adicional para alimentos, com IgE específica e teste cutâneo de puntura (prick test e prick to prick) direcionada pela anamnese.
RESULTADOS: Dos pacientes presentes no estudo, 23/35 (65%) realizaram IgE total e destes, 11/23 (47,8%) com valor elevado. 19/35 pacientes (54%) fizeram IgE específica, sendo 11/19 (57,8%) com valores positivos. 19/35 pacientes realizaram Teste Cutâneo de puntura e 12/19 (63%) mostraram positividade. Um paciente foi submetido a IgE específica e teste de puntura para camarao, com resultados confirmatórios em ambos. Um segundo paciente, realizou IgE específica (negativa), prick to prick e provocaçao oral positivo para gergelim.
CONCLUSAO: Conclui-se que nao existiu associaçao entre aeroalérgenos e angioedema como fator causal. Porém, dentre os pacientes com história clínica sugestiva de causa alimentar e que realizaram a investigaçao complementar, encontrou-se 100% de associaçao.

 


 

PO132 - Teste Urticária Física e Teste de Auto-Soro em pacientes com urticária

 

Ligia Spagnol Ranalli; Marcela Pereira Leite Sales; Lorena Wanderley Petry; Veridiana Aun Rufino Pereira; Maria Elisa Bertocco Andrade; Joao Ferreira de Mello; Wilson Tartuce Aun

Hospital Servidor Público Estadual, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a positividade do Teste de Urticária Física (TUF) e Teste do Auto-Soro (TAS) em pacientes com queixa de urticária crônica.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados pacientes com queixa de urticária crônica no Hospital do Servidor Público Estadual no período de janeiro até julho 2013. Os pacientes foram submetidos aos exames do protocolo do serviço, além de TUF e TAS. Como critério de inclusao os pacientes necessitavam apresentar diagnóstico de urticária com duraçao igual ou maior que 6 semanas. Os critérios de exclusao utilizados: pacientes que fizeram uso de drogas que possam alterar a resposta do sistema imune como anti-histamínicos e corticoides.
RESULTADOS: Analisamos 67 pacientes, dos quais 56 foram submetidos ao TUF e 35 ao TAS. Dos 35 pacientes submetidos ao TAS, tivemos positividade em 4 deles. Em relaçao ao TUF, dos 56 pacientes que realizaram o teste, 28 desses apresentaram resultado positivo, sendo 20 para dermografismo, 4 para frio, 4 para calor e 6 para colinérgica. Tivemos 2 pacientes com positividade p/ ambos os testes.
CONCLUSAO: Os pacientes com história clínica compatível com urticária ao frio, calor e colinérgica apresentaram TUF positivo para os mesmos. O TAS foi inconclusivo em relaçao aos outros exames do protocolo do serviço.

 


 

PO133 - Teste de soro autólogo como marcador de gravidade em Urticária Crônica

 

Eduardo Longen; Rosana Câmara Agondi; Jorge Kalil; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia - Hospital das Clínicas FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Avaliar a importância do teste de soro autólogo (TSA) como possível marcador de gravidade na urticária crônica (UC).
MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo de pacientes com UC em acompanhamento em hospital terciário, com tempo de doença > 1 ano, idade > 18 anos e em tratamento continuo. Os pacientes foram classificados conforme o tratamento em UC leve (usando apenas anti-histamínicos), UC moderada (Anti-histaminicos e montelucaste) e UC grave (medicaçoes anteriores mais hidroxicloroquina ou dapsona). Os pacientes foram submetidos ao TSA (conforme Consenso Europeu) e divididos em dois grupos: TSA positivos e negativos. Os critérios de gravidade foram baseados no tratamento, na presença de angioedema (AE) e de autoanticorpos: Fator Antinuclear (FAN), Fator Reumatoide (FR), Anti-Peroxidase (anti-TPO) e Anti-tireoglobulina (Anti-TG).
RESULTADOS: Foram incluídos 57 pacientes, sendo 86% do gênero feminino, com média de idade de 54 anos. O grupo com TAS positivo correspondeu a 28 pacientes (49,3%). Destes, 46% apresentavam quadro leve, 29% moderado e 25% grave. No grupo TAS negativo, 29 pacientes (50,7%) destes 52% apresentavam quadro leve, 34% moderado e 14% grave. Em relaçao ao AE, estava presente em 66% no grupo TAS negativo e em 54% do grupo TAS positivo. Pacientes com TAS positivo apresentaram média de idade de início de 43 anos, com presença de autoanticorpos em 81% dos pacientes, sendo o FAN e anti-TPO os mais expressivos, com 62% e 37% de positividade respectivamente. Pacientes com TAS negativos tiveram média de idade de início de 38 anos, autoanticorpos em 64% dos casos. Nestes últimos, o FAN esteve alterado em 45%, anti-TPO 27%. Em ambos os grupos o FR foi positivo em cerca de 10%.
CONCLUSOES: Pacientes com TAS positivo apresentaram início da UC mais tardio e com quadros mais graves. Nao observou-se maior prevalência de AE nestes pacientes. O TAS parece ser útil como marcador de gravidade em paciente com UC.

 


 

PO134 - Angioedema Hereditário com inibidor de C1 normal em homem: relato de caso

 

Manoela Crespo de Magalhaes; Roberta Almeida Castro; Marcelo Vivolo Aun; Fabricio Loffredo D'Ottaviano; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Angioedema hereditário (AEH) é classificado em AEH com níveis diminuídos ou normais do inibidor de C1 (C1INH). O AEH com C1INH normal, antigo AEH tipo III, é menos frequente do que os outros dois tipos (I e II). Parece estar associado a elevados níveis de estrogênio exógeno e/ou a mutaçoes do gene do fator XII da coagulaçao. Afeta principalmente pacientes do gênero feminino. Apresentamos o caso de um paciente do gênero masculino com AEHcom C1INH normal.
MÉTODO: Relato de caso de um homem com história clínica sugestiva de angioedema hereditário e níveis normais de C4 e C1INH.
RESULTADOS: Homem, 35 anos, teve início dos sintomas aos 15 anos de idade com episódios de edema nao pruriginoso principalmente em extremidades, associado a cólicas abdominais, sem urticária. Crises eram desencadeadas por pressao local e estresse emocional, precedidas por eritema marginatum e com frequência inicial de 3 a 4 vezes por ano. História familiar positiva (mae). Exames laboratoriais repetidos realizados em laboratório de referência evidenciaram valores normais de C4, C1q e C1INH, quantitativo e qualitativo (funcional). Iniciada a profilaxia de longo prazo com andrógeno atenuado (danazol), atingindo-se bom controle dos sintomas clínicos com a dose de 100 mg/dia.
CONCLUSAO: AEH com C1INH normal é o menos comum entre os tipos de angioedema hereditário e sua característica mais marcante se baseia na associaçao da doença com o gênero feminino e com a administraçao de estrógenos. No entanto, apesar de raro, nao se pode descartar a doença por se tratar de paciente do gênero masculino. O manejo é semelhante ao dos AEH tipos I e II; porém estudos sao necessários para elucidar a etiopatogenia da doença e assim encontrar opçoes terapêuticas mais específicas.

 


 

PO135 - Urticárias físicas & teste de provocaçao

 

Ana Carolina Donofrio Silva; Bruna da Gama Saliba; Nathalia Pessoa de Barros Simis; Eduardo Longen; Jorge Kalil; Rosana Camara Agondi; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar dois casos de urticária física (UF) submetidos a teste de provocaçao.
MÉTODO: Dados de prontuário e teste de provocaçao (Bicicleta ergométrica & Teste do Gelo).
RELATO DE CASO: Caso 1. Paciente do gênero masculino, 53 anos, relatava lesoes micropapulares que evoluíam para macropapulas em membros superiores e tronco aproximadamente 45 minutos após exercícios físicos, estas desapareciam após 1 hora do repouso. Nega angioedema e lesoes residuais. Caso 2: Paciente, gênero masculino, 25 anos, relatava micropápulas e angioedema após contato com frio e atividade física aproximadamente após 30 minutos de exercício físico. Referia melhora das lesoes ao sair do contato com ar frio ou temperaturas elevadas. Os pacientes nao apresentavam comorbidades. Os pacientes foram submetidos ao teste do exercício: foram verificados sinais vitais e saturaçao O2, antes e após o exercício; os pacientes foram colocados em bicicleta ergométrica por mais 15 minutos após o inicio da sudorese. Imediatamente após pausa da atividade física, ambos apresentaram prurido cutâneo e micropapulas eritemato pruriginosas em tronco e membros superiores com piora progressiva em 20 minutos. Ambos receberam anti-histamínicos e ficaram em observaçao por até 1 hora. No segundo caso, devido à história, paciente trabalhava em câmara frigorífica, foi realizado teste do cubo de gelo (paciente mantido em contato com cubo de gelo revestido por saco plástico por 10 minutos e feita leitura após 10, 15, 20 e 30 minutos), que foi negativo. Os testes de provocaçao foram realizados sem o uso de anti-histamínicos, cinco dias antes.
CONCLUSAO: Nos dois casos, os pacientes apresentavam história e testes de provocaçao compatíveis com urticária colinérgica. No caso 2, apesar do teste do gelo ser negativo, nao se afasta a possibilidade de urticária ao frio, o paciente referia sintomas com ar frio e nao contato com gelo, o ideal seria a provocaçao com ar frio em câmara frigorífica, sendo isto de difícil execuçao.

 


 

PO136 - Tratamento medicamentoso da Urticária Crônica em serviço especializado

 

Rita de Cássia de Souza Lopes; Rosana Camara Agondi; Priscila Feliciano Tureta; Jorge Kalil; Antonio Abilio Motta

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da FMUSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a diferença no uso de medicaçoes disponíveis no SUS nos diferentes tipos de urticária crônica (UC).
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de pacientes em acompanhamento por UC em hospital terciário. Foram incluídos pacientes com UC maiores de 18 anos e classificados em: UC autoimune (UCAI - com teste de autossoro positivo), UC física (UCF) e UC espontânea (UCE). Os pacientes foram medicados com: hidroxizine (HDXZ), loratadina (LRTD), ranitidina (RNTD), montelucaste, hidroxicloroquina, dapsona, ciclosporina, metotrexate (MTX) e prednisona (pred).
RESULTADOS: Foram incluídos 175 pacientes, com média de idade de 52 anos, 87% do gênero feminino. Em 70% dos pacientes havia o diagnóstico de UCE, em 9% de UCAI e 19% de UCF. Até 88% dos pacientes utilizavam anti-histamínicos de primeira e/ou de segunda geraçao, sendo o de segunda o mais utilizado. A RNTD, sempre associada ao anti-histamínico, foi mais utilizada na UCF (27%) quando comparada com os outros grupos, 20% na UCE e 13% na UCAI. Já o montelucaste foi menos utilizado na UCAI (3 vezes menos frequente do que nas outras UCs). A hidroxicloroquina foi mais utilizada na UCAI (13%) e a dapsona em 1% dos pacientes. A ciclosporina foi usada somente em pacientes com UCE, em 1% dos pacientes. O MTX foi somente prescrito na UCAI, em 6% dos pacientes. A prednisona estava sendo utilizada em 4% dos pacientes com UC (apenas UCE e UCF), sendo que estes pacientes eram cortico-dependentes previamente ao acompanhamento no serviço.
CONCLUSOES: 1) neste estudo houve maior prevalência de UC no gênero feminino; 2) em relaçao à UCAI, a hidroxicloroquina foi mais utilizada e o MTX apenas prescrito neste tipo de urticária; 3) a RNTD foi mais prescrita na UCF. 4) alguns pacientes chegavam ao ambulatório em uso de corticoide sem ter nunca utilizado anti-histamínicos para controle de sua urticária crônica. Os pacientes que estao em uso de corticoides atualmente todos sao cortico-dependentes.

 


 

PO137 - Urticária Crônica: perfil dos pacientes do Ambulatório Urticária Crônica e Angioedema HUPE-UERJ

 

Gabriela Andrade Coelho Dias; Fernanda Fragoso Guia; Barbara Felix Vasconcelos; Flavia Abrahao de Araujo; Anna Carolina Nogueira Arraes; Denise Lacerda Pedrazzi; Eduardo Costa

UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil clínico dos pacientes com urticária crônica (UC) acompanhados em um hospital universitário do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo dos pacientes com UC, acompanhados no período de março de 2011 a agosto de 2013. As seguintes variáveis foram analisadas: sexo, idade, tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico, diagnóstico etiológico, tipo de urticária física, reaçao a drogas, escore de gravidade, escore de qualidade de vida avaliado pelo Chronic Urticaria Quality of Life Questionnaire (CU-Q2oL) e medicaçoes utilizadas.
RESULTADOS: Foram avaliados 100 pacientes com UC, sendo 80 mulheres, com idade média de 46 anos. O tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico apresentou mediana de 18 meses. A avaliaçao do diagnóstico revelou 58 com urticária crônica espontânea idiopática (UCEI), 14 com urticária crônica autoimune (UCAI) e 28 com urticária física isolada (29 associada). Quanto as urticárias físicas, a mais prevalente foi o dermografismo (55), seguida pela urticária de pressao tardia, 5 casos. Os anti-inflamatórios nao hormonais (AINH) sao as medicaçoes mais relatadas como desencadeadoras de crises (21). O escore de gravidade (0-6) foi em média 1,47. Na primeira consulta apenas 24 pacientes apresentavam lesoes, desses 15 com escore 1, 5 com 2 e 4 com 3. O escore da avaliaçao da qualidade de vida (0-100) foi em média de 32,3. 63 pacientes obtiveram controle dos sintomas apenas com um medicamento e 30 necessitaram de associaçoes. O medicamento mais utilizado foi a cetirizina (50).
CONCLUSAO: A amostra analisada é constituida na sua maioria por mulheres com idade média de 46 anos, em concordância com a literatura. Cerca de metade dos casos foram diagnosticados como UCEI e foi encontrada baixa prevalência de UCAI. Enquanto outros trabalhos demonstraram uma prevalência maior (45%). Os escores de gravidade e qualidade de vida foram baixos, devido a heterogenicidade dos pacientes analisados.

 


 

PO138 - Evoluçao de portadores de Mastocitose Cutânea após o uso de anti-histamínicos

 

Ana Paula Kazue Beppu; Guilherme Pereira Guimaraes; Alicia Franco; Victor Prates Pimentel Lioi; Patricia Cristina Loureiro Dionigi; Maria da Conceiçao Santos de Menezes; Wilma Carvalho Neves Forte

ISCM-SP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é relatar 3 casos de portadores de mastocitose cutânea que apresentaram boa evoluçao após o uso de anti-histamínicos.
MÉTODO: Análise clínica e laboratorial.
RELATO DE CASO: 1º Relato: KDS, masculino, 16a, lesoes eritemato-acastanhadas pruriginosas por todo o corpo desde 6a, sinal de Darier positivo e biópsia com diagnóstico de mastocitose cutânea. Após uso de fexofenadina houve melhora das lesoes, seguida de desaparecimento. Exames: Hb 16,4; Leuco 6200; 46,6% N; 40,7% L; 3,7% E; plaquetas 198000; FA 328; GGT 43; TGO 56; TGP 42; Ur 23; Cr 0,7; US de abdome normal. Evoluiu bem, sem apresentar comprometimento de outros órgaos durante 11a de seguimento clínico-laboratorial. 2º Relato: TSP, feminino, 11a, com máculas acastanhadas indolores, pruriginosas em todo o corpo desde o nascimento; Darier positivo. Após uso diário de hidroxizine evoluiu com diminuiçao das lesoes. Exames: Hb 13,3; Leuco 5300; 37,1% N; 46,6% L; 9,7% E; 6,2% Mo; plaquetas 216000; FA 805; GGT 13; TGO 25; TGP 18; Cr 0,6; Ur 40; US de abdome normal. Nao apresentou comprometimento de outros órgaos após 7a de acompanhamento clínico-laboratorial. 3º Relato: EMA, feminino, 4a, lesoes eritemato-acastanhadas pruriginosas em todo o corpo desde 1m de vida. A biópsia de pele mostrou mastocitose. Após uso de hidroxizine evoluiu com melhora das lesoes. Exames: Hb 12,7; Leuco 9700, 43,3% N; 47,3% L; 7,8% Mo; 1,2 % E; 0,4% B; plaquetas 305000; FA 403; GGT 10; TGO 34; TGP 18; Ur 23; Cr 0,2; US de abdome e mielograma normais. Nao apresentou comprometimento sistêmico após 2a de acompanhamento clínico-laboratorial.
CONCLUSAO: Concluímos sobre a melhora do quadro cutâneo após o uso de anti-histamínicos nos três portadores de mastocitose cutânea. É possível que o uso contínuo de anti-histamínicos diminua a evoluçao da forma cutânea para sistêmica. A mastocitose cutânea é um diagnóstico diferencial de urticária crônica, necessário de ser feito para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

 


 

PO139 - Omalizumabe na Urticária Espontânea Crônica: relato de caso

 

Solange Oliveira Rodrigues Valle; Soloni Afra Pires Levy; Anna Beatriz Ramos Fadda; Elisabete Silva Blanc; Luiz Carlos Gondar Arcanjo; Augusto Tiaqui Abe; Alfeu Tavares França

Disciplina/Serviço de Imunologia do HUCFF/FM/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar o resultado do uso do Omalizumabe em uma paciente com Urticária Espontânea Crônica com Teste do Soro Autólogo Positivo do Programa de Urticária Crônica e Angioedema do Serviço de Imunologia do HUCFF-UFRJ.
MATERIAIS E MÉTODOS: Coleta de dados do prontuário médico do Serviço de Imunologia do HUCFF-RJ.
RESULTADOS: Feminina, 49 anos, há 6 anos com lesoes ponfosas, pruriginosas, disseminadas, ás vezes, acompanhada de angioedema e artralgia. Escore de Gravidade variava entre 4 e 6 em todas as consultas. Investigaçao laboratorial, incluindo marcadores sorológicos de autoimunidade e imunodeficiência, todos normais. IgE total de 284,66 UI/ml. Exame dermatopatológico compatível com vasculite aguda, leucocitoclásica (vasculite urticariforme). Teste do Soro Autólogo (TSA) positivo. Fez uso de corticosteroide oral, Ciclosporina, Cloroquina, Doxepina, Amitriptilina, Dapsona e anti-histamínicos em doses altas. Realizou três infusoes de Imunoglobulina Humana venosa, com piora da urticária, diarreia e dor abdominal. Diante da falta de resposta aos tratamentos convencionais e alternativos, em janeiro de 2013, optou-se pelo tratamento com Omalizumabe, após assinatura do TCLE, na dose de 300 mg SC. Resposta satisfatória nas primeiras 48h após infusao e sem relato de efeitos adversos. Retornou em consulta no mesmo mês, sem lesoes de urticária (Escore = 0) e reduçao progressiva das medicaçoes por conta própria.
DISCUSSAO: Embora os mecanismos nao estejam totalmente elucidados, o Omalizumabe, recombinante monoclonal humanizado, tem sido preconizado, com resultados promissores, no manejo de urticárias crônicas refratárias às terapias habituais e alternativas. No caso relatado, a paciente encontra-se em tratamento há 8 meses, com tolerância satisfatória, em uso mensal da medicaçao, mantendo-se assintomática, com escore de gravidade zero e TSA negativo.

 


 

PO140 - Perfil clínico-epidemiológico de portadores de angioedema hereditário atendidos em um hospital filantrópico de Vitória - Espírito Santo

 

Faradiba Sarquis Serpa; Therezinha Ribeiro Moyses; Fernanda Lugao Campinhos; Debora Martins Ferreira; Marina Moura Lopes Pereira

Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia, Vitória, ES, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar aspectos epidemiológicos, sociais e clínicos de pacientes atendidos no ambulatório de referência em angioedema hereditário do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, ES.
MÉTODO: Estudo observacional, descritivo, transversal, realizado através de questionário clínico-epidemiológico de 48 pacientes com diagnóstico confirmado de AEH, atendidos no período de abril de 2011 a agosto de 2013. A confirmaçao diagnóstica foi realizada por meio da dosagem de C4 e do inibidor de C1 (C1-INH) quantitativo e funcional.
RESULTADOS: Foram avaliados 48 pacientes de 7 famílias, 20(41,6%) do gênero masculino e 28(60,9%) feminino, as idades variaram de 4 a 86 anos (media: 31,7 anos). A média das idades do início dos sintomas foi de 9,91 anos enquanto a média das idades do diagnóstico foi de 25,4 anos. Quarenta e sete (97,9%) pacientes eram sintomáticos, sendo que 28(58,3%) já haviam apresentado edema de laringe. Sete (14,6%) já haviam necessitado de internaçao em UTI. Em relaçao ao diagnóstico, 40(83,3%) pacientes apresentaram AEH por deficiência do C1-INH. Tratamento de manutençao foi necessário para 30(62,5%) pacientes, sendo 25(52,1%) com Danazol, 4(8,3%) com ácido Tranexâmico, e 1(2,1%) com ambos. Para controlar as crises, 13 (28%) pacientes necessitaram usar icatibanto.
CONCLUSAO: O AEH é uma doença pouco conhecida pelos profissionais da área de saúde, pelos próprios pacientes e pela populaçao. Apresenta diagnóstico ainda tardio, grande repercussao na qualidade de vida e elevada morbimortalidade. A criaçao de serviços de referência pode proporcionar acesso ao diagnóstico e tratamento adequados.

 


 

PO141 - Avaliaçao da atividade apoptótica envolvendo a reposta imunológica em lesoes teciduais de pacientes hansênicos nas formas polares da doença

 

Rafael Silva de Araújo; Tinara Leila de Souza Aarao; Paulo Sérgio Cardoso Esteves; Jorge Rodrigues de Sousa; Denise da Silva Pinto; Hellen Thais Fuzii; Juarez Antonio Simoes Quaresma

Laboratório de Imunopatologia, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a imunomarcaçao da caspase 3 e do TNF-α em lesoes de pele de pacientes hansênicos pela técnica de imunohistoquímica e correlacionar a imunoexpressao dos marcadores nas formas polares da doença.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para a realizaçao do estudo, foram selecionados 49 pacientes atendidos no ambulatório de dermatologia do Núcleo de Medicina Tropical/UFPA e no Centro de Saúde Escola do Marco/UEPA.
RESULTADOS: Em relaçao à imunomarcaçao do TNF-α, pode-se observar que expressao da citocina inflamatória foi maior na forma tuberculoide da doença. Envolvendo o marcador apoptótico, a análise atribuída ao pólo de resistência e ao de suscetibilidade demonstrou que a participaçao da caspase efetora foi maior na forma lepromatosa da doença. Sobre a análise paramétrica envolvendo a correlaçao linear, observou-se uma associaçao positiva entre a caspase 3 e o TNF-α na forma tuberculoide da doença.
CONCLUSAO: Diante do exposto, o presente trabalho reforça que a participaçao da morte celular programada seja fundamental para o desenvolvimento da resposta contra o bacilo durante o curso progressivo da doença.

 


 

PO142 - Imunoexpressao da caspase 3 e da IL-4 em lesoes de pele de pacientes com hanseníase nas formas polares da doença

 

Rafael Silva de Araújo; Tinara Leila de Souza Aarao; Paulo Sérgio Cardoso Esteves; Jorge Rodrigues de Sousa; Denise da Silva Pinto; Hellen Thais Fuzii; Juarez Antonio Simoes Quaresma

Laboratório de Imunopatologia, Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Investigar a imunomarcaçao da caspase 3 e da IL-4 nas formas polares da doença pela técnica de imunohistoquímica.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para a realizaçao do estudo, foram selecionados 49 pacientes distribuídos segundo a classificaçao de Ridley e Jopling. Para a imunomarcaçao do tecido com os anticorpos anti-caspase 3 e anti-IL-4 foi utilizado o método imunohistoquímico baseado na formaçao do complexo Estrepitavidina-Biotina-Peroxidase.
RESULTADOS: Envolvendo a análise quantitativa da caspase 3, houve um aumento da expressao da enzima na forma lepromatosa da doença. Referente à imunomarcaçao da IL-4 foi observado um aumento quantitativo da proteína na forma lepromatosa da doença. Na análise paramétrica, observou-se uma correlaçao positiva forte entre a caspase 3 e a IL-4 na forma tuberculoide da doença.
CONCLUSAO: Neste contexto, o presente estudo reforça que a apoptose via condicionamento e ativaçao de determinados domínios celulares seja fundamental para o desenvolvimento de mecanismos que interfiram na sobrevida do bacilo perante a dinâmica espectral da doença, ao passo que na dicotomia dos mecanismos fisiopatológicos, o bacilo consiga modular o perfil de resposta que interfere na manutençao e persistência da infecçao.

 


 

PO143 - Quantificaçao da resposta imunológica periférica envolvendo expressao gênica do IFN-GAMA e IL-4 em pacientes com Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH)

 

Wesley Alexsandro Monteiro Lopes; George Alberto da Silva Dias; Jorge Rodrigues de Sousa; Cezar Augusto Muniz Caldas; Juarez Antonio Simoes Quaresma; Rita Medeiros; Hellen Thais Fuzii

Laboratório de Imunopatologia, Núcleo de Medicina Tropical (NMT), Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a expressao gênica do IFN-y e IL-4 em pacientes com PET/MAH.
MÉTODOS: Foram selecionados 28 pacientes que faziam acompanhamento clínico no ambulatório de atendimento do NMT/UFPA, sendo 8 com PET/MAH e 20 portadores do vírus de forma assintomática. Para quantificaçao relativa da expressao gênica das citocinas IFN-y e IL-4 foi utilizada a PCR em tempo real. A análise estatística foi realizada através dos softwares BioEstat 5.0 e GraphPad Prism 5.0, utilizando o teste de Mann-Whitney e de Correlaçao de Pearson. O estudo foi transversal analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do NMT/UFPA.
RESULTADOS: Em indivíduos com PET/MAH houve aumento da expressao de IFN-y quando comparado a IL-4 (p = 0,0011), com predomínio do perfil Th1. Nos indivíduos assintomáticos houve maior expressao gênica de IFN-y quando comparado a IL-4 (p < 0,0001). Apesar de nao apresentar significância estatística, pode-se verificar maior tendência de produçao de citocinas por parte dos pacientes com PET/MAH quando comparado aos assintomáticos, principalmente de IFN-y (p = 0,071). Os pacientes com PET/MAH apresentaram correlaçao negativa entre a expressao de IFN-y e IL-4 (r = -0,3752). Nos pacientes assintomáticos, mesmo sem significância estatística, houve correlaçao positiva para expressao de IFN-y e IL-4 (r = 0,3719).
CONCLUSOES: Os dados demonstram que há predomínio do perfil Th1 em indivíduos com PET/MAH e a expressao de IFN-y é importante para o desenvolvimento da doença.

 


 

PO144 - Participaçao da IL-10 no desenvolvimento da Paraparesia Espástica Tropical/Mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH)

 

Wesley Alexsandro Monteiro Lopes; George Alberto da Silva Dias; Jorge Rodrigues de Sousa; Cezar Augusto Muniz Caldas; Juarez Antonio Simoes Quaresma; Rita Medeiros; Hellen Thais Fuzii

Laboratório de Imunopatologia, Núcleo de Medicina Tropical (NMT), Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Investigar a expressao gênica da IL-10 em pacientes com PET/MAH.
MÉTODOS: Foram selecionados 28 pacientes que faziam acompanhamento clínico no ambulatório de atendimento do NMT/UFPA, sendo 8 com PET/MAH e 20 portadores do vírus de forma assintomática. Para quantificaçao relativa da expressao gênica das citocinas IFN-y e IL-10 foi utilizada a PCR em tempo real. A análise estatística foi realizada através dos softwares BioEstat 5.0 e GraphPad Prism 5.0, utilizando o teste de Mann-Whitney e de Correlaçao de Pearson. O estudo foi transversal analítico, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do NMT/UFPA.
RESULTADOS: Houve maior expressao gênica de IFN-y quando comparado a IL-10 (p = 0,0002) em indivíduos com PET/MAH. Houve maior expressao gênica de IFN -y quando comparado a IL-10 (p < 0,0001) em indivíduos assintomáticos. Quando comparado a expressao de IL-10, os pacientes com PET/MAH tenderam a uma discreta diminuiçao de expressao em relaçao aos pacientes assintomáticos, porém sem significância estatística. A correlaçao da expressao gênica de IFN-y e IL-10 em indivíduos com PET/MAH foi ínfima (r=0,1101). Nos indivíduos assintomáticos a correlaçao entre IFN-y e IL-10 foi de r=0,1892.
CONCLUSOES: O presente trabalho mostra certa tendência de diminuiçao da expressao de IL-10 em pacientes com PET/MAH. Mostrando diminuiçao do controle da resposta inflamatória, influenciando no desenvolvimento do quadro de PET/MAH.

 


 

PO145 - Imunoexpressao de interleucina 2 (IL-2) na pele psoriática

 

Beatriz Santos Botelho1; Adriana Christie Lacerda Simoes2; Denise da Silva Pinto2; Tinara Leila de Souza Aarao2; Kelly Emi Hirai2; Hellen Thais Fuzii2; Juarez Antonio Simoes Quaresma2

1. UEPA, Belém, PA, Brasil
2. Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar por imuno-histoquímica a expressao de IL-2 em lesoes de pele de pacientes portadores de psoríase.
METODOLOGIA: Foram analisadas 20 amostras de pele, coletadas por meio de biópsia, de pacientes provenientes da regiao metropolitana de Belém e cidades do interior do Pará, atendidos em consultório particular com diagnóstico confirmado de psoríase. Essas amostras foram processadas e incluídas em blocos de parafina, para a posterior realizaçao dos cortes histológicos, após estas etapas,as amostras foram submetidas a técnica de imuno-histoquímica, utilizando-se anticorpo monoclonal anti-IL-2.
RESULTADOS: Os pacientes psoriáticos apresentaram três formas clínicas da psoríase, a forma vulgar estacionária ou em placas (13 pacientes), a acral (4 pacientes) e a vulgar disseminada (3 pacientes). Dos 20 pacientes com psoríase, 70% (14 pacientes) apresentaram imunomarcaçao leve, 10% (2 pacientes) exibiram uma moderada marcaçao e 20% (4 pacientes) nao expressaram a referida interleucina. Avaliando-se a forma clínica da doença com a presença da citocina, pode-se observar que ela estava presente na maioria das lesoes estudadas, entre os pacientes com lesoes vulgar em placas 84,6% expressavam IL-2, todos os pacientes vulgar disseminado e 50% dos pacientes com psoríase acral apresentaram imunomarcaçao.
CONCLUSAO: Diante do exposto, os dados sugerem que a participaçao da IL-2 seja fundamental para o desenvolvimento de mecanismos que induzam a ativaçao da resposta Th1 durante o curso progressivo da doença.

 


 

PO146 - Presença de interferon gama (INF-γ) em lesoes de pele de pacientes com psoríase

 

Beatriz Santos Botelho1; Adriana Christie Lacerda Simoes2; Denise da Silva Pinto2; Tinara Leila de Souza Aarao2; Kelly Emi Hirai2; Hellen Thais Fuzii2; Juarez Antonio Simoes Quaresma2

1. UEPA, Belém, PA, Brasil
2. Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar a imunomarcaçao de IFN-γ em fragmentos de pele psoriática.
METODOLOGIA: Selecionou-se vinte amostras de lesoes de pele de indivíduos com psoríase, provenientes da regiao metropolitana de Belém e cidades do interior do Pará. As amostras coletadas por meio de biópsia foram submetidas ao processamento, a inclusao em blocos de parafina e ao corte histológico para a posterior realizaçao da técnica de imuno-histoquímica com anticorpo monoclonal anti-IFN-γ.
RESULTADOS: Foi observada a presença de marcaçao tecidual para IFN-γ em 16 das amostras, destas 62,5% apresentavam a forma clínica vulgar em placas, 18,75% a forma vulgar disseminada e 18,75% a forma acral.
CONCLUSAO: A participaçao do IFN-γ como uma potente citocina proinflamatória, pode interferir no desenvolvimento da resposta imune celular durante o curso evolutivo da doença.

 


 

PO147 - O paciente idoso com queixa dermatológica: a experiência da Clínica de Alergia da Policlínica Geral-RJ (PGRJ)

 

Nathalia Delcourt; Fábio Chigres Kuschnir; Sophia Novaes Lopes; Alfredo Alves Neto; José Luiz Rios; Joao Bosco Magalhaes Rios

Policlínica Geral do Rio de Janeiro - Faculdade de Medicina de Petrópolis, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes idosos com queixas dermatológicas (QD) que procuraram serviço especializado em alergia.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo transversal com pacientes > 60 anos assistidos na clínica de alergia da PGRJ. Utilizou-se como instrumento de coleta ficha estruturada com perguntas fechadas preenchida por um médico na ocasiao da 1ª consulta. Além de dados sócio-demográficos,constaram:diag nóstico médico, doenças nao alérgicas concomitantes (DNAC) e utilizaçao de medicaçoes nao alérgicas concomitantes (MNAC).
RESULTADOS: Entre março de 2010 e setembro de 2011, avaliou-se 604 pacientes na faixa etária do estudo, dos quais 172 (28,4%) tinham QD. A média de idade foi de 70,4 anos (± 9,6) e 113 (65,7%) do sexo feminino. Os diagnósticos médicos mais frequentes foram: pruridermia (21,5%), urticária (18%), dermatite de contato (15,1%) e farmacodermias (8,1%). Em 32% daqueles com urticária ocorreu angioedema associado, e esta última condiçao apresentou-se isoladamente em cerca de 10% dos participantes. Do total, 72,1% apresentavam DNAC, sendo as mais comuns a hipertensao arterial (25,5%),cardiopatias (11%) e endocrinopatias (10%). As MNAC mais utilizadas foram: AAS/AINES (17,4%),inibidores da ECA (11,6%), beta bloqueadores (10,5%), e diuréticos (8,1%). Cerca de 29,7% utilizavam pelo menos 02 medicaçoes.
CONCLUSAO: Entre pacientes idosos com queixas dermatológicas, os principais diagnósticos médicos foram a pruridermia, a urticária, associada ou nao ao angioedema, e a dermatite de contato. Características próprias da pele ligadas a senectude, como a xerodermia, e o grande número de doenças concomitantes e medicamentos habitualmente utilizados para estas condiçoes devem ser sempre avaliadas antes de estabelecermos a etiologia e terapêutica das dermatoses alérgicas nesta faixa etária.

 


 

PO148 - Psoríase pustulosa-símile palmo-plantar após uso de infliximab

 

Dayane Dolores Robles Brandini; Catarina de Faria Furlan; Marilise Guedes Candido Marculino; Maria Elisa Bertocco Andrade; Mario Cezar Pires; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de psoríase pustulosa-símile palmo-plantar pós uso de Infliximab.
MÉTODOS: Caso clínico e revisao.
RESULTADOS: OJS, masculino, 41 anos, com retocolite ulcerativa há 8 anos. Faz uso de sulfassalazina e ácido fólico há 8 anos e infliximab 300 mg de 2/2 meses há 3 anos. Há 1 ano aumentou a dose de sulfassalazina de 2 g/dia para 4 g/dia. Em 03/2013 procurou o Serviço de Alergia e Imunologia com lesoes eritêmato-descamativas pruriginosas na regiao palmo-plantar há um ano, inicialmente intermitente e há 4 meses contínuo. Ao exame físico, placas eritêmato-descamativas em regiao palmar direita e placas inflltrativas com pústulas em regiao plantar bilateralmente. Teste de contato e micológico direto negativos. Anátomo patológico de mao direita: dermatite espongiótica psoriasiforme com paraceratose, infiltrado neutrofílico e infiltrado linfocitário perivascular. Tratado com calcipotriol-betametasona e betametasona-ácido salicílico com melhora parcial.
CONCLUSAO: A psoríase é doença inflamatória crônica comum, caracterizada pela hiperproliferaçao e diferenciaçao anormal dos ceratinócitos, imunologicamente mediada que acomete cerca de 3% da populaçao mundial. O TNFα parece estar envolvido na patogênese da psoríase, assim, drogas que atuam na sua inibiçao vêm sendo usadas para o tratamento dessa doença. Paradoxalmente alguns casos de lesoes semelhantes de psoríase sao induzidos por agentes anti-TNFα. O mecanismo exato deste efeito paradoxal é desconhecido. Estudos sugerem que menos de 1% dos pacientes tratados com medicaçoes anti-TNFα num período de 10 meses desenvolveram psoríase-símile, já outro estudo recente evidencia que 10% dos pacientes com doenças reumatológicas em uso de anti-TNFα o desenvolvem em 2 anos.

 


 

PO149 - Sífilis: importante diagnóstico diferencial de exantema maculopapular

 

Dayane Dolores Robles Brandini; Catarina de Faria Furlan; Erica Benedetti Sbrissa; Lorena Wanderley Petry; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo - FMO, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de diagnóstico diferencial de exantema maculopapular.
MATERIAL E MÉTODOS: Descriçao de caso clínico e seguimento prospectivo.
RESULTADOS: RF, 57 anos, professora, hipertensa, diabética e portadora de cirrose hepática (hepatite C) em uso de losartana, metformina, insulina e ácido acetil salicílico (AAS). Há 4 meses, apresentava alopécia, lesoes em regiao genital, hiperemia ocular e lesoes pápulo-eritematosas, nao pruriginosas, no tronco e membros superiores. No período, foi avaliada por vários profissionais, sendo medicada apenas com anti-histamínicos, com persistência do quadro. Em julho de 2013, procurou o serviço de Alergia e Imunologia do HSPE. Ao exame físico, apresentava lesoes maculopapulares eritematosas no tronco, MMSS e regiao cervical. Fez uso de anti-histamínicos e suspendeu-se o AAS, sem melhora. Hemograma e funçao hepática normais, IgE 14,6, pesquisa de crioglobulina: ausente, crio-aglutinina: positivo 1/8, HTLV I/II e anti HIV I/II: nao reagentes, FTA-Abs reagente, VDRL: reagente 1/1024, CMV e EBV: IgG reagentes. Feito o diagnóstico de sífilis secundária, tratada com penicilina benzatina e encaminhada à Dermatologia, evoluindo com melhora das lesoes.
CONCLUSAO: Em casos de exantema maculopapular, queixa frequente na prática clínica do alergista, é importante considerar sífilis adquirida como diagnóstico diferencial, uma vez que a forma secundária deve ser diferenciada de farmacodermias, doenças exantemáticas nao vesiculosas, hanseníase e colagenoses. Trata-se de uma doença infecto-contagiosa, transmitida pelo contato sexual. Sua incidência vem aumentando no Brasil, logo todos os profissionais da área da saúde devem estar atentos às suas manifestaçoes. O diagnóstico é feito através de sorologias, exames simples, acessíveis, de baixo custo e, se realizado precocemente, o tratamento adequado pode ser instituído diminuindo suas complicaçoes (ósseas, neurológicas, cardiovasculares) e morbimortalidade.

 


 

PO150 - Dermatite de contato por metais: sensibilizaçao ao sulfato de níquel

 

Nadia de Melo Betti; Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Larissa Lira Secchis Fernandes; Marcela Pereira Leite Sales; Maria Elisa Bertocco Andrade; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

IAMSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Caracterizar o grupo de pacientes sensibilizados ao sulfato de níquel com suspeita clínica de dermatite de contato alérgica na populaçao estudada e comparar com dados obtidos entre os subgrupos de adultos (19 a 59 anos) e idosos (> 60 anos).
MÉTODO: Estudo transversal descritivo realizado em pacientes com idade maior ou igual a 19 anos, que procuraram atendimento entre maio de 2012 e junho de 2013 no Serviço de Alergia e Imunologia do HSPE/SP - FMO. Utilizou-se para realizaçao do teste de contato a bateria padrao composta de 30 substâncias padronizadas pela GBEDC. Os testes foram aplicados com contensores FINN Chambers e os critérios adotados para leitura foram os preconizados pelo International Contact Dermatitis Research Group.
RESULTADOS: Realizamos teste de contato em 211 pacientes, destes 65 (30,8%) apresentaram sensibilizaçao ao sulfato de níquel, sendo 49 adultos (35,3%) e 16 idosos (22,2%) com p = 0,052. O gênero feminino predominou nos dois subgrupos, com cerca de 95% em ambos. A localizaçao mais frequente da lesao cutânea entre idosos foi os membros superiores (57,3%) seguido da regiao cervical (31,3%). Nos adultos foi a face (32,7%) seguido dos membros superiores (30,6%).
CONCLUSAO: A sensibilizaçao ao sulfato de níquel foi de 30,8%. Nao houve significância estatística entre os grupos, porém com tendência a ser mais frequente entre os adultos comparados aos idosos. É o principal metal e substância sensibilizante presente na bateria padrao do teste de contato, estando em concordância com a literatura atual. A parte superior do corpo, como membros superiores, regiao cervical e face foram os lugares mais acometidos.

 


 

PO151 - O Imunologista no diagnóstico das vasculites: edema hemorrágico da infância

 

Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Maria Marta de Brito Ferreira da Costa; Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Karla do Carmo Ferrao; Aniela Bonorino Xexeo Castelo Branco; Mara Morelo Rocha Felix; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Esclarecer o caráter benigno do edema hemorrágico da infância (EHI).
MÉTODOS: Análise de prontuário e revisao de literatura médica.
RESULTADOS: D.H.J.S., nascido em 11/05/11, 15 meses, sexo masculino, iniciou quadro com artralgia e edema em tornozelo esquerdo uma semana após resfriado. Evoluiu com lesoes purpúricas palpáveis, anulares, largas, em alvo, principalmente em membros inferiores e superiores, acometendo regiao malar e orelhas, seguidos de epistaxe e de dacriohemorragia. Exames revelaram discreta anemia, plaquetometria e coagulograma normais, EAS normal. As lesoes regrediram parcialmente, tornando-se impalpáveis, com manchas residuais de tom violáceo, após 8 dias. O paciente permaneceu em bom estado geral. Alta no 9º dia de internaçao hospitalar, sem comprometimento de outros órgaos.
CONCLUSAO: O EHI é uma vasculite leucocitoclástica de pequenos vasos incomum, acometendo crianças de baixa idade. É caracterizado por quadro dermatológico exuberante, com lesoes purpúricas e edema, principalmente em extremidades, após infecçao respiratória recente. Os lactentes evoluem com bom estado geral, o envolvimento de outros órgaos é raro, embora as lesoes cutâneas sejam intensas. A recuperaçao é espontânea de 7 a 21 dias, sem sequelas. Para alguns autores, a diferença entre EHI e púrpura de Henoch-Schonlein (PHS) é baseada na faixa etária acometida e na menor gravidade dos sintomas, poupando as articulaçoes, o trato gastrintestinal e os rins, na maioria dos pacientes.O reconhecimento do caráter benigno do EHI se demonstra através da evoluçao clínica satisfatória que supera a apresentaçao dermatológica. O sistema imunológico imaturo seria um dos fatores responsáveis pela progressao mais branda da doença em relaçao a PHS?

 


 

PO152 - Prevalência da positividade aos testes cutâneos de leitura tardia (patch test) em Ambulatório de Alergia e Imunologia Dermatológica

 

Cláudia Soïdo Falcao do Amaral; Maria Luiza Oliva Alonso; Betina Stefanello de Oliveira; Suzana Altenburg Odebrecht; Maria Inês Perelló Lopes Ferreira; Kleiser Aparecida Pereira Mendes; Elizabeth Jorge da Silva

Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro - Instituto Prof. Azulay, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Determinar a prevalência da positividade aos diferentes grupos de substâncias testadas a partir das baterias de contato padrao e de cosméticos em Ambulatório especializado.
MÉTODOS: Análise retrospectiva dos resultados dos testes de contato de 669 pacientes referidos ao Setor de Alergia e Imunologia Dermatológica, com suspeita clínica de dermatite de contato nos últimos 48 meses. Em todos foram utilizadas bateria padrao (30 substâncias) e bateria de cosméticos (10 substâncias). A colocaçao, as duas leituras e a graduaçao das respostas positivas, foram realizadas de acordo com as normas preconizadas pelo Grupo Brasileiro de Estudos em Dermatite de Contato.
RESULTADOS: Dos 669 pacientes testados, 484 (72,3%) eram do sexo feminino. Houve positividade para pelo menos uma das substâncias em 412 (61,6%) pacientes e o percentual para cada grupo da bateria padrao foi o seguinte: antraquinona - 0,1%, bálsamo do perú - 2,6%, PPD mix - 3,4%, hidroquinona - 1,1%, bicromato de potássio - 10,4%, propilenoglicol - 0,7%, butilfenol para-terciário -0,4%, neomicina - 4,4%, irgasan - 0,7%, Kathon CG - 5,5%, cloreto de cobalto - 7,1%, lanolina - 1%, tiuram mix - 2%, etilenodiamina - 1,9%, perfume mix - 4,7%, mercapto mix - 0,7%, benzocaína - 1%, quatérnio 15 - 0,5%, quinolina mix - 4,0%, nitrofurazona - 2,5%, paraben mix - 4,1%, resina-epóxi - 0,8%, timerosal - 13,6%, terebintina - 0,8%, carba mix - 3,7%, prometazina - 3,2%, sulfato de níquel - 27,2%, colofônio - 2,9%, parafenilenodiamina - 5,8% e formaldeído - 3,4%. Na bateria de cosméticos foi: BHT (butil hidroxi-tolueno) - 0,1%, resina tonsilamida/formaldeído - 7,6%, trietanolamina - 0,1%, bronopol - 4%, cloracetamida - 0,1%, amerchol 101 - 0,2% e clorhexidine - 0,1%.
CONCLUSAO: Observou-se predomínio para sulfato de níquel, timerosal, bicromato de potássio, cloreto de cobalto e resina tonsilamida/formaldeído ratificando a importância destes grupos de sensibilizantes nos casos de dermatite de contato alérgica.

 


 

PO153 - Posse de animais de estimaçao, conhecimentos e cuidados entre pacientes imunocomprometidos

 

Sandra Regina Leite Rosa Olbrich; Jaime Olbrich Neto; Ivan Leite Rosa Mori; Natalia Leite Rosa Mori

UNESP, Botucatu, SP, Brasil

 

INTRODUÇAO: A presença de animais de estimaçao nas famílias é antiga e está associada a benefícios e melhoria na qualidade de vida. A opçao por determinadas espécies considera a possibilidade de maior interaçao, histórico familiar de posse da espécie e modismos. As imagens de interaçao que sugerem a humanizaçao de sentimentos pelo animal, emocionam e estimulam a posse, sem informar riscos de zoonoses. Este risco é maior para as pessoas com imunodeficiências primarias e secundarias.
OBJETIVOS: Identificar a posse de animais entre os paciente com imunodeficiências, primárias ou secundárias, quanto à espécie, número de cuidados dispensados a eles, como forma de elaborar um guia com os cuidados necessários.
MÉTODOS: Entrevistar crianças com imunodeficiência, ou seus responsáveis, sobre a posse de animais, número e espécies, cuidados dispensados e orientaçoes recebidas. O estudo recebeu parecer favorável do comitê de ética em pesquisa da FMB- UNESP.
RESULTADOS: Foram entrevistadas 54 crianças (e seus familiares), com diagnóstico de AIDS, câncer ou imuodeficiência primária. A maioria (96,2%) possuía animal de estimaçao - gatos e, ou cachorros, porém foram citados: cavalos, papagaio, passarinhos, carneiros, galinhas, coelhos e hamster, pato; 7,6% tinham acompanhamento de veterinário. Nenhum deles tinha recebido informaçoes específicas sobre como cuidar dos animais após o diagnóstico, e foram orientados a nao ter contato com animais, 15,3% foram aconselhados a se desfazerem dos mesmos.
CONCLUSAO: os pacientes com imunodeficiência precisam receber orientaçao sobre zoonoses.

 


 

PO154 - Uso de ferramentas de comunicaçao digitais para melhorar o entendimento de pacientes leigos sobre alergia

 

Gustavo Silveira Dantas; Jean Enio Teles Souza; Davi Mota Alcântara; Yan de Pádua Pinto; José Ajax Nogueira Queiroz; Max Victor Carioca Freitas

Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil

 

OBJETIVOS: Produzir material didático digital (vídeo) de forma simplificada/didática sobre alergia e avaliar, após sua divulgaçao, sua importância para a compreensao (etiologia, fisiopatologia e prevençao) deste tipo de doença pelo paciente.
MÉTODOS: Escrevemos o roteiro do vídeo com base nas questoes mais frequentes feitas pelos pacientes e respostas para essas questoes, explicando o que eles mais precisam entender sobre sua doença. O tipo de vídeo escolhido foi "stop-motion". Realizamos uma revisao técnica e científica em todas as partes do vídeo. Após gravado e editado o vídeo, este foi apresentado individualmente para pacientes que aguardavam atendimento em um ambulatório do Hospital Geral Dr. César Cals, em Fortaleza, Ceará. Após assistirem ao vídeo, foi-lhes aplicado um questionário, desenvolvido pelos integrantes da Liga de Imunologia Clínica da UFC, com nove questoes para avaliar: 1- a eficiência do vídeo em transmitir as informaçoes, 2- se o paciente possui alergia e 3- se o vídeo o ajudou a entender melhor a doença.
RESULTADOS: 90% dos pacientes responderam que o vídeo teve uma importância "Alta" e "Muito Alta" para ele entender a alergia, 40% dos pacientes possuem alergia, 80% dos pacientes conhecem alguém que tem alergia, 90% dos pacientes se interessaram em buscar outros vídeos que tratam de alergia, 100% dos pacientes responderam que consideram "Alta" e "Muito Alta" a importância deles conhecerem sobre alergia, 60% dos pacientes tinham conhecimento prévio sobre alergia, sendo a maior parte proveniente de informaçoes da internet e 90% dos pacientes tiveram "Nenhuma Dificuldade" para entender o vídeo.
CONCLUSOES: O vídeo digital educativo sobre alergia para pacientes mostra-se capaz de melhorar o entendimento dos pacientes sobre esta doença e aumentar o interesse destes em conhecer mais sobre a doença.

 


 

PO155 - Mastocitose cutânea: relato de caso

 

Sandra Maria Epifanio Bastos Pinto; Ana Luiza Cotta de Alencar Araripe; Elisa Fontenele de Oliveira; Thais de Sá Brito; Renato Darcio Camilo Junior; Liziane Nunes de Castilho Santos; Paula de Oliveira Lauria

Instituto Fernades Figueira - FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar um caso de mastocitose cutânea na infância acompanhada nos ambulatórios de Dermatologia e Alergia Pediátrica do IFF/ FIOCRUZ/RJ.
MATERIAL E MÉTODOS: Avaliaçao clínica, histopatológica e revisao bibliográfica.
RESULTADO: G.S.P.F, feminino, 6 anos, natural do Rio de Janeiro, encaminhada aos 6 meses de vida por erupçoes maculares acastanhadas no tórax, com posterior disseminaçao para abdome e dorso. Ao exame apresentava máculas, que após fricçao se tornavam eritematosas e urticariformes (Sinal de Darier positivo). A biópsia mostrou infiltrado mastocitário na derme. Atualmente mantém as máculas cutâneas e raros episódios de prurido controlados com anti-histamínicos. Reforçada orientaçao para evitar agentes degranuladores de mastócitos, como os estímulos físicos, estresse, determinados alimentos e drogas. É interessante relatar, que sua irma de 1 ano e 4 meses, aos 8 meses apresentou erupçao macular hipercrômicade cerca de 1,5 cm em regiao abdominal com Sinal de Darier positivo e hipótese diagnóstica clínica de mastocitoma. Aguardando autorizaçao familiar para biópsia.
CONCLUSAO: A mastocitose constitui um grupo de doenças com manifestaçoes e prognósticos distintos, caracterizada pelo crescimento e acúmulo anormais de mastócitos em um ou mais sistemas orgânicos. A mastocitose cutânea é a mais frequente, acomete predominantemente crianças e pode ser classificada em urticária pigmentosa, mastocitose cutânea difusa, mastocitose cutânea maculopapulosa e mastocitoma cutâneo. A urticária pigmentosa é o tipo mais comum (65% dos casos), tendo curso geralmente benigno. A resoluçao completa ocorre em cerca de 10% dos pacientes; em 70% dos casos há melhora até os 10 anos de idade. O diagnóstico baseia-se no quadro clínico, positividade do Sinal de Darier, exclusao dos critérios de mastocitose sistêmica e biópsia. O tratamento visa o controle dos sinais e sintomas, com consequente melhora da qualidade de vida do paciente.

 


 

PO156 - Vitamina D e doença alérgica respiratória

 

Marcela Pereira Leite Sales; Tatiana Fernandez Rodrigues de Araujo; Nadia de Melo Betti; Larissa Lira Secchis Fernandes; Veridiana Aun Rufino Pereira; Wilson Tartuce Aun; Joao Ferreira de Mello

IAMSPE, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Comparar os valores de vitamina D sérica entre osidosos com doença alérgica respiratóriae sem doença alérgica respiratória.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo prospectivo realizado no Hospital do Servidor Público Estadual-FMO, entre maio de 2012 e julho de 2013, incluindo pacientes idosos (> 60 anos). Realizamos dosagem de vitamina D sérica e comparamos os resultados entre os grupos com e sem doença alérgica respiratória. Consideramos como dosagem inadequada (deficiência) menor que 20 ng/ml, insuficiência quando os valores estao dentre 20 e 29 ng/ml e adequados quando maior que 30 ng/ml.
RESULTADOS: Realizamos 128 dosagens de vitamina D sérica em pacientes idosos, destes, 75 pacientes com doença alérgica respiratória, apresentaram os seguintes resultados: < 20 ng/ml (45,4%), entre 20 e 29 ng/ml (44%) e > ou igual a 30 ng/ml (10,6%) e dos 53 pacientes sem doença alérgica respiratória foram obtidos os valores: < 20 ng/ ml (68%), entre 20 e 29 ng/ml (26,4%) e > ou igual a 30 ng/ml (5,6%).
CONCLUSAO: Nao houve associaçao entre vitamina D e doença alérgica respiratória nos grupos estudados, já que a maioria dos pacientes idosos sem doença alérgica respiratória também apresentaram valores reduzidos de vitamina D sérica.

 


 

PO157 - Perfil de morbi-mortalidade para doença de Chagas no Acre

 

Yasmin Maria Garcia Prata da Silva; Vivian dos Santos Evangelista; Jacqueline Moraes Nogueira; Guilherme Augusto Piassa Voss; Thales Augusto da Silva Pereira; Ana Paula Coelho Rocha; Sandra Márcia Carvalho de Oliveira

UFAC, Rio Branco, AC, Brasil

 

A doença de Chagas é uma patologia infecciosa causada pelo protozoário Tripanossoma cruzi, e possui diversas formas de transmissao, sendo a vetorial, a principal. Possui duas formas clínicas: aguda e crônica. Na forma crônica, sabe-se que ao longo dos anos o paciente pode evoluir para complicaçoes da doença, sendo as principais, as cardíacas e digestivas. Pacientes portadores da forma crônica necessitam, portanto, de contínuo acompanhamento, incluindo, também, o entendimento por parte do profissional de saúde da realidade em que tais pacientes estao envolvidos, especialmente em regioes em que há poucos casos relatados.
OBJETIVO: O presente estudo descreveu o perfil de morbi-mortalidade nos pacientes portadores da doença de Chagas que foram atendidos no Serviço de Atendimento Especializado do Hospital das Clínicas de Rio Branco - Acre (SAE), no período entre 2004 e 2011.
MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com coleta de dados obtidos no SAE. Para a análise dos dados foi utilizado SPSS.
RESULTADOS: Ao final do levantamento de dados, verificou-se que 70% da populaçao estudada era do sexo masculino, 51,85% dos pacientes estavam na faixa etária entre 40 e 49 anos, residindo em sua maioria na capital do estado do Acre. Foi observada uma prevalência de 4,65% de complicaçoes de doença de Chagas, que se deu através da insuficiência cardíaca. Foi registrada a presença de comorbidades como hepatite B e C, leishmaniose tegumentar americana e hanseníase em 23,25% dos pacientes. Nao foram encontrados registros de óbitos neste período estudado.
CONCLUSOES: Embora a tripanossomíase americana seja representada por baixos índices de incidência na Amazônia brasileira continua sendo uma questao de saúde pública. Após este estudo chama-se a atençao para a necessidade de prevençao da progressao para manifestaçoes cardíacas ou digestivas da doença, uma vez que o tratamento adequado nos primeiros anos da doença oferece grandes possibilidades de cura.

 


 

PO158 - Avaliaçao temporal da prevalência das doenças alérgicas em adolescentes da cidade de Recife

 

José Victor Alvachian; Maria Eduarda Torres Gonçalves; Tiago César Silva Borba de Arruda; José Aduardo N. Vilar; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Almerinda Maria do Rêgo Silva; José Angelo Rizzo

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar possíveis alteraçoes na prevalência das doenças alérgicas em adolescentes da cidade de Recife em relaçao a estudos anteriores.
METODOLOGIA: Estudo descritivo transversal com adolescentes entre 13 e 14 anos de idade da cidade de Recife. Após o consentimento dos responsáveis pelos alunos, os questionários (QE padrao ISAAC) foram aplicados na presença dos pesquisadores. Os resultados foram comparados a estudos anteriores dos anos 1994/1995 (ISAAC fase 1) e 2002 (ISAAC fase 3).
RESULTADOS: Foram avaliados 1149 questionários.Aprevalência de "asma atual" (Chiado nos últimos 12 meses) encontrada foi 21,3% (245/1149) com maior prevalência do sexo feminino, 54% (132/245). A maioria dos adolescentes asmáticos estudadosfoiclassificada como asma leve,75% (169/245). A gravidade das crises de asmaavaliada pela questao 5: "Nos últimos 12 meses, seu chiado foi tao forte a ponto impedir que você conseguisse dizer mais de 2 palavras entre cada respiraçao?", demonstrou que 4,9% (56/1149) apresentou crises graves.Analisando a preval ência derinite alérgica e de dermatite atópica, também considerando aquestao 2(sintomas nasais e cutâneos nos últimos 12 meses) de cada questionário específico, encontramos prevalência de26,7%(307/1149)e 8,0% (92/1149)respectivamente. Comparando as prevalências do ISAAC fase 1, fase 3 e dados atuais dos adolescentes entre 13 e 14 anos da cidade de Recife, observamos uma discreta tendência ao aumento com relaçao a asma (19,7% - 19,1% - 21,3%) e à rinite (24,1% - 35,8% - 26,7%), com discreto declínio em relaçao à dermatite atópica (Fase 3 10,1% e atual 8%).
CONCLUSAO: Com exceçao da dermatite atópica que apresentou uma discreta tendênciaaodeclínio, as outras patologias, asma e rinite, apresentaram um pequeno aumento nas últimas duas décadas, permanecendo como doenças bem prevalentes nesta faixa etária.

 


 

PO159 - Hiper IgM (X-HIGM) ligada ao X: diagnóstico em lactente com infecçoes atípicas

 

Regina Sumiko Watanabe Di Gesu1; Anete Sevciovic Grumach2; Iloite Scheibel1; Maria Isabel Athayde1; Ana Regina Ramos1; Antonio Condino Neto3; Otavio Cabral Marques3

1. Hospital da Criança Conceiçao, Porto Alegre, RS, Brasil
2. Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP, Brasil
3. Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever caso de HIgM ligada ao X (X-HIGM) cujo diagnóstico foi possível pela colaboraçao de serviços de referência em imunodeficiência primária (IDP).
MATERIAL E MÉTODOS: PCS, masculino, previamente hígido, internado aos 5 meses de vida com diarreia, febre e disfunçao respiratória (taquipneia, hipoxemia e oxigênio por máscara). Timo ausente. Retorna aos 8 meses com úlcera de bordas brancas em palato mole sendo internado pela ausência de resposta aos antifúngicos tópicos. Fluconazol endovenoso nao impediu evoluçao das lesoes para língua, gengiva e ânus, evoluindo com piora progressiva apesar de amoxicilina-clavulanato, gentamicina, anfotericina B e aciclovir. Apresentava leucocitose com linfocitose. IgG < 134 mg/dl, IgM 216 mg/dl. Imunofenotipagem de sangue periférico com reduçao de natural killer. Na endoscopia digestiva alta verificou-se úlcera extensa, profunda em 1/3 distal do esôfago compatível com citomegalovírus (CMV) confirmada por PCR de sangue periférico e em biópsia de lesao de língua. Resoluçao após início de ganciclovir (6 meses). Mantém-se assintomático com uso profilático de sulfametoxazol trimetoprim, aciclovir e reposiçao mensal de gamaglobulina.
RESULTADO: O sequenciamento do gene CD40 ligante (CD40L) confirmou o diagnóstico e revelou a mutaçao nonsense g.12090>A que resulta na troca de uma cisteína pela formaçao de um codon de parada prematuro no aminoácido 218 (p.C218X), sendo mantido o esquema terapêutico.
CONCLUSAO: A X-HIGM é IDP rara (1/500.000) caracterizada por níveis normais ou elevados de IgM associados à ausência ou níveis diminuídos de IgA e IgG, que se manifesta clínicamente pela maior susceptibilidade às infecçoes oportunistas, especialmente Pneumocystis (40%), Cryptosporidium e Histoplasma nos primeiros meses de vida. Infecçoes por CMV também sao descritas. O diagnóstico precoce e reposiçao de imunoglobulina diminuem risco de infecçoes e sequelas. O transplante de células tronco hematopoiéticas é o único tratamento curativo.

 


 

PO160 - Imunodeficiencia Combinada Grave e o desenvolvimento de infecçoes por microorganismos vacinais: relato de caso

 

Ana Carolina Rozalem1; Thais das Neves Fraga Moreira1; Juliana Themudo Lessa Mazzuchelli1; Rita de Cassia Compagnoli Carmona2; Marcelle Ferreira da Silva Agra1; Maria Isabel de Moraes Pinto1; Beatriz Tavares Costa Carvalho1

1. Universidade Federal de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Instituto Adolfo Lutz, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar caso de paciente diagnosticado com Imunodeficiência Combinada Grave que desenvolveu infecçao através da vacinaçao com BCG ID e Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH).
MÉTODOS: Revisao de prontuário.
RESULTADOS: DPR, 8 meses de vida, filho de pais nao consanguíneos, nascimento sem intercorrências. Recebeu vacina BCG-ID com 9 dias de vida e aos 2 meses iniciou abscesso de 1,5 cm em regiao de aplicaçao da vacina. Evoluiu com formaçao de úlcera de até 4 cm, com drenagem intermitente até aos 4 meses de vida, quando associou-se febre por 15 dias. Aos 4 meses e meio iniciou tratamento com Isoniazida. Aos 6 meses de vida paciente que, já apresentava tosse há 2 meses, iniciou quadro de dispneia progressiva com insuficiência respiratória necessitando de IOT e Ventilaçao Mecânica, ficando por 1 mês internado em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Durante internaçao apresentou quadro de diarreia profusa, nao sanguinolenta, com pesquisa de Rotavírus em fezes positiva. Foi isolado em sangue periférico Staphylococcus hominis, em secreçao traqueal Achromobacter denitrificans, no entanto a pesquisa de BAAR em secreçao traqueal e lavado gástrico seguiu-se negativa. Paciente apresentava calendário vacinal completo sem outros sintomas associados. Após alta foi realizada pesquisa dos sorotipos vacinais de Rotavírus em fezes que mostrou-se positiva e através da caracterizaçao do PCR como genótipo G1P[8], antígeno da cepa vacinal. O DNA da micobactéria vacinal (Mycobacterium bovis) foi isolado em hemocultura de sangue periférico, por sequenciamento parcial do gene hsp65.
CONCLUSAO: O diagnóstico precoce para Imunodeficiência Combinada Grave é de essencial importância para seu tratamento. Infecçoes por microorganismos provenientes de vacinas do calendário básico de imunizaçoes agrava o quadro clínico. Atualmente o Transplante de Células-tronco Hematopoiéticas é o único tratamento disponível.

 


 

PO161 - Síndrome de Chediak Higashi em fase acelerada

 

Ana Carla Afonso; Bruna Luiza Trindade; Rafael Bonamichi dos Santos; Mariana Benzenga Falcao Tavares; Luiz Fernando Bacarini Leite; Maria da Conceiçao Santos de Menezes; Wilma Carvalho Neves Forte

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Sao Paulo - ISCMSP, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Apresentar caso de paciente na fase acelerada da Síndrome de Chediak Higashi.
MÉTODO: Avaliaçao clínica e laboratorial.
RELATO DE CASO: Paciente de 1 ano e 4 meses, feminino com albinismo óculo-cutâneo parcial, pais nao consanguíneos, deu entrada em nosso pronto socorro infantil com história de febre, infecçoes de repetiçao pregressas, linfadenopatias cervical, axilar e supraclavicular, hepatoesplenomegalia, mucosite, descorada, com hemograma de entrada apresentando: H b= 9,0 Ht = 26% VCM = 64,8 RDW = 20,7%, neutropenia grave (252,1), linfocitose com atipia (LT = 92% LA = 22%), plaquetopenia (54.000) e sorologias IgM positivas para citomegalovírus, rubéola e vírus Epstein Barr. Em esfregaço sanguíneo foram verificados neutrófilos com grânulos intracitoplasmáticos gigantes e em mielograma granulaçoes anômalas em todas as séries da medula óssea.Evidenciados valores aumentados de IgM (> 402), IgG (1269) e C4 (46,5), normais de IgA (100,2) e C3 (104,5). Linfócitos T (5206 - 58%), CD4 (3051 - 34%) e CD8 (1974 - 22%) com valores aumentados e relaçao CD4/CD8 (1,54) conservada. Apesar de nao terem sido evidenciados sinais de hemofagocitose na medula óssea, mas paciente compresença de febre, esplenomegalia, citopenias, hipertrigliceridemia (300), ferritina elevada (3233) com fibrinogênio normal (271), optou-se pela introduçao do protocolo de síndrome hemofagocítica ainda na internaçao. Criança recebeu alta após 48 dias de internaçao com antibioticoterapia, antifúngico, corticoterapia, apresentando melhora da febre e recuperaçao hematimétrica com boa evoluçao.
CONCLUSAO: Paciente diagnosticada com Síndrome de Chediak Higashi, em fase acelerada, com base na clínica, achados morfológicos em sangue periférico e aspirada de medula óssea com evoluçao satisfatória

 


 

PO162 - Doença Granulomatosa Crônica: importante diagnóstico em Micobacteriose

 

Monica de Britto Pereira Bandeira de Mello; Karla do Carmo Ferrao; Jaqueline Ribeiro Toscano de Brito; Anibal Guedes Neto; Antonio Condino Neto; Maria Marta de Brito Ferreira da Costa; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVOS: Descriçao de caso clínico de Doença Granulomatosa Crônica (DGC) com Micobacteriose.
MATERIAL E MÉTODOS: Revisao de prontuário e busca em literatura médica.
RELATO DE CASO: SRC, feminino, DN: 10/11/11, 9 meses, deu entrada no HFSE com quadro de PNM, desnutriçao e história de massa visível em regiao torácica dorsal de aumento progressivo desde os 3 meses de vida. HPP: PNM recorrentes desde um mês de vida, necessitando de VM, sepse, isolado CA-MRSA em hemocultura. Abscessos cutâneos de repetiçao. Internada por 5 meses, em que foi avaliada pela oncologia, excluído neoplasia. Realizadas 3 biópsias, com laudo de infiltrado inflamatório crônico. Diagnosticado osteomielite crônica com deformidade de coluna cervico-torácica. Iniciada prova terapêutica com esquema RIP, por suspeita de Mal de Pott e ausência de resposta aos antibióticos de amplo espectro. História epidemiológica para BK ausente. Associado Etambutol, por suspeita de infecçao por Mycobacterium bovis, obtendo involuçao da massa e melhora clínica. Provas imunológicas para avaliaçao celular e humoral normais. Hipótese diagnóstica de DGC comprovada pelo teste de Dihidrorrodamina. Introduzido Sulfametoxazol e Trimetropim, associado a Itraconazol, para profilaxia. Boa evoluçao clínica.
CONCLUSAO: A DGC é a imunodeficiência de fagócitos mais comum, caracterizada por infecçoes bacterianas e fúngicas de repetiçao e por formaçao de granulomas nos tecidos. Resulta de defeito do sistema NADPH oxidase, culminando na incapacidade do fagócito de fabricar superóxido, ocasionando deficit em combater organismos, como Staphylococcus aureus, Pseudomonas spp, Nocardia spp, Aspergillus e Candida. O acometimento de órgaos vitais contribui para maior morbi-mortalidade. A profilaxia com interferon gama nao se mostra benéfica em todos os pacientes. Avanços tem ocorrido no diagnóstico e tratamento da doença, com pesquisas para terapia gênica e transplante de medula óssea, porém nao há protocolos bem definidos até a atualidade.

 


 

PO163 - Pacientes portadores de Glicogenose tipo 1b que cursam com neutropenia e usam rhG-CSF: revisao de casos

 

Ana Carolina Rozalem; Ana Paula Willy Fabro; Tatiane Pavan; Tessa Rachel Tranquillini Gonçalves; Rafael Rota; Mariana de Gouveia Pereira; Beatriz Tavares Costa Carvalho

Universidade Federal de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Analisar o perfil de pacientes portadores de Glicogenose tipo 1b acompanhados no Serviço de Imunologia Pediátrica da Universidade Federal de Sao Paulo quanto à presença de neutropenia, necessidade de rhG-CSF e desfechos encontrados.
MÉTODOS: Revisao de prontuário.
RESULTADOS: A Glicogenose tipo 1b faz parte do grupo dos erros inatos do metabolismo causado por defeitos no complexo enzimático da Glicose-6-Fostatase e estes pacientes apresentam, além dos sintomas clássicos relacionados a Glicogenose e Gliconeogenese, a possibilidade de evoluçao com Neutropenia, Disfunçao Neutrofílica e Doença Inflamatória Intestinal. Foram avaliados 6 pacientes com diagnóstico confirmado de Glicogenose tipo 1b acompanhados no Serviço de Imunologia Pediátrica da Universidade Federal de Sao Paulo de abril de 2008 até outubro de 2012 nascidos entre 04 de janeiro de 2001 e 30 de outubro de 2006. Sao 4 meninas e 2 meninos. Cinco pacientes evoluíram com neutropenia: quatro deles evoluíram com neutropenia grave (neutrófilos < 500/mm3 ). As infecçoes apresentadas foram desde Infecçoes de Vias Aéreas Superiores e Inferiores e Pele até Sepse. Em relaçao à terapia com rhG-CSF, a idade de início variou em 3 pacientes analisados de 6 anos 3 meses a 10 anos e 6 meses com média de 7 anos e 7 meses. A dose de rhG-CSF variou de 4,5-9,7 mcg/kg e a frequência foi de 2 x/semana até diário. A comparaçao das CANs (Contagem Absoluta de Neutrófilos) durante 1 ano antes e 1 ano após o inicio do tratamento com rhG-CSF em 3 pacientes analisados demonstrou aumento maior de 300%. Em relaçao ao efeito clínico do tratamento com rhG-CSF o exemplo amostral utilizado (MEP) apresentou reduçao importante no número de infecçoes graves e na necessidade de tratamento e profilaxia antibiótica após o inicio do tratamento com rhG-CSF.
CONCLUSAO: Pacientes com glicogenolise tiPO1b que cursam com neutropenia respondem ao uso de rhG-CSF embora a antibióticoterapia seja necessária para controle dos quadros infecciosos.

 


 

PO164 - Angioedema hereditário: perfil dos pacientes acompanhados em Serviço de referência no Rio de Janeiro

 

Maria Luiza Oliva Alonso; Solange Oliveira Rodrigues Valle; Soloni Afra Pires Levy; Sérgio Duarte Dortas Júnior; Rosangela Prendin Tórtora; Alfeu Tavares França; Márcia Gonçalves Ribeiro

Disciplina/Serviço de Imunologia do HUCFF/FM/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes acompanhados no Ambulatório do Programa de Angioedema Hereditário (AEH) em Serviço de referência no Rio de Janeiro.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo, transversal, com coleta retrospectiva de dados de 98 pacientes acompanhados no Ambulatório de AEH do HUCFF - UFRJ, no período de 1989 a 2013, sendo avaliados os seguintes aspectos: sexo, idade, história familiar, intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico, gravidade e tipo de AEH.
RESULTADOS: Dos 98 pacientes, 62 (63%) eram do sexo feminino e 36 (37%) do masculino. A faixa etária variou dos 2 anos e 4 meses (paciente assintomático, pai com AEH) aos 77 anos, com maior prevalência na 3ª (29%) e 5ª (19%) décadas. O tempo de demora entre o início dos sintomas e o diagnóstico variou de 6 meses a 61 anos (média = 17 anos). Historia familiar de AEH foi observada em 83% dos casos. Quanto à gravidade, 14% apresentavam crises leves, 32% moderadas e 43% graves; 11% eram assintomáticos. Houve predomínio do AEH tipo I (86%), seguido de AEH com C1-INH Normal (11% dos casos, todos com Mutaçao de Fator XII, sendo 7 de uma mesma família e 4 de outra) e AEH tipo II, 1 caso (1%).
CONCLUSAO: O AEH é uma doença de herança autossômica dominante, potencialmente fatal e subdiagnosticada. Nossa casuística mostra o tempo ainda longo entre o início dos sintomas e o diagnóstico da doença, refletindo o pouco conhecimento e a demora no encaminhamento, apesar da presença de história familiar na maioria dos casos. Em torno de 70% dos pacientes os sintomas sao de moderados a graves, mostrando a necessidade de tratamento precoce, para melhora na qualidade de vida e maior sobrevida. Ressaltamos uma frequência expressiva de pacientes com mutaçao de Fator XII, forma de AEH descrita mais recentemente. Esses dados chamam atençao para a necessidade de maior divulgaçao da doença, visando o diagnóstico precoce e a reduçao da morbi-mortalidade.

 


 

PO165 - Angioedema hereditário: perfil clínico dos pacientes em acompanhamento no ambulatório de imunodeficiências primárias do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG)

 

Gustavo Viana Fusaro

Hospital Clínicas - UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil

 

OBJETIVO: Descrever o perfil clínico, epidemiológico e laboratorial dos pacientes portadores de angioedema hereditário em acompanhamento no ambulatório de imunodeficiências primárias do Hospital das Clínicas - UFMG. Descrever, ainda, os sinais e sintomas da apresentaçao e evoluçao da doença; resposta, adesao e os efeitos adversos do tratamento do angioedema hereditário.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de coorte híbrido com componente retrospectivo e prospectivo, que analisa as características clínicas de pacientes portadores de AEH em acompanhamento no ambulatório de Imunodeficiências Primárias do Hospital das Clínicas - UFMG.
RESULTADOS: Um total de 70 pacientes com angioedema hereditário foram estudados, 38 homens e 32 mulheres, com idade entre 10 e 88 anos. Pertencem a oito "clusters" familiares e, na maioria dos pacientes (88%), os sintomas iniciaram na segunda década de vida. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 13 anos (variaçao: um mês - 40 anos). Na grande maioria dos pacientes (92%), os ataques foram precipitados por trauma, pressao e/ou estresse emocional. Edema na pele foi relatado por 52 pacientes e as dores abdominais foram relatados por 15 pacientes como manifestaçao clínica inicial da doença. Sintomas respiratórios foram reportados por três pacientes, dois deles com edema de laringe. Em relaçao aos tipos de angioedema, 59 eram portadores de angioedema hereditário tipo I e, outros 11 pacientes apresentavam o tipo III. O tratamento profilático com androgênios atenuados foi administrado em 63 pacientes e foi efetivo em 60, sendo 48 referindo algum efeito adverso.
CONCLUSAO: As características descritas sao similares àquelas reportadas na literatura e o tratamento profilático com androgênios atenuados tem sido efetivo no controle dos sintomas. O diagnóstico é ainda tardio para a maioria dos pacientes.

 


 

PO166 - Tipos de doenças alérgicas mais comuns em pacientes idosos do centro de saúde Dr. Francisco Pinto de Oliveira-PB

 

Maria Socorro Viana; Yasmin Pordeus Freitas; Erika Pereira Silva; Luiz Cavalcante Filho; Gabriela Menezes Lima; Antônio Alves Filho

Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil

 

OBJETIVO: Identificar as patologias imunológicas mais prevalentes nos idosos, a partir de 60 anos, visando promover melhor compreensao do profissional de saúde sobre essas enfermidades e otimizar as condutas adotadas para obtençao de melhor qualidade de vida dos afetados.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospectivo quanti-qualitativo realizado no ambulatório de imunologia do Centro de Saúde Dr. Francisco Pinto de Oliveira, pela análise de prontuários de pacientes com idade a partir de 60 anos, sem delimitaçao de sexo e usuários do serviço no período entre fevereiro de 2009 e agosto de 2013.
RESULTADOS: Diante da amostragem total de 83 idosos, 32 (40,96%) apresentaram comprometimento respiratório, onde 20 era (24,09%) asma brônquica, 12 (14,45%) rinite alérgica e apenas 07 (8,43%), associaçao de ambas. O tratamento baseou-se em loratadina e hidroxizina para as crises de rinite e fumarato de formoterol+budesonida, para controle da asma. A farmacodermia mostrou-se em 07 (8,43%) pacientes e 05 (6,02%) foram encaminhados para realizaçao de raio-x de tórax e/ou seios da face (perfis frontonaso e mentonaso) para confirmar diagnóstico, precisando de retorno ao ambulatório para adequar a conduta terapêutica, no intuito de evitar exacerbaçao dos sintomas e oferecer melhor qualidade de vida aos portadores aliado a mudança no estilo de vida.
CONCLUSAO: A asma brônquica e a rinite alérgica constituem patologias comuns que afetam os idosos. Logo, torna-se importante compreender o mecanismo de evoluçao destas patologias associadas com a queda do sistema imunológico na terceira idade, ressaltando sua relevância como diagnóstico diferencial para outras comorbidades que acometem tal faixa etária.

 


 

PO167 - Importância do diagnóstico precoce na Síndrome de Bruton: relato de caso

 

Maria Socorro Viana; Yasmin Pordeus Freitas; Márcio Raulino Oliveira; Jessika Medeiros Marques; Gustavo Felipe Thoma; Pablo Luis Silva

Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande, Campina Grande, PB, Brasil

 

OBJETIVO: Relatar um caso de um adolescente portador da agamaglobulinemia ligada ao X, conhecida como Síndrome de Bruton, diagnosticado precocemente.
MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso: masculino, 14 anos, natural de Campina Grande, com história de quadro infeccioso viral e furunculose aos 11 meses. Com 2 anos apresentou febre e diarreia necessitando de internaçao por derrame pleural e 3 dias após alta hospitalar retoma quadro febril retornando à internaçao. Antes dos 3 anos iniciou acompanhamento pediátrico por febres recorrentes e dispneia. Aos 3 anos foi diagnosticado imunodeficiência primária, sem relato de caso na família e desde entao faz uso de imunoglobulina intravenosa (IV) e fumarato de formoterol/budesonida mantendo febre controlada. Resultado: Exames laboratoriais 2003 - Hemog. Completo: aniscoitose e hipocromia, PCR < 6,0 mg/L, IgG: 13 mg/dL, IgM: 8 mg/dL, IgA: 6 mg/dL e IgE: 1,5 kU/L. Laboratório 2013 - Hemog. Completo: normocitose com saturaçao hemoglobínica normal, leucócitos sem alteraçoes morfológicas, plaquetas morfo e numericamente normais, PCR < 6 mg/L, IgG: 794 mg/dL, IgM: 4,5 mg/dL, IgA: 22,8 mg/dL e IgE: < 2,0UI/mL.
CONCLUSAO: A agamaglobulinemia ligada ao X é uma imunodeficiência primária causada pela mutaçao no gene da tirosina quinase de Bruton (BTK) que resulta no desenvolvimento deficiente dos plasmócitos B e hipogamaglobulinemia. Sua incidência é 1/379,000 nascidos vivos nos EUA, sendo de difícil diagnóstico. No caso supracitado o diagnóstico precoce foi essencial para evitar as consequências da imunodeficiência, melhorando o prognóstico e qualidade de vida do paciente.

 


 

PO168 - SICD: Aspectos importantes para o diagnóstico precoce

 

Maria Claudia Pozzebon Tacco; Ligia Spagnol Ranalli; Fatima Rodrigues Fernandes; Alessandra Miramontes Lima; Maria Carolina Caparica Modolo; Albert Bousso; Dewton Moraes Vasconcelos

Hospital Infantil Sabará - Instituto Pensi, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Descrever caso de Imunodeficiência Combinada Grave, destacando aspectos relevantes para a suspeita do diagnóstico precocemente.
RELATO DO CASO: LGM, 2 meses, nascida em Caraguatatuba, com tosse e dispneia há 3 semanas, sem febre e com internaçao anterior e uso de claritromicina, broncodilatador e domperidona, sem melhora após a alta. Antecedentes pessoais: RNPT sem intercorrências neonatais. Recebeu vacinaçao do calendário habitual. Antecedentes familiares: pais nao consanguíneos. Irma falecida aos 4 meses de vida, com pneumonia grave e rápida evoluçao para óbito. Na ocasiao, mae notara caroço na axila direita. Internada e medicada com Ceftriaxona, broncodilatador e metilprednisolona. Exames iniciais com anemia, leucopenia (2.300 cels/mm3 ) e linfopenia (460 cels/mm3 ). Pesquisa de VRS (-). Enzimas hepáticas elevadas. RX de tórax com infiltrado peribrônquico. Teve piora do desconforto respiratório sendo transferida para UTI com cefepime e claritromicina. Painel viral: Parainfluenza 3 (+). Imunoglobulinas: IgA 26, IgM 25, IgG 148. Após 7 dias mantinha quadro grave e linfopenia. Solicitada avaliaçao da imunologia que suspeitou de SCID. Indicado gamaglobulina, isolamento, cobertura para Pneumocistis jiroveci (SMX/TMP) e palivizumabe. Imunofenotipagem (LIM56-USP): fenótipo T-B+NK-, com expressao de CD45 e CD127 normal, provável SCID por deficiência de JAK-3. Trocados antibióticos para teicoplamina e meropenem e introduzido Ambisome e Isoniazida. Culturas de sangue e urina negativas. LBA: Pseudomonas aeruginosa multissensível, pesquisa P. Jiroveci e BAAR: negativa, cultura para fungos: negativa. Evolui com insuficiência respiratória progressiva, além de insuficiência renal, nao responsiva à PRISMA, falência de múltiplos órgaos e óbito no 24º dia de internaçao.
CONCLUSAO: Destacamos a importância de valorizar os antecedentes familiares de óbito e a observaçao de linfopenia nos primeiros meses de vida, como forma de prevençao e tratamento precoce de casos de SCID.

 


 

PO169 - Relato de caso fatal de SICD, com sintomas iniciais gastrointestinais

 

Fatima Rodrigues Fernandes; Maria Claudia Pozzebon Tacco; Alessandra Miramontes Lima; Priscila Helena Costa Alves Felix; Marco Aurelio Palazzi Safadi; Albert Bousso; Ligia Spagnol Ranalli

Hospital Infantil Sabará - Instituto Pensi, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Relato de caso fatal de SCID, com sintomas iniciais gastrintestinais.
RELATO DO CASO: LMM, 4 meses, internado com queixa de vômitos e recusa alimentar desde o 1º mês de vida com piora há 15 dias, chegando ao PS desidratado e emagrecido. Antecedentes pessoais: nascido a termo, sem intercorrências neonatais. Esquema vacinal: BCG e hepatite B na maternidade, rotavirus e hexavalente com 2m e menigococo com 3m. Aos 19 dias esteve internado 7 dias com pneumonia e derrame pleural, com boa evoluçao com ceftriaxona. Antecedentes familiares: 1º filho, pais nao consanguíneos e sem antecedentes sugestivos de imunodeficiência ou autoimunidade. Na entrada apresentava leucograma normal, sem linfopenia. Avaliado pela gastropediatria e indicado Neocate, omeprazol, domperidona. EED e pHmetria confirmaram DRGE. Evoluiu com desconforto respiratório, sem febre. Pesquisa de rotavírus e adenovírus + e VSR (-). Solicitada avaliaçao da imunologia e infectologia pela observaçao de cicatriz de BCG inflamada. Constatado hipogamaglobulinemia e imunofenotipagem alterada com padrao T- B+ NK+, com expressao de CD45 e IL7ra (CD127) normais. Dosagem de ADA e ácido úrico normal. Introduzido ceftriaxone, SMX/TMP, fluconazol, acyclovir profiláticos, além de gamaglobulina e esquema para BCGite com isoniazida e rifampicina, ampliado com cipro e amicacina. Evoluiu com piora do padrao respiratório, necessitando ventilaçao mecânica e hemodiálise por Prisma. Pesquisa de Parainfluenza 3+. Trocados antibióticos para vancomicina e cefepime. LBA: Pseudomonas aeroginosa multi-S, BAAR e P. jiroveci (-), CMV+ e microscopia + para fungos. Trocado cefepime por meropenem e fluconazol por micafungina.Manteve velamento pulmonar extenso com deterioraçao do quadro respiratório, sangramento pulmonar, choque hemorrágico e óbito aos 46 dias de internaçao.
CONCLUSAO: Destacamos neste caso de SCID o início do quadro com manifestaçoes no sistema digestório e presença de infecçao por rotavírus, possivelmente vacinal.

 


 

PO170 - Diagnóstico de rinite alérgica em pacientes portadores de hipogamaglobulinemia primária

 

Mariana Izidoro do Nascimento; Mateus da Costa Machado Rios; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Adriana Azoubel Antunes; Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho; Tiago César Silva Borba de Arruda; Almerinda Maria do Rêgo Silva

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Verificar o diagnóstico de rinite alérgica em pacientes portadores de hipogamaglobulinemia primária.
METODOLOGIA: Estudo clínico descritivo com 10 pacientes portadores de hipogamaglobulinemia primária, sendo cinco pacientes com diagnóstico de imunodeficiência comum variável (IDCV) e seis com agamaglobulinemia acompanhados no Hospital das Clínicas - UFPE. Os sintomas clínicos específicos de rinite alérgica foram analisados, assim como a história familiar de atopia e a resposta terapêutica ao uso dos corticoides nasais. Os pacientes foram submetidos ao teste de puntura para aeroalérgenos e pesquisa de eosinófilos em swab nasal.
RESULTADOS: Dos pacientes avaliados 80% (810) sao do gênero masculino e a idade variou de 04 a 39 anos, tendo como mediana 14 anos. Os sintomas mais frequentes foram prurido nasal 90% (910), espirros em salva 80% (810), obstruçao nasal e rinorreia ambos com 60% (610) os quais se apresentavam de forma persistente leve em seis pacientes, persistente moderada-grave em três e intermitente em apenas um. História familiar positiva para atopia foi relatada em 80% (8/10) dos pacientes. Todos estao em uso de corticoide nasal e apresentam boa resposta clínica ao tratamento. Todos os testes cutâneos foram negativos para os aeroalérgenos mais prevalentes e reagentes ao controle positivo. A pesquisa de eosinófilos em swab nasal foi positiva em 40% (410). Destes, um paciente é portador de agamaglobulinemia congênita e três de IDCV.
CONCLUSAO: Os sintomas característicos de rinite alérgica foram frequentes nestes pacientes portadores de IDCV e agamaglobulinemia, com história familiar de atopia positiva na maioria deles, apesar dos testes cutâneos negativos para aeroalérgenos. A hipótese de rinite alérgica local pode ser levada em consideraçao, principalmente naqueles com achado de eosinófilos em swab nasal, assim como a de rinite infecciosa, já que estes pacientes sao suscetíveis a infecçoes de vias aéreas superiores.

 


 

PO171 - Imunodeficiências graves combinadas (SCID): diagnóstico em lactente grave com pneumonia de evoluçao atípica

 

Regina Sumiko Watanabe Di Gesu1; Anete Sevciovic Grumach2; Beatriz Tavares Costa Carvalho3; Antonio Condino Neto4; Fabiana Ortiz Cunha Dubois1; Giovanni Marcelo Di Gesu5; Marilia Kanegae4

1. Hospital da Criança Conceiçao, Porto Alegre, RS, Brasil
2. Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP, Brasil
3. UNIFESP, Sao Paulo, SP, Brasil
4. Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil
5. Hospital da Criança Santo Antônio, Porto Alegre, RS, Brasil

 

OBJETIVO: O SCID ocorre por mutaçoes genéticas que comprometem o desenvolvimento das funçoes das células T e B. Descreve-se paciente com SCID.
MATERIAL E MÉTODOS: AMS, 8 meses, internada por desnutriçao grave, eczema inespecífico persistente e infecçao de vias aéreas. Evoluiu para insuficiência respiratória, necessidade de ventilaçao mecânica e parâmetros ventilatórios elevados. Dificuldade de ganho ponderal apesar de apetite normal. Episódio único de diarreia próximo aos 4 meses. Cicatriz de BCG: 3 mm. Ausência de resposta ao tratamento usual. Anatomopatológico de fragmento pulmonar com hiperplasia de pneumócitos e presença de leveduras sugestivas de inclusao viral e Pneumocystis jiroveci respectivamente. PCR para EBV, CMV e Mycobacterium sp. negativos.
RESULTADO: A avaliaçao imunológica mostrou: linfopenia, IgG: 139 mg/dl; IgA: 23 mg/dl; IgM: 22,1 mg/dl (diminuídas), imunofenotipagem em sangue periférico com expressiva diminuiçao da subpopulaçao de Linfócitos T (T-B+NK+): Linfócitos: 2.115,0/µl; CD3: 509,7 (2.156-5.004/µl); CD4: 239 (1.360-3.066/µl); CD8: 52,9 (560-1.803/µl); CD19: 1.294,4 (811-1.792/µl); NK: 171,3 (164-801/µl); Anti HIV nao reagente. Quantificaçao de TRECs - T Cell Receptor Excision Circles: indetectáveis. Alta hospitalar após 85 dias de internaçao, mantendo oxigênio em cateter extranasal 0,5 l/min, isoniazida, aciclovir e sulfametoxazol trimetoprim profiláticos. Foi instituída gamaglobulina humana endovenosa/mensal, isolamento protetor. Aguarda doador compatível para transplante de células tronco hematopoiéticas.
CONCLUSAO: O diagnóstico precoce de SCID com auxílio de serviços de referência em IDP pode reduzir a morbidade e mortalidade já que é considerada emergência pediátrica, evolui ao óbito até um ano de idade na maioria dos casos nao tratados.

 


 

PO172 - Perfil clínico dos pacientes com angioedema hereditário acompanhados no hospital das clínicas - UFPE

 

Mariana Izidoro do Nascimento; Mateus da Costa Machado Rios; Luiz Alexandre Ribeiro da Rocha; Adriana Azoubel Antunes; Tiago César Silva Borba de Arruda; José Angelo Rizzo; Almerinda Maria do Rêgo Silva

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica HC-UFPE, Recife, PE, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar perfil clínico dos pacientes portadores de angioedema hereditário acompanhados em serviço especializado.
METODOLOGIA: Análise de prontuários de pacientes acompanhados no ambulatório de imunologia no Hospital das Clínicas-UFPE com diagnóstico de angioedema hereditário (AEH). Foi avaliado a idade de início dos sintomas, tempo para diagnóstico, tipo dos sintomas e frequência das crises, internamento em unidade de terapia intensiva, necessidade de tratamento e controle dos sintomas.
RESULTADOS: Dos treze prontuários analisados, 8/13 (61%) sao do gênero feminino, com mediana de idade 30 anos (6 - 70 anos). Apenas 3/13 (23%) dos pacientes apresentam sintomas desde a infância e 1/13 (7,7%) após os 50 anos de idade. O tempo decorrido para o diagnóstico de AEH nestes pacientes variou de 2 a 15 anos, desde o primeiro sintoma apresentado. Os sintomas mais frequentes foram: edema em face 92% (12/13), dor abdominal 69% (9/13), edema em membros 54% (7/13) e de glote 23% (3/13). Desses pacientes, 2/13 (15,5%) foram internados 10 vezes, 2/13 (15,5%) precisou ser internado por 5 vezes e os demais 9/13 (69%) uma ou nenhuma vez. Um paciente que apresenta dificuldade para controlar as crises com o uso de andrógenos em altas doses já necessitou de cuidados intensivos por 5 vezes. Dois pacientes já foram internados em UTI uma única vez. Estes fazem parte de uma mesma família com relato de óbito de um dos membros por insuficiência respiratória. Ambos continuam sem controle das crises por apresentar resistência em manter trat amento continuo. Apenas 2/13 (15,5%) destes pacientes nao necessitam tratamento continuo para prevençao das crises.
CONCLUSAO: O AEH pode mimetizar outras condiçoes clínicas, muitas vezes retardando diagnóstico da doença ou levando intervençoes equivocadas. Apesar da gravidade dos sintomas o AEH permanece como patologia pouco conhecida no meio médico e na populaçao em geral.

 


 

PO173 - Candidiase oral crônica associada à infecçao por candida albicans do leite materno

 

Roberto Ronald de Almeida Cardoso1; Vanuza Leite2

1. Professor, Clínica Médica II, Departamento de Alergia e Imunopatologia Clínica, Faculdades Integrada, Brasília, DF, Brasil
2. Estudante do Curso de Farmácia, Faculdade Anhanguera, Brasília, DF, Brasil

 

OBJETIVO: Demonstrar que a causa da monilíase oral crônica teve origem na infecçao do leite materno.
DESCRIÇAO E MÉTODOS: MJFR, masculino, 20 meses, caucasiano, peso e altura normais. apresentando grande quantidade de substância viscosa esbranquiçada na boca de onde foi isolada Candida albicans. Tratamentos tópicos (violeta de genciana, nistatina, soluçoes alcalinas) e sistêmicos (fluconazol, nistatina) provocavam apenas remissoes parciais e temporárias. Avaliaçao laboratorial (imunoglobulinas séricas, IgA secretora, glucosemia, IgG-anti-citomegalovirus, HIV 1/2, anticorpos -IgG, IgA, IgM- para C. albicans e hemograma normais). IgE para C. albicans (RAST) negativa. Teste cutâneo com candidina positivo em leituras de 24 e 48 horas. Cultura do leite materno evidenciou a presença de C albicans. Inicialmente tratado com xarope de cranberry (Vaccinium macrocarpon Ait) e posteriormente tentada a exclusao e reinclusao do aleitamento materno.
RESULTADOS: O tratamento com cranberry provocava a melhora do quadro clínico o qual retornava a situaçao original ao ser descontinuado. A suspensao do aleitamento materno levava a uma ausência completa de sintomas em aproximadamente 10 dias. Inclusoes e exclusoes sucessivas conduziam a um mesmo resultado.
CONCLUSOES: Este, no conhecimento dos autores, é o primeiro caso descrito de candidíase oral crônica de lactente provocado pelo leite materno infectado por Candida albicans. Este caso demonstra a necessidade de serem procuradas as causas de tal patologia nao só apenas no paciente, mas no ambiente que o envolve, aqui representado por sua alimentaçao.

 


 

PO174 - Angioedema (AE) sem urticária: caracterizaçao de populaçao sem angioedema hereditário (AEH)

 

Anete S. Grumach1,2; Rosemeire N. Constantino-Silva1,2; Elisabete Cordeiro1; Neusa F. Wandalsen1

1. Ambulatório de Infecçoes de Repetiçao das Disciplinas de Pneumologia e Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC
2. Laboratório de Imunologia, Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP

 

OBJETIVO: Aproximadamente 2% dos pacientes que apresentam AE e urticária manifestam o AE isolado. O presente estudo avalia uma populaçao de pacientes cujo sintoma é AE.
MÉTODOS: Foram avaliados todos os pacientes que apresentaram AE recidivante excluindo-se o diagnóstico de AE com ou sem déficit de inibidor de C1 esterase.
RESULTADOS: Trinta e oito pacientes (23F:15M, idade média = 42,2 anos) foram avaliados. Os sintomas iniciaram, em média, aos 34,6 anos com: edema de face (33/38), língua (9/38), extremidades (8/38), genitais (6/38); dor abdominal (17/38); edema de glote (7/38); eritema serpiginoso (2/38) e alergia associado (11/38). Os desencadeantes relatados foram: estresse (11/38), medicamentos (8/38); contraceptivos, alimentos, tratamento dentário e pressao em 7 para cada; exercício (4/38); menstruaçao (3/38) e inibidores da enzima conversora de angiotensina (3/38). A história familiar foi descrita para alergia em 13/38 e de edema em 1/38. Os seguintes diagnósticos foram realizados: alérgico (14/38); estrogênico (11/38); pressao, inibidores da ECA, idiopático em 3 cada, adquirido em dois e por exercício em um caso.
CONCLUSOES: A idade de início dos sintomas e de diagnóstico para o AE nao hereditário é mais tardia, predomina o acometimento de face e língua, nao está associado a pródromos em sua maioria e os desencadeantes sugerem fatores alergênicos. O uso de anti-histamínicos, busca de medicamentos associados e história familiar auxiliam no diagnóstico.

 


 

PO175 - Angioedema hereditário sem deficiência de inibidor de C1 esterase (C1-INH): avaliaçao clínica de 67 pacientes

 

Elisabete Cordeiro; C.L. Veronez; C. Stieber; N. Cagini; S. Cichon; Joao B. Pesquero; Anete S. Grumach

Faculdade de Medicina do ABC, Universidade Federal de Sao Paulo, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Dept. of Genomics, Life & Brain Center and Institute of Human Genetics, Universidade de Bonn, Alemanha

 

OBJETIVO: O angioedema hereditário (AEH) sem deficiência de C1-INH foi descrito em 2000 e associado com a mutaçao do Fator XII em 2006. As manifestaçoes clínicas sao semelhantes ao AEH com deficiência de C1INH, incluindo edema de laringe. Os autores relatam 67 pacientes de nove famílias diagnosticados no Brasil
MÉTODOS: Os pacientes foram diagnosticados através de história clínica compatível com HAE, história familiar positiva, C4, C1INH quantitativo e funcional normais. Outras causas associadas foram excluídas. As amostras de DNA foram avaliados para mutaçoes missense no exon 9 do fator XII.
RESULTADOS: Sessenta e sete pacientes (10M:57F) de 9 famílias foram incluídas. Os primeiros sintomas foram registrados entre 1-50 anos de idade (média de 23,2 a) e 15/ 67 eram assintomáticos. O diagnóstico foi realizado entre 1-79 anos de idade (média de 15,9 a). As seguintes manifestaçoes clínicas foram relatadas: edema de 37/52 (71%), edema gastrointestinal 35/52 (67,3 %) e edema respiratório superior 19 /52 (36%). Fatores desencadeantes sao: anticoncepcionais 14/52; trauma 20/52, estresse 14/52; menstruaçao 9/52; gravidez 7/52. Com a interrupçao de contraceptivos 5 pacientes melhoraram. As complicaçoes relatadas foram: edema de laringe após tratamento dentário 2/52; pancreatite 2/52; apendicectomia 2/52; uvulectomia 1/52; laparotomia 1/52; edema cervical severa 1/52. A terapia utilizada foi: danazol 2/52; ácido tranexâmico 6/52; oxandrolona 1/52, icatibanto 1/52. Duas famílias relataram familiares que morreram por asfixia. A mutaçao do fator XII foi identificada em 13/41 amostras avaliadas, pertencentes a cinco famílias.
CONCLUSAO: A ausência de deficiência em C1INH nao exclui AEH. O risco de asfixia é relevante para estes pacientes e a terapia deve ser instituída. A mutaçao do Fator XII esteve presente em 50% dos pacientes por nós avaliados.

 


 

PO176 - Homozigose para mutaçao do fator XII em pacientes com angioedema hereditário sem deficiência de inibidor de C1 esterase (C1-INH)

 

C. Stieber; C.L. Veronez; N. Cagini; Rosemeire N. Constantino-Silva; Anete S. Grumach; Joao B. Pesquero, S. Cichon

Faculdade de Medicina do ABC, Universidade Federal de Sao Paulo, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil. Departamento de Genomics, Life & Centro de Cérebro e do Instituto de Genética Humana da Universidade de Bonn, Alemanha. Divisao de Genética Médica, Dep. de Biomedicina da Universidade de Basel, Suíça

 

OBJETIVO: O Angioedema hereditário (AEH) sem deficiência de C1INH foi descrito em 2000 e associado a mutaçoes em heterozigose do fator XII em 2006. Devido à frequência extremamente baixa populacional destas mutaçoes, pacientes homozigotos nunca haviam sido descritos antes. No presente relato, duas famílias com AEH sem deficiência de C1INH e com consanguinidade sao avaliadas. A priori, a chance de ambos os genitores serem portadores de mutaçoes do fator FXII e ocorrer homozigose em seus filhos é elevada.
MÉTODOS: Os pacientes foram diagnosticados através de história clínica compatível com AEH, história familiar positiva, C4, C1INH quantitativo e funcional normais. Outras causas associadas foram excluídas. As amostras de DNA foram avaliadas para mutaçoes missense conhecidas no exon 9 do gene do factor XII de coagulaçao.
RESULTADOS: Duas famílias com consanguinidade foram identificadas. Família 1: o caso índice é uma mulher de 31 anos com os primeiros sintomas aos 3 anos de idade. Seu pai de 61 anos apresentou edema subcutâneo, dor abdominal e edema da laringe várias vezes desencadeados por trauma. Seis membros desta família foram avaliados e o pai é homozigoto para a mutaçao do Fator XII. Os avós consanguíneos nao estavam disponíveis para testes genéticos. A homozigose no pai, no entanto, sugere que ambos os pais eram portadores heterozigotos. Família 2: o caso índice é uma mulher de 49 anos com doença grave, dois de seus três irmaos sao afetados (um masculino e um feminino) e duas netas também. Sua irma de 50 anos também tem doença grave e é homozigota para a mutaçao do fator XII.
CONCLUSOES: Os dois pacientes (um masculino e um feminino) relatados por nós representam os primeiros pacientes com mutaçoes homozigotas do FXII. As nossas observaçoes sugerem que a homozigose para estas mutaçoes de FXII levam ao desenvolvimento de sintomas da doença em homens (portadores heterozigotos masculinos normalmente nao desenvolvem sintomas da doença) e um fenótipo da doença mais grave em mulheres em comparaçao com pacientes heterozigotos para mutaçoes do FXII.

 


 

PO177 - Alergia ocupacional causada pelo veneno de aranhas do gênero Loxosceles em aracnólogos

 

Camila Y. Yonamine; Kátia C. Bárbaro; Bianca de C. L. F. Távora; Carlos R. de Medeiros

Instituto Butantan, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVOS: Há poucos relatos na literatura a respeito de reaçoes alérgicas decorrentes do contato com aranhas, quase todos exclusivamente atribuídos ao contato com as caranguejeiras da família Theraphosidae. Entretanto, trabalhadores do Laboratório de Artrópodes do Instituto Butantan vêm relatando sintomas alérgicos durante a extraçao de veneno de aranhas do gênero Loxosceles. Os objetivos deste estudo foram avaliar a prevalência e os preditores da alergia ao veneno de Loxosceles gaúcho (VLG) entre esses trabalhadores e demonstrar o envolvimento de um mecanismo IgE-mediado nesse tipo de doença ocupacional.
MÉTODOS: Aracnólogos expostos às aranhas do gênero Loxosceles foram avaliados por questionários e testes imunológicos. A presença de sensibilizaçao ao VLG foi determinada pela quantificaçao da IgE-específica através de ELISA. Os alérgenos foram caracterizados por Western blotting.
RESULTADOS: Dos 16 indivíduos avaliados, 11 (68,8%) apresentaram IgE específica ao VLG. Destes, sete tinham sintomas típicos de reaçao alérgica IgE-mediada quando expostos ao veneno. A sensibilizaçao ao veneno foi associada com tempo de atividade (p = 0,016), tempo na tarefa de extraçao de veneno (p = 0,030) e com o índice de exposiçao relacionado à extraçao de veneno (p = 0,050). Utilizando-se amostra de soro de um dos trabalhadores, observou-se que anticorpos da classe IgE reconheceram componentes do VLG na regiao entre 25 e 37 kDa.
CONCLUSOES: A exposiçao ao VLG pode resultar em alergia ocupacional em aracnólogos por mecanismo IgE-mediado. A prevalência desta condiçao parece ser elevada nesse grupo de trabalhadores e o exercício da tarefa de extraçao de veneno e o tempo de exposiçao sao preditores de sua ocorrência.

 


 

PO178 - IgE, IgG4 e IgA específicas na alergia ao látex

 

Laila S. Garro; Marcelo V. Aun; Antônio A. Motta; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, Brasil

 

OBJETIVO: A alergia ao látex é considerada um problema mundial de saúde por estar associada a reaçoes potencialmente fatais. O objetivo principal deste estudo é identificar fatores clínicolaboratoriais associados à sensibilizaçao e alergia ao látex, avaliando as concentraçoes de IgE, IgG4 e IgA específicas nestas condiçoes.
MÉTODOS: Estudo observacional transversal em uma coorte de 400 crianças e adolescentes com defeito do fechamento do tubo neural. Os pacientes realizaram entrevista clínica e foram submetidos à coleta de sangue periférico para a detecçao dos níveis séricos de IgE, IgG4 e IGA específicas para látex. As prevalências de sensibilizaçao e alergia ao látex foram calculadas e as variáveis clínico-laboratoriais coletadas foram analisadas.
RESULTADOS: A prevalência de sensibilizaçao e de alergia ao látex em pacientes com defeito de fechamento do tubo neural foi de 33.2% e 12.2%, respectivamente. As manifestaçoes clínicas de alergia ao látex mais frequentes foram as cutâneas (79,6%), mas anafilaxia foi observada em 4,75% dos pacientes. Os fatores clínico-cirúrgicos associados à alergia ao látex foram identificados e um escore de sintomas para rastrear os pacientes foi desenvolvido. A concentraçao de IgE sérica específica para látex > 0,77 kUA/l tem boa acurácia para diferenciar os pacientes sensibilizados assintomáticos dos alérgicos. As dosagens de IgE sérica específica para alérgenos recombinantes também apresentaram boa acurácia no diagnóstico da alergia.
CONCLUSOES: Maior concentraçao de IgE específica para látex e Hevb5, menor concentraçao de IgG4 específica para látex e escore de sintomas > 40% estiveram associados com alergia ao látex.

 


 

PO179 - Estaria o polimorfismo 55MM da PON1 associado à maior gravidade da doença em pacientes com imunodeficiência comum variável?

 

Bruno C. Sini1; Sérgio P. Bydlowski2; Débora Levy1; Cristina M. Kokron1; Luciana M.F. Maselli1; Andrea Cohon1; Ana K. Barreto1; Jorge Kalil1, Myrthes A.M.T. Barros1

1. Disciplina de Imunologia Clínica e Alergia do Departamento de Clinica Médica da Faculdade de Medicina da USP
2. Laboratório de Hematologia e Biologia Molecular, Universidade de Sao Paulo

 

OBJETIVO: Investigar a relaçao entre os polimorfismos Q192R e L55M da Paraoxonase1 (PON1) em pacientes com Imunodeficiência comum variável (ICV) e sua relaçao com morbidade e gravidade da doença.
MÉTODOS: Pacientes com ICV e controles saudáveis foram genotipados para os polimorfismos L55M da PON1 e avaliados em relaçao à atividade arilesterase. No grupo de pacientes foram analisados parâmetros de morbidade e gravidade da doença.
RESULTADOS: O genótipo 55MM e o alelo 55M foram mais frequentes no grupo ICV em relaçao ao grupo controle. Pacientes com o genótipo 55MM apresentaram menor atividade de PON1 associada a maior morbidade da doença representada pela maior frequência de infecçoes de vias aéreas e taxa de internaçoes. Por outro lado, a análise dos alelos demonstrou que a menor morbidade foi associada à presença do alelo 55L, que também apresentou relaçao com menor frequência de hiperplasia nodular linfoide (0,007) e linfonodomegalia (0,003) e menor ocorrência de óbitos (0,039). Nao foi observada relaçao entre a presença de alelos ou genótipos do polimorfismo PON1 Q192R e a maioria dos parâmetros avaliados neste estudo.
CONCLUSOES: Este constitui o primeiro relato da maior frequência do polimorfismo 55MM da PON1 em pacientes com ICV. Nossos resultados sugerem que o alelo 55L possa estar associado a um melhor prognóstico. Conversamente, estes resultados sao sugestivos de que a presença do genótipo 55MM possa ser seja preditiva de maior morbidade e mortalidade em pacientes com ICV.

 


 

PO180 - Frequência de uso de antibiótico em pacientes com hipogamaglobulinemia em uso de imunoglobulina intravenosa

 

Mariana Gouveia-Pereira; Ronnis M. Silva; Tessa R. T. Gonçalves; Rafael Rota; Ana Carolina Rozalem; Ana Paula W. Fabro; Tatiane P. Ramos; Beatriz T. Costa-Carvalho

Universidade Federal de Sao Paulo, Escola Paulista de Medicina, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Avaliar a frequência do uso de antibiótico tanto profilático quanto de tratamento em pacientes com imunodeficiência comum variável (ICV) e agamaglobulinemia ligada ao X (XLA) em uso de imunoglobulina intravenosa (IVIG) regularmente.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo dos prontuários de pacientes com ICV e XLA, que recebem IVIG regularmente no Ambulatório de Imunologia da UNIFESP por no mínimo 3 anos, acompanhados em consultas mensais.
RESULTADOS: Foram avaliados 20 pacientes, 7 XLA e 13 ICV e os dados foram coletados de 1.010 consultas: 413 de pacientes com XLA (59/paciente) e 597 com ICV (45,9/paciente) e o tempo médio de seguimento foi de 6 e 4,8 anos, respectivamente. Antibiótico profilático foi prescrito em 29% das consultas dos XLA e 69% dos ICV. Penicilina e cefalosporina foram igualmente prescritas nos dois grupos, mas macrolídeo, quinolona e sulfas foram mais prescritas para ICV (p < 0,004). O percentual de infecçao respiratória aguda (28% das consultas), gastrointestinal (3%) e infecçao de pele (2%) foi similar nos dois grupos, diferindo em outras infecçoes como conjuntivite, ITU e vaginite, mais frequentes nos ICV-3,5% das consultas (p < 0,002). Comorbidade respiratória foi vista em 67% das consultas dos ICV e em 28% dos XLA (p < 0,000). Pacientes com comorbidade respiratória usaram mais antibiótico profilático (72% das consultas) do que os pacientes sem essa comorbidade (33% das consultas) (p = 0,000) e necessitaram de cursos de antibiótico para tratamento de infecçoes agudas 2,8 vezes/ano, contrastando com 1,6 vezes/ano nos pacientes sem a comorbidade, independente do uso de antibiótico profilático (p = 0,135). Considerando 1.010 consultas, antibiótico profilático foi prescrito em 536 consultas e antibiótico para tratamento de infecçoes agudas em 229 consultas, resultando num total de 765 consultas (75%).
CONCLUSOES: Independente do uso de IVIG, pacientes com XLA e ICV necessitaram do uso frequente de antibióticos, principalmente aqueles com comorbidade pulmonar.

 


 

PO181 - Alteraçao da imunidade mediada por NF-kB: relato de caso

 

Ana Paula Willy Fabro1; José Jussier Oliveira Junior1; Taj Ali Kan2; Otavio Cabral Marques2; Antonio Condino Neto2; Ana Carolina Rozalem1; Beatriz Tavares Costa Carvalho1

1. Universidade Federal de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil
2. Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, Brasil

 

OBJETIVO: Relato de um caso de alteraçao da imunidade mediada por NF-κB.
MÉTODO: Revisao retrospectiva de dados clínicos e laboratoriais.
RESULTADO: Um menino, filho de pais nao consanguíneos, foi internado aos 2 meses com quadro de abscesso poplíteo por S. aureus, infecçao de trato urinário por E. coli e bacteremia por K. pneumoniae. Aos 6 meses, foi internado novamente apresentando abscesso pulmonar bilateral e choque séptico por S. aureus e otite média aguda supurada com paralisia facial secundária por S. aureus e C. parapsilosis. Apresentava ainda diarreia crônica, eczema, hipoidrose, hipertermia, candidíase mucocutânea crônica e lesao por BCG de 3 cm. História familiar: irmao falecido aos 3 meses por pneumonia e tio materno falecido na infância. Achados laboratoriais: leucocitose persistente (> 20.000 células/µl), IgG baixa (147 mg/dl), IgM normal ou aumentada (25 mg/dl - 91 mg/dl), IgA normal (15 mg/dl) e IgE alta (197 UI/ml), expressao de CD3, CD4, CD8 e CD19 normais, aspirado de medula óssea normal e produçao de superóxido pelos neutrófilos normal. A expressao de IKKγ nos linfócitos era normal, mas a degradaçao de IκBα estava alterada, comprovando a alteraçao da imunidade mediada por NF-κB. O paciente está sendo tratado com imunoglobulina humana endovenosa (725 mg/kg/mês) e tuberculostáticos, e aguarda um transplante de células tronco hematopoiéticas.
CONCLUSAO: Alteraçoes da imunidade mediada por NF-κB devem ser incluídas no diagnóstico diferencial de crianças com infecçoes bacterianas graves, infecçoes por micobactérias e infecçoes oportunistas. Profilaxia e tratamento antibiótico devem ser iniciados assim que possível, na tentativa de reduzir morbidade e mortalidade destes casos.

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