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Revista oficial da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia ASBAI
Revista oficial da Sociedad Latinoamericana de Alergia, Asma e Inmunología SLaai

Número Atual:  Julho-Agosto 2015 - Volume 3  - Número 4


TEMAS LIVRES

Temas Livres





TL001 - ANORMALIDADES DO EIXO ESPLENO-PORTAL EM PACIENTES COM IMUNODEFICIENCIA COMUM VARIAVEL

Fabiana Mascarenhas Souza Lima; Myrthes Toledo Barros; Christina Maria Kokron; Ana Karolina Barreto; Octavio Grecco; Jorge Kalil

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

INTRODUÇAO: Pacientes com imunodeficiência comum variável (ICV) com anormalidades no eixo espleno-portal apresentam maior morbidade e fenótipo clínico e laboratorial específico. O entendimento da prevalência, fatores prognósticos e fisiopatologia da hipertensao portal associada a hepatopatia na ICV é de fundamental importância para o manejo adequado dos pacientes.
OBJETIVO: Descrever a prevalência de anormalidades do eixo espleno-portal nos pacientes com ICV.
MÉTODOS: Os pacientes com diagnóstico de ICV definido segundo critérios da Sociedade Europeia de Imunodeficiências, foram selecionados do banco de dados de um hospital terciário e divididos em 3 grupos: com hipertensao portal, apenas esplenomegalia e grupo controle (ICV sem anormalidades no eixo espleno-portal). Para o diagnóstico de esplenomegalia e hipertensao portal foram analisados USG de abdome com ou sem Doppler de veia porta e/ou TC de abdome. A hipertensao portal foi definida de acordo com o diâmetro da veia porta.
RESULTADOS: Foram analisados 100 pacientes: 29 pacientes diagnosticados com hipertensao portal (HP), 19 pacientes com esplenomegalia sem HP e 52 pacientes sem anormalidades do eixo espleno-portal. O número de pacientes masculinos foi discretamente maior apenas no grupo dos pacientes com hipertensao portal (mulheres/homens: 0,8). Nao houve diferença estatisticamente significante entre a média de idade, média de idade de início dos sintomas, média de idade de diagnóstico, tempo de doença e tempo de tratamento nos 3 grupos analisados.
CONCLUSAO: A hipertensao portal é uma complicaçao prevalente entre os pacientes com ICV e alteraçoes clínicas e laboratoriais específicas representam fatores prognósticos para a morbidade de um fenótipo específico da ICV, o que requer seguimento individualizado para esses pacientes.

 


 

TL002 - AVALIAÇAO DA IMUNIDADE CELULAR EM PACIENTES COM DIAGNOSTICO DE IMUNODEFICIENCIA COMUM VARIAVEL

Ana Karolina Barreto Berselli Marinho; Fabiana Mascarenhas Souza Lima; Octavio Grecco; Myrthes Toledo Barros; Cristina Maria Kokron

Universidade de Sao Paulo, USP

INTRODUÇAO: Estudos têm demonstrado que um subgrupo de pacientes com diagnóstico de ICV podem apresentar defeitos em células T associados a hipogamaglobulinemia secundária a disfunçao de linfócitos B. A contagem de linfócitos T CD4+ e T CD8+ é fundamental para avaliaçao de possível Imunodeficiência Combinada.
OBJETIVOS: Avaliar a frequência de linfócitos T CD4+ e CD8+ em pacientes com ICV e comparar a evoluçao dos fenótipos clínicos.
METODOLOGIA: Foi realizada a análise retrospectiva do prontuário eletrônico e análise das imunofenotipagens de linfócitos de 171 pacientes com diagnóstico de ICV, de 1992 a 2016 acompanhados no ambulatório de Imunodeficiências Primárias do HC-FMUSP.
RESULTADOS: Dos 171 pacientes avaliados, observamos que 93 (54,4%) sao mulheres e 78 (45,6%) homens. A média de idade foi de 46,65 anos. O valor médio de IgG sérica foi 668,33 mg/dL. A análise da imunofenotipagem de linfócitos mostrou que as médias das contagens de linfócitos foram: Linfócito T CD3+ = 1530 cél/mm3, Linfócito TCD4+ = 601,18 cél/mm3 e Linfócito TCD8+ = 863,1 cél./mm3. Cerca de 16% dos pacientes apresentaram linfopenia CD3+, 34% linfopenia de CD4+ e 8% linfopenia de CD8+. Onze (6%) pacientes apresentaram linfopenia de CD4+ e CD8+ no mesmo exame e 38% aumento do número de linfócitos T CD8 + . A média da relaçao CD4+/CD8+ foi igual a 1,04. Os resultados mostraram que oito (5%) pacientes apresentavam linfócitos T CD4+ < 200 cél/mm3 e destes, três foram a óbito por complicaçoes graves. Uma das pacientes com CD4+ < 200 cél/mm3 tinha o diagnóstico de infecçao pelo vírus HIV e ICV.
CONCLUSAO:Desordens na imunidade celular estao presentes em pacientes com ICV e podem estar associadas a complicaçoes nao infecciosas. A avaliaçao da imunidade celular e a associaçao com os fenótipos clínicos é fundamental no seguimento dos pacientes com ICV.

 


 

TL003 - SINDROME DE DIGEORGE EM PACIENTES COM CARDIOPATIA CONGENITA: IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO CITOGENOMICO

Marcília Sierro Grassi; Leslie D. Kulikowski; Antonio C. Pastorino; Evelin Zanardo; Nana Miura; Mayra B. Dorna; Cristiane J.N. Santos; Ana Paula B.M. Castro; Marcelo Jatene; Chong A. Kim; Magda Carneiro-Sampaio

Instituto da Criança, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: Investigar a Síndrome de DiGeorge (SDG) em crianças portadoras de cardiopatia congênita, visando à detecçao precoce e abordagem clínica adequada desses pacientes.
PACIENTES E MÉTODOS: Durante o período de março de 2012 a abril de 2015 foi realizada triagem genômica quantitativa por MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification), utilizando-se os kits P250-B1 e P356-A1, em 165 pacientes com cardiopatia congênita internados na UTI Neonatal e Cardiológica, Semi-Intensiva e Enfermaria de um hospital de referência cardiológico.
RESULTADOS: Foram avaliados 165 pacientes (98M: 67F). A idade variou de um dia a 13 anos e 10 meses, com média de 10 meses e 9 dias. Até o momento, foi realizada a técnica de MLPA em 116 pacientes (70,3% do total de casos). Foram diagnosticadas deleçoes (del) ou duplicaçoes (dup) por essa técnica em 16 pacientes: a del 22q11.2 (característica da SDG) em 11 pacientes (9,4%) e as outras alteraçoes citogenômicas detectadas foram a del 1.36, del 8p23, dup 7q, dup 8q24 e dup 12p. As cardiopatias congênitas encontradas nos 11 pacientes com SDG foram: Atresia pulmonar (3 casos), tetralogia de Fallot (2 casos), dupla via de saída de VD (2 casos), estenose pulmonar (2 casos), truncus arteriosus (1 caso) e coarctaçao da aorta (1 caso). A idade dos pacientes ao diagnóstico da SDG variou de 1 dia a 11 meses. A linfopenia ocorreu em 54,5% dos pacientes (6/11 casos) e hipocalcemia em 63,6% (7/11 casos). Os dismorfismos craniofaciais (pálpebras encapuçadas, fissuras palpebrais estreitas, nariz tubular, ponta nasal bulbosa e hiperdobramento das orelhas) foram observados em 8/11 casos e infecçoes de repetiçao em 5/11 casos. Os 5 pacientes com outras alteraçoes citogenômicas apresentavam fenótipos diferentes daqueles com SDG.
CONCLUSAO: A SDG ainda é subdiagnosticada no Brasil, tornando-se fundamental o diagnóstico precoce, visando a reduçao da mortalidade com instituiçao de medidas adequadas e melhora da qualidade de vida desses pacientes.

 


 

TL004 - EVOLUÇAO PULMONAR DE PACIENTES COM IMUNODEFICIENCIAS HUMORAIS EM TRATAMENTO COM IMUNOGLOBULINA

Mayra Coutinho Andrade; Mila Almeida; Rosilane dos Reis Pacheco; Rosana Camara Agondi; Jorge Kalil; Myrthes Toledo Barros; Cristina Maria Kokron

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP


OBJETIVO: Avaliar evoluçao pulmonar de pacientes com imunodeficiências humorais (IDH) em uso de imunoglobulina humana venosa (IGIV) através de tomografia computadorizada (TC).
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal retrospectivo comparando primeira e última TC de tórax de pacientes com IDH acompanhados em serviço terciário de alergia e imunologia clínica em Sao Paulo. Foram incluídos no estudo pacientes com imunodeficiência comum variável e agamaglobulinemia. As alteraçoes tomográficas pesquisadas foram: bronquiectasias, estrias, nódulos, fibrose pulmonar, espessamento de parede, aprisionamento aéreo, padrao em mosaico ou vidro fosco, atelectasias e enfisema.
RESULTADOS: Foram avaliados 94 pacientes. A média de idade foi de 43 anos e 52% eram do sexo masculino. A média de idade ao diagnóstico foi de 31 anos e a do tempo de doença de 12 anos. Quando avaliados dados da 1ª TC, 88,2% dos pacientes já apresentavam alguma alteraçao, sendo a mais frequente nódulos e micronódulos (61,6%), seguida de espessamento de parede (54,6%) e bronquiectasias (39,5%). Analisando-se a localizaçao das bronquiectasias, 73,5% estavam presentes no lobo inferior, 38,2% no lobo médio e 20,6% no superior. A média de tempo entre as duas TCs analisadas foi de 4,6 anos. Com relaçao a última TC realizada, 94,7% dos pacientes tinham alguma alteraçao. As principais alteraçoes encontradas foram as mesmas: nódulos e micronódulos (66,2%), espessamento (53,26%) e bronquiectasias (41,3%). Os pacientes que evoluíram com piora tomográfica apresentavam irregularidade na IGIV ou no uso de antibiótico profilático e diagnóstico tardio.
CONCLUSAO: Grande parte dos pacientes estudados já apresenta alguma alteraçao tomográfica ao diagnóstico e, no período estudado, houve aumento do número de pacientes com alteraçoes tomográficas, apesar do tratamento. Bronquiectasias, que pode ser a alteraçao com mais repercussao, apresenta frequência alta, desde o primeiro exame, acometendo 40% dos pacientes.

 


 

TL005 - DOENÇA RELACIONADA A IGG4 ASSOCIADA A LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO

André Estaquioti Rizo; Denise Neiva Santos de Aquino; Júlia Almeida de Sousa Barros; Camila Pacheco Bastos; Adriana Rodrigues Miguel de Azevedo; Adriana Guerra Machado Vieira; Monica Soares de Souza

Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro

OBJETIVO: Relato de Doença Relacionada à IgG4 (DRIgG4) com evoluçao para Lupus Eritematoso Sistêmico (LES).
MÉTODO: Análise retrospectiva de prontuário.
RESULTADO: DRF, fem, 13 anos, iniciou quadro de linfadenomegalia cervical direita com crescimento rápido e indolor em 20 meses. Evoluiu para acometimento de outras cadeias linfonodais do pescoço, hepatoesplenomegalia, febre, anemia hemolítica autoimune, linfopenia de céls. CD4 e CD8, autoanticorpos + (FAN 1:1280, anti-SM, Anti-RNP, anti-DNA, anti-La e anti-Cardiolipina ↑↑), e C4=3,1. Biópsias com ausência de malignidade, atrofia dos centros germinativos foliculares, Castleman símile, plasmocitose interfolicular e perivascular com aumento focal de céls. plasmáticas IgG4 +. Realizada dosagem de imunoglobulinas e subclasses de IgG, com hipergamaglobulinemia às custas de IgG4 e IgG1. Diagnóstico diferencial com infecçoes bacterianas, fúngicas e virais foi descartado. TC de abdome normal, sem acometimento pancreático e renal. Levantada hipótese de DRIgG4. Iniciou prednisona (1 mg/kg/dia) com remissao dos sinais clínicos em 14 dias. Após 4 semanas de corticoterapia, em esquema de desmame, apresentou proteinúria de 1097 mg/24h. Exames dos autoanticorpos foram repetidos, indicando evoluçao para LES. Associada azatioprina com doses plenas de prednisona com boa resposta renal.
CONCLUSAO: DRIgG4 se caracteriza por reaçao inflamatória tecidual associada a fibrose e infiltraçao linfoplasmocitária, rica em plasmócitos IgG4+, compondo um espectro linfoproliferativo. O pâncreas é o órgao primário mais acometido. Linfadenopatia Relacionada a IgG4 pode aparecer antes, durante ou após o diagnóstico da DRIgG4. É caracterizada por lesoes inflamatórias esclerosantes e ausência de sintomas constitucionais. Espectro morfológico com 5 tipos, todos caracterizados por aumento dos plasmócitos IgG4+, sendo o tipo I, Castleman símile, o correspondente do caso. A evoluçao para LES pode ocorrer devido a autoimunidade IgG4 dependente.

 


 

TL006 - UM ANO DE EXPERIENCIA EM DOENÇAS AUTOINFLAMATORIAS DE UM UNICO CENTRO EM SAO PAULO, BRASIL

Leonardo Oliveira Mendonça; Jorge Kalil; Alessandra Pontillo; Larissa Prando Cau; Myrthes Toledo Barros; Fabio Morato Castro

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: Descrever a casuísta de pacientes com diagnostico de doenças autoinflamatórias sistêmicas em acompanhamento no ambulatório de imunologia clínica e alergia do HC-FMUSP.
MÉTODOS: Todos os prontuários de pacientes com diagnóstico de doença autoinflamatória foram incluídos independente da idade. Aqueles que nao concordaram em assinar TCLE ou que tinham dados incompletos foram excluídos.
RESULTADOS: Foram encontrados 30 pacientes com diagnóstico de doenças autoinflamatórias. Por tratar-se de serviço adulto a grande maioria, quase 70% tinham acima de 16 anos, 33% eram do sexo masculino. 20% tinham o diagnóstico de febre familiar do mediterrâneo, 13% com mutaçoes no gene NOD2, 10% com bechet, síndromes periódicas associas a criopirina e doenças inflamatórias do sistema nervoso central. Apenas 2 pacientes tiveram diagnóstico de síndrome periódica relacionada ao receptor de TNF e osteomielite multifocal recorrente nao bacteriana. Apenas um paciente teve diagnóstico de Schnitzler e apenas um paciente teve diagnóstico de Hiper IgD. 13% dos pacientes apresentaram-se como doenças multisistêmicas mas que nao preenchem diagnóstico clínico de nenhuma doença autoinflamatória conhecida. Somente uma paciente apresentou-se com amiloidose sistêmica (renal e pulmonar). Sete pacientes melhoraram só com uso de colchicina, 6 pacientes usam anti-IL1b, 2 anti-IL6, 2 com anti-TNF e 4 estao em uso de corticosteroides.
CONCLUSAO: As doenças autoinflamatórias sao raras mas um grande desafio diagnóstico para o imunologista.

 


 

TL007 - USO DO TESTE DE PROVOCAÇAO ORAL PARA AVALIAÇAO DA TOLERANCIA AO LEITE: 14 ANOS DE HISTORIA

Gustavo Soldateli; Bruna Pultrini Aquilante; Glauce Hiromi Yonamine; Cleonir de Moraes Lui Beck; Cristiane de Jesus Nunes Santos; Mayra de Barros Dorna; Ana Paula Beltran Moschione Castro; Antônio Carlos Pastorino

Instituto da Criança, Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, FMUSP

OBJETIVO: Avaliar o perfil de tolerância dos pacientes com alergia à proteína do leite de vaca (APLV) IgE mediada através do teste de provaçao oral (TPO) ao longo dos 14 anos de u m ambulatório pediátrico terciário de alergia alimentar.
MÉTODOS: Revisao de prontuários, incluindo pacientes com APLV IgE mediada confirmada que realizaram TPO para avaliaçao de tolerância com leite in natura. Foi considerado tolerante, o paciente que apresentou TPO para leite de vaca (LV) in natura negativo. Na análise considerou-se tempo de tolerância, anafilaxia, IgE específica para LV. Para avaliaçao da variaçao do perfil dos pacientes ao longo dos 14 anos, foram considerados dois períodos (2002-2009 e 2010-2016).
RESULTADOS: 128 pacientes (42F:86M) realizaram 184 TPO (mediana de idade= 4,98 com variaçao de 0,8 a 15,3 anos). Confirmaram a tolerância em 83 casos (45%) com mediana = 4,8 anos. A partir dos 5 anos observou-se que em média 45% dos pacientes se tornavam tolerantes a cada acréscimo anual, sem variaçao significante em nenhuma faixa etária (p=0,96). Houve diferença estatística significante nas medianas da IgE específica entre os pacientes tolerantes e nao tolerantes (p=0,0001), inclusive quando estratificados em crianças menores de 5 anos (p=0,0007) e acima de 5 anos (p=0,04). Entretanto nao foi possível estabelecer um valor de corte para avaliaçao de tolerância (área sobre a curva = 0,68). Ao longo dos anos, considerando os dois períodos do ambulatório foi observada mudança no perfil de pacientes, com aumento dos pacientes anafiláticos (53% versus 72%, p=0,02).
CONCLUSAO: A diminuiçao de IgE específica para LV pode indicar a proximidade da tolerância. O TPO permanece como um instrumento valioso para avaliaçao de tolerância, especialmente diante de pacientes com maior gravidade.

 


 

TL008 - COMPARAÇAO DO PERFIL CLINICO E IMUNOLOGICO DE PACIENTES COM APLV PERSISTENTE VERSUS TRANSITORIO

Katiuscia Almeida Brilhante de Albuquerque; Desiree de Brito Garcia; Nathalia Senra Santos; Livia Grassini Gonçalves; Alfredo Alves Neto; Flavia Carvalho Loyola; Marilucia Alves Da Venda; José Luiz de Magalhaes Rios

Policlínica Geral Rio de Janeiro, RJ

OBJETIVOS: Comparar as diferenças entre o perfil clínico e imunológico de 2 grupos de pacientes com Alergia a Proteínas do Leite de Vaca (APLV): Grupo 1- APLV transitória, que desenvolveram tolerância imunológica verificada por Teste de Provocaçao Oral (TPO) negativo. Grupo 2- APLV persistente, que necessitaram realizar dessensibilizaçao oral.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo através de análise de 103 prontuários de pacientes atendidos em nosso serviço, no período de maio de 2013 a abril de 2016, com diagnóstico de APLV. Foram avaliados manifestaçoes clínicas e dados imunológicos de 61 pacientes do Grupo 1 e 42 pacientes do Grupo 2. Os dados foram provenientes de ficha de anamnese padronizada pré-codificada e resultados de IgE específica para LV, caseína, α-lacto albumina (alfa) e β-lactoglobulina (beta) colhidos antes dos respectivos procedimentos.
RESULTADOS: A idade de início de aparecimento dos sintomas de APLV antes do primeiro ano de vida ocorreu em 96% do Grupo 1 e 98% do grupo 2. Urticária foi a manifestaçao mais frequente na 1a exposiçao a LV, porém igual nos 2 grupos: Grupo 1 43% e Grupo 2, 46%. Náusea e Vômitos foi mais frequente no Grupo 2 (51%) do que no 1 (29%). Anafilaxia foi o evento inicial em 28% do Grupo 2, contra apenas 8% Grupo 1. Outros sintomas da primeira reaçao ao LV: Angioedema Grupo 1: 20% versus Grupo 2: 27%; Hipotensao: 2% e 24% respectivamente; Dispneia: 9% e 31%, ídem. Os níveis séricos de IgE para LV foram maior que 15 kU/L em 29% do Grupo 1 e 89% do Grupo 2, e para caseína em 15% do Grupo 1 e 78% do Grupo 2. Para alfa IgE foi maior que 10 kU/L para 15% Grupo 1 e 65% Grupo 2 e para beta 17% do Grupo 1 e 63% do Grupo 2.
CONCLUSAO: A idade de início e urticária na 1a reaçao nao diferenciam as formas de APLV. Porém os quadros graves e persistentes apresentam mais frequentemente acometimento respiratório, cardiovascular e até anafilaxia. Os níveis para IgE para LV e caseína costumam ser maior que 15 ku/L nas formas persistentes.

 


 

TL009 - QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM ALERGIA ALIMENTAR ANTES E APOS RESOLUÇAO

Fernanda Sobreira Cesar Valença; Marina Magalhaes Novaes; Carla Leal Seifert; Alfredo Alves Neto; Flávia Carvalho Loyola; José Luiz de Magalhaes Rios; Tatiana Cláudia Simoes Peralta e Silva

Policlínica Geral Rio de Janeiro, RJ

OBJETIVO: Comparar a qualidade de vida (QV) de pacientes com alergia à proteínas do leite de vaca (APLV) antes e após teste de provocaçao oral (TPO) e/ou dessensibilizaçao oral.
MÉTODO: Estudo prospectivo, através de análise de questionário de QV validado, desenvolvido por DunnGalvin e colaboradores, respondido por pacientes (ou responsáveis) que se submeteram a TPO com resultado negativo (n=47), antes deste procedimento (grupo pré); e outro grupo com diagnóstico de APLV que havia se submetido ao protocolo de dessensibilizaçao oral (n = 19) (grupo pós), no período de maio 2013 a maio 2016. Os itens foram divididos em três domínios que englobavam 10 a 13 perguntas cada: Impacto Emocional, Ansiedade Alimentar e Limitaçoes Sociais e Dietéticas. As respostas variavam de 0 a 6, de acordo com a maior intensidade negativa do impacto (Escala Likert). Somou-se os pontos do conjunto de questoes de cada domínio e dividiu-se pelo número de questoes obtendo-se assim um escore de sintomas de cada indivíduo. A média dos escores dos indivíduos de cada grupo formou o escore médio de cada domínio.
RESULTADOS: Foram analisados os escores médios de cada domínio dos grupos pré e pós e comparados os resultados. Em relaçao ao Impacto Emocional, o escore médio do grupo pré foi 2,69 e do pós 1,27. No domínio Ansiedade Alimentar os escores médios foram 3,16 e 0,97, respectivamente. E para Limitaçoes Sociais e Dietéticas obteve-se escore médio pré de 3,21, contra 0,71 pós.
CONCLUSAO: As medidas de qualidade de vida sao importantes para avaliar o impacto diário na vida de alérgicos e suas famílias. A APLV e consequente dieta restritiva afetam profundamente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos (grupo pré). A superaçao dessa condiçao, espontaneamente, aferida por TPO, ou por procedimento para dessensibilizaçao oral, melhora significativamente a QV, com a liberaçao das restriçoes sociais e dietéticas, que reduzem a ansiedade alimentar e o impacto emocional (grupo pós).

 


 

TL010 - AVALIAÇAO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM ALERGIA AO LEITE DE VACA

Marina Magalhaes Novaes; Fernanda Sobreira Cesar Valença; Mariana Rosa de Castro Gomes; José Luiz de Magalhaes Rios; Aline Martinez Neves; Flavia Carvalho Loyola, Alfredo Alves Neto

Policlínica Geral do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina de Petrópolis, FASE, RJ

OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida dos pacientes com diagnóstico de alergia ao leite de vaca.
MÉTODO: Estudo retrospectivo baseado em questionário QV validado, desenvolvido por DunnGalvin e colaboradores, respondido por pacientes (ou responsáveis) com alergia ao leite de vaca, candidatos a teste de provocaçao oral ou dessensibilizaçao, no período de maio-2013 a 2016. Os questionários dividiram-se em sete domínios: impacto emocional, sintomas da doença, repercussoes negativas da doença, limitaçoes sociais e dietéticas, problemas pessoais pela alergia alimentar, expectativas pessoais relativamente à doença e expectativas futuras em relaçao à melhora da doença. Para cada domínio, as respostas foram consideradas segundo critérios leve, moderado ou grave baseados na Escala Likert.
RESULTADOS: Nos dados gerados para os domínios impacto emocional e sintomas da doença, 24 entrevistados responderam que a alergia alimentar afetava sua vida de forma moderada (45,28%). Para repercussoes negativas da doença, 52,83% (n = 28) sao afetados de forma leve e 49,05% (n = 26) responderam que o impacto sobre as limitaçoes sociais e dietéticas é grave. Quanto aos problemas pessoais causados pela alergia alimentar, 23 entrevistados (43,39%) responderam serem afetados de forma leve. Quanto às expectativas pessoais em relaçao à doença e suas repercussoes, 54,71% (n = 29) sao afetados de forma moderada. Dentre os 53 entrevistados, 38 (71,69%) apresentam apenas discretas expectativas futuras em relaçao à melhora da doença.
CONCLUSAO: Medidas de qualidade sao importantes para avaliar impacto diário na vida de pacientes com alergia alimentar e determinar efeitos do diagnóstico e terapêutico instituído. Monitorar a qualidade de vida dos pacientes e seus pais ou cuidadores tem papel importante no tratamento da alergia alimentar. Os questionários de qualidade de vida se tornaram uma ferramenta importante para aferir o impacto da doença e tomar medidas que os minimizem.

 


 

TL011 - INQUÉRITO SOBRE PREVALENCIA DE ALERGIA AO LEITE DE VACA (ALV) EM CRIANÇAS NO MUNICIPIO DE SAO PAULO

Antonio Carlos Pastorino; Mauro Toporovski; Clarice Blaj Neufeld; Heloisa Tabet; Cléa R. Leone

Departamento de Pediatria, Instituto da Criança, FMUSP

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de ALV, referida pelos pais ou responsáveis de crianças que frequentam creches ou pré-escolas de municípios da grande Sao Paulo.
METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, observacional, de corte transversal, baseado em inquérito de sinais e sintomas indicativos de ALV em 862 crianças entre 6 meses e 4 anos de idade, entre 03/2014 a 07/2015. Definimos como alta probabilidade de ALV a presença de 1 ou mais reaçoes repetitivas ou graves e suspeitos de ALV sintomas positivos que melhoraram com exclusao do LV. As variáveis quantitativas ordinais analisadas pelo teste de Mann-Whitney e quantitativas nominais teste de qui quadrado ou Fisher com nível de significância p<0,05. Efetuado teste de regressao logística binominal para cálculo de probabilidade de ocorrência de APLV pela presença de cada sinal ou sintoma analisado.
RESULTADOS: A prevalência geral de ALV foi de 4,3% (37 casos) sendo alta probabilidade ALV (10 casos) em 1,2% e suspeiçao de ALV (27 casos) em 3,1%. Dados correlacionados com APLV: renda familiar acima de 3 salários (p=0,012 OR=2,42), receber LV no berçário (p<0,0001 OR=5,26), familiar com alergia (p<0,0001 OR=4,43), alergia alimentar familiar (p<0,017 OR=2,89), introduçao do LV antes de 3 meses (p=0,02 OR=2,37). Dados clínicos indicativo de ALV foram: presença de sangue nas fezes (p<0,0001), urticária (p <0,001), anafilaxia (p=0,0018) e repetiçao de sintomas (p< 0,0001) com frequência mais elevada nos casos de alta probabilidade de ALV. Idade gestacional, tipo de parto, coabitaçao e prática do aleitamento natural nao foram correlacionados com maior ocorrência de ALV no presente inquérito.
CONCLUSOES: A prevalência de ALV encontrada desse inquérito foi de 4,3% e esteve relacionada com exposiçao precoce ao LV no berçário, histórico positivo familiar para alergia e desmame precoce. A presença de sangue nas fezes, repetiçao de sintomas em novas exposiçao e gravidade dos mesmos sugerem alta probabilidade de ALV.

 


 

TL012 - EXPERIENCIA DE 14 ANOS EM TESTE DE PROVOCAÇAO ORAL PARA ALIMENTOS EM SERVIÇO DE REFERENCIA

Bruna Pultrini Aquilante; Gustavo Soldateli; Glauce Hiromi Yonamine; Andrea Keiko Fujinami Gushken; Cristiane de Jesus Nunes Santos; Mayra de Barros Dorna; Ana Paula Beltran Moschione Castro; Antônio Carlos Pastorino

Instituto da Criança, Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, FMUSP

OBJETIVO: Descrever o perfil dos testes de provocaçao oral (TPO) para alimentos em um serviço de alergia alimentar (AA) terciário pediátrico.
MÉTODO: Avaliaçao de dados de prontuário dos TPO realizados para diagnóstico ou avaliaçao de tolerância de AA entre set/2002 e mar/2016. Os procedimentos ocorreram em ambiente hospitalar (leito dia ou ambulatório). Foram considerados positivos os que apresentaram sinais e sintomas objetivos e/ou reproduziram os referidos em consulta.
RESULTADOS: Foram realizados 446 testes, envolvendo 288 pacientes, (108F:180M), com mediana de idade ao exame de 4,6 anos (0,3-16,7 anos), com tempo mediano de história de AA semelhante. Antecedente familiar de atopia foi descrito em 76,3% dos pacientes, outra atopia pessoal em 68,4%, sendo 25,6% AA por outro alimento nao envolvido no teste. Relato de anafilaxia prévia ou durante a evoluçao foi de 45,2%. Os TPO foram: aberto em 265 (59,4%), simples-cego em 7 (1,6%) e duplo-cego placebo controlado (DCPC) em 174 (39%). 63,5% dos TPO foram realizados para definir tolerância e 36,5% para confirmar ou excluir AA. Os alimentos testados foram: leite in natura (73,1%), leite processado (14,1%), ovo cozido (6,3%), ovo cru (4,3%) e outros alimentos (2,2%). Foram considerados 37,7% positivos, 1,8% inconclusivos e 60,5% negativos. Os sinais e sintomas objetivos mais frequentemente desencadeados foram: urticária (30,6%), tosse (30,6%) e vômitos (32,3%). Anafilaxia foi desencadeada em 59 testes (35,1% dos positivos), com uso de adrenalina em 57,9%.
CONCLUSAO: O TPO é considerado padrao-ouro para avaliaçao diagnóstica e determinaçao da tolerância de pacientes com AA e pode definir a exclusao ou reintroduçao do alimento suspeito, evitando eventos alérgicos futuros ou restriçoes desnecessárias. O potencial risco durante o TPO exige ambiente seguro e equipe capacitada para atender reaçoes mais graves.

 


 

TL013 - ASMA E SINDROME METABOLICA NO ESTUDO DE RISCOS CARDIOVASCULARES EM ADOLESCENTES (ERICA)

Fábio Chigres Kuschnir1; Mara Morelo Rocha Felix1; Érica Azevedo de Oliveira Costa Jordao1; Dirceu Solé2; Maria Cristina Caetano Kuschnir3; Kátia Vergetti Bloch4; Moyses Szklo4

(1) UERJ
(2) UNIFESP
(3) UERJ
(4) UFRJ

OBJETIVO: Obesidade tem sido associada à asma e síndrome metabólica (SM) na infância e adolescência. O objetivo deste estudo foi avaliar a associaçao entre asma/asma grave (AG) e SM em adolescentes.
MÉTODOS: Estudo seccional multicêntrico nacional com adolescentes de 12 a 17 anos do ERICA. A amostra foi estratificada por regiao e conglomerada por escolas e turmas com representatividade para municípios com > 100 mil habitantes, macrorregioes, capitais e DF. Os participantes responderam questionário autopreenchível com perguntas sobre asma e fatores sociodemográficos. Avaliou-se índice de massa corporal (IMC); circunferência da cintura (CC); pressao arterial (PA); glicemia; colesterol total, LDL, HDL e triglicerídeos (TG). Asma e AG foram definidas respectivamente pela presença de > 1 e > 4 crises de sibilos nos últimos 12 meses e obesidade como IMCZ-score > 2. SM foi considerada quando CC > P90 estava presente e pelo menos dois dos seguintes critérios: PA > 130/85 mmHg; TG > 150 mg/dl; HDL < 40 mg/dl e glicemia > 100 mg/dL. Foram realizadas análises bivariadas entre as prevalências de asma e AG e componentes de SM, utilizando qui-quadrado, razao de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).
RESULTADOS: Foram avaliados 37.410 adolescentes, com média de idade de 14,6 anos, 50,1% meninas. A prevalência de asma foi 13,8% (IC95%:12,4-15,2) e de SM 2,6% (IC95%:2,14-2,45). Foram observadas associaçoes significativas entre AG e obesidade (RP:1,28;IC95%:1,02-1,62), CC alterada (RP:1,74;IC95%:1,16-2,61) e hiperglicemia (RP:1,78;IC95%:1,05-2,98). A AG associou-se significativamente à SM (RP:2,43;IC95% 1,39-4,27), e esta associaçao permaneceu após ajustes para sexo, idade e IMC através da regressao de Poisson (RP:1,76; IC95%:1,07-2,88).
Conclusoes: A AG associou-se significativamente com a SM e seus componentes em adolescentes brasileiros. Estes achados sugerem que estes fatores de risco cardiovascular podem estar associados à maior gravidade da asma nesta faixa etária.

 


 

TL014 - AVALIAÇAO DA FUNÇAO PULMONAR PELA OSCILOMETRIA DE IMPULSO EM CRIANÇAS DE 03 A 06 ANOS DE IDADE

Jaqueline Figueiroa; José Angelo Rizzo; Cláudio Abuquerque; Marta D'Albuquerque; Mariana Araújo; Décio Medeiros

Centro de Pesquisas em Alergia e Imunologia Clínica, HC, Universidade Federal de Pernambuco, UFPE

OBJETIVO: Avaliar os parâmetros da oscilometria de impulso em crianças de 03 a 06 anos de idade.
MÉTODOS: Estudo do tipo transversal em crianças de 3 a 6 anos, de uma creche da cidade do Recife. Foi utilizado o questionário ATS DLD 78C, para dividir o grupo em quem apresentou episódio de sibilância ou nao, pela pergunta "Alguma vez a criança apresentou episódio de chiado que causou falta de ar ou fôlego curto?". As crianças realizaram a prova de funçao pulmonar através da oscilometria de impulso em um oscilômetro (Masterscreen IOS, VIASYS Healthcare GmbH, Alemanha). Inicialmente foram realizadas 03 tomadas (40 segundos de duraçao) e, após a aplicaçao de broncodilatador (salbutamol-200 mcg), mais três tomadas. A resistência total (R5Hz), a resistência central (R20Hz) e, a partir desses dados, calculada a resistência de vias aéreas periféricas (R5-20Hz), a elastância (X) e a área de reatância (AX) foram analisadas.
RESULTADOS: Avaliadas 25 crianças, 40% (10/25) do gênero masculino. A média de idade foi de 4,5 + 0,66 anos para meninos e para meninas, 4,1 + 0,81 anos. A média de altura foi de 1,01 + 3,22cm e 99 + 3,67cm respectivamente. Houve resposta ao broncodilatador para os parâmetros R5-R20 e AX entre as meninas que responderam sim à questao para sibilância (0,48 + 0,08 x 0,27 + 0,05 e 4,53 + 1,44 x 2,75+ 0,89). Entre os meninos que responderam sim à mesma questao, os números para esses parâmetros ficaram pouco abaixo do limite de resposta (21 e 22% de diferença entre os parâmetros pré e pós broncodilatador, respectivamente).
CONCLUSAO: A literatura demonstra que já há comprometimento de funçao pulmonar nas crianças que sibilam precocemente. A oscilometria de impulso é um método prático para verificar os parâmetros de funçao pulmonar nas crianças pré-escolares e ajudar no diagnóstico e acompanhamento dos pacientes que apresentam sibilância precoce.

 


 

TL015 - DESREGULAÇAO DA RESPOSTA IMUNE NA ASMA GRAVE

Jamille Souza Fernandes1; Maria Ilma Araujo1; Tarcísio Vila Verde Santana de Almeida1; Lorena Santana Andrade1; Edgar Marcelino Carvalho2; Alvaro A. Cruz1, Luciana Santos Cardoso1

(1) Universidade Federal da Bahia, UFBA
(2) FIOCRUZ-BA

A imunopatogênese da asma está frequentemente associada a um aumento da resposta tipo-T2, porém existem poucos estudos demonstrando o perfil imunológico de indivíduos com asma grave sem resposta ao tratamento.
OBJETIVO: Avaliar o perfil dos linfócitos T CD4+ de indivíduos com asma grave tratados com corticosteroides inalatórios.
MÉTODOS: Foram recrutados 19 pacientes com asma grave refratária ao tratamento (AGR), 21 com asma grave controlada/parcialmente controlada (AGC), 23 com asma leve (AL) e 10 controles sadios (CS). Os linfócitos foram obtidos de CMSP e a frequência das diferentes moléculas nesta populaçao foram realizadas utilizando a técnica de citometria de fluxo.
RESULTADOS: A frequência de células T CD4+ expressando CTLA-4 foi maior em indivíduos com AGC e AL (média±DP: 1,5%±0,9% e 1,3%±0,7%, respectivamente), comparado aos indivíduos com AGR e CS (0,75%±0,4% e 0,6%±0,2%, respectivamente). Nós também observamos que a frequência de células T CD4+ expressando TGF-β foi maior em indivíduos com AGC e AL em relaçao aos indivíduos AGR e CS (p<0,05). A frequência de células T CD4+ expressando IL-10 foi mais baixa no grupo de AGR (1,4%±0,9%) quando comparado ao grupo de AL (2,3%±1,5%). A frequência da populaçao de células T reg, TCD4+CD25hi, foi maior no grupo de AGC comparado ao grupo de AGR, e a frequência desta populaçao expressando FoxP3 foi menor no grupo de AGR em relaçao aos indivíduos com AL (p<0,05). Quanto às citocinas do tipo-T2, nós observamos que a frequência de células expressando IL-5 foi mais baixa no grupo CS comparado ao grupo de AL (p<0,05), porém nao foi observada diferença na frequência de IL-13 entre os grupos. Contudo, nós observamos que a frequência das células T CD4+ expressando IFN-y e IL-17A foi maior no grupo de AGR e AGC comparado ao grupo CS (p<0,05).
CONCLUSAO: A gravidade da asma está associada a um aumento da resposta inflamatória Th1 e Th17, e a refratariedade ao tratamento foi associada a uma deficiência na resposta regulatória.

 


 

TL016 - SIBILANCIA E SIBILANCIA RECORRENTE EM UMA COORTE DE CRIANÇAS PREMATURAS

Débora Carla Chong-Silva; Nelson Augusto Rosário Filho

Universidade Federal do Paraná, UFPR

OBJETIVO: Avaliar a frequência de quadros de sibilância e sibilância recorrente em uma coorte de crianças prematuras acompanhadas durante 1 ano.
MÉTODO: Estudo de coorte acompanhou 103 prematuros (idade gestacional menor que 35 semanas) nascidos na maternidade do Hospital de Clínicas de Curitiba por 1 ano após a alta do Serviço de Neonatologia. Avaliaçoes clínicas foram realizadas mensalmente e cada episódio de afecçao respiratória foi avaliado clínicamente e uma amostra de secreçao foi obtida por lavado nasofaríngeo (LNF) e submetida à pesquisa de vírus respiratórios.
RESULTADOS: Dos 103 prematuros que concluíram o acompanhamento, 49 (47,5%) apresentaram ao menos 1 episódio de sibilância no período, totalizando 89 episódios de sibilância avaliados. Quarenta e um pacientes apresentaram 2 episódios de sibilância e 8 pacientes (7,7%) apresentaram mais que 3 episódios no período. Obteve-se amostra de LNF em 88 episódios e destes 67 (76%) foram positivos para ao menos 1 dos vírus testados. Em 21 (23,5%) episódios de sibilância nao se detectou vírus. A associaçao de sibilância com presença de vírus (global) nao foi significativa (p=0,18). O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) foi o mais encontrado nas crises de sibilância, isolado ou em co-detecçoes e quando analisou-se as crianças com sibilância recorrente todas (100%) haviam infecçao prévia por este vírus. História familiar de atopia nao foi mais frequente no grupo de sibilantes recorrentes (p=0,09). Demais condiçoes relacionadas como: IG, tempo de UTI, frequência a creches, tabagismo passivo e aglomeraçoes foram avaliadas.
CONCLUSAO: Estudos anteriores demonstraram a frequência de sibilância e sibilância recorrente em lactentes no primeiro ano de vida mas poucos estudos avaliaram estes dados em prematuros. A sibilância foi o sinal clínico mais frequente nas afecçoes respiratórias e a detecçao de vírus foi frequente nestes quadros. Infecçao prévia pelo VSR foi detectada em todas as crianças com sibilância recorrente.

 


 

TL017 - DESCONHECIMENTO DA EQUIPE ESCOLAR SOBRE ASMA: IMPACTO DO TREINAMENTO EM UM COLÉGIO PUBLICO

Ana Carla Carvalho Coelho; Thiara Silva de Oliveira; Carolina de Souza-Machado; Adelmir Souza-Machado

Universidade Federal da Bahia, UFBA

OBJETIVO: Avaliar o impacto de um treinamento sobre o conhecimento em asma de uma equipe escolar de um colégio público em Salvador, Bahia.
MÉTODOS: Estudo piloto que avaliou 28 membros da equipe escolar que foram submetidos a um treinamento e a planejamentos pedagógicos com o objetivo de inserir temas de educaçao em asma no currículo escolar. Tópicos relacionados à asma tais como o conceito, os fatores desencadeadores, os sintomas, o tratamento, o plano de açao e as crenças em mitos populares sobre a doença foram abordados durante o treinamento. Aplicou-se antes do treinamento (T0), imediatamente após (T1) e 12 meses depois (T12) um questionário para avaliaçao do conhecimento em asma com escore de 0-20 acertos. Os escores do questionário foram apresentados sob a forma de mediana (Md) e intervalo interquartil [Q25-75] e proporçoes de acertos. O aumento nos escores, para cada avaliaçao após o período de treinamento, evidenciou aumento no conhecimento.
RESULTADOS: Observou-se, antes do treinamento (T0), baixos escores de conhecimento geral sobre a asma entre professores (T0: Md = 13 [12-15]) e funcionários (T0: Md = 13 [7-14]). O tratamento da asma foi o domínio mais pobremente pontuado em ambos os grupos (Professores: Md=2 [1-3] e Funcionários: Md=2 [1-2]). 96% dos membros da equipe escolar relataram crenças em mitos populares sobre a doença. Após o treinamento (T1), verificou-se elevaçao de 21% no escore de conhecimento geral entre professores e de 25% entre funcionários. O tratamento passou a ser mais conhecido, sendo evidenciados incrementos nos escores de conhecimento de 16,7% entre professores e 20% entre funcionários. As crenças também foram superadas, com acréscimos nos escores de 30% e 60% entre os professores e funcionários, respectivamente. Em T12, houve manutençao do conhecimento adquirido após treinamento.
CONCLUSAO: A equipe escolar apresentou reduzido conhecimento sobre a asma. O treinamento promoveu melhoria da informaçao sobre doença naquele subgrupo.

 


 

TL018 - DIAGNOSTICO DE DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGICO NOS PACIENTES COM TOSSE CRONICA

Mila Almeida; Mayra Coutinho Andrade; Luiza Maria Damasio; Jorge Kalil; Rosana Camara Agondi

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: Uma das principais causas da tosse crônica é a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Seu diagnóstico é baseado no quadro clínico e exames complementares, sendo a endoscopia digestiva alta (EDA) o exame mais solicitado. A tosse pode ser a única manifestaçao de DRGE (manifestaçao extraesofágica). No entanto, em até 50% dos pacientes com sintomas de DRGE, o aspecto endoscópico pode ser normal, o que dificulta o seu diagnóstico. Este estudo teve por objetivo relacionar a história clínica e endoscópica do paciente com o exame de nasofibrolaringoscopia (NSF).
MÉTODOS: Estudo retrospectivo com coleta dos dados nos prontuários eletrônicos de pacientes acima de 18 anos acompanhados no ambulatório de tosse crônica em um serviço terciário, entre o período de 2009-2016. Todos os pacientes apresentavam tosse por 8 semanas ou mais e foram submetidos a NSF e EDA. Alguns pacientes realizaram biópsia seriada de esôfago.
RESULTADOS: Noventa pacientes participaram do estudo, sendo 88% do sexo feminino. A média de idade foi de 62,7 anos, com início dos sintomas aos 51,7 anos e tempo de doença de 11 anos. A melhora da tosse após tratamento com dose plena de inibidor de bomba de próton (IBP) foi observada em 66,7% dos pacientes. A esofagite através da EDA foi observada em apenas 26,7%. Vinte dos 90 pacientes (22,2%) com tosse crônica realizaram a biopsia de esôfago e destes 19 apresentaram esofagite (95% das biopsias). Na NSF, 73,3% dos pacientes apresentavam laringite posterior (LP). Dos pacientes que apresentaram melhora da tosse após o tratamento com IBP, a maioria apresentava LP à NSF (75%), porém, apenas 31,7% dos pacientes apresentavam esofagite à EDA.
CONCLUSAO: A NSF pode ser considerado um exame útil para avaliaçao de refluxo gastroesofágico nos pacientes que respondem ao IBP. Em relaçao à EDA, a NSF é um exame menos invasivo, mais barato, prático e de fácil execuçao ambulatorial e neste estudo se mostrou mais sensível para confirmaçao diagnóstica.

 


 

TL019 - CONCENTRAÇOES DE IGE SÉRICAS ESPECIFICAS NO DIAGNOSTICO DE CRIANÇAS ALÉRGICAS AO LEITE DE VACA

Jackeline Motta Franco1; Ana Paula S. G. Pinheiro1; Sarah Cristina Fontes Vieira1; Ikaro Daniel C. Barreto1; Ricardo Queiroz Gurgel1; Renata Rodrigues Cocco2; Dirceu Solé2

(1) Universidade Federal de Sergipe
(2) Universidade Federal de Sao Paulo - Escola Paulista de Medicina

OBJETIVO: Estabelecer as concentraçoes séricas de IgE específica ao leite de vaca (LV) e fraçoes em crianças com alergia ao LV, passíveis de determinar o diagnóstico e a aquisiçao de tolerância.
MÉTODOS: Cento e vinte e duas crianças (mediana 17 meses), com história de reaçoes imediatas ao LV e testes cutâneos e/ou IgE sérica para LV e/ou fraçoes positivos, foram submetidas ao Teste de Provocaçao Oral (TPO) Aberto com LV (TPO1). As crianças com reaçoes foram submetidas, após um período mínimo de seis meses de exclusao dietética, a um novo TPO aberto (TPO2).
RESULTADOS: O TPO1 foi positivo em 59,8% das crianças, 49% eram do gênero masculino. Os níveis de IgE específica para LV foram significantemente maiores nos alérgicos (mediana 3,39 kUA/L vs 1,16 kUA/L). O ponto de corte ótimo (Indice de Youden) para a concentraçao de IgE específica ao LV foi 5,17 kUA/L e para as fraçoes a-lactoalbumina, p-lactoglobulina e caseína de 0,95 kUA/L, 0,82 kUA/L e 0,72 kUA/L, respectivamente. No TPO2, das 37 crianças (49% gênero masculino), 11 (30%) mostraram-se tolerantes. A diferença dos níveis de IgE específicas para LV e fraçoes entre alérgicos e tolerantes nao foi significante. A concentraçao sérica de IgE específica considerada ótima para a proteína do LV (Indice Youden) foi 0,34 kUA/L com valores irrelevantes para as fraçoes.
CONCLUSOES: O nível de corte da IgE sérica específica para LV mostrou-se discriminatório para o diagnóstico de APLV (5,17 kUA/L), com necessidade de avaliaçao dos seus componentes.

No TPO2, os pontos de corte para LV e fraçoes nao foram úteis na avaliaçao de aquisiçao de tolerância.

 


 

TL020 - PRESENÇA DE DER F 1, MAS NAO DE DER F 2 EM EXTRATO HIDROFOBICO DERIVADO DE DERMATOPHAGOIDES FARINAE

Paula Fernandes Santos; Lucas Bravo Perina; Jair Pereira da Cunha Junior; Ernesto Akio Taketomi

Universidade Federal de Uberlândia, UFU

OBJETIVOS: Obtençao e fracionamento de extratos antigênicos de D. farinae e avaliaçao em imunoensaios para verificar a reatividade aos anticorpos IgE e IgG4 específicos no soro de indivíduos atópicos e nao-atópicos.
MÉTODOS: Uma extraçao por maceraçao exaustiva resultou em uma fraçao hidrofílica. Em seguida, foi realizada uma precipitaçao por acetona/água para obtençao de uma fraçao hidrofóbica. A fim de solubilizar tal fraçao, adicionou-se glicerol à mesma. Um ELISA indireto foi realizado para detecçao dos anticorpos IgE e IgG4 alérgeno-específicos para as fraçoes hidrofílica e hidrofóbica e como controle, esse ensaio foi também realizado com um extrato comercial para D. farinae. Os principais alérgenos (Der f 1 e Der f 2) foram quantificados por meio de um ELISA reverso.
RESULTADOS: A fraçao hidrofóbica apresentou níveis expressivos de Der f 1 e níveis indetectáveis de Der f 2, enquanto a fraçao hidrofílica apresentou tanto Der f 1 quanto Der f 2. Assim, a fraçao hidrofóbica pode ser empregada como um extrato antigênico para averiguar a sensibilidade específica de pacientes, bem como para imunoterapia específica com alérgenos específicos para indivíduos sensibilizados a Der f 1 e nao Der f 2. Ambas as fraçoes, melhoraram a reatividade para anticorpos IgG4, em comparaçao com o extrato comercial, podendo dessa forma serem utilizadas para monitorar o aumento de IgG4 específica nas amostras de soro de pacientes sensibilizados a ácaros, sob imunoterapia. A solubilizaçao da amostra hidrofóbica em glicerol se mostrou eficiente e, portanto, esta fraçao pode ser empregada tanto in vivo quanto em ensaios in vitro.
CONCLUSAO: A produçao de um extrato hidrofóbico enriquecido em alérgenos do grupo I de ácaros de maneira fácil e nao onerosa pode ser útil tanto na imunoterapia quanto para o seu seguimento por meio de dosagens de IgG4 em pacientes sensibilizados principalmente aos alérgenos do grupo 1 de ácaros da poeira domiciliar.

 


 

L021 - ASMA ALÉRGICA E NAO ALÉRGICA APRESENTAM DIFERENTES CARACTERISTICAS FENOTIPICAS E GENOTIPICAS

Priscila Takeiima; Rosana Agondi; Helcio Rodrigues; Marcelo Vivolo Aun; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: A asma é uma doença heterogênea e a identificaçao de seus fenótipos permite uma melhor abordagem desta. Muitos estudos, feitos em diversas populaçoes, têm demonstrado associaçoes entre os antígenos leucocitários humanos (HLA) e asma, porém os resultados sao inconclusivos e raramente consideram os diferentes fenótipos da doença. O obietivo deste estudo foi caracterizar os fenótipos alérgico e nao alérgico da asma e avaliar possíveis associaçoes com o sistema HLA.
MÉTODOS: Um total de 190 pacientes com asma foram prospectivamente acompanhados durante dois anos. Foram divididos em grupos, asma alérgica e nao alérgica, de acordo com a história clínica e os resultados do teste cutâneo de puntura e a pesquisa da IgE sérica específica. O grupo controle foi composto por 297 doadores falecidos de órgaos sólidos. As características de cada grupo e a tipificaçao dos HLA classe I e II foram avaliadas e comparadas.
RESULTADOS: Os fenótipos estudados apresentaram diferentes características. Os pacientes com asma nao alérgica relataram a idade de início dos sintomas da doença mais tardio e história sugestiva de intolerância aos anti-inflamatórios nao esteroidais mais frequentemente. Os pacientes com asma alérgica apresentaram IgE sérica total elevada, maior prevalência de dermatite atópica e rinoconiuntivite e, inesperada, maior gravidade da doença. Novas associaçoes entre HLA e os fenótipos alérgico e nao alérgico da asma foram identificadas. HLA-B*42, HLA-C*17, HLA-DPA1*03 e HLA-DPB1*105 estavam associados com a asma alérgica e o HLA-B*48 com o fenótipo nao alérgico. A presença do haplótipo HLA-DPA1*03 DQA*05 esteve associado com asma alérgica e a presença do HLA-DPA1*03 e ausência do HLA-DQA*05 com a asma nao alérgica.
CONCLUSOES: A asma alérgica e nao alérgica apresentaram diferentes características fenotípicas e genotípicas. Novas associaçoes entre os fenótipos e o sistema HLA classe I e II foram identificadas.

 


 

TL022 - PERFIL DE GRAVIDADE DA APLV IGE MEDIADA

Claudia Leiko Yonekura; Mariele Morandin Lopes; Pamella Diogo-Salles; Paula Quadros-Marques; Larissa Prando Cau; Fábio Fernandes Morato Castro; Ariana Campos Yang

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, FMUSP

INTRODUÇAO: Considerando as mudanças na gravidade da alergia ao leite de vaca, avaliamos pacientes com alergia IgE mediada.
OBJETIVOS: Analisar a gravidade da APLV IgE mediada: especificamente frequência e faixa etária acometida por anafilaxia, fatores de risco associados a anafilaxia, local de ocorrência e atendimento da anafilaxia, e acesso ao dispositivo autoinietor de adrenalina
MÉTODOS: Revisao de prontuários e contato telefônico com 75 pacientes com APLV IgE mediada, acompanhados em Hospital Terciário.
RESULTADOS: Dos 75 pacientes estudados, 67 tinham antecedente de anafilaxia (89,33%). As manifestaçoes de anafilaxia ocorreram muito precocemente, com probabilidade de já ter tido anafilaxia no primeiro ano de vida de 67,8% (curva de Kaplan Meir). Os níveis de IgE para leite e proteínas do leite nao foram estatisticamente diferentes entre os grupos com e sem anafilaxia, embora as médias de IgE específicas tenham sido maiores no grupo mais grave. Quando comparamos pacientes com e sem antecedente de anafilaxia ao leite, notamos que no grupo de APLV mais grave havia uma concomitância maior com outras manifestaçoes de atopia (rinite 79,1% x 37,5%, e asma 62,68% x 25%), e observamos que apenas neste grupo grave, com anafilaxia, havia frequência de alergia alimentar para outro alimento (20,89%) e de esofagite eosinofílica (22,3%). A maioria dos pacientes (95,52%) já tiveram anafilaxia no domicílio, e apenas 31% dos casos têm dispositivo de adrenalina auto injetável.
CONCLUSAO: Os resultados alertam para o risco atual dos casos graves de APLV IgE mediada e para a necessidade de se enfatizar a necessidade de um plano de açao para emergência, incluindo o acesso ao dispositivo de adrenalina autoinjetável.

 


 

TL023 - TESTE INTRADÉRMICO COMO BIOMARCADOR DE REAÇOES DURANTE DESSENSIBILIZAÇAO A PENICILINA EM GESTANTES

Juliana Foes Bianchini Garcia; Marcelo Violo Aun; Laila Sabino Garro; Jorge Kalil, Antonio Abilio Motta; Pedro Giavina-Bianchi

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, FMUSP

OBJETIVO: A alergia à penicilina é uma das principais causas de anafilaxia a medicamentos e este fármaco é o único tratamento eficaz na sífilis gestacional. Dessensibilizaçao Rápida a Medicamentos (DRM) viabiliza o tratamento, mas a identificaçao de biomarcadores para prever reaçoes durante o procedimento é necessária. Avaliamos a estratificaçao de risco, segurança e eficácia da DRM na reintroduçao de penicilina em mulheres com sífilis gestacional e história de alergia à penicilina.
MÉTODO: Pacientes com sífilis gestacional e história de reaçao de hipersensibilidade imediata (RHI) à penicilina foram reexpostas à medicaçao, de acordo com a estratificaçao de risco, baseada na história clínica, testes cutâneos e IgE sérica específica. Pacientes com história clínica sugestiva de RHI e/ou testes cutâneos e IgE sérica positivos foram consideradas de alto risco e submetidas à DRM, sendo randomizadas entre os protocolos via oral e endovenoso.
RESULTADOS: 10 dentre 18 pacientes apresentaram história clínica sugestiva e foram dessensibilizadas. IgE sérica específica e teste epicutâneo foram negativos em todos casos. Testes intradérmicos foram positivos em 3 das 10 pacientes. Destas 3, 2 reagiram durante o procedimento. A única paciente que apresentou teste intradérmico positivo e nao reagiu, realizou o protocolo endovenoso; enquanto as outras, que reagiram, realizaram o protocolo via oral. Os 7/10 pacientes restantes concluíram o procedimento sem intercorrências. Houve associaçao estatisticamente significativa entre os testes intradérmicos positivos e as reaçoes. Os outros 8/18 pacientes, com história duvidosa de RHI, testes cutâneos e IgE sérica negativos foram submetidos à provocaçao ou administraçao regular da medicaçao e nao apresentaram reaçoes.
CONCLUSOES: A estratificaçao de risco e a DRM para reintroduçao de penicilina em pacientes alérgicas mostraram-se seguras e eficazes. O teste intradérmico identificou as pacientes com maior risco de reaçao durante a DRM.

 


 

TL024 - USO DE OMALIZUMABE NA CONJUNTIVITE ALÉRGICA GRAVE REFRATARIA

Julianne Alves Machado; Phelipe dos Santos Souza; Leilane Hoffmann Nogueira; Thais Nociti Mendonça; Mariana Paes Leme Ferriani; Janaina Michelle Lima Melo; Luisa Karla de Paula Arruda

Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto, FMRP-USP

OBJETIVOS: A ceratoconiuntivite é uma doença ocular grave, com reaçoes de hipersensibilidade imediata e tardia que podem evoluir com perda visual. A abordagem terapêutica é difícil, sendo muitas vezes necessários imunossupressores locais por longo período de tempo, com consequentes efeitos adversos graves. Novos tratamentos alternativos tem sido estudados como o anticorpo monoclonal anti- IgE, o omalizumabe. O obietivo deste trabalho foi relatar 4 casos de pacientes com conjuntivite alérgica grave refratária, que se beneficiaram com o uso de omalizumabe.
MÉTODOS: Estudo analítico retrospectivo de prontuários de quatro pacientes com diagnóstico de conjuntivite alérgica grave refratária que fizeram uso de anti-histamínicos e imunossupressores tópicos por longo tempo sem melhora.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi de 17 anos (11-33 anos) e a idade de início dos sintomas variou desde o primeiro ano de vida até início mais tardio com 29 anos; 50% apresentavam asma ou rinite associadas. Dois terços tiveram IgE acima de 800 kU/L. Todos usaram anti-histamínicos via oral e tópicos, colírios lubrificantes e imunossupressores tópicos anteriormente. Foram encaminhados para serviço especializado de Alergia entre 2012 e 2014, sendo iniciada terapia com omalizumabe 300mg a cada 30 dias para 3 pacientes e 150 mg a cada 30 dias para 1 paciente. O uso do omalizumabe resultou em diminuiçao de 85% dos episódios de conjuntivite e em reduçao da necessidade de anti-histamínicos e colírios imunossupressores, refletindo em melhor qualidade de vida.
CONCLUSAO: Pacientes com conjuntivite alérgica grave frequentemente nao respondem aos tratamentos convencionais, levando a prejuizo acentuado da qualidade de vida e a efeitos adversos graves pelo uso prolongado de imunossupressores. A terapia com omalizumabe resultou em benefício marcante no tratamento da conjuntivite alérgica refratária.

 


 

TL025 - MUTAÇAO RARA DO FATOR XII EM PACIENTE COM ANGIOEDEMA INDUZIDO POR INIBIDOR DA ECA: RELATO DE CASO

Camila Lopes Veronez1; Faradiba Sarquis Serpa2; Joao Bosco Pesquero1

(1) Universidade Federal de Sao Paulo, UNIFESP
(2) Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, EMESCCAM

OBJETIVO: Relatar um caso de paciente com episódios recorrentes de angioedema por mutaçao rara do Fator XII da coagulaçao.
MÉTODO: Paciente masculino, 73 anos de idade, com história de episódios recorrentes de angioedema (AE) há 5 anos, após iniciar tratamento anti-hipertensivo com enalapril (inibidor-enzima conversora da angiotensina - IECA) e amlodipina (bloqueador do canal de cálcio). Apesar da suspensao imediata da terapia, manteve episódios mensais de AE, afetando lábios, língua, maos e genitália. Dosagens de C4, C1q e C1-NH quantitativo e funcional foram normais. Devido a persistência e frequência dos episódios de AE optou-se por pesquisar mutaçoes do gene do fator XII da coagulaçao relacionadas com Angioedema Hereditário (FXII-HAE). O DNA foi extraído a partir de sangue periférico e o exon 9 do F12 foi sequenciado pelo método de Sanger.
RESULTADOS: Foi identificada a mutaçao c.971_1018+24del72 em heterozigose, revelando um fator de risco para crises de angioedema desencadeadas por IECA. Embora nao houvesse relato de história familiar de AE, o paciente informou que a irma apresentava dor abdominal recorrente. Foi pesquisada a presença da mutaçao na irma, filha e neta, e identificada a mutaçao c.971_1018 + 24del72 apenas na irma. Para prevençao das crises de AE foi iniciada terapia com ácido tranexâmico 750 mg/dia com controle dos sintomas.
CONCLUSOES: Identificamos um caso especial de um homem portador de FXII-HAE, assintomático, com uma mutaçao rara que desenvolveu AE em idade avançada, desencadeada por tratamento com IECA. Considerando o número crescente de pacientes em tratamento IECA e a baixa penetraçao de FXII-HAE, especialmente no sexo masculino, sugerimos a realizaçao da pesquisa de mutaçao do F12 exon 9, em pacientes cujos episódios AE persistirem após suspensao do medicamento.

 


 

TL026 - MUTAÇOES NOVAS EM SERPING1 EM PACIENTES ACOMPANHADOS POR ANGIOEDEMA HEREDITARIO

Jane da Silva1; Camila Lopes Veronez2; Maria Anita Spindola1; Maria Madalena Luz1; Priscila Nicolicht de Amorim2; Joao Bosco Pesquero2

(1) Hospital Universitário, Universidade Federal de Santa Catarina, HU-UFSC
(2) UNIFESP

OBJETIVOS: Angioedema hereditário (AEH) é uma doença transmitida por herança autossômica dominante na qual, na maioria dos casos, ocorre alteraçao na quantidade ou funçao do inibidor de C1 esterase (C1INH). O objetivo desse estudo é apresentar mutaçoes novas encontradas em pacientes com AEH devido à deficiência de C1INH.
MÉTODOS: Amostras de sangue periférico foram coletadas de dois pacientes em acompanhamento por AEH no ambulatório de Alergia Clínica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) e encaminhadas para o Centro de Pesquisas e Diagnóstico Molecular de Doenças Genéticas da Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP). O DNA foi extraído e os oito exons que codificam o gene do C1INH (SERPING1) foram sequenciados por eletroforese capilar.
RESULTADOS: O sequenciamento de DNA revelou duas mutaçoes no gene SERPING1, uma em cada paciente. Uma das alteraçoes corresponde a deleçao de uma base no exon 3 em heterozigose (c.195delG), levando a uma mudança na fase de leitura e formaçao de códon prematuro de parada (p.L65FfsX13). A outra alteraçao corresponde a uma troca de base no sítio aceptor de splicing do íntron 4 (c.686-1G>A). Ambas as alteraçoes nao se encontram descritas na literatura e bancos de dados consultados.
CONCLUSAO: O estudo genético de pacientes acompanhados por AEH, além de revelar a presença de duas mutaçoes no gene SERPING1 ainda nao descritas na literatura, permitiu o diagnóstico preciso do AEH com deficiência de C1INH, possibilitando a futura triagem e aconselhamento familiar, melhor prevençao e tratamento da doença.

 


 

TL027 - A IMPORTANCIA DA TRIAGEM GENÉTICA NO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DO ANGIOEDEMA HEREDITARIO

Luana Sella Motta Maia; Mariana Paes Leme Ferriani; Fernanda Leonel Nunes; Thais Mendonça Nocii; Marina Mendonça Dias; Adriana Santos Moreno; Luisa Karla Arruda

Faculdade de Medicina de Ribeirao Preto, FMRP-USP

OBJETIVO: Descrever a importância da triagem familiar e genética para diagnóstico precoce de angioedema hereditário (AEH).
MÉTODOS: Pacientes com AEH pertencentes a 5 famílias distintas, e seus familiares, foram avaliados. Sequenciamento dos 8 exons do gene SERPING1 e do exon 9 do gene F12 foi realizado por método de Sanger, e por discriminaçao alélica para a mutaçao c.983C>A (Thr328Lys) em F12.
RESULTADOS: A primeira família incluiu 177 indivíduos. A mutaçao c.351delC em SERPING1 foi detectada em 5 crianças assintomáticas em 2010. Tratamento apropriado foi realizado frente aos primeiros sintomas da doença. O tempo médio para diagnóstico era de 15,5 anos. A segunda família incluiu paciente de 43 anos com sintomas de AEH desde a infância. Foi detectada a mutaçao c.939T>G em SERPING1 também em seu filho que está com 3 anos e assintomático. A terceira família compreende paciente do gênero masculino, com início dos sintomas aos 32 anos, que apresentava a mutaçao c.995delC em SERPING1. Relatava que a mae e uma sobrinha de 15 anos foram a óbito por edema de glote. Dois sobrinhos-netos foram diagnosticados com AEH com a mesma mutaçao. A triagem genética em seus filhos afastou a transmissao da mutaçao. A quarta família teve como caso índice paciente com início dos sintomas aos 46 anos após iniciar terapia de reposiçao hormonal a. Foi diagnosticada com AEH com C1-INH normal, sendo detectada mutaçao c.983C>A em F12. A triagem genética na família permitiu confirmar o diagnóstico em 20 familiares, sendo 11 sintomáticos que nao tinham diagnóstico. A quinta família teve como caso índice paciente com AEH com C1-INH normal e mutaçao c.983C>A em F12, que foi também identificada no pai, sobrinho e irma assintomáticos. Após 2 anos, aos 42 anos, a irma passou a apresentar edema subcutâneo e crises abdominais, sendo tratada para AEH.
CONCLUSOES: Estes casos ilustram a importância do diagnostico precoce de AEH para a conduta clínica, particularmente através da triagem genética.

 


 

TL028 - ADAPTAÇAO TRANSCULTURAL DO QUESTIONARIO "URTICARIA CONTROL TEST" PARA O PORTUGUES BRASILEIRO

Sérgio Duarte Dortas Junior1; Solange Oliveira Rodrigues Valle1; Renata Vellozo Gomes2; Karsten Weller3; Omar Lupi Rosa dos Santos1; Marcus Maurer3

(1) Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, HUCFF-UFRJ
(2) Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ
(3) Charité Universitatsmedizin Berlin - Department of Dermatology, Venerology and Allergology

INTRODUÇAO: A urticária é uma doença caracterizada pelo desenvolvimento de pápulas, angioedema, ou ambos. As lesoes sao caracterizadas por edema central de tamanhos variáveis, com ou sem eritema circunjacente; sensaçao de prurido ou queimaçao ocasional; e a pele retorna a aparência normal, geralmente entre 1-24 horas Convencionalmente a urticária pode ser dividida, quanto a sua duraçao, em duas formas: aguda (menos de 6 semanas) e crônica (mais de 6 semanas). A Urticária Crônica é dividida em Urticária Crônica Espontânea e Urticárias Induzidas. Existe um número limitado de ferramentas para monitorizar diferentes formas de urticária e para avaliar o impacto desta na qualidade de vida. Foi elaborado recentemente o "Urticaria Control Test" (UCT), uma ferramenta para avaliar o controle da urticária, disponível em alemao e Inglês. Muitos pacientes com urticária crônica apresentam um grande comprometimento de sua qualidade de vida relacionado com a saúde.
OBJETIVO: Nosso objetivo foi realizar a adaptaçao transcultural da versao Português Brasileira da UCT e garantir a sua equivalência com a versao original.
MATERIAIS E MÉTODOS: A adaptaçao transcultural do UCT para o Português Brasileiro seguiu metodologia rigorosa e sistemática para garantir as qualidades de medidas do questionário original. Foi realizada traduçao, retrotraduçao, discussao com os autores do questionário original e entrevista com pacientes. Esta versao foi entao retrotraduzida, e obtivemos a versao definitiva do UCT.
CONCLUSAO: A adaptaçao transcultural do UCT para o Português Brasileiro seguiu metodologia rigorosa e sistemática para garantir as qualidades de medidas do questionário original. Tanto as entrevistas cognitivas quanto o método de traduçao e retrotraduçao sao procedimentos já utilizados anteriormente para a adaptaçao de instrumentos utilizados na prática clínica. A próxima etapa será comprovar a sensibilidade, especificidade, validade e confiabilidade que o questionário Português Brasileiro apresenta. Ressalvo que o UCT é a primeira ferramenta validada que permite avaliar de maneira confiável o controle da UC, tanto espontânea como induzida, assim como do angioedema. O desenvolvimento e a disponibilidade de uma versao Portuguesa Brasileira do UCT ajudará na abordagem de pacientes com urticária crônica.

 


 

TL029 - AVALIAÇAO DE PACIENTES COM URTICARIA CRONICA REFRATARIA, APOS UM ANO DO USO DE ANTI-IGE POR 6 MESES

Carolina Tavares de Alcântara; Pedro Giavina-Bianchi; Jorge Kalil; Antônio Abílio Motta; Rosana Câmara Agondi

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: A urticária crônica (UC) é considerada refratária quando nao há adequado controle dos sintomas, mesmo após a terapia anti-histamínica máxima. Uma das opçoes terapêuticas para estes pacientes é o anticorpo monoclonal anti-IgE (Omalizumabe). Avaliamos pacientes com diagnóstico de UC refratária após um ano da utilizaçao de anti-IgE por 6 meses.
MÉTODOS: Oito pacientes com UC refratária que utilizaram anti-IgE por 6 meses participaram do estudo. Estes pacientes estavam em acompanhamento no ambulatório especializado de um hospital terciário e foram avaliados por um período de um ano após o término do tratamento com anti-IgE. Foram avaliados critérios, como: qualidade de vida (CU-Q2oL), avaliaçao de atividade da doença (UAS7) e tratamento após suspensao do anti-IgE. Alguns pacientes foram submetidos a pesquisa de triptase sérica.
RESULTADOS: Dentre 8 pacientes, 7 pacientes eram do sexo feminino (87,5%), a média de idade era de 34,1 anos e média de duraçao da doença de 10 anos. Destes pacientes, 3 mantiveram-se em remissao total dos sintomas (CU-Q2oL= 23 e UAS7= 0) e reduçao da medicaçao para UC. Os demais pacientes apresentaram piora dos valores de CU-Q2oL e UAS7, voltando aos níveis de antes do início anti-IgE, embora usando menos medicaçoes para controle da doença. Todos os pacientes antes da anti-IgE eram cortico-dependentes, contudo após tratamento com anti-IgE houve reduçao para 37,5%, e em um ano após a sua suspensao, 50% voltaram a fazer uso do corticoide. A triptase foi pesquisada em 4 pacientes, todos com valores normais.
CONCLUSAO: O objetivo do tratamento da UC é o completo controle clínico. Neste estudo, durante o uso do omalizumabe, todos apresentaram melhora da QV e reduçao da atividade de doença. Após a suspensao da anti-IgE, 37,5% dos pacientes mantiveram-se controlados. Porém, 50% dos pacientes apresentaram piora dos sintomas e voltaram a utilizar corticoide sistêmico.

 


 

TL030 - PRESENÇA DE ANGIOEDEMA NAO ESTA RELACIONADA A RESPOSTA AO OMALIZUMABE NA URTICARIA CRONICA ESPONTANEA

Luis Felipe Ensina1; Inês Cristina Camelo-Nunes1; Ana Paula Cusato-Ensina2; Dirceu Solé1

(1) Universidade Federal de Sao Paulo, UNIFESP
(2) CPAlpha

OBJETIVO: Avaliar a presença de angioedema com a resposta clínica de pacientes com urticária crônica espontânea (UCE) tratados com omalizumab.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de prontuários de pacientes com diagnóstico de UCE refratários aos anti-histamínicos em tratamento com omalizumab por pelo menos 3 meses consecutivos. A resposta clínica foi avaliada em intervalos de 6 meses, e foi considerada completa (ausência total de sintomas, sem a necessidade de outros medicamentos) ou incompleta (sem resposta ou resposta parcial, quando o paciente melhora mas ainda apresenta sintomas, ou quando nao tem sintomas mas continua com anti-H1 associado). Os pacientes que apresentaram resposta completa após a primeira dose foram considerados respondedores rápidos. A análise dos dados foi feita através do teste de qi quadrado.
RESULTADOS: Foram avaliados 36 pacientes, sendo 29 do gênero feminino, com média de idade de 37 anos (11-62 anos) e tempo de tratamento variando de 3 a 76 meses. Apenas um paciente iniciou o tratamento com dose de 150 mg, todos os outros com 300 mg a cada 4 semanas. Vinte e sete pacientes apresentaram resposta completa, sendo que em 18 a resposta ocorreu antes da 2a dose. Observou-se resposta parcial em 4 dos 9 pacientes com resposta incompleta. Vinte e quatro pacientes apresentavam história de angioedema associado (20 com resposta completa, sendo 13 com resposta rápida, e 4 com resposta incompleta). Vinte pacientes utilizaram o omalizumab por um período superior a 12 meses, sendo 13 com resposta completa. Destes, em nove houve uma tentativa de reduçao da dose para 150 mg, com sucesso em 5 deles. Nao foram observadas diferenças significativas entre pacientes com ou sem angioedema quanto a eficácia do tratamento, velocidade de resposta, ou sucesso na reduçao da dose.
CONCLUSAO: A presença de angioedema nao parece ser um fator determinante da resposta clínica de pacientes com UCE refratária aos anti-H1 tratados com omalizumab.

 


 

TL031 - ANAFILAXIA PERIOPERATORIA: INVESTIGAÇAO DE 4 CASOS

Andreia Garcês; Carlos Loja

Hospital Federal dos Servidores do Estado do RJ, HFSE-RJ

OBJETIVO: Relatar 4 casos de pacientes com anafilaxia perioperatória e a investigaçao alergológica realizada.
MÉTODOS: Quatro pacientes com história de anafilaxia perioperatória foram investigados através da história clínica, relato cirúrgico e anestésico, exames laboratoriais e testes cutâneos, de acordo com as diretrizes do consenso de 2011 da ENDA e EAACI. Foram relacionados todas as drogas e degermantes utilizados e realizamos testes de puntura seguido de intradérmico com cada substância, em ambiente hospitalar e monitorizaçao adequada.
RESULTADOS: Foram dosados triptase, IgE total e específica para látex. A triptase basal foi normal e IgE específica para látex negativa em todos. A IgE total estava aumentada em 1 paciente. Caso 1: masculino 65 anos, com história de reaçao durante herniorrafia inguinal. Achamos positividade nos testes intradérmicos para rocurônio, cefazolina e clorexidina. Foi operado posteriormente, sem intercorrências. Caso 2: feminino 20 anos, com endocardite, apresentou reaçao durante inserçao de cateter central. Posteriormente, nova reaçao durante cirurgia para troca de válvula cardíaca. O teste de puntura foi positivo para iodopovidona e os intradérmicos positivos para clorexidina e iodopovidona. Foi submetida a nova cirurgia cardíaca sem esses degermantes, com sucesso. Caso 3: feminino 54 anos, apresentou anafilaxia em três tentativas de revisao cirúrgica de prótese mamária após câncer de mama. Os testes intradérmicos foram positivos para atracúrio e etomidato. Caso 4: feminino 30 anos, com reaçao durante lipoaspiraçao. Os testes intradérmicos foram positivos para clorexidina, morfina e midazolam.
CONCLUSAO: A casuística apresentada destaca a positividade detectada para clorexidina e bloqueadores neuromusculares em pacientes com história de anafilaxia perioperatória. Além disso, comprova a importância do alergista-imunologista na investigaçao de tais casos, como observado naqueles que foram operados posteriormente sem intercorrências.

 


 

TL032 - REAÇOES CUTANEAS ADVERSAS GRAVES A DROGAS EM AMBULATORIO ESPECIALIZADO DE HOSPITAL UNIVERSITARIO

Maria Inês Perelló Lopes Ferreira; Denise Lacerda Pedrazzi; Anna Carolina Nogueira Arraes; Assunçao de Maria de Castro; Sonia Conte Caracciolo Costa; Gabriela Andrade Coelho Dias; Eduardo Costa de Freitas Silva

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ

OBJETIVO: Descrever o perfil de pacientes com reaçoes cutâneas adversas graves a drogas (RCAGD) acompanhados no ambulatório específico.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de pacientes diagnosticados com RCAGD, entre março/2011 e junho/2016. Foram utilizados o RegisCAR, o questionário ENDA, o julgamento clínico e algoritimos de Naranjo e ALDEN. Foram feitos testes de contato com droga, tipificaçao HLA-A,B,DR e acompanhamento clínico-laboratorial.
RESULTADOS: Identificou-se 17 casos de erupçao a drogas com eosinofilia e sintomas sistêmicos (DRESS), 24 com síndrome de Stevens Johnson/necrólise epidérmica tóxica (SSJ/NET), 1 pustulose exantemática generalizada aguda (PEGA) e 1 superposiçao PEGA/DRESS. A maioria dos pacientes era do gênero feminino (70%). A mediana de idade foi 29 (percentil25-75=12-50 anos). A cor autodeclarada foi parda (58%), negra (21%), branca (16%) e amarela (2%). SIDA (16%) e autoimunidade (7%) foram os fatores de risco mais comuns. Os anticonvulsivantes (56%) foram os principais envolvidos. Foram detectadas variantes alélicas de risco em 7 pacientes e testes de contato positivos em 5. A corticoterapia foi utilizada em 94% dos pacientes com DRESS (associada a imunoglobulina endovenosa-IGIV em 1 caso) e em 16 com SSJ/NET (associada a IGIV em 2 e IGIV isolada em 4). As sequelas tardias nas RCAGD observadas foram discromia cutânea, reaçoes adversas tardias a outras drogas, autoimunidade e amaurose bilateral.
CONCLUSAO: O potencial de sequelas tardias das RCAGD justifica o acompanhamento clínico-laboratorial a longo prazo. A caracterizaçao do fenótipo e imputabilidade das drogas envolvidas sao essenciais para estudos de correlaçao com variantes alélicas de risco, sensibilidade de métodos diagnósticos e potencial de sequelas tardias.

 


 

TL033 - REAÇOES CUTANEAS GRAVES A MEDICAMENTOS UTILIZANDO CRITÉRIOS DE DIAGNOSTICO DE DRESS

Lara Pinheiro Baima; Talita Machado Boulhosa Aranha Pereira; Caroline Danza Errico Jeronimo; Renata Midori Chihara; Juliana Francatto da Silva; Fatima Rodrigues Fernandes; Andrea Pescadinha Emery de Carvalho; Wilson Carlos Tartuci Aun

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo

OBJETIVO: Utilizando critérios de diagnóstico de DRESS, determinar a frequência em pacientes com reaçoes cutâneas graves a medicamentos (RCGM).
MATERIAL E CASUISTICA: Estudo de casos de RCGM, DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms), Síndrome de Stevens Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) e Pustulose Exantemática Aguda Generalizada (PEGA),realizado de 2002-2016, baseado em análise de prontuários e seguimento ambulatorial.
RESULTADOS: Estudamos 65 pacientes internados com RCGM, sendo 35 inicialmente caracterizados como DRESS, baseado na clínica. Porém, quando aplicado seus critérios de diagnóstico, observou-se que 3 (4,6%) apresentavam escore < 2 (Nao caso); 20 (30,7%) escore 2-3 (Caso Possível); 34 (52,3%) escore 4-5 (Caso Provável);e 8 (12,3%) com escore > 5 (Caso Definitivo). Dos 3 pacientes caracterizados como Nao caso, 2 receberam diagnóstico clínico inicial DRESS; dos 20 classificados como Caso Possível, 12 foram diagnosticados como DRESS, 4 como SSJ, 1 como NET e 3 como PEGA; dos 34 Casos Prováveis, 12 foram rotulados como DRESS, 16 como SSJ, 4 como NET e 2 como PEGA. Dos 8 avaliados como Caso Definitivo, 7 (87,5%) receberam diagnóstico clínico DRESS e 1 (12,5%) SSJ. Os medicamentos mais implicados nos 8 pacientes com DRESS Caso Definitivo foram antibióticos em 3 casos (37,5%), anticonvulsivantes em 2 (25%), inibidor de xantina em 2(25%) e antirretroviral em 1 (12,5%). O acometimento sistêmico ocorreu em 100% dos pacientes, sendo que 2 (25%) evoluíram para óbito. A idade variou de 17 a 69 anos. O tempo médio de internaçao foi maior que 15 dias em 62,5% dos pacientes.
CONCLUSAO: Dos casos clinicamente caracterizados como DRESS, observamos que 8 (22,8%) fecharam critérios como Caso Definitivo, e ao avaliar isoladamente estes casos observou-se que 7(87,5%) fecharam critérios para DRESS, demonstrando que a utilizaçao do critério de diagnóstico para tal doença tem relevância clínica e importância para tratamento e seguimento dos pacientes.

 


 

TL034 - SEGURANÇA DA DESSENSIBILIZAÇAO A PENICILINA DE MULHERES COM SIFILIS GESTACIONAL

Albertina Varandas Capelo; Norma de Paula Rubini; Eliane Miranda da Silva; Patricia Motta; Paula Marchiori Damasceno; Fernando Sion; Clarissa Rego Medeiros

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO

INTRODUÇAO: A Penicilina Benzatina é considerada a única droga efetiva no tratamento da sífilis congênita. O incremento da prevalência da sífilis gestacional tem aumentado a demanda dos centros de referência na investigaçao da alergia e dessensibilizaçao à penicilina.
OBJETIVO: Descrever tipo de reaçao e idade dos sintomas, resultados dos testes e dessensibilizaçao à penicilina de mulheres com sífilis gestacional atendidas no ambulatório de Alergia e Imunologia do HUGG.
MÉTODOS: Foram incluídas 10 pacientes com sífilis gestacional encaminhadas de Janeiro à Junho de 2016 com solicitaçao de dessensibilizaçao à penicilina.
RESULTADOS: Média de idade de 29.20 ± 10.88 anos e 11.60 ± 4.37 semanas de gestaçao.A média do tempo transcorrido entre a última reaçao e o atendimento foi de 7.10 ± 10,25 anos. 30% apresentavam história de reaçoes imediatas como urticária e angioedema e anafilaxia, 20% reaçao vagal, e o restante lesoes eritematopapulares.Todas as pacientes realizaram teste cutâneo com penicilina G potássica, conforme protocolo padronizado com positividade somente em um caso. As pacientes, com teste cutâneo negativo foram submetidas ao teste de provocaçao oral com Penicilina V oral no mesmo dia, exceto uma paciente com história recente de angioedema e teste negativo, e outra paciente que apresentou teste cutâneo positivo tendo sido submetidas à dessensibilizaçao de acordo com o protocolo da Wendel et al. A paciente cujo teste cutâneo foi positivo apresentou reaçao leve durante a dessensibilizaçao.Todas as pacientes completaram o tratamento sem reaçao.
CONCLUSAO: Os testes para investigaçao de alergia à penicilina sao seguros, e devem ser realizados quando houver suspeita de reaçao imediata ou quando houver dúvidas quanto às reaçoes.A dessensibilizaçao à penicilina é segura em grávidas com sífilis gestacional, e deve ser indicada quando o teste cutâneo for positivo e/ou história recente de reaçao de hipersensibilidade imediata à penicilina.

 


 

TL035 - EXPERIENCIA DO SERVIÇO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA DO IAMSPE COM FARMACODERMIAS GRAVES

Caroline Danza Errico Jeronimo; Lara Pinheiro Baima; Talita Machado Boulhosa Aranha Pereira; Priscila Moraes; Mayara de Castro Silva del Castillo; Vanessa Bosi Bissi; Fátima Rodrigues Fernandes; Joao Ferreira de Melo

Hospital do Servidor Público Estadual de Sao Paulo

OBJETIVO: Avaliar frequência, evoluçao e tratamento das reaçoes cutâneas graves a medicamentos (RCGM).
MATERIAL E CASUISTICA: Estudo de casos de RCGM realizado de 2002 a 2016, baseado na avaliaçao de prontuários e no seguimento ambulatorial neste serviço. Consideramos como RCGM a DRESS (Drug Reaction with Eosinophilia and Systemic Symptoms), Síndrome de Stevens Johnson (SSJ), Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) e Pustulose Exantemática Aguda Generalizada (PEGA).
RESULTADOS: Estudamos 65 pacientes internados no ano de 2002 a 2016, sendo 6 (9,2%) de 2002-2006, 29 (44,6%) de 2007-2011, 30 (46,1%) de 2012-2016. Foram classificados em: 35 DRESS, 20 SSJ, 5 NET e 5 PEGA. Os medicamentos mais implicados foram os antibióticos 28 casos (43%), seguido de anticonvulsivantes em 22 casos (33,8%) e AINES em 17 casos (26,1%). A idade variou de 9 meses a 83 anos, sendo 1 (1,5%) lactente, 3 (4,6%) pré-escolar, 5 (7,6%) adolescentes, 15 (23%) adulto jovem, 18 (27,6%) meia idade, 23 (35,3%) idosos. O acometimento sistêmico ocorreu em 95,3% dos pacientes, sendo o hepático em 35 casos (53,8%) o mais relevante, seguido de mucosa em 29 casos (44,6%). O tempo médio de internaçao foi maior que 15 dias, 66,2 % dos pacientes. A maioria recebeu corticosteroides sistêmicos (73,8%). O uso de gamaglobulina (IgIV) foi indicado em 9 pacientes (13,8%), sendo estes 2 SSJ, 4 NET, 1 PEGA, 2 DRESS. Dos pacientes com lesao bolhosa 5 (7,6%) fizeram uso de gamaglobulina (IgIV).
CONCLUSAO: Os casos de DRESS e SSJ foram os mais frequentes. Diferentemente da literatura os antibióticos foram os fármacos mais implicados, e apesar do tempo médio de internaçao ser prolongado a mortalidade foi de 6,5% (10 pacientes).

 


 

TL036 - INCIDENCIA E FATORES DE RISCO DE REAÇOES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

Marisa Rosimeire Ribeiro; Luis Augusto Marcondes Fonseca; Antonio Abílio Motta; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP, Sao Paulo,SP

OBJETIVO: Avaliar a incidência de reaçoes adversas a medicamentos (RAM) em pacientes hospitalizados, as características clínicas das reaçoes e fatores de risco associados.
MÉTODOS: Estudo observacional nao intervencionista, realizado em enfermarias de um hospital terciário, onde foram avaliados 472 pacientes de cinco clínicas (Clínica Médica, Cirurgia Geral, Neurologia, Geriatria, Alergia e Imunologia Clínica), com formaçao de coorte prospectiva, analisando as características demográficas, comorbidades, número de medicaçoes utilizadas antes e durante a hospitalizaçao e tempo de internaçao.
RESULTADOS: A incidência geral de RAM foi 16,2%, variando conforme a clínica avaliada, sendo maior na Clínica Médica (30%). As reaçoes mais frequentes foram as do tipo A, com predomínio das manifestaçoes gastrointestinais. A maior parte das reaçoes foi classificada de gravidade moderada. Maior número de medicaçoes utilizadas por paciente, insuficiência renal crônica e maior tempo de internaçao foram fatores de risco para RAM, porém nao houve associaçao com idade avançada. Antecedente de RAM anterior à internaçao foi identificado como fator de proteçao. A incidência de reaçoes de hipersensibilidade a medicamentos (RHM) foi de 3,2%, com maior número de medicaçoes utilizadas por paciente identificado como único fator de risco isolado, sem associaçao com as clínicas avaliadas ou gênero dos pacientes. As medicaçoes mais associadas às RAM e RHM foram os antibióticos, opioides e contrastes iodados. Para cada medicaçao adicionada à prescriçao, houve aumento de 10% na chance de RAM.
CONCLUSAO: As RAM sao frequentes e potencialmente evitáveis. O conhecimento da incidência e dos fatores associados pode estimular a prevençao. A prescriçao de medicaçoes para pacientes internados deve ser mais criteriosa, especialmente para os mais susceptíveis, evitando a polifarmácia.

 


 

TL037 - ANAFILAXIA CUTANEA ATIVA AO DERMATOPHAGOIDES PTERONYSSINUS E A OVALBUMINA EM MODELO MURINO

Rafael Bonamichi dos Santos1,2; Fernanda M. Bruni3; Marcelo Vivolo Aun1; Beatriz Dal Santo Francisco Bonamichi2; Fernanda Magalhaes Arantes Costa3; Jorge Kalil1; Mariana Castells2; Pedro Francisco Giavina-Bianchi Júnior1

(1) Serviço de Imunologia do Hospital das Clínicas da FMUSP
(2) Harvard Medical School. (3) FMUSP

OBJETIVO: Modelos experimentais com alérgenos sao relevantes para elucidar a fisiopatologia do processo alérgico e explorar novas terapêuticas. Objetivamos desenvolver um modelo de anafilaxia cutânea ativa em camundongos.
MÉTODO: Camundongos BALB/c foram sensibilizados a Dermatophagoides pteronyssinus (Der p) e Ovalbumina (OVA), com doses semanais de 50 jg do alérgeno, por 4 semanas, sem a utilizaçao de adjuvante, por via subcutânea. A provocaçao foi realizada na 5ª semana através da técnica de anafilaxia cutânea ativa (ACA), onde diluiçoes seriadas (5, 10 e 50 jg) do alérgeno foram injetadas por via SC no dorso dos animais e 250jl de Azul de Evans 0.25% injetado por via intravenosa. A leitura da reaçao foi feita 30 minutos após o desafio, medindo o diâmetro da reaçao na pele invertida do animal. Foi considerada reaçao positiva quando a pápula formada tinha diâmetro acima de 5 milímetros. Também foi realizada análise histológica e dosagem sérica de IgG1 e IgG2a, nos dias 0,14 e 28.
RESULTADO: A ACA foi negativa no grupo controle, positiva no grupo Der p, a partir da dose 10jg, e positiva no grupo OVA, desde a dose de 5 jg. Foi possível observar a cinética de produçao de anticorpos IgG1 e IgG2a nos grupos Der p e OVA. Na análise histológica, os grupos sensibilizados a OVA e Der p apresentaram processo inflamatório predominantemente polimorfonuclear difuso, com recrutamento intenso de células, constituídas em sua maioria por neutrófilos, eosinófilos e mastócitos.
CONCLUSAO: Desenvolvemos modelo inédito de ACA utilizando o Der p como alérgeno, o qual pode ser uma ferramenta muito útil no estudo experimental das doenças alérgicas. O Der p tem grande importância clínica, é um alérgeno encontrado em todo mundo, tem alta prevalência de sensibilizaçao e está relacionado ao desenvolvimento de doenças respiratórias.

 


 

TL038 - AVALIAÇAO DO APRENDIZADO ATRAVÉS DE PRÉ E POS TESTE EM CASO DE ANAFILAXIA COM SIMULAÇAO REALISTICA

Guilherme Cristianini Baldivia1; Raíssa Fernanda Soares Rodrigues1; Júlia Moraes Cândido de Oliveira1; Ana Karolina Barreto Berselli Marinho1,2; Maria Helena Mattos Porter1

(1) Universidade Nove de Julho
(2) Universidade de Sao Paulo

INTRODUÇAO: A instruçao e avaliaçao de habilidades específicas do estudantes de medicina podem ser complementadas através de instrumentos de simulaçao realística como o uso do SIMMAN®, boneco mecânico que auxilia a ilustraçao do ambiente hospitalar. A anafilaxia é um tema que necessita de uma rápida e eficiente abordagem por parte dos profissionais da saúde.
OBJETIVOS: Avaliar através de pré e pós-teste o aprendizado sobre anafilaxia utilizando simulaçao realística e aula teórica sobre o anafilaxia em alunos do pré-internato.
METODOLOGIA: Foi proposta a realizaçao de uma complementaçao no aprendizado de anafilaxia através de uma abordagem teórica do tema incluindo todos os aspectos essenciais; e uma abordagem prática com a resoluçao de caso clínico no SIMMAN®. Passaram por tal atividade 14 alunos voluntários do 8° semestre do Curso de Medicina. Foi preenchido um simulado com 10 questoes abordando os principais tópicos da temática, pré e pós atividade. A avaliaçao durante a realizaçao da atividade com o SIMMAN® foi obtida através da assertiva em modelo de checkfist com os principais pontos para diagnostico e conduta.
RESULTADOS: O pré-teste revelou que, entre os alunos do pré-internato, menos da metade detinham conhecimento sobre a temática abordada. Após a aula explicativa e simulaçao realística no SIMMAN® o pós-teste revelou que persistiam algumas dúvidas a respeito do diagnóstico e tratamento, com melhora significativa do conhecimento sobre o tema. O chekfist revelou média dos três grupos de 69,3% de comprimento das tarefas designadas.
CONCLUSAO: Nossos resultados demonstram um aproveitamento dos participantes diante da situaçao proposta, através do estudo comparativo entre o desempenho do pré e pós-teste. Nos grupos nos quais os participantes instituíram um líder houveram maior aproveitamento da atividade confirmado por um maior número de assertivas no chekfist, demonstrando a importância dessa figura em um ambiente hospitalar de urgência.

 


 

TL039 - EFEITOS DAS CÉLULAS-TRONCO MESENQUI-MAIS NO REMODELAMENTO PULMONAR EM MODELO EXPERIMENTAL DE ASMA

Lidiane Maria Boldrini Leite; Pedro Vicente Michelotto Jr.; Sérgio Adriane Bezerra de Moura; Luiz Guilherme Achcar Capriglione; Alexandra Cristina Senegaglia; Felipe Yukio Ishikawa Fragoso; Paulo Roberto Slud Brofman

Pontifícia Universidade Católica do Paraná, PUCPR

Objetivo:

Investigar os efeitos das células-tronco mesenquimais (CTMs) humanas no remodelamento pulmonar em modelo experimental de asma em camundongos Balb/c, sete dias após transplante.
MÉTODOS: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n° 04425212.6.0000.0020) e pelo Comitê de Ética no Uso de Animais (n° 724). Quarenta camundongos Balb/c machos foram divididos nos grupos: A, B, C, D e E. Os grupos B, D e E foram sensibilizados através de injeçoes intraperitoneais com 10 µg de ovalbumina (OVA) nos dias 0, 2, 4, 7, 9 e 10 e desafiados via instilaçao intratraqueal com 20 pg de OVA nos dias 15, 18 e 21. Os grupos A e C receberam salina nestes procedimentos. No dia 22, o grupo E foi tratado com 1x106 CTMs via instilaçao intratraqueal enquanto os grupos C e D receberam salina e os grupos A e B foram submetidos à estanásia. No dia 29, sétimo dia após o transplante, os grupos C, D e E foram eutanasiados. Avaliaçoes semiquantitativas foram realizadas para verificar a intensidade da inflamaçao pulmonar, pelo sistema de escore, em cortes histológicos. A análise estatística foi realizada com o teste Mann-Whitney nos grupos A e B (validaçao do modelo de induçao à asma) e o Kruskal-Wallis seguido do teste de Dunn para comparaçao dos grupos C, D e E (avaliaçao da terapia celular).
RESULTADOS: O grupo B mostrou forte presença de inflamaçao pulmonar quando comparado ao grupo A, em todas as avaliaçoes realizadas (p<0,001). Os animais do grupo E evidenciaram melhora significativa no remodelamento pulmonar em comparaçao ao grupo D, em todos os critérios avaliados (p<0,001): presença e intensidade de infiltrado inflamatório, espessamento muscular e epitelial, descamaçao do epitélio, produçao de muco por células caliciformes e deposiçao de colágeno.
CONCLUSAO: Os resultados demonstraram a reduçao do remodelamento pulmonar em camundongos Balb/c com asma, sete dias após tratamento com CTMs humanas, sugerindo o potencial uso terapêutico das CTMs em modelo de asma.

 


 

TL040 - SINDROME DE DOWN: PERFIL DE 72 PACIENTES SEGUIDOS EM AMBULATORIO ESPECIALIZADO EM IMUNODEFICIENCIAS

Martina Cardoso de Almeida Cattacini; Maria Carolina Nhola Faion; Bruna Mara Guimaraes de Paiva; Pryscilla Ferreira da Silva; Cristiane Jesus N. Santos; Mayra Barros Dorna; Antonio Carlos Pastorino; Ana Paula B. Moschione Castro

Instituto da Criança, USP

OBJETIVO: Descrever características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais de 72 pacientes com síndrome de Down (SD) seguidos em um ambulatório de imunodeficiências.
MÉTODOS: Análise de prontuário de pacientes com SD entre 2003 e 2016. Avaliadas: sexo, idade, presença de cardiopatias, antecedentes infecciosos, doenças alérgicas e/ou autoimunes e exames imunológicos, hematológicos e de autoimunidade.
RESULTADOS: Analisados 72 pacientes (43M e 29F) com mediana = 2 anos. 68% dos casos com cardiopatias (CIA em 33,3%). As infecçoes mais frequentes: pneumonia (65%), IVAS em 48,6%, sinusites (15,2%), ITUs (15,2%) e otites (13,8%). Manifestaçoes alérgicas presentes em 66 casos (91%), sendo rinopatia em 33 (46%) e sibilância recorrente em 33 (46%). Tireoidite autoimune foi encontrada em 19,5%. Anemia esteve presente em 8% dos casos, leucopenia em 8%, neutropenia em 8% (mediana =3572), linfopenia em 15,2% (mediana = 2458). A dosagem de IgG foi < p3 em 12,5% dos casos (mediana= 833, variaçao entre 109 e 1998), de IgM em 23,6% (mediana = 68, variaçao de 6 a 234), de IgA em 7% (mediana = 74, variaçao entre 7 e 416). A dosagem de IgE se mostrou aumentada em 22% dos casos. Resposta vacinal normal em 87,5% dos casos. 91,7% apresentaram imunofenotipagem alterada: < p10 para linfócitos CD3 em 38%, CD4 em 44,5%, CD8 em 27,78%, CD19 em 93% e NK em 16,7% dos casos. Dos 67 pacientes com CD19 < p 10, apenas 7 apresentaram sepse bacteriana. Destes, apenas 2 apresentaram também CD4 < p10. Outros 3 casos apresentaram sepse por Candida, com CD19 < p10. FAN e fator reumatoide revelaram-se positivos em 8 e 2 pacientes, respectivamente. Um paciente apresentava diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1.
CONCLUSAO: Avaliaçao imunológica e de autoimunidade na SD é imprescindível, pela alta prevalência de alteraçoes clínico laboratoriais. Apesar da linfopenia, especialmente CD19, ser frequente, infecçoes graves ou por agentes oportunistas nao foram prevalentes.

 


 

TL041 - SINDROME PERIODICA ASSOCIADA A CRIOPIRINA EM ADULTO COMO PERICARDITE RECORRENTE

Leonardo Oliveira Mendonça; Larissa Prando Cau; Alessandra Pon-tillo; Jorge Kalil; Fabio Morato Castro; Myrthes Toledo

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: Descrever o caso de um paciente com pericardite crônica recorrente idiopática e a demonstraçao de mutaçao somente em linhagem somática do gene NLRP3 neste paciente, bem como a melhora clínica importante com uso de canaquinumabe.
MÉTODOS: Foram revisados dados do prontuário do paciente, foi feito separaçao das linhagens mieloides do paciente por citometria de fluxo e uso de sequenciamento profundo com uso de amplicon.
RESULTADOS: R.C.P. médico, infectologista, inciou em 2014 com pericardite recorrente sempre associada a febre, mialgia e queda do estado geral difuso que ciclavam a cada 21 dias que so melhoravam com uso de corticosteroides. Durante todas as crises o paciente apresentava elevaçao importante do PCR e do VHS e sempre foi excluída causa infecciosa. Após 2 anos de crise o paciente apresentou episódio de tamponamento cardíaco que necessitou de pericardiectomia. Após introduçao de canaquinumabe 300 mg, SC uma vez a cada 4 semanas o paciente teve melhora importante com condiçoes de retirada do corticoide e dos imunosupressores. Foi feita análise via sanger para os genes NLRP3, MKD, TNFRS1A, PSTIP1 and NOD2 sem mutaçoes patogênicas. Por suspeitar de mutaçao realacionda somente a linhagem somática, o DNA foi submetido a separaçao desta linhagem (CD34+) e nelas foi feito sequenciamento genético profundo de segunda geraçao com encontro da mutaçao p.Gln636Glu do gene NLRP3.
CONCLUSAO: As doenças autoinflamatórias em adultos tem apresentaçao atípica e provavelmente de origem somática.

 


 

TL042 - ANAFILAXIA: UMA EMERGENCIA POTENCIALMENTE FATAL, MAS AINDA SUBDIAGNOSTICADA

Maria Luiza Kraft Kohler Ribeiro; Ana Carolina Barcellos; Hannah Gabrielle Ferreira Silva; Luís Henrique Mattei Carletto; Marcela Carolina Bet; Nathalia Zorze Rossetto; Nelson Augusto Rosário Filho; Herberto José Chong Neto

Universidade Federal do Paraná, UFPR

OBJETIVO: Verificar o nível de conhecimento dos médicos que atuam em serviços de urgência e emergência de Curitiba sobre o manejo da anafilaxia.
MÉTODO: Estudo transversal, por aplicaçao de questionário escrito (QE) contendo perguntas sobre aspectos clínicos, diagnósticos e tratamento da anafilaxia aos médicos que trabalham em serviços de emergência públicos e privados no município de Curitiba nos meses de Abril a Julho/2016.
RESULTADOS: Foram convidados a participar 199 médicos e 95 (47,7%) se recusaram a responder o QE. Cento e quatro (52,3%) médicos responderam o QE, onde 50 (48,1%) atuavam em hospitais e 54 (51,9%) em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Com relaçao à experiência profissional, 20,4% foi representada por médicos que se formaram há mais de 10 anos, 21,4% entre 5 e 10 anos de formados e 58,2% se formaram há menos de 5 anos. Sessenta e cinco (62,5%) referiram já ter atendido a pelo menos um caso de anafilaxia. Quarenta e dois médicos (40,4%) responderam que a anafilaxia acomete ao menos dois sistemas orgânicos simultaneamente (entre pele e tecido celular subcutâneo, aparelho respiratório, cardiovascular e gastro-intestinal). Quarenta e cinco (43,3%) responderam que adrenalina intramuscular é a droga e a via de primeira escolha para tratar anafilaxia, 37 (35,6%) responderam adrenalina subcutânea e 22 (21,1%) responderam outras drogas, como corticosteroides ou anti-histamínicos, orais ou injetáveis. Onze (10,6%) médicos responderam que o glucagon é o medicamento de escolha para o tratamento da anafilaxia em indivíduos em uso de beta-bloqueadores.
CONCLUSAO: Mesmo potencialmente fatal, anafilaxia mantém-se subdiagnosticada e com manejo inadequado nos serviços de emergência.

 


 

TL043 - PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM MASTOCITOSE EM UM CENTRO DE REFERENCIA

Kelly Yoshimi Kanamori; Danilo Gois Gonçalves; Natalia Falci Pedroso; Rafael Bonamichi; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVO: A mastocitose é caracterizada por uma proliferaçao clonal anormal de mastócitos, podendo ser classificada em cutânea ou sistêmica. Nosso objetivo é reportar a casuística de pacientes com mastocitose em um centro de referência.
MÉTODO: Estudo transversal realizado no centro de referência de mastocitose, baseado na anamnese dos pacientes e pesquisa de prontuários. Foram estudados pacientes com quadro sugestivo de mastocitose, isto é, aqueles com lesoes cutâneas características, com ou sem presença de sinal de Darier, e aqueles com manifestaçoes clínicas de mastocitose sistêmica (anafilaxia de repetiçao, diarreia crônica, osteoporose, entre outras). Foram incluídos na análise apenas os casos com biópsia cutânea, de medula óssea ou de outros órgaos compatíveis com mastocitose. Os pacientes foram divididos segundo a faixa etária e comparados.
RESULTADOS: De 101 pacientes suspeitos, foram analisados apenas os casos confirmados (n=53), sendo 34 (64,1%) menores de 14 anos (grupo 1) e 19 (35,8%) com 14 ou mais anos de idade (grupo 2). O tempo médio do início dos sintomas para o a diagnóstico foi de 20 meses e 70 meses nos grupos 1 e 2, respectivamente (p<0,05). No grupo 1, apenas 2 caso (5,8%) foram classificados como mastocitose sistêmica; já no grupo 2, 10 (52,6%) foram alocados como mastocitose sistêmica (p<0,05). A forma cutânea mais prevalente foi a máculo-papular, enquanto a sistêmica foi a indolente. Os sintomas mais prevalentes foram prurido, vermelhidao, irritabilidade, diarreia e alteraçao de humor. Os fatores desencadeantes mais frequentes foram banho quente, fricçao e estresse. O valor de triptase médio no grupo 1 foi 10,5 e, no grupo 2, 71,3 (p<0,05).
CONCLUSOES: A mastocitose é uma doença pouco conhecida, o que faz necessário uma maior divulgaçao para os profissionais da saúde. Há dois perfis epidemiológicos bem distintos da doença de acordo com a idade de seu início.

 


 

TL044 - PERFIL DE EXPRESSAO DE MIRNAS NO SORO DE PACIENTES COM ALERGIA AO LEITE DE VACA PRÉ E POS IMUNOTERAPIA

Susanne Carolinne Penha Ferreira1; Ariana Campos Yang2; Juliana Guimaraes de Mendonça2; Milene Mitiko Yamashita2; Ludmila Rodrigues Pinto Ferreira3; Jorge Kalil3; Fabio Fernandes Morato Castro2; Helen Andrade Arcuri4; Keity Souza Santos1

(1) Faculdade de Medicina da USP
(2) HC-FMUSP
(3) Incor
(4) UNESP

MicroRNAs (miRNAs) sao uma classe de RNA de fita única envolvidos no silenciamento de genes pós-traducionalmente e que estao envolvidos no ajuste fino das redes gênicas visto que cada miRNA pode ter como alvo vários genes. Estudos recentes na literatura identificaram o perfil de miRNA em doenças alérgicas incluindo asma, esofagite eosinofílica, rinite e dermatite atópica, mas nada em relaçao a tratamentos de alergias. Buscamos entao identificar diferenças na expressao de miRNAs no soro de 6 pacientes antes (PRE) e após o tratamento de imunoterapia oral (6 meses-6M e 12 meses-12M) em pacientes com APLV, comparadas a um grupo de 4 crianças que eram APLV mas tornaram-se tolerantes espontaneamente (Grupo TE). Para sequenciamento foi feita a extraçao do RNA total seguido de RT-PCR em um sistema multiplex utilizando-se um kit para detecçao de miRNA no soro/plasma. Avaliamos a expressao de 754 miRNAs presentes no soro e as comparaçoes foram feitas sempre em relaçao ao Grupo Tolerante (TE) pelo software Expression Suite. O Grupo PRE apresentou 12 miRNAs mais expressos e 1 menos expresso. O Grupo Pós 6M apresentou 12 miRNAs mais expressos e o Grupo Pós 12M apresentou apenas 4 miRNAs mais expressos, mostrando que ao longo do tratamento os grupos foram ficando mais homogêneos. A análise por PCA mostrou que o perfil de miRNAs analisado foi suficiente para separar os grupos. Construímos uma rede de interaçoes que incluíram os miRNAs diferencialmente expressos considerando a hipersensibilidade como epicentro utilizando o software Ingenuity Pathway Analysis. O miRNA 520-a, único miRNA analisado que era menos expresso antes do tratamento e passou a ser mais expresso pós 12M está envolvido no silenciamento das vias de produçao de duas importantes citocinas envolvidas na resposta Th2, IL-4 e IL-9, indicando que estas citocinas estao sendo mais produzidas no grupo PRE. Para validaçao dos dados encontrados avaliaremos a expressao individual do miRNA 520-a em amostras de 49 crianças.

 


 

TL045 - ANAFILAXIA COMO REAÇAO ADVERSA A IMUNOTERAPIA ALÉRGENO ESPECIFICA ENTRE OS PACIENTES DE AMBULATORIO

Cynthia Mafra Fonseca de Lima1; Alessandra Morais1; Giovana Hernandes y Hernandes1; Jorge Kalil2; Fábio Fernandes Morato Castro3; Clóvis Eduardo Santos Galvao3

(1) Universidade Anhembi Morumbi
(2) FMUSP
(3) HC-FMUSP

OBJETIVO: Levantar e classificar as reaçoes adversas à imunoterapia subcutânea (ITSC) em pacientes com rinite alérgica (RA) moderada-grave.
MÉTODO: Foram incluídos 38 pacientes que realizaram tratamento com ITSC no período de janeiro de 2012 a julho de 2016. Os extratos utilizados foram para Dermatophagoides pteronissinus (Der p) isolado e também sua associaçao com Bfomia tropicafis (Bt). As reaçoes adversas sistêmicas que ocorreram durante o tratamento foram registradas e classificadas de acordo com a WAO - World Allergy Organization. Também foram registrados o tratamento instituído e a evoluçao do quadro.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes do estudo foi 36 anos (21 a 57 anos). Foram administradas 1127 doses de ITSC com extrato de Der p. Destas aplicaçoes, 60,6% estavam em dose de manutençao. O grau da reaçao segundo WAO distribui-se em 35,49% das reaçoes de Grau 1, 46,85% de Grau 2 e 4,96% de Grau 3. Nao ocorreram reaçoes fatais. O tratamento utilizado foi: corticosteroide em 81,3% das reaçoes, anti-histamínico em 81,3% e beta-agonista inalatório em 70% dos casos. No grupo que recebeu extrato associado de Der p e Bt foram administradas 435 doses, das quais 155 (37,47%) resultaram em reaçoes, sendo 33,33% de Grau 1 e 4,1% de Grau 2. As reaçoes de Grau 3, 4 e 5 nao ocorreram. O tratamento utilizado foi: corticosteroide em 77,2% das reaçoes, anti-histamínico em 77,2% e beta-agonista inalatório em 58% dos casos.
CONCLUSAO: Na populaçao estudada, as reaçoes sistêmicas para Der p de acordo com a classificaçao da WAO, a maioria apresentou reaçao Grau 2. Já na imunoterapia para Der p e Bt associados, as reaçoes de Grau 1 prevaleceram. Portanto, embora segura, a imunoterapia deve ser indicada e supervisionada por um médico especialista, treinado para tratar eventuais reaçoes sistêmicas graves

 


 

TL046 - EFICACIA DA INTERLEUCINA 2 NA TERAPIA DE PACIENTES COM IMUNODEFICIENCIA CELULAR E INFECÇOES OPORTUNISTAS

Juliana Foes Bianchini Garcia; Nathalia S. Barsotti, Cristina Maria Kokron; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi

Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, FMUSP

OBJETIVO: Avaliar a eficácia da Interleucina 2 (IL2) no tratamento de imunodeficiências. As imunodeficiências celulares sao raras, heterogêneas, potencialmente fatais e de difícil manejo. A IL2 é uma citocina ativadora de linfócitos e, ocasionalmente, tem sido utilizada nestes casos.
MÉTODO: Relato de dois casos de pacientes com linfopenia e infecçoes oportunistas. Análise da evoluçao clínica e da contagem de linfócitos T após terapia com IL2.
RESULTADOS: Caso I: Homem, 38 anos, hígido, admitido em emergência hospitalar com acidente vascular cerebral isquêmico; secundário à vasculite infecciosa. Diagnosticado neurotuberculose e tuberculose pulmonar. Apresentava ainda candidíase oral, onicomicose e dermatite seborreica. Com CD4 abaixo de 100 cels/mm3, sem outras desordens imunológicas e fator causal, diagnosticou-se linfocitopenia CD4 idiopática. Avaliaçao do eixo IL12/IFNgama sugeriu defeito na fosforilaçao STAT1. Apesar de 5 meses de tratamento específico, nao se observou controle infeccioso. Após introduçao de IL-2, o número de cels. CD4 quintuplicaram e a tuberculose disseminada foi erradicada. Caso II: Homem, 49 anos, com neutropenia e linfopenia absolutas (CD4 ao redor de 200 cels/mm3), tendo apresentado pneumocistose e criptococose pulmonar, neurocriptococose, otite externa maligna, carcinomas basocelulares de pele e onicomicose nos últimos 4 anos. Atualmente com uveíte por CMV, mantendo viremia apesar do tratamento com Ganciclovir (via oral e infiltraçao ocular). Realizou 3 biópsias de medula óssea e análise do genoma, sem confirmaçao diagnóstica. O quadro de neutropenia foi controlado com uso de GMCSF. Após terapia com IL2, o número de cels. CD4 dobraram e a infecçao por CMV foi controlada, com negativaçao da carga viral.
CONCLUSOES: Resposta clínica satisfatória, controle das infecçoes e aumento dos linfócitos após a administraçao de IL2 demonstrou a importância e eficácia da medicaçao no tratamento das imunodeficiências celulares.

 


 

TL047 - ASMA E PARASITOSES INTESTINAIS: DESVENDANDO A ATIVAÇAO DE EOSINOFILOS E ASPECTOS DA FAGOCITOSE

Helane Catarine Dantas do Nascimento Ribeiro; Maria Imaculada Muniz Barboza Junqueira; Eleuza Rodrigues Machado; Mariangela Souza de Oliveira; Shirley Claudino Pereira Couto

Universidade de Brasília, UNB

OBJETIVO: Avaliar o estado de ativaçao dos eosinófilos e as funçoes dos fagócitos comparativamente em crianças com asma, com parasitoses intestinais e nessa associaçao. Foi realizado estudo transversal com 68 crianças residentes em Brasília/Distrito Federal.
MÉTODOS: O estado de ativaçao dos eosinófilos do sangue periférico por parâmetros morfológicos; a fagocitose pelos monócitos (MON) e neutrófilos (NEU) por receptores para padroes moleculares de patógenos (rPMP) e para opsoninas (rOps), como também a produçao de ânions superóxido (O-) pelo teste do nitroblue tetrazolium (NBT). As análises estatísticas foram realizadas pelos testes de ANOVA ou Kruskal-Wallis.
RESULTADOS: A ativaçao dos eosinófilos foi menor nas crianças com enteroparasitoses, comparativamente às crianças asmáticas. A capacidade fagocitária pelos rPMP dos NEU das crianças parasitadas exclusivamente por protozoários foi menor do que a das crianças asmáticas. Quando a fagocitose foi avaliada pelos rOps, a capacidade fagocitária dos MON das crianças asmáticas e também parasitadas foi maior do que a das crianças controle, pela maior ingestao de leveduras pelos MON. A produçao de O- pelos fagócitos foi menor nas crianças parasitadas por protozoários do que nas crianças asmáticas e parasitadas por protozoários. Contudo, a produçao dos O- foi maior nas crianças parasitadas por helmintos do que nas crianças asmáticas.
CONCLUSAO: A infecçao parasitária e o quadro de asma tiveram efeitos opostos sobre as diversas funçoes da imunidade inata estudada. No quadro de asma observamos certo grau de ativaçao dos eosinófilos, nas crianças parasitadas, essa ativaçao dos eosinófilos no sangue periférico nao ocorreu, possivelmente por fatores supressores produzidos pelos parasitos. Tais achados podem contribuir para o esclarecimento sobre a resposta imune inata aos parasitos e suas repercussoes no indivíduo, auxiliando na abordagem das parasitoses e no desenvolvimento de novas terapêuticas para a asma e atopias.

 


 

TL048 - FREQUENCIA DE PACIENTES COM DREA E QUADRO CUTANEO ASSOCIADO

Mayra Coutinho Andrade; Mila Almeida; Marcelo Vivolo Aun; Priscila Megume Takejima; Jorge Kalil; Pedro Giavina-Bianchi; Rosana Camara Agondi

Serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital de Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo, HC-FMUSP

OBJETIVOS: Avaliar frequência de pacientes com Doença respiratória exacerbada por Anti-inflamatório (DREA) que apresentam também quadro cutâneo associado.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal retrospectivo, com dados de prontuário eletrônico em um serviço terciário de Alergia e Imunologia Clínica. Foram considerados para diagnóstico de DREA a presença de asma, conforme GINA; pólipos nasais, confirmados ou por tomografia de seios da face ou por nasofibroscopia e relato de exacerbaçao dos sintomas respiratórios com uso de anti-inflamatório nao esteroidal (AINE). Foram incluídos no estudo os pacientes com DREA que referiam quadro cutâneo associado ao uso de AINE.
RESULTADOS: Foram analisados 70 pacientes, destes 78,6% eram mulheres e a média de idade foi de 54 anos. Com relaçao à DREA, a média de início dos sintomas foi de 30,4 anos e o tempo de doença, 24 anos. Dos pacientes com DREA, 33% apresentavam urticária, sendo 35,7% com quadro cutâneo antes do respiratório. Destes, 13% apresentavam urticária crônica e 87%, urticária aguda (UA). Um paciente apresentou reaçao de hipersensibilidade (RH) tipo IV (Síndrome de Stevens-Johnson SSJ Síndrome de hipersensibilidade tardia induzida por único AINE). Com relaçao aos AINE: AAS foi o principal (75%), seguido de Dipirona (64%), Diclofenaco (46,8%), Cetoprofeno (31,2%) e Ibuprofeno (29,7%). A maioria dos pacientes (62,5%) apresenta história com mais de um AINE.
CONCLUSAO: A RH ao AINE é classificada em 5 subtipos: DREA, urticária/angioedema induzido por AINE, urticária crônica, RH tipo I a um único AINE e RH tipo IV a um único AINE. Neste estudo, observamos que 33% dos pacientes com DREA também apresentavam outras manifestaçoes associadas, sendo a mais frequente a UA (29%) e um paciente com história de SSJ. Embora a tendência seja classificar os pacientes em apenas um subtipo de RH neste estudo observamos que 1/3 dos pacientes apresentou quadro cutâneo associado a respiratório.

 

 


 

Agradecimento

Agradecimento especial aos colegas que, juntamente com a Diretora Científica da ASBAI, participaram do processo de avaliaçao dos resumos submetidos para apresentaçao no XLIII Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia, pelo seu tempo e dedicaçao. Os membros deste grupo estao listados abaixo em ordem alfabética.

ADELMIR DE SOUZA MACHADO
ALEXANDRA SAYURI WATANABE
ANA PAULA MOSCHIONE CASTRO
ANA PAULA JULIANI
ANETE SEVCIOVIC GRUMACH
ANTONIO CARLOS PASTORINO
ANTONIO CONDINO NETO
CAROLINA PRANDO
CLOVIS EDUARDO SANTOS GALVAO
CRISTINA MARIA KOKRON
EKATERINI SIMOES GOUDORIS
ELAINE GAGETE MIRANDA DA SILVA
ERNESTO AKIO TAKETOMI
FLAVIO SANO
GUSTAVO FALBO WANDALSEN
INES CRISTINA CAMELO NUNES
LUCILA CAMARGO LOPES DE OLIVEIRA
LUIS FELIPE CHIAVERINI ENSINA
MARA MORELO ROCHA FELIX
MARCELO VIVOLO AUN
MARCIA CARVALHO MALLOZI
MARIA CANDIDA FARIA VARANDA RIZZO
MARIA FERNANDA MALAMAN
MARIANA PAES LEME FERRIANI
MAYRA DE BARROS DORNA
PEDRO FRANCISCO GIAVINA-BIANCHI JUNIOR
RÉGIS DE ALBUQUERQUE CAMPOS
RENATA RODRIGUES COCCO
SOLANGE OLIVEIRA RODRIGUES VALLE

Muito obrigada!

L. Karla Arruda
Diretora Científica da ASBAI

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