Dermatite de contato à cinchocaína: a reatividade cruzada dos anestésicos locais é um problema?
Contact dermatitis to cinchocaine: is cross-reactivity between local anesthetics a problem?
Inês C. Farinha1; Francisca Cunha Tavares1; Emília Faria1; Ana Todo-Bom1,2; Iolanda Alen Coutinho3,4
1. Unidade Local de Saúde de Coimbra, Serviço de Imunoalergologia - Coimbra, Coimbra, Portugal
2. Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Imunoalergologia - Coimbra, Coimbra, Portugal
3. Hospital Lusíadas Porto, Departamento de Imunoalergologia - Porto, Porto, Portugal
4. Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Serviço de Imunoalergologia - Coimbra, Coimbra, Portugal
Endereço para correspondência:
Inês C. Farinha
E-mail: ines_farinha9@hotmail.com
RESUMO
A dermatite de contato causada por anestésicos locais é mais comum no grupo dos ésteres do que no grupo das amidas. Embora a reatividade cruzada esteja bem documentada no grupo dos ésteres, é menos conhecida no grupo das amidas e não parece ocorrer entre os grupos dos ésteres e das amidas. Este caso de dermatite de contato alérgica à cinchocaína, um anestésico amida, sem reatividade à lidocaína, realça a importância de um diagnóstico preciso e de uma avaliação alergológica completa. Sugere que as diferenças na estrutura química dos anestésicos amida, como o duplo anel aromático único da cinchocaína, podem explicar a falta de reatividade cruzada. Testar o maior número possível de anestésicos do tipo amida é recomendado em casos de alergia tardia a qualquer membro desta família.
Descritores: Anestésicos locais, hipersensibilidade a drogas, dermatite de contato.