O papel da Comissão de Ligas Acadêmicas ASBAI na formação médica
The role of the ASBAI's Academic League Committee in medical training
Sergio Duarte Dortas-Junior1; Gil Bardini2; Esther Gomes Andrade Figueiredo-da-Silva3; Heloisa de Luca Simoni4; Beatriz Giolo Andrade Santos5; Yasmin Vieira Braida6; João Paulo de Assis7; Evandro Monteiro de Sá Magalhães8
1. Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF-UFRJ), Serviço de Imunologia - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/UNIFASE), Departamento de Clínica Médica - Petrópolis, RJ, Brasil. Comissão de Ligas Acadêmicas da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) - São Paulo, SP, Brasil
2.
Comissão de Ligas Acadêmicas da ASBAI. Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Tubarão, SC, Brasil
3.
Universidade Iguaçu (UNIG) - Nova Iguaçu, RJ, Brasil
4.
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Tubarão, SC, Brasil
5.
Universidade Nove de Julho (UNINOVE) - São Paulo, SP, Brasil
6.
Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) - Alfenas, MG, Brasil
7.
Comissão de Ligas Acadêmicas da ASBAI. Universidade Nove de Julho (UNINOVE) - São Paulo, SP, Brasil
8.
Comissão de Ligas Acadêmicas da ASBAI. Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL) - Alfenas, MG, Brasil
Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação desta carta.
Prezado Editor,
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do curso de graduação em Medicina trazem, às Instituições de Ensino Superior (IES), a necessidade de adaptação de suas matrizes curriculares de modo a contemplar todos os pilares educacionais durante o processo de formação, de acordo com as necessidades da comunidade acadêmica1.
Nessa busca pela aquisição de competências para a futura atuação profissional é importante que o estudante tenha a oportunidade de vivenciar e desenvolver cuidados que consolidem a prevenção da doença e a promoção da saúde, a fim de constituir uma postura ativa, crítica, inovadora e cientificamente fundamentada2,3.
Nos últimos anos, tem havido um considerável aumento do número de ligas acadêmicas atuantes nos cursos de graduação em Medicina no Brasil, com o mesmo ocorrendo na especialidade de Alergia e Imunologia. Apesar de não haver consenso na literatura sobre a definição de liga acadêmica, porém tanto a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem) quanto a Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas (Ablam) parecem concordar em que uma liga acadêmica é uma associação de estudantes que adota como referência o tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão4,5.
Diante disso, destaca-se a importância das ligas acadêmicas para a formação em saúde, inclusive na especialidade de Alergia e Imunologia, visto que a participação dos acadêmicos cria profissionais diferenciados, com uma visão ampliada do cuidado em saúde. Seguindo essa premissa, em setembro/2021 a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) criou o Programa da ASBAI para Ligas Acadêmicas de Alergia e Imunologia. O Programa tem por objetivo congregar estudantes que manifestem interesse em aprofundar os conhecimentos, ainda no período de graduação em Medicina, na especialidade Alergia e Imunologia6.
As atividades desenvolvidas no Programa são coordenadas pela Comissão de Ligas Acadêmicas que está subordinada à Comissão de Ensino e Credenciamento de Serviços. A Comissão de Ligas Acadêmicas é constituída por associados titulados coordenadores de ligas acadêmicas de Imunoalergia em suas instituições. Os ligantes apresentam papel primordial no desenvolvimento das atividades que adotem como referência o tripé universitário ensino, pesquisa e extensão. Essas atividades contemplam discussão de casos clínicos através de webinários [ensino], elaboração de guias sobre o manejo de enfermidades imunoalérgicas para médicos generalistas, atenção primária e emergencistas [ensino/extensão], elaboração de material informativo para a população geral [extensão], e incentivo à pesquisa.
O Brasil é um país de extensão continental, com sistema de saúde com funcionamento heterogêneo e complexo, o que exige uma visão ampliada que seja capaz de incorporar o sujeito em todas as suas dimensões. A congregação de estudantes de diversas partes do país em torno do aprendizado da Imunoalergia deve garantir o diálogo entre as diferentes formas de saber.
Enfim, o Programa da ASBAI para Ligas Acadêmicas de Alergia e Imunologia tem ocupado importante espaço no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes de graduação. Neste sentido, é necessário um constante diálogo entre os participantes deste processo, de forma a reconhecer as necessidades de aprendizagem a fim de potencializar essas estratégias complementares da formação em saúde, especialmente o crescimento da especialidade de Alergia e Imunologia.
Referências
1. Brasil, Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário Oficial da União; 23 jun 2014. Seção 1, p. 8-11.
2. Franco CAGS, Cubas MR, Franco RS. Currículo de medicina e as competências propostas pelas diretrizes curriculares. Rev Bras Educ Med. 2014;38(2):221-30.
3. Misael JR, Santos Júnior CJ dos, Wanderley FAC. Ligas acadêmicas e formação médica: validação de um instrumento para avaliação e percepção discente. Rev Bras Educ Med. 2022;46(1):e014.
4. Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (DENEM). Coordenação Científica. Ligas acadêmicas [Internet]. Julho 2014. Disponível em: http://www.denem.org.br/cartilhas/Cartilha-Ligas-Acade%CC%82micas-CoCien.pdf.
5. Associação Brasileira de Ligas Acadêmicas (ABLAM). [Internet] Disponível em: www.ablam.org.br/diretrizes-nacionais/.
6. Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Programa da ASBAI para Ligas Acadêmicas de Alergia e Imunologia [Internet]. Disponível em: www.asbai.org.br/programa-da-asbai-para-ligas-academicas-de-alergia-e-imunologia/.