Resposta distintiva do inflamassoma aos venenos de himenópteros em indivíduos alérgicos
Distinctive inflammasome activation in individuals allergic to Hymenoptera venoms
Suemy M. Yamada1; Leonardo O. Mendonça2; Bruno Prado Eleuterio1; Raylane A. G. Cambui1; Mariela G. V. Roa1; Leonardo A. T. Oliveria1; Paula L. M. Castro2; Fabio F. M. Castro2; A. S. Watanabe2; Alessandra Pontillo1
1. Universidade de São Paulo (USP), Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências Biomédicas - São Paulo, SP, Brazil
2. Universidade de São Paulo (USP), Imunologia Clínica e Alergia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina - São Paulo, SP, Brazil
Endereço para correspondência:
Corresponding author:
Alessandra Pontillo
E-mail: alepontillo@usp.br
Submitted April 22 2024
Accepted July 1 2024.
No conflicts of interest declared concerning the publication of this article.
Funding statement: This study was supported by Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) under grant number 2021/05420-4.
RESUMO
INTRODUÇÃO: Estudos anteriores mostraram que diferentes tipos de veneno, como os de cobras, aracnídeos e insetos Hymenoptera, podem induzir a ativação do complexo inflamatório, e especificamente do seu receptor NLRP3, como o componente melitina do veneno da abelha (Apis mellifera). Além disso, o complexo inflamatório pode aumentar a suscetibilidade à hipersensibilidade. Este estudo teve como objetivo caracterizar a ativação do inflamassoma em indivíduos alérgicos ao veneno de himenópteros a partir da hipótese de que a ativação do inflamassoma pode estar desregulada em indivíduos alérgicos e, portanto, contribuir para o traço alérgico.
MÉTODOS: Dez indivíduos alérgicos e 17 adultos saudáveis não alérgicos foram recrutados. A ativação do inflamassoma foi medida por imunofluorescência da caspase-1 ativada com o kit FAM-FLICA e pela piroptose. As citocinas foram medidas por ELISA.
RESULTADOS: Indivíduos alérgicos apresentam uma liberação constitutiva de citocinas derivadas do inflamassoma e uma hiper-resposta do inflamassoma aos venenos de abelha, vespa ou formiga "fire" em macrófagos derivados de monócitos, tanto em termos de liberação de IL-1ß quanto de piroptose.
CONCLUSÃO: Os achados do estudo sugerem que um contexto pró-inflamatório pode influenciar a reação alérgica ao veneno de inseto além da resposta relacionada à IgE.
Descritores: Alergia ao inflamassoma, veneno de Hymenoptera, IL-1ß, piroptose, proteína 3 que contém domínio de pirina da família NLR.